Talvez Vasco
Pulido Valente tenha razão no que afirma sobre os amores fatais de Passos
Coelho. Há muito que se juntou ao grupo crítico do Primeiro Ministro e não lhe
reconhece nenhuma virtude, não sei bem porquê. Não sei se é verdadeira a
euforia com que o grupo do Governo relata os seus êxitos, mas não tenho motivos
para duvidar, e só me espanta que nunca ninguém o elogie por isso. Portugal com
mais credibilidade, as andanças para se obter mais indústria e exportações, o
desemprego a descer…São coisas banais, que nunca se atribuem a competências e a
trabalho bem desempenhado, mas que puramente se ignoram, achas na fogueira que
todos deliram em atear,. E por isso é muito engraçado o texto sobre Passos
Coelho e as suas preferências televisivas. Eu julgava que os outros jornais
ainda exploravam mais os acidentes
criminais do país, mas Vasco Pulido Valente sabe sempre o que diz, não iria
enganar-se, que não é pessoa de parti pris desonesto. Se o afirma e censura Passos
Coelho pela fatalidade e futilidade das suas propostas de bem querenças, e tal
possa parecer uma crítica plena de humor malandro, uma crítica que nos faz bem
à alma é a que ele lança sobre José Rodrigues dos Santos que não sabemos por
que carga de água nos pisca o olho, a fechar o telejornal. Pode ser que seja uma
piscadela amável, de combinação com alguém seu amado ou amada, mas acho que isso
extrapola do seu ofício, mandar recados de pisca-pisca, deixando-nos em ânsias
sobre o nosso papel no dito acto piscatório!
Não se faz, Pulido Valente teve razão na sua razão, disso não tenho dúvidas..
Amores
fatais
Vasco Pulido
Valente
Pedro Passos Coelho lamenta a falta
de qualidade do jornalismo português. Faz mal: se não fosse a imprensa ninguém
haveria descoberto as peripécias torpes que levaram à falência e à vergonha do
grupo Espírito Santo. Nem o Banco de Portugal avisou a tempo, nem o Presidente
da República, com certeza com belíssimas razões, tentou reduzir ou atenuar as
desgraças da coisa. Os partidos, evidentemente, não abriram a boca. Foram os
jornais, sobretudo o i e o Expresso, que se encarregaram de explicar o que
podiam explicar às pessoas; e mesmo assim suspeito que só contaram uma pequena
parte da história. O primeiro-ministro devia agradecer aos jornalistas, com
humildade e respeito. Eles cumpriram a sua obrigação, ele não cumpriu a dele –
e é pena.
De resto, o que Passos Coelho pensa da informação está bem à
vista na RTP, em que ele indirectamente manda. O noticiário da noite pouco a
pouco acabou por se tornar numa folha popular, quase igual ao antigo semanário O
Crime. Abre sempre com uma reportagem pormenorizada de um assassínio, de um
roubo ou de um assalto. Se o dia é bom, esta espécie de educação ocupa com
serenidade dois terços do tempo, talvez porque julgue fazer um favor à
populaça. A seguir, vêm o sr. primeiro e o ocasional ministro para visitas sem
nenhum sentido a empresas que o governo considera modernas. Normalmente, bebem
o vinho e comem o queijo da região, com caretas manifestando prazer. A trupe
inteira – e isto é uma regra irrevogável – sai cantando e rindo com o progresso
de Portugal.
O resto do noticiário a RTP preenche com reportagens de
“interesse humano”. Por exemplo, a do faroleiro ou a do pastor que trabalham
sozinhos, a do último julgamento ou a da última proeza da PSP. Portugal, consta
por aí, devia defender a língua portuguesa. Mas preocupada com o faroleiro e
com o pastor, a RTP ignora a gramática, principalmente no capítulo das preposições,
que fazem muita confusão: a diferença entre “sob” e “sobre” ainda não lhe
entrou na cabeça. E as legendas, quando existem legendas, revelam que naquele
antro o inglês é uma língua exótica. Em contrapartida, os comentadores, porque
são baratos, opinam sobre o que lhes passa pela cabeça, na maior parte das
vezes sem competência e sem imaginação. O dr. Passos Coelho continua apaixonado
por aquela direcção. Amores fatais.
P.S.: Imploro ao sr. José Rodrigues dos Santos que não me
pisque mais o olho.
Notícias da Segunda Guerra
Paula Almeida, Técnica
Superior
Hoje, 13 de Novembro
1939
¾ A delegação finlandesa, liderada por Paasikivi, abandona Moscovo
após a quebra das negociações com a União Soviética acerca da troca de
territórios e
¾ Em Bucareste, o Rei Carol da Roménia oferece os seus préstimos
para mediar secretamente as relações dos britânicos e dos franceses com os
alemães.
¾
Winston
Churchill faz um discurso radiofónico sobre o balanço das últimas semanas da
guerra. Defende a continuação da guerra até que o inimigo diga basta!
1940
¾ Os bombardeiros britânicos levam a cabo um ataque noturno a
Berlim.
¾ Aviões da RAF bombardeiam a base naval de Taranto, em Itália.
1941
¾ As tropas alemãs e os romenas tentam, sem sucesso, tomar Sebastopol.
¾ Em Washington, o Congresso aprova as alterações à lei da
Neutralidade, ainda que com uma margem pequena. Os navios mercantes americanos
passam estar armados e podem entrar nas zonas de guerra.
1942
¾ Em Casablanca é assinado um acordo entre os Aliados e o governo
de Vichy, onde o Almirante Darlan é reconhecido como o chefe do governo civil
francês no norte de África.
¾ Em Gibraltar, o
General Eisenhower, comandante da Operação Torch, e representantes oficiais do
governo de Vichy ratificam o acordo assinado em Casablanca. O General Giraud
assume o comando das forças armadas francesas.
¾ Navios americanos e
japoneses confrontam-se numa batalha naval intensa durante a campanha em
Guadalcanal.
1943
¾
Tropas alemãs desembarcam
nas ilhas gregas.
1944
¾ Forças alemãs evacuam Skopje, no sul da Jugoslávia. O 1ª
exército da Bulgária avança nesta região.
¾ O 3º Exército de Patton começa a ofensiva contra o Sarre desde
Nancy.
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