Parei no artigo
de opinião de Mário Soares, do DN, 11/11 – «Um Grande Presidente» - e interroguei-me sobre qual dos presidentes
portugueses teriam estatura suficiente para se lhe equiparar no tamanho (quando
o foi), pelo menos na sua opinião, e na
dos seus amigos de peito. Mas não se tratava de nenhum português o presidente
grande. O artigo referia Obama na maré baixa, injustamente, e até me ia identificando
com o seu parecer de amizade e admiração por alguém imerecidamente maltratado.
Mas no artigo seguinte refere laudativamente Hillary Clinton, e depois de a
percorrer biograficamente, expõe a frase conclusiva, contestatária da admiração
e da amizade por Obama: “Esperemos
que venha a ser, como boa democrata, a
próxima presidente dos Estados Unidos”, o que achei chocante relativamente
ao amigo anterior, que já se não importa de ver pelas costas. Não se faz. Até
dá a impressão de alguém que ama exibir amizades ilustres, em fofoca pessoal
encarecedora dos seus méritos próprios, mais do que como avanço coerente nas suas
teses.
Mas esses
textos iniciais serviram também de introdução ao prato forte de um discurso pateticamente
simplista e saudoso, desligado das responsabilidades próprias, no desastre
nacional, para uma vez mais apontar o dedo acusador ao governo, desejoso de o
chutar para longe, mas já convencido de que é melhor deixá-lo ficar ainda, a
completar o seu trabalho, até porque Cavaco não deixa, sempre fiel ao seu
partido, explica Soares penalizado.
Chama-se «Portugal
quase não existe» e terei que o copiar, com o meu indicador direito
disponível, visto que o DN, talvez por bom senso, não permite transpô-lo, ou talvez
exija pagamento para isso, para encher mais os bolsos do Dr. Mário Soares.
Leiamos:
«Tal como o conhecíamos, Portugal, o nosso querido
Portugal, está a desaparecer. Obra de um governo sem sentido patriótico nem
qualquer visão, que em três anos destruiu grande parte do que teve de brilhante
o nosso país» (o que não é tão
verdadeiro assim, visto que Mário Soares se mantém, com o seu brilho próprio. E
seguem-se as banalidades:
“Um governo que é dirigido por um primeiro-ministro
que todos os dias diz o contrário do que disse na véspera, e que não tem
qualquer ideia quanto ao futuro. Mas que importância tem isso? Sabe que o
Presidente da República» (com direito
a maiúsculas, este) «o quer manter até ao fim e estará sempre ao seu lado,
passe-se o que se passar…» (A conotação de sofrimento implícita também no “Tudo
passei” camoniano, não falha aqui). «Apesar de saberem que todo o país está
contra.» (Garanto que eu não).
«Há pois que não antecipar as eleições, que serão
fatais para o governo, já que, se não as anteciparem, quanto mais tarde ocorrerem,
melhor… (Uma lógica de trazer por
casa que só nos distingue como povo pensante… na casa).
«Os portugueses insurgem-se contra um governo que só
ataca os pobres e que praticamente já destruiu a classe média.» (Felizmente que ainda temos a superior, a que pertence
o Dr. Mário Soares, não tenho dúvidas). «Mas pergunto de novo: que
importância tem isso?» (Não era o Solnado que afirmava que a irmã também era
muito amiga de dizer coisas? Dizia “Pois!”) «O fundamental é que se esconda
o número dos emigrantes que saem do país, que se coloque como empregados
beneficiários de formação profissional e não se contem como desempregados
aqueles que, no desespero, já nem se inscrevem nos centros de emprego.» (Eu
aqui só lembro os que, para fugir à guerra colonial também emigravam, mas o
governo não era acusado disso, de contribuir para o desespero do desemprego. O
Dr. Mário Soares sabe melhor descrever esses tempos, dos que até podiam emigrar,
na altura, por conta dos papás, e sempre como oposição ao regime.) «É preciso
que se diga que o desemprego real é de 20% e não 13%.
A democracia, tal como foi antes deste governo, já não
existe. A voz do povo, que é quem vota, deixou para o Presidente da República e
para o actual governo de ter qualquer importância. Aos pobres que se lhes
cortem as pensões e os salários e que se dêem grandes indemnizações aos
gestores que levam empresas estratégicas à falência.
As eleições deixam de ter sentido. Para eles, quanto
mais tarde melhor. Os sindicatos passaram a ter a maior das dificuldades» (parece-me isso falsidade, pelo menos no que toca a
insultos bem deseducativos da juventude e da sociedade em geral), «a menos
que façam o jogo do governo. Por isso as eleições devem realizar-se,
como disse o Presidente da República, na data prevista, ou seja, o mais tarde
possível. Pudera…» (Continuo a não perceber a relação entre “data prevista”
e “o mais tarde possível”, parece-me a mesma lógica da batata, tanto mais que
as eleições não tardam, e o tempo passa a correr.)
