sexta-feira, 21 de novembro de 2014

As decepções de um ex-Presidente



Parei no  artigo de opinião de Mário Soares, do DN, 11/11 – «Um Grande Presidente»  - e interroguei-me sobre qual dos presidentes portugueses teriam estatura suficiente para se lhe equiparar no tamanho (quando o foi), pelo menos na sua  opinião, e na dos seus amigos de peito. Mas não se tratava de nenhum português o presidente grande. O artigo referia Obama na maré baixa, injustamente, e até me ia identificando com o seu parecer de amizade e admiração por alguém imerecidamente maltratado. Mas no artigo seguinte refere laudativamente Hillary Clinton, e depois de a percorrer biograficamente, expõe a frase conclusiva, contestatária da admiração e da amizade  por Obama: “Esperemos que venha a  ser, como boa democrata, a próxima presidente dos Estados Unidos”, o que achei chocante relativamente ao amigo anterior, que já se não importa de ver pelas costas. Não se faz. Até dá a impressão de alguém que ama exibir amizades ilustres, em fofoca pessoal encarecedora dos seus méritos próprios, mais do que como avanço coerente nas suas teses.
 Mas esses textos iniciais serviram também de introdução ao prato forte de um discurso pateticamente simplista e saudoso, desligado das responsabilidades próprias, no desastre nacional, para uma vez mais apontar o dedo acusador ao governo, desejoso de o chutar para longe, mas já convencido de que é melhor deixá-lo ficar ainda, a completar o seu trabalho, até porque Cavaco não deixa, sempre fiel ao seu partido, explica Soares penalizado.
 Chama-se «Portugal quase não existe» e terei que o copiar, com o meu indicador direito disponível, visto que o DN, talvez por bom senso, não permite transpô-lo, ou talvez exija pagamento para isso, para encher mais os bolsos do Dr. Mário Soares.
Leiamos:
«Tal como o conhecíamos, Portugal, o nosso querido Portugal, está a desaparecer. Obra de um governo sem sentido patriótico nem qualquer visão, que em três anos destruiu grande parte do que teve de brilhante o nosso país» (o que não é tão verdadeiro assim, visto que Mário Soares se mantém, com o seu brilho próprio. E seguem-se as banalidades:
“Um governo que é dirigido por um primeiro-ministro que todos os dias diz o contrário do que disse na véspera, e que não tem qualquer ideia quanto ao futuro. Mas que importância tem isso? Sabe que o Presidente da República» (com direito a maiúsculas, este) «o quer manter até ao fim e estará sempre ao seu lado, passe-se o que se passar…» (A conotação de sofrimento implícita também no “Tudo passei” camoniano, não falha aqui). «Apesar de saberem que todo o país está contra.» (Garanto que eu não).   
«Há pois que não antecipar as eleições, que serão fatais para o governo, já que, se não as anteciparem, quanto mais tarde ocorrerem, melhor… (Uma lógica de trazer por casa que só nos distingue como povo pensante… na casa).
«Os portugueses insurgem-se contra um governo que só ataca os pobres e que praticamente já destruiu a classe média.» (Felizmente que ainda temos a superior, a que pertence o Dr. Mário Soares, não tenho dúvidas). «Mas pergunto de novo: que importância tem isso?» (Não era o Solnado que afirmava que a irmã também era muito amiga de dizer coisas? Dizia “Pois!”) «O fundamental é que se esconda o número dos emigrantes que saem do país, que se coloque como empregados beneficiários de formação profissional e não se contem como desempregados aqueles que, no desespero, já nem se inscrevem nos centros de emprego.» (Eu aqui só lembro os que, para fugir à guerra colonial também emigravam, mas o governo não era acusado disso, de contribuir para o desespero do desemprego. O Dr. Mário Soares sabe melhor descrever esses tempos, dos que até podiam emigrar, na altura, por conta dos papás, e sempre como oposição ao regime.) «É preciso que se diga que o desemprego real é de 20% e não 13%.
A democracia, tal como foi antes deste governo, já não existe. A voz do povo, que é quem vota, deixou para o Presidente da República e para o actual governo de ter qualquer importância. Aos pobres que se lhes cortem as pensões e os salários e que se dêem grandes indemnizações aos gestores que levam empresas estratégicas à falência.
As eleições deixam de ter sentido. Para eles, quanto mais tarde melhor. Os sindicatos passaram a ter a maior das dificuldades» (parece-me isso falsidade, pelo menos no que toca a insultos bem deseducativos da juventude e da sociedade em geral), «a menos que façam o jogo do governo. Por isso as eleições devem realizar-se, como disse o Presidente da República, na data prevista, ou seja, o mais tarde possível. Pudera…» (Continuo a não perceber a relação entre “data prevista” e “o mais tarde possível”, parece-me a mesma lógica da batata, tanto mais que as eleições não tardam, e o tempo passa a correr.)
«O que interessa é ir muito para além da troika, a que o governo obedece, e manter, calcule-se, a austeridade, que é uma desgraça para quem a sofre.» (Mas então era justo que andássemos a aviar-nos todos fora, e não pensássemos em pagar a conta? Indigna coisa!)
«O governo anunciou-nos que, depois da troika, tudo ia mudar e que nunca estivemos tão bem. Ora, Portugal tem hoje a mais elevada taxa de empobrecimento dos restantes 27 países da União Europeia». (Eu penso que essa taxa vem de todo o sempre). «O governo ultrapassou largamente o memorando de entendimento da troika, obtendo receitas fiscais inimagináveis.» (Que bom!)
«Os portugueses que não emigraram cada vez recebem menos» (O meu vencimento vai-se mantendo estável, não percebo, juro que é do Estado.) « e estão ou caminham para uma situação de pobreza assustadora. Como no passado nunca aconteceu. Talvez por isso a criminalidade é também cada vez maior.» (Tem lógica, mas há outros factores de miséria mais responsáveis, como a indisciplina e a deseducação que a democracia possibilitou).
«É este o estado do nosso país depois de três anos de governação.» (Acho que são 40). «Com um Presidente da República que só vê o partido do governo, que é, diga-se, o partido a que sempre pertenceu…» (Mais uma do sr. De Lapalice…)


