Acabei de ouvir o Dr. Mário Soares, à saída do sítio confortável,
em Évora – ( a minha filha diz que eles
desfalcam a nação e têm cadeias de luxo que a nação também paga, nunca tinha
pensado assim tão mesquinhamente e até me espantei com a observação) - onde
estava preso o seu amigo José Sócrates e pensei quanto a sua indignação meio
tartamuda correspondia a uma autêntica declaração de guerra ao actual governo, que
de facto, procedeu com pouca lisura não talvez para entalar Sócrates, (que tem
sempre os meios próprios para se desentalar, entre os quais os amigos de peito,
por estes serem compreensivos nestas caminhadas próprias da rapaziada vivaça,
como eles próprios também fizeram, pelo menos
parecidas), mas para entalar Costa e os súbditos, mas ninguém me garante a
verdade desta declaração.
E lembrei-me do tema da guerra, que Vieira tão
excelsamente descreveu, por várias vezes, tendo-as sentido na pele, homem
honrado que chega a exortar o próprio Santíssimo Sacramento, pelas guerras que
consente de povos que nos tiram o que descobrimos e conquistámos com tantos
sacrifícios.
(Retiro os textos da Internet, do trabalho de Aníbal Pinto de Castro - Univ. de Coimbra
(Humanitas) «DAS
INCERTEZAS
DA
GUERRA
À
VISÃO
PROFÉTICA
DA
PAZ NA
OBRA
DO
PADRE
ANTÓNIO
VIEIRA»
Excerto do «SERMÃO HISTÓRICO E PANEGÍRICO NOS ANOS DA
RAINHA D. MARIA FRANCISCA DE SABÓIA»[…]
É a guerra aquele monstro que se sustenta das fazendas, do sangue, das
vidas, e quanto mais come e consome, tanto menos se farta. É a guerra aquela
tempestade terrestre que leva os campos, as casas, as vilas, as cidades, os
castelos, e talvez em um momento sorve os reinos e monarquias inteiras. É a
guerra aquela calamidade composta de todas as calamidades, em que não há mal
algum que ou não se padeça ou não se tema, nem bem que seja próprio e seguro: –
o pai não tem seguro o filho; o rico não tem segura a fazenda; o pobre não tem
seguro o seu suor; o nobre não tem segura a sua honra; o eclesiástico não tem
segura a imunidade; o religioso não tem segura a sua cela; e até Deus,
nos templos e nos sacrários, não está seguro. […]
Escreve
Pinto de Castro: «Daí
a
veemência
com
que
no
Sermão
pelo
bom
sucesso
das
armas
de
Portugal
contra
as
de
Holanda
ele
não
hesite
em
increpar violentamente
o
Santíssimo
Sacramento
solenemente
exposto,
numa
atitude
de
quase desafio
que o
seu
verbo
exprime
em
arroubos
de
maravilha:»
«Tirais
[...]
o
Brasil
aos
Portugueses,
que
assim
estas
terras
vastíssimas,
como
as
remotíssimas
do
Oriente,
as
conquistaram
à
custa
de
tantas
vidas
e
tanto
sangue, mais
por
dilatar
Vosso
nome
e
Vossa
fé
(que
esse
era
o
zelo
daqueles
cristianíssimos
reis),
que
por
amplificar
e estender
seu
império.
Assim
fostes
servido
que
entrássemos
nestes
novos
mundos,
tão
honrada
e
tão
gloriosamente,
e
assim
permitis
que saiamos
agora
(quem
tal
imaginara
de
Vossa
bondade!)
com
tanta
afronta
e
tanta ignomínia!
Oh,
como
receio
que
não
falte
quem
diga
o
que
diziam
os
Egípcios:
Callide
eduxit
eos,
ut
interficeret
in montibus et
deleret
e
terra
(Para mal os tirou para matá-los nos montes, e para destruí-los da face da
terra). Torna-te da tua ardente ira, e arrepende-te deste mal contra o teu
povo.
[...]
Se
esta
havia
de
ser
a
paga
e
o
fruto
de
nossos
trabalhos,
para
que
foi
o
trabalhar,
para
que
foi
o
servir,
para
que
foi
o
derramar
tanto
e
tão
ilustre
sangue
nestas
conquistas?
Para
que
abrimos
os
mares
nunca
dantes
navegados?
Para
que
descobrimos
as
regiões
e
os
climas
não
conhecidos?
Para
que
contrastámos
os
ventos
e
as
tempestades
com
tanto
arrojo,
que
apenas
há
baixio
no
oceano
que
não
esteja
infamado
com
miserabilíssimos
naufrágios
de
portugueses?
