Tratou-se de uma notícia do “Correio da Manhã” sobre um Damásio, e logo eu, na imprecisão do meu saber, lembrei um nosso sábio português, neurologista, famoso.
Não tinha nada a ver. Este meu era António, o dela parece que se chamava Manuel, mas não tinha bem a certeza, e eu aproveitei para lembrar a necessidade de rigor nos dados.
- O gajo foi presidente do Benfica. É podre de rico. Tem uma casa à venda por quinze milhões de euros na Quinta da Marinha. Tem só nove quartos e doze casas de banho e duas piscinas. Podre de rico porquê? Há dez anos pôs o ordenado mínimo na declaração. Era um Zé Ninguém, não sei bem o quê. A não ser que o homem diga que lhe saiu o euromilhões.
Suspirei, na visão radiosa de uma perspectiva que tantos de nós – todos, com certeza - ambicionamos ingloriamente, prometendo semanalmente e suplicantemente a Deus que, se nos sair, faremos muita gente feliz. Baldadamente.
Mas a minha amiga não vai em rezas, sempre de má vontade contra os ricos que, sendo pobres antes – pés rapados, diz ela, ou mesmo com calçado da feira – de repente brotaram em finanças, implicados em maroscas, amigos de outros poderosos, todos se interapoiando e todos brotando e “rindo”, como os “espertos regatinhos” da Serra que Jacinto e Zé Fernandes subiram de regresso a Tormes. Só que estes riam “com os seixos”, ao passo que aqueles riem “dos seixos”, que somos todos nós. Mas a minha amiga continuou:
- “Tudo pode ser é ladrão, porque se não for ladrão não tem safa”.
E citou mais um caso, o de Dias Loureiro, que também leu no “Correio da Manhã”, mas todos os jornais publicitam:
- Descobriram-se documentos incriminatórios, de fraude, burla, branqueamento de capitais, sabe aonde?
Ainda não sabia, sempre confiada no saber dela.
- Num esconderijo, ao pé da casa de banho. Mas logo Loureiro afirmou a sua inocência: “Se tivessem importância já tinham sido destruídos”. Mas há alguém que tenha a consciência mais tranquila do que eles? Não há. Que grande pouca vergonha! Dá vontade de dizer assim: “Olha se não tem dado uma dor de barriga ao polícia!
- De facto, confirmo eu, já na mesma onda. Foi uma dor de barriga providencial!
- Qual quê! Vai ver o que agora se vai dizer cá para fora! Enxurrada ou não, fica tudo na mesma!
- Pois! O autoclismo tudo lava. Melhor dizendo, purifica.
Não tinha nada a ver. Este meu era António, o dela parece que se chamava Manuel, mas não tinha bem a certeza, e eu aproveitei para lembrar a necessidade de rigor nos dados.
- O gajo foi presidente do Benfica. É podre de rico. Tem uma casa à venda por quinze milhões de euros na Quinta da Marinha. Tem só nove quartos e doze casas de banho e duas piscinas. Podre de rico porquê? Há dez anos pôs o ordenado mínimo na declaração. Era um Zé Ninguém, não sei bem o quê. A não ser que o homem diga que lhe saiu o euromilhões.
Suspirei, na visão radiosa de uma perspectiva que tantos de nós – todos, com certeza - ambicionamos ingloriamente, prometendo semanalmente e suplicantemente a Deus que, se nos sair, faremos muita gente feliz. Baldadamente.
Mas a minha amiga não vai em rezas, sempre de má vontade contra os ricos que, sendo pobres antes – pés rapados, diz ela, ou mesmo com calçado da feira – de repente brotaram em finanças, implicados em maroscas, amigos de outros poderosos, todos se interapoiando e todos brotando e “rindo”, como os “espertos regatinhos” da Serra que Jacinto e Zé Fernandes subiram de regresso a Tormes. Só que estes riam “com os seixos”, ao passo que aqueles riem “dos seixos”, que somos todos nós. Mas a minha amiga continuou:
- “Tudo pode ser é ladrão, porque se não for ladrão não tem safa”.
E citou mais um caso, o de Dias Loureiro, que também leu no “Correio da Manhã”, mas todos os jornais publicitam:
- Descobriram-se documentos incriminatórios, de fraude, burla, branqueamento de capitais, sabe aonde?
Ainda não sabia, sempre confiada no saber dela.
- Num esconderijo, ao pé da casa de banho. Mas logo Loureiro afirmou a sua inocência: “Se tivessem importância já tinham sido destruídos”. Mas há alguém que tenha a consciência mais tranquila do que eles? Não há. Que grande pouca vergonha! Dá vontade de dizer assim: “Olha se não tem dado uma dor de barriga ao polícia!
- De facto, confirmo eu, já na mesma onda. Foi uma dor de barriga providencial!
- Qual quê! Vai ver o que agora se vai dizer cá para fora! Enxurrada ou não, fica tudo na mesma!
- Pois! O autoclismo tudo lava. Melhor dizendo, purifica.
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