É de Luís Soares de Oliveira o texto publicado
no “A Bem da Nação” - Os 70 Notáveis – voz de ironia e bom senso contra a maralha
insidiosa, arrogante e plena de sofisma, que, ocultando as verdadeiras intenções,
não só, por inveja, de destruirem o edificiozinho governativo estabelecido ainda
sobre frágeis alicerces - mas empenhado em os fortalecer, para bem da Nação –
como, por comodismo egoísta, de continuarem repoltreados a alcançar melhores lucros
sem o sacrifício imposto a essa Nação de pagar depressa a dívida, a pretexto de
que tal favoreceria o aumento de lucros e de empregos – na realidade bem pouco
interessados, os notáveis, com o desemprego grassante.
Agora que surgem notícias favorecedoras das políticas
do Governo, o clamor erguido a dois meses do “desfecho” é realmente
significativo de pouco desportivismo por esses que deviam sentir orgulho no seu
país que tantas dessas notabilidades ajudaram a construir no descontrolo
megalómano e que um Governo mais sensato e empenhado em salvar tenta recompor e
emendar, na modéstia consciente.
O artigo de Luís Soares de Oliveira é
esclarecedor dessa megalomania perversa e ridícula, repondo a verdade sobre as
circunstâncias do plano Marshall numa Europa activa e orientada, e o contraste com
as verdades sobre o nosso país de praias soalheiras e mentes pouco
esclarecidas:
«Os 70 Notáveis»
«Reestruturação da divida pedem 70 «Notáveis». Invocam
o exemplo do tratamento dado à Alemanha em 1953.
Mais uma vez se confirma: a quantidade é inimiga da
qualidade. Os Notáveis no caso não primam pelo bom senso.
Nós não somos a Alemanha de 1953 que apenas precisava
de um empurrãozito para pôr a sua fabulosa economia a trabalhar. Eles tinham
tudo o mais: tecnologia, gestores, trabalhadores qualificados, organização
sindical apropriada, leis inteligentes, recursos abundantes (para economia do
tempo). Além disso, por força da Guerra Fria então instalada, a Alemanha
transformara-se num activo precioso que de modo algum poderia ser deixado ao
abandono.
Tudo o que lá sobrava então, aqui e hoje, escasseia ou
não existe. Pior, temos uma burocracia estupidificada, corrupção instalada,
sindicatos com paralisia mental, não somos activo estratégico e já nem sequer há
Guerra Fria (por enquanto, pelo menos).
O que nós precisamos e muito é de um bom plano
Marshall e de uma invasão de huguenotes.
Nas presentes condições, se nos perdoarem ou
reestruturarem a divida, vai tudo para a praia e cuidar do almoço. Importante e
bom cá nesta santa terrinha é o almoço. Já era assim quando cá cheguei há 86
anos.»
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