E
depois
de
tantos
perigos,
depois
de
tantas
desgraças,
depois
de
tantas
e
tão
lastimosas
mortes,
ou
nas
praias
desertas
sem
sepultura,
ou
sepultados
nas
entranhas
dos
alarves,
das
feras,
dos
peixes,
que
as
terras
que
assim
ganhámos,
as
hajamos
de
perder assim!
Oh,
quanto
melhor
fora
nunca
conseguir
nem
intentar
tais
empresas!»
É por conta destas maravilhas de Vieira, que a catilinária
do Dr. Mário Soares na entrevista que deu em Évora, a muitos jornalistas,
sempre ansiosos dos pensamentos alheios, me fez recear a nossa guerra de actos
e factos. Que a de palavras concludentes, temo-la diariamente, sempre com muito
empenho e saber. Felizmente que ele ainda não pronunciou as palavras decisivas
de Hitler em 23 de Novembro de 1939: «A minha decisão é imutável.»
Por tudo isso, e mais ainda por causa da peça de Jean
Giraudoux “La Guerre de Troie n’aura pas lieu”, que era a ideia
fixa do herói responsável, Heitor, e que acaba precisamente com as palavras
opostas do mesmo : “Elle aura lieu”.
Por isto ou por aquilo, há sempre motivos e motivações para
as guerras.
Também aconteceu na 2ª Grande Guerra, cheia de
episódios mundiais, segundo conta Paula Almeida:
23 de novembro
1939
¾
O governo polaco no exílio instala-se em Angers, França.
¾ Na Chancelaria do
Reich, num discurso perante os seus generais, Hitler afirma que elevou o povo
alemão, enquanto este tem mostrado somente falta de fé. Eu sou insubstituível
- defende um Hitler frustrado - atacarei a França e a Inglaterra assim
que puder. A minha decisão é imutável.
¾ Hans Frank, chefe do
Governo Geral da Polónia ocupada pelos nazis, ordena que todos os judeus com
mais de dez anos passem a usar uma braçadeira marcada com a estrela de David.
1940
¾
O líder da Roménia, Marechal Antonescu, aceita juntar-se às potências do
Eixo. Fala-se da preparação de um ataque alemão à Grécia pelas forças sediadas
na Roménia. A Alemanha exerce pressão sobre todos os estados bálticos desde a
invasão italiana da Grécia, na tentativa de garantir a estabilidade do
abastecimento de alimentos e de petróleo.
24 de novembro
1933
¾
O governo nazi aprova uma lei contra os criminosos perigosos e
reincidentes, o que permite que mendigos, sem-abrigo, alcoólicos e
desempregados sejam enviados para campos de concentração.
1939
¾ O governo da Bélgica
envia uma nota ao governo britânico a respeito das represálias da Grã-Bretanha
face à colocação de minas pelos alemães.
1940
¾
O primeiro-ministro da Eslováquia, Vojtech Béla Tuka, adere ao
Pacto Tripartido.
1941
¾
O gueto de Theresienstadt/ Teresin é criado perto de Praga. Os nazis vão
utilizá-lo como modelo para fins de propaganda.
¾
Os Estados Unidos aprovam a concessão de empréstimos às forças francesas
livres.
1944
¾ Oitenta
e oito aviões americanos efetuam o primeiro bombardeamento de Tóquio a partir
do leste e por terra.
25 de novembro
1936
¾
A Alemanha e o Japão assinam o Pacto Anti-Comintern ou Anti
Comunista, direcionado contra a União Soviética e contra o movimento comunista
internacional.
1939
¾
Em Londres, os governos da Itália, Japão, Dinamarca e Suécia protestam
junto do ministério dos negócios estrangeiros britânico sobre a política de
represálias.
¾
Em Bucareste, um novo gabinete é formado por Tatarescu. A presença de
elementos pró-germânicos é diminuta.
1940
¾
No Mediterrâneo, o navio SS Patria explode e é afundado no porto
de Haifa, na Palestina, por membros da organização terrorista sionista Irgun
Leumi Zvai como forma de impedir a utilização do navio para deportar
judeus da Palestina.
1941
¾
Os judeus alemães na Holanda perdem a sua nacionalidade, tornando-se
apátridas.
¾
A Finlândia adere ao pacto anticomunista.
1942
¾
Na Grécia ocupada, membros da resistência pertencentes a duas
organizações gregas rivais fazem explodir um viaduto em Gorgopotamos, sobre a
linha de caminho-de-ferro Atenas-Salónica. Esta via foi utilizada anteriormente
para abastecer o exército de Rommel. A manobra foi liderada por agentes do SOE
britânicos.
