sexta-feira, 7 de novembro de 2014

As catapultas



Porque hoje não tive tempo de ler os Públicos que a minha irmã me trouxe, excepto o texto da Teresa de Sousa, demasiado erudito e derrotista, o que estive a ler, de facto, com mais afinco, foi o absolutismo de D. João V, que esbanjou dinheiros em coisas belas, como a Torre dos Clérigos, a Biblioteca da Universidade de Coimbra, de embutidos e talha dourada, para além do Convento de Mafra e do  Aqueduto das Águas livres, obras monumentais, entre muitas outras de cultura. O certo é que, à hora da sua morte, os ouros do Brasil tinham-se esgotado, e Portugal iniciava a senda dos seus empréstimos com reflexo sobre os seus impostos, prática permanente.
Entretanto, já tarde, estive a ouvir o interrogatório ao Ministro da Educação, homem sério e erudito, autor de livros que se deviam ler, mas cujo rosto reflecte a zoada atacante do que se passou com a colocação dos professores, e outros pormenores, de que o  acham responsável, até que um seu sequaz lembrou outras alturas em que em Dezembro de um certo ano ainda havia mais de 300 horários completos por preencher, e a zoada não fora tão sonora nem tão impregnada de ódio. Pareceu-me velho e cansado, Nuno Crato, enquanto jovens cheios e cheias de garra, de lição bem estudada – talvez não será tanto assim para ensinar os meninos que defendem, se é que os têm ou tiveram – se esmifravam em argumentos a que parece que já tinham sido dadas respostas, o que prova o gotejar perfurante furando a pedra dura.
Agora é a Quadratura do Círculo, mais os temas das suas afeições, mas falta o Lobo Xavier, vou-me embora. Aliás, o texto surgiu por respeito para com as notícias de guerra, que são autênticas catapultas, contra as nossas algaravias verbais. Vejamos as catapultas, deixemos Pacheco Pereira na sua argumentação maldosa de quem não perde pitada. Segue-se o Costa. Outro! O que vale é que o substituto de Lopo Xavier diz coisas amáveis mostrando que não se deixa manipular pelos camaradas.. Alegra-me a independência, símbolo da liberdade de pensamento.

Hoje, 6/11
1939
A chamada Sonderaktion Krakau tem início. Trata-se do nome de código de uma operação nazi contra professores e académicos da Universidade Jagiellonian e outras universidades na já ocupada Cracóvia, na Polónia. Foi realizada como parte do plano de ação muito mais amplo, o Intelligenzaktion, que pretendia erradicar a elite intelectual polaca, especialmente em centros como Cracóvia, com o objetivo de os tornar culturalmente alemães/
 Molotov discursa em Moscovo, onde afirma que a União Soviética está comprometida com uma política de paz e culpa as forças do capitalismo quanto à guerra. Enquanto isso, a Internacional Comunista emite um manifesto em que o Governo alemão está classificado, tal como o da Grã-Bretanha e França como sendo hostil aos trabalhadores/

 1941
 Joseph Estaline dirige-se à União Soviética pela segunda vez durante seu governo de 27 anos. Falsamente afirma que, apesar de terem morrido até então 350 mil soldados soviéticos em resultado de ataques alemães, estes perderam 4,5 milhões de soldados e que a vitória soviética estava próxima. Ele invoca também a ajuda da Igreja para defender a Santa Rússia/ Soviet leader Joseph Stalin addresses the Soviet Union for only the second time.
 O Presidente Roosevelt anuncia um empréstimo de $ 1.000.000.000 a conceder a URSS para ajudar a financiar a sua participação em Lend-Lease(um acordo em que os EUA forneceram equipamento militar e armamentos ao Reino Unido e seus aliados, originalmente como um empréstimo em troca do uso de bases militares britânicas)/

1943
As tropas soviéticas libertam Kiev. Antes de abandonarem a cidade, os alemães destroem a maior parte dos edifícios históricos. Estaline faz uma emissão radiofónica para comemorar a recuperação da cidade/ ¾     O plutónio é produzido pela primeira vez no Complexo Atómico de Hanford e, posteriormente, utilizado na bomba atômica Fat Man lançada sobre Nagasaki, Japão/
 Nos Países Baixos, os ataques das forças do 2º Corpo do 1º Exército canadiano, em Walcheren, resultam na captura de Middleburg/
  Na Jugoslávia, as forças da resistência entram em Monastir e, sob a liderança de Tito, controlam a maior parte da fronteira greco-jugoslava.
Paula Almeida Técnica Superior

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