«O que interessa é ir muito para além da troika, a que
o governo obedece, e manter, calcule-se, a austeridade, que é uma desgraça para
quem a sofre.» (Mas então era justo
que andássemos a aviar-nos todos fora, e não pensássemos em pagar a conta? Indigna
coisa!)
«O governo anunciou-nos que, depois da troika, tudo ia
mudar e que nunca estivemos tão bem. Ora, Portugal tem hoje a mais elevada taxa
de empobrecimento dos restantes 27 países da União Europeia». (Eu penso que essa taxa vem de todo o sempre). «O
governo ultrapassou largamente o memorando de entendimento da troika, obtendo
receitas fiscais inimagináveis.» (Que bom!)
«Os portugueses que não emigraram cada vez recebem
menos» (O meu vencimento vai-se
mantendo estável, não percebo, juro que é do Estado.) « e estão ou caminham
para uma situação de pobreza assustadora. Como no passado nunca aconteceu. Talvez
por isso a criminalidade é também cada vez maior.» (Tem lógica, mas há
outros factores de miséria mais responsáveis, como a indisciplina e a
deseducação que a democracia possibilitou).
«É este o estado do nosso país depois de três anos de
governação.» (Acho que são 40). «Com
um Presidente da República que só vê o partido do governo, que é, diga-se, o
partido a que sempre pertenceu…» (Mais uma do sr. De Lapalice…)
NOTAS
SOBRE A SEGUNDA GUERRA
Por
Paula Almeida
19
de novembro
1939
Na Polónia ocupada são erguidas as primeiras barricadas em torno do
bairro judeu de Varsóvia.
Na Checoslováquia ocupada, cerca de 50.000 pessoas são dadas como
presas. As autoridades nazis executam mais três dissidentes.
Na China, o governo
nacionalista sediado em Chungking ordena uma ofensiva de inverno contra os
japoneses.
1940
O rei Leopoldo II da Bélgica visita Hitler.
As tropas gregas combatem as italianas, dando início a ofensiva na
fronteira albanesa.
1942
Operação Urano. Depois de semanas de planeamento e preparação, a
ofensiva do general Zhukov começa. Os soviéticos reúnem mais de meio milhão de
homens, 900 novos tanques T34, massas de artilharia e mais de 1.000 aviões. Os
ataques são intensos e rápidos. Enquanto isso, no Cáucaso, os soviéticos vencem
uma importante batalha perto Ozdzhonikidze. O mau tempo na região acaba com a
maioria das principais operações, mas os soviéticos vão usufruindo de pequenas
vitórias.
Na Nova Guiné, tropas norte-americanas do Pongani iniciam o ataque às
bem fortificadas posições japonesas em Buna. Os australianos já cercam Gona e
uma variada força aliada move-se em direção às posições japonesas na Sanananda.
Em Londres, o almirante Horton assume o Comando da British Western
Approaches, substituindo o almirante Noble. Horton assume uma
atitude mais enérgica, algo que os comandantes alemães de submarinos cedo
constatam.
Joseph Goebbels visita o teatro alemão na Holanda.
1943
Na frente oriental, as forças alemãs retomam Zhitomir quando as forças
soviéticas se apercebem do perigo e optam por se retirarem.
No este da Itália, as forças alemãs recuam a norte do Rio Sangro. Apesar
do 8º Exército britânico ter também cruzado o Sangro, torna-se necessário
preparar o assalto que conduza ao alargamento da sua área de operações.
Os nazis destroem o campo de concentração
de Janowska, em Lvov (oeste da Ucrânia), matando pelo menos 6.000 judeus depois
do falhanço de uma rebelião e de uma tentativa de fuga em massa.
1944
Na Frente Ocidental, as forças aliadas avançam em toda a linha. As
forças do 9º Exército dos EUA derrotam um contra-ataque alemão e ocupam
Geilenkirchen, no norte de Aachen. O 3º exército dos EUA completa o cerco a
Metz. Mais ao sul, as forças do 1º Exército francês chega aos arredores de
Belfort, bem como à fronteira com a Suíça, ao norte de Basileia.
Na Albânia, forças da
resistência comandadas por Hodja
entram em Tirana depois do abandono da cidade pelas forças alemãs.
Em Washington, estima-se que o custo
da guerra é agora cerca de US $ 250 milhões por dia.
O presidente dos EUA, Franklin D. Roosevelt, anuncia a 6th War
Loan Drive, cujo objetivo é a venda de US
$ 14 bilhões em títulos para ajudar a pagar o esforço de guerra.
Trinta membros da resistência luxemburguesa defendem a cidade de Vianden
contra um grande ataque das Waffen-SS na Batalha de Vianden.
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