NOTAS SOBRE A SEGUNDA GUERRA
Por Paula Almeida
19 de novembro 
1939
     Na Polónia ocupada são erguidas as primeiras barricadas em torno do bairro judeu de Varsóvia.
     Na Checoslováquia ocupada, cerca de 50.000 pessoas são dadas como presas. As autoridades nazis executam mais três dissidentes.
    Na China, o governo nacionalista sediado em Chungking ordena uma ofensiva de inverno contra os japoneses.
1940
    O rei Leopoldo II da Bélgica visita Hitler.
     As tropas gregas combatem as italianas, dando início a ofensiva na fronteira albanesa.
1942
     Operação Urano. Depois de semanas de planeamento e preparação, a ofensiva do general Zhukov começa. Os soviéticos reúnem mais de meio milhão de homens, 900 novos tanques T34, massas de artilharia e mais de 1.000 aviões. Os ataques são intensos e rápidos. Enquanto isso, no Cáucaso, os soviéticos vencem uma importante batalha perto Ozdzhonikidze. O mau tempo na região acaba com a maioria das principais operações, mas os soviéticos vão usufruindo de pequenas vitórias.
     Na Nova Guiné, tropas norte-americanas do Pongani iniciam o ataque às bem fortificadas posições japonesas em Buna. Os australianos já cercam Gona e uma variada força aliada move-se em direção às posições japonesas na Sanananda.
     Em Londres, o almirante Horton assume o Comando da British Western Approaches, substituindo o almirante Noble. Horton assume uma atitude mais enérgica, algo que os comandantes alemães de submarinos cedo constatam.
    Joseph Goebbels visita o teatro alemão na Holanda.
1943 
     Na frente oriental, as forças alemãs retomam Zhitomir quando as forças soviéticas se apercebem do perigo e optam por se retirarem.
   No este da Itália, as forças alemãs recuam a norte do Rio Sangro. Apesar do 8º Exército britânico ter também cruzado o Sangro, torna-se necessário preparar o assalto que conduza  ao alargamento da sua área de operações.
     Os nazis destroem o campo de concentração de Janowska, em Lvov (oeste da Ucrânia), matando pelo menos 6.000 judeus depois do falhanço de uma rebelião e de uma tentativa de fuga em massa. 
1944
     Na Frente Ocidental, as forças aliadas avançam em toda a linha. As forças do 9º Exército dos EUA derrotam um contra-ataque alemão e ocupam Geilenkirchen, no norte de Aachen. O 3º exército dos EUA completa o cerco a Metz. Mais ao sul, as forças do 1º Exército francês chega aos arredores de Belfort, bem como à fronteira com a Suíça, ao norte de Basileia.
     Na Albânia, forças da resistência comandadas por Hodja entram em Tirana depois do abandono da cidade pelas forças alemãs.
    Em Washington, estima-se que o custo da guerra é agora cerca de US $ 250 milhões por dia.
  O presidente dos EUA, Franklin D. Roosevelt, anuncia a 6th War Loan Drive, cujo objetivo é a venda de US $ 14 bilhões em títulos para ajudar a pagar o esforço de guerra.
    Trinta membros da resistência luxemburguesa defendem a cidade de Vianden contra um grande ataque das Waffen-SS na Batalha de Vianden.

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