1943 A soberania da Bósnia Herzegovina é restabelecida no Conselho de Estado
Antifascista para a Libertação Nacional da Bósnia e Herzegovina. Trata-se do mais
alto órgão governamental do movimento antifascista, durante a Segunda Guerra
Mundial, criado para proteger a soberania do estado bósnio.
No
Egipto termina a conferência do Cairo, onde estiveram reunidos Chiang Kai-shek,
Roosevelt e Churchill. Os resultados foram pouco significativos. Não foi feita
qualquer tentativa de preparação de uma força anglo-americana para o encontro
com Estaline, em Teerão.
1944
¾
Himmler ordena a destruição dos crematórios de Auschwitz
Hoje, 26 de novembro
1939
Na Grã-Bretanha, o primeiro-ministro Neville Chamberlain fala pela primeira vez na rádio, afirmando que os britânicos conhecem o segredo das minas magnéticas alemãs e denunciando o lançamento indiscriminado das mesmas.
Na Grã-Bretanha, o primeiro-ministro Neville Chamberlain fala pela primeira vez na rádio, afirmando que os britânicos conhecem o segredo das minas magnéticas alemãs e denunciando o lançamento indiscriminado das mesmas.
1940
Na Polónia ocupada começam os trabalhos para a criação do gueto de Varsóvia. Os alemães pretendem reunir ali a população judaica local sob condições de vida desumanas. Esta medida é justificada por razões de saúde.
Na Polónia ocupada começam os trabalhos para a criação do gueto de Varsóvia. Os alemães pretendem reunir ali a população judaica local sob condições de vida desumanas. Esta medida é justificada por razões de saúde.
1941
¾
O presidente Roosevelt e o secretário Hull decidem enviar um memorando
ao governo japonês, constituído por dez pontos; é exigida a retirada da
Indochina e da China e o reconhecimento do Governo Nacionalista Chinês. O tom
do documento é intransigente sobre estes pontos, mas promete negociar novos
acordos de comércio e de matérias-primas.
1942
Os soviéticos conquistam Krasnoye, Generalov e Selo sobre o rio Don. Continua a pressão sobre as forças alemãs no cerco de Estalinegrado. Os alemães tentam preparar um contra-ataque.
Os soviéticos conquistam Krasnoye, Generalov e Selo sobre o rio Don. Continua a pressão sobre as forças alemãs no cerco de Estalinegrado. Os alemães tentam preparar um contra-ataque.
1944
A Alemanha inicia o
ataque a Antuérpia, utilizando os V-1 e V-2.
A 8ª Força Aérea dos EUA ataca pontos estratégicos em Hanover, Hamm e
Bielefeld. Os norte-americanos afirmam ter destruído 138 caças alemães, tendo
perdido 36 bombardeiros e 7 caças.
O primeiro exército norte-americano conquista Weisweiler, a oeste de
Colónia.
Os soviéticos capturam Michaloyce, no leste da Eslováquia.
Os soviéticos capturam Michaloyce, no leste da Eslováquia.
Enviada: quarta-feira, 26 de Novembro de 2014 10:41
Assunto: Seminário de Formação: Paris 2015
Assunto: Seminário de Formação: Paris 2015
Caros Associados, Colaboradores e
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No quadro do Protocolo de Cooperação assinado entre o Mémorial de la Shoah de Paris e a MEMOSHOÁ- Associação Memória e Ensino do Holocausto terá lugar um seminário de formação intitulado: A Shoah na Europa, de 15 a 18 de fevereiro de 2015 (pausa lectiva de Carnaval) para 26 professores portugueses. Devido ao número limitado de vagas, as inscrições serão aceites por ordem de chegada até ao dia 15 de janeiro de 2015 via correio electrónico (memoshoa@gmail.com).
No quadro do Protocolo de Cooperação assinado entre o Mémorial de la Shoah de Paris e a MEMOSHOÁ- Associação Memória e Ensino do Holocausto terá lugar um seminário de formação intitulado: A Shoah na Europa, de 15 a 18 de fevereiro de 2015 (pausa lectiva de Carnaval) para 26 professores portugueses. Devido ao número limitado de vagas, as inscrições serão aceites por ordem de chegada até ao dia 15 de janeiro de 2015 via correio electrónico (memoshoa@gmail.com).
Informamos
ainda que para esta formação existe a possibilidade de partida de Lisboa e
também pelo Porto de acordo com a preferência de cada participante.
Deste modo, enviamos em anexo a
informação detalhada sobre este seminário, contando com uma possível inscrição
e também com o vosso apoio na divulgação desta iniciativa.
Um
Seminário a não perder!
O
nosso muito obrigado. A Direção
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