Creio
que foi a propósito do artigo “Enguiço”, em que usei o de Vasco Pulido Valente
augurando a morte natural para o PS francês, o que em mim causou dor, porque
para todos os efeitos é um partido com projecção, mesmo na nossa alma, que
Paula Almeida me enviou um Apontamento sobre o significado de ambos –
Socialismo e Marxismo, que veio ainda enfatizar os meus sentimentos de amizade
e preocupação. Trata-se de um Apontamento claro, sério, objectivo e
didáctico, que me deu prazer ler.
Eis
o Apontamento, seguido da efeméride:
Um Apontamento
|
||
Por Paula Almeida, Técnica
superior
|
||
O
socialismo é uma antiga instituição ariana e germânica. Os nossos antepassados partilhavam
determinadas terras e cultivavam a ideia de bem comum. O marxismo não tem o
direito de se disfarçar de socialismo. Ao contrário do marxismo, o socialismo
não rejeita a propriedade privada. Ao contrário do marxismo, não implica
renegar a personalidade privada. Ao contrário do marxismo, o socialismo é
patriótico. Poderíamos ter adotado o nome Partido Liberal, mas decidimos
intitular-nos nacionais-socialistas. Não somos internacionalistas, pois o nosso
socialismo é nacional. Exigimos que o Estado satisfaça as reclamações justas
das classes produtivas com base na solidariedade racial. Para nós, Estado e
raça são a mesma coisa”. Adolf
Hitler, entrevista de George Sylvester Viereck publicada na revista Liberty,
julho de 1932
“
Não, a revolução, a
substituição de um sistema por outro, foi sempre uma luta, uma batalha cruel e
dolorosa, uma luta de vida ou de morte. E cada vez que os integrantes do novo
mundo alcançam o poder é necessário defenderem-se das tentativas do velho mundo
para restaurar o antigo pela força. (…) O fascismo é uma força reacionária que
tenta preservar o velho mundo através da violência.”
“
O socialismo é uma antiga
instituição ariana e germânica. Os nossos antepassados “Em primeiro lugar, o
fundamental para uma revolução é a existência de um bastião social. Neste caso,
trata-se da classe trabalhadora. O segundo ponto é a necessidade de uma força
de apoio, o que os comunistas chamam de partido. Ao partido pertencem os trabalhadores
mais inteligentes e um grupo de intelectuais e técnicos que se sentem
estreitamente vinculados à classe trabalhadora. Este grupo só pode ser forte se
unir a sua sorte à da classe trabalhadora; se se opuser a esta, torna-se um
zero à esquerda. Em terceiro lugar é necessário um poder político como motor de
mudança. O novo poder político cria novas leis, a nova ordem, que é uma ordem
revolucionária.” Joseph Estaline,
entrevista de H. G. Wells publicada no The New Statesman and Nation, 27 de
outubro de 1934
Na madrugada do dia 24 de agosto de 1939 foi
assinado em Moscovo um tratado de não-agressão pelo ministro dos negócios
estrangeiros soviético Vyacheslav Molotov e pelo seu homónimo alemão Joachim
von Ribbentrop. Em linhas gerais, estabelecia que ambas as nações se
comprometiam a manter-se afastadas uma da outra em termos bélicos. Nenhuma
delas iria favorecer os inimigos da outra, nem invadiriam os respetivos
territórios. A União Soviética não reagiria a um ataque alemão à Polónia e a
Alemanha apoiaria uma invasão soviética da Finlândia. Tal aconteceu
posteriormente em ambos os casos.
Através de dois protocolos secretos, os dois
governos organizaram a partilha dos territórios da Europa de Leste em zonas de
influência próprias, decidindo que a Polónia deveria deixar de existir e ser
dividida entre ambos, que a Lituânia ficaria sob alçada alemã (meses mais tarde
a Alemanha trocou a Lituânia por outra zona, ficando aquele país sob alçada
soviética), que a Estónia e a Letónia passariam para a URSS bem como grande
parte da Finlândia e vastas zonas da Roménia e da Bulgária.
O pacto estabelecia também fortes relações
comerciais, vitais para os dois países, nomeadamente petróleo soviético da zona
do Cáucaso e trigo da Ucrânia, recebendo, em contrapartida, ajuda, equipamento
militar alemão e ouro. Este novo facto nas relações internacionais alarmou a
comunidade das nações, não só porque os nazis eram supostamente inimigos dos
comunistas, mas também porque, secretamente, objetivava a divisão de vários
estados soberanos segundo as esferas de interesses de ambas as partes. O pacto
era absolutamente vital para ambos os países: os alemães asseguravam a
concentração das suas forças militares apenas na frente ocidental e os
combustíveis possibilitavam as operações; os soviéticos garantiam a paz e a
ajuda militar fundamentais, uma vez que as suas forças militares estavam mal
preparadas para grandes combates, como se comprovou na mal sucedida aventura
finlandesa de novembro de 1939.
O pacto durou até 22 de junho de 1941, quando
a Alemanha, sem aviso prévio, iniciou a invasão do território soviético na
conhecida Operação Barbarossa.
A
SEGUNDA GRANDE GUERRA
Por Paula Almeida
17 de novembro
1939
Em Londres é aprovado o Plano D na terceira reunião do Conselho
Supremo das Forças Aliadas, um plano proposto pelo general francês Gamelin. Em
caso de ataque alemão através da Bélgica fica decidida a criação de uma frente
de defesa a partir do rio Meuse até Antuérpia.É estabelecida em Paris a Comissão Nacional da Checoslováquia, sob a liderança do ex-presidente checo Eduard Benes. O grupo é reconhecido pela Grã-Bretanha e pela França em meados de dezembro.
Na Checoslováquia ocupada, as forças das SS ocupam todas as
universidades (durante a noite de 16-17 novembro) e nove líderes estudantis são
executados; cerca de 1200 são enviados para campos de concentração. Este
acontecimento foi a base para a criação do dia 17 de novembro como o Dia
Internacional de Estudantes.
1940
Durante a noite, os bombardeiros britânicos levam a cabo um raid sobre
Gelsenkirchen, no Ruhr.
Raid noturno sobre Southampton, Grã-Bretanha, levado a cabo por 150
aviões alemães.
1941
Hitler nomeia Rosenberg, o ideólogo do nazismo, chefe do novo Ministério
do Reich para os Territórios Ocupados. O seu mandato visa a remoção de elementos
indesejáveis e a organização da exploração desses territórios para
benefício económico do Reich. Rosenberg vai emitir ordens que envolvem o
extermínio das populações locais, e a apreensão de todos os bens e ativos das
áreas ocupadas.
1944
Na Bélgica libertada, os
representantes dos Aliados reúnem-se com os ministros do governo belga e
decidem tentar que os membros da resistência abandonem as armas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário