segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Dados sem dardos



Creio que foi a propósito do artigo “Enguiço”, em que usei o de Vasco Pulido Valente augurando a morte natural para o PS francês, o que em mim causou dor, porque para todos os efeitos é um partido com projecção, mesmo na nossa alma, que Paula Almeida me enviou um Apontamento sobre o significado de ambos – Socialismo e Marxismo, que veio ainda enfatizar os meus sentimentos de amizade e preocupação. Trata-se de um Apontamento claro, sério, objectivo e didáctico, que me deu prazer ler.

Eis o Apontamento, seguido da efeméride:

Um Apontamento

Por Paula Almeida, Técnica superior





O socialismo é uma antiga instituição ariana e germânica. Os nossos antepassados partilhavam determinadas terras e cultivavam a ideia de bem comum. O marxismo não tem o direito de se disfarçar de socialismo. Ao contrário do marxismo, o socialismo não rejeita a propriedade privada. Ao contrário do marxismo, não implica renegar a personalidade privada. Ao contrário do marxismo, o socialismo é patriótico. Poderíamos ter adotado o nome Partido Liberal, mas decidimos intitular-nos nacionais-socialistas. Não somos internacionalistas, pois o nosso socialismo é nacional. Exigimos que o Estado satisfaça as reclamações justas das classes produtivas com base na solidariedade racial. Para nós, Estado e raça são a mesma coisa”. Adolf Hitler, entrevista de George Sylvester Viereck publicada na revista Liberty, julho de 1932
Não, a revolução, a substituição de um sistema por outro, foi sempre uma luta, uma batalha cruel e dolorosa, uma luta de vida ou de morte. E cada vez que os integrantes do novo mundo alcançam o poder é necessário defenderem-se das tentativas do velho mundo para restaurar o antigo pela força. (…) O fascismo é uma força reacionária que tenta preservar o velho mundo através da violência.”

O socialismo é uma antiga instituição ariana e germânica. Os nossos antepassados “Em primeiro lugar, o fundamental para uma revolução é a existência de um bastião social. Neste caso, trata-se da classe trabalhadora. O segundo ponto é a necessidade de uma força de apoio, o que os comunistas chamam de partido. Ao partido pertencem os trabalhadores mais inteligentes e um grupo de intelectuais e técnicos que se sentem estreitamente vinculados à classe trabalhadora. Este grupo só pode ser forte se unir a sua sorte à da classe trabalhadora; se se opuser a esta, torna-se um zero à esquerda. Em terceiro lugar é necessário um poder político como motor de mudança. O novo poder político cria novas leis, a nova ordem, que é uma ordem revolucionária.” Joseph Estaline, entrevista de H. G. Wells publicada no The New Statesman and Nation, 27 de outubro de 1934
Na madrugada do dia 24 de agosto de 1939 foi assinado em Moscovo um tratado de não-agressão pelo ministro dos negócios estrangeiros soviético Vyacheslav Molotov e pelo seu homónimo alemão Joachim von Ribbentrop. Em linhas gerais, estabelecia que ambas as nações se comprometiam a manter-se afastadas uma da outra em termos bélicos. Nenhuma delas iria favorecer os inimigos da outra, nem invadiriam os respetivos territórios. A União Soviética não reagiria a um ataque alemão à Polónia e a Alemanha apoiaria uma invasão soviética da Finlândia. Tal aconteceu posteriormente em ambos os casos.
Através de dois protocolos secretos, os dois governos organizaram a partilha dos territórios da Europa de Leste em zonas de influência próprias, decidindo que a Polónia deveria deixar de existir e ser dividida entre ambos, que a Lituânia ficaria sob alçada alemã (meses mais tarde a Alemanha trocou a Lituânia por outra zona, ficando aquele país sob alçada soviética), que a Estónia e a Letónia passariam para a URSS bem como grande parte da Finlândia e vastas zonas da Roménia e da Bulgária.

O pacto estabelecia também fortes relações comerciais, vitais para os dois países, nomeadamente petróleo soviético da zona do Cáucaso e trigo da Ucrânia, recebendo, em contrapartida, ajuda, equipamento militar alemão e ouro. Este novo facto nas relações internacionais alarmou a comunidade das nações, não só porque os nazis eram supostamente inimigos dos comunistas, mas também porque, secretamente, objetivava a divisão de vários estados soberanos segundo as esferas de interesses de ambas as partes. O pacto era absolutamente vital para ambos os países: os alemães asseguravam a concentração das suas forças militares apenas na frente ocidental e os combustíveis possibilitavam as operações; os soviéticos garantiam a paz e a ajuda militar fundamentais, uma vez que as suas forças militares estavam mal preparadas para grandes combates, como se comprovou na mal sucedida aventura finlandesa de novembro de 1939.

O pacto durou até 22 de junho de 1941, quando a Alemanha, sem aviso prévio, iniciou a invasão do território soviético na conhecida Operação Barbarossa.

 A SEGUNDA GRANDE GUERRA
Por Paula Almeida
17 de novembro

1939
   Em Londres é aprovado o Plano D na terceira reunião do Conselho Supremo das Forças Aliadas, um plano proposto pelo general francês Gamelin. Em caso de ataque alemão através da Bélgica fica decidida a criação de uma frente de defesa a partir do rio Meuse até Antuérpia.
É estabelecida em Paris a Comissão Nacional da Checoslováquia, sob a liderança do ex-presidente checo Eduard Benes. O grupo é reconhecido pela Grã-Bretanha e pela França em meados de dezembro.
Na Checoslováquia ocupada, as forças das SS ocupam todas as universidades (durante a noite de 16-17 novembro) e nove líderes estudantis são executados; cerca de 1200 são enviados para campos de concentração. Este acontecimento foi a base para a criação do dia 17 de novembro como o Dia Internacional de Estudantes.
1940
     Durante a noite, os bombardeiros britânicos levam a cabo um raid sobre Gelsenkirchen, no Ruhr.
   Raid noturno sobre Southampton, Grã-Bretanha, levado a cabo por 150 aviões alemães.
1941    
 Hitler nomeia Rosenberg, o ideólogo do nazismo, chefe do novo Ministério do Reich para os Territórios Ocupados. O seu mandato visa a remoção de elementos indesejáveis e a organização da exploração desses territórios para benefício económico do Reich. Rosenberg vai emitir ordens que envolvem o extermínio das populações locais, e a apreensão de todos os bens e ativos das áreas ocupadas.
1944
     Na Bélgica libertada, os representantes dos Aliados reúnem-se com os ministros do governo belga e decidem tentar que os membros da resistência abandonem as armas.

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