Soou como música celestial, o Programa do PSD proposto por Manuela Ferreira Leite. Aos meus ouvidos, é claro. Não sou facciosa e desde há muito que as palavras concisas, educadas, com, por vezes, os seus laivos de humor, mas, sobretudo, com uma seriedade que não ponho em dúvida, porque ditas numa perceptível base de formação moral de rigor, sem a pretensão tribunícia de deslumbrar plateias, desde há muito que Ferreira Leite se impõe à minha sede de competência intelectual e moral na nossa governação.
Mas logo os sábios comentaristas desvirtuam intenções, e, porque bem escaldada com as promessas não realizadas ao longo dos 36 anos de governo nacional, já que todos os que não são governo se esforçam, não por colaborar na construção, mas por destruir e obstruir, estabelecendo anarquia, desequilíbrio e cada vez mais miséria, sob a virtuosa aparência da solidariedade social, sei bem que o programa não irá ser cumprido na sua integralidade.
Já as forças da oposição, de resto, se preparam para fazer ruir bons propósitos, astuciosamente colaborando em greves perpetradas para criar o caos. Já vivemos tudo isso, não sei se o país terá forças e condições económicas para o viver novamente.
Por agora, estamos na fase do desdém, das frases feitas sobre a "não novidade" do Programa e a sua “falta de dimensão”, porque “avesso à modernização”, porque se limitou a pontos específicos - na Economia, na Educação, na Justiça, no papel do Estado, no factor Social – e ignorou outros em que alguns fazem finca-pé como prioritários. E em todos eles a palavra-chave da promessa de “cumprimento” foi letra morta.
Um programa “pouco ambicioso”, dizem, que limita o papel do Estado, no caso da Economia, por exemplo, a eliminar os constrangimentos que se põem actualmente aos investimentos. Julgo que isso passará por redução das burocracias e de impostos anuladores, num sentido de estimular tais investimentos, e isso parece útil.
Reduzir o número de deputados também parece um bom “investimento económico”, numa Assembleia da República onde a maioria dos deputados não participa, a não ser para aplaudir os do seu partido.
Quanto à limitação das autoestradas ou um TGV por módulos à medida das exequibilidades financeiras, aparenta uma prudência sempre necessária, e sobretudo num país sem meios financeiros, vivendo em grande parte num ilusório novo-riquismo provinciano, de esbanjamento folclórico, no deslumbramento de importâncias que obteve, não pelo esforço dum trabalho útil, como fazem tantos outros países europeus, mas cedidas por uma Europa não generosa mas irónica, cada vez mais credora do nosso endividamento externo que deixamos como herança aos nossos vindouros.
Sem “dimensão social”, diz-se também. Mas propõe-se eliminar o absurdo modelo de avaliação docente e isso é dimensão social; propõe-se estabelecer normas de civismo, disciplina e assiduidade para os alunos, e isso é dimensão social; propõe-se tomar como prioridade o combate à pobreza senior e infantil e isso é dimensão social; propõe-se aumentar os poderes policiais, combater a corrupção, refazer uma Justiça e uma Saúde defeituosas e isso é dimensão social em vários níveis.
Contenção, moderação, respeito pelos seus indivíduos, são dados operacionais. O ponto é que deixem operar quem os propõe aplicar – no caso de poder vir a executá-los.
Mas, sobretudo, que fosse vontade de todos querermos isso mesmo - civismo, ordem, respeito, disciplina, rigor, profissionalismo, em suma – e não preferirmos a esses parcos dados sem dimensão, a indisciplina, a desordem, o desrespeito, a fraude, a incompetência, a “balda” , apanágios da nossa dimensão real.
Mas logo os sábios comentaristas desvirtuam intenções, e, porque bem escaldada com as promessas não realizadas ao longo dos 36 anos de governo nacional, já que todos os que não são governo se esforçam, não por colaborar na construção, mas por destruir e obstruir, estabelecendo anarquia, desequilíbrio e cada vez mais miséria, sob a virtuosa aparência da solidariedade social, sei bem que o programa não irá ser cumprido na sua integralidade.
Já as forças da oposição, de resto, se preparam para fazer ruir bons propósitos, astuciosamente colaborando em greves perpetradas para criar o caos. Já vivemos tudo isso, não sei se o país terá forças e condições económicas para o viver novamente.
Por agora, estamos na fase do desdém, das frases feitas sobre a "não novidade" do Programa e a sua “falta de dimensão”, porque “avesso à modernização”, porque se limitou a pontos específicos - na Economia, na Educação, na Justiça, no papel do Estado, no factor Social – e ignorou outros em que alguns fazem finca-pé como prioritários. E em todos eles a palavra-chave da promessa de “cumprimento” foi letra morta.
Um programa “pouco ambicioso”, dizem, que limita o papel do Estado, no caso da Economia, por exemplo, a eliminar os constrangimentos que se põem actualmente aos investimentos. Julgo que isso passará por redução das burocracias e de impostos anuladores, num sentido de estimular tais investimentos, e isso parece útil.
Reduzir o número de deputados também parece um bom “investimento económico”, numa Assembleia da República onde a maioria dos deputados não participa, a não ser para aplaudir os do seu partido.
Quanto à limitação das autoestradas ou um TGV por módulos à medida das exequibilidades financeiras, aparenta uma prudência sempre necessária, e sobretudo num país sem meios financeiros, vivendo em grande parte num ilusório novo-riquismo provinciano, de esbanjamento folclórico, no deslumbramento de importâncias que obteve, não pelo esforço dum trabalho útil, como fazem tantos outros países europeus, mas cedidas por uma Europa não generosa mas irónica, cada vez mais credora do nosso endividamento externo que deixamos como herança aos nossos vindouros.
Sem “dimensão social”, diz-se também. Mas propõe-se eliminar o absurdo modelo de avaliação docente e isso é dimensão social; propõe-se estabelecer normas de civismo, disciplina e assiduidade para os alunos, e isso é dimensão social; propõe-se tomar como prioridade o combate à pobreza senior e infantil e isso é dimensão social; propõe-se aumentar os poderes policiais, combater a corrupção, refazer uma Justiça e uma Saúde defeituosas e isso é dimensão social em vários níveis.
Contenção, moderação, respeito pelos seus indivíduos, são dados operacionais. O ponto é que deixem operar quem os propõe aplicar – no caso de poder vir a executá-los.
Mas, sobretudo, que fosse vontade de todos querermos isso mesmo - civismo, ordem, respeito, disciplina, rigor, profissionalismo, em suma – e não preferirmos a esses parcos dados sem dimensão, a indisciplina, a desordem, o desrespeito, a fraude, a incompetência, a “balda” , apanágios da nossa dimensão real.
Nenhum comentário:
Postar um comentário