sábado, 12 de abril de 2025

Zangam-se as comadres

 

Descobrem-se as verdades…. Ou As Histórias dos povos de sempre, na HISTÓRIA dos povos. Contada, a actual História bélica, com a habitual competência - caprichosa também – por Alberto Gonçalves.

A Europa armada em boa

Os estadistas que iluminam a Europa percebem que, por incrível que pareça, é preferível aliviarem-se de palavras de apoio a Kiev do que aguentarem com as consequências de um apoio real.

ALBERTO GONÇALVES Colunista do Observador

OBSERVADOR, 08 mar. 2025, 00:20135

Apesar da ajuda militar, financeira e humanitária dos EUA e da Europa, a Ucrânia está há três anos a resistir à Rússia sem grandes avanços no que toca a expulsá-la dos territórios invadidos. Alguns peritos defendem o desgaste do regime russo por esta via, embora não cheguem a acordo quanto à duração do processo, que em teoria pode ir dos seis aos trinta anos. O carácter vago do projecto não admira: por regra, trata-se dos exactos peritos que às quartas-feiras garantem que a capacidade russa está por um fio e aos sábados juram que, ou nos acautelamos, ou os russos atravessam os Pirinéus e entram por Vilar Formoso não tarda. No mínimo, a situação é pouco clara.

O que é claríssimo é a nova administração americana não pretender continuar a financiar ou a proteger a Ucrânia, pelo menos de forma activa e directa. Talvez isto se deva à suspeita, confirmada em numerosas cabeças, de que Trump é um agente ou um parceiro de Putin. Ou então Trump sonha, e bem pode sonhar, aliar-se a Putin para contrabalançar a influência da China. Ou Trump apenas se ajusta ao interesse do seu eleitorado, que não se interessa por despejar fundos avantajados num conflito a nove mil quilómetros de Washington. Ou outra hipótese qualquer. Ao contrário de tantos, não sei a resposta.

Sei é que, daqui em diante, a Ucrânia – ou, para ser rigoroso, a Rússia – ameaça ser uma preocupação exclusiva da Europa, o que, se formalmente é um golpe na tradição de os EUA nos salvarem do abismo e pagarem boa parte das contas, geograficamente nem é disparatado. Assim, após décadas de sono relaxado, os senhores que mandam na UE e em meia-dúzia de países passaram à acção. “Acção” é maneira de dizer. Em voz alta, lançam frases bombásticas e, cada um por si para exibir coesão, produzem planos a um ritmo diário (por enquanto, vão em três: Europe Plus, Coalition of the Willing e, por meros 800 mil milhões, ReArm Europe; para a semana alguém deve engendrar um quarto e um quinto). Em voz baixa, rezam para que a América acabe por se envolver no assunto de alguma maneira e os livre de trapalhadas.

Donos de mentes privilegiadas, os estadistas que iluminam a Europa percebem que, por incrível que pareça, é preferível aliviarem-se de palavras de apoio a Kiev do que aguentarem com as consequências de um apoio real. O apoio real tem custos, materiais e, no limite, humanos. Sobretudo seria complicado conciliar os prometidos aumentos nos gastos da defesa com o conforto assistencialista a que nos habituámos. E mais complicado seria convencerem as populações a aceitarem a austeridade com a leveza com que partilham fotografias de Zelensky no Instagram. E suponho a impossibilidade de enviar para a frente de combate jovens que não esperneiem. ReArm Europe? Em 2024, as verbas que a Europa despejou na Rússia para compra de combustíveis superaram a ajuda à Ucrânia: os tropas do teclado são valentes, mas é escusado passar frio.

Não tenho certezas sobre a actuação de Trump, e os eventuais resultados da actuação de Trump, que com típica bravata jurou terminar num dia uma guerra que prossegue dois meses depois da tomada de posse. Tenho a certeza de que não devemos confiar cegamente nas boas intenções de criaturas que estilhaçaram cultural e socialmente o continente, que prendem ou ambicionam poder prender cidadãos por opiniões “on line”, que aceitam ou impõem a crença em 72 “géneros” como os mártires do Islão crêem nas 72 virgens, que sustentam a “Palestina” e ignoram ou partilham o anti-semitismo. E que, com espectacular coerência, passaram o primeiro quartel do século a armar, patrocinar e “apaziguar” Putin, tão apaziguado que nos intervalos das negociatas só invadiu a Geórgia e a Crimeia, além de assassinar opositores em Moscovo ou Londres.

É triste constatar que, enquanto a euforia épica não lhes sai do bolso e não os obriga a pegar em armas e sair do sofá, milhões de entusiastas afirmam-se preparados para, em nome da liberdade, seguir criaturas cujos pergaminhos na matéria são algo escassos. A nossa sorte é que não devem ir longe: sob a neblina da bazófia, que possui em abundância, a Europa não tem união, não tem vontade, não tem dinheiro e não tem jovens. O que a Europa tem, e o Ocidente em peso também, é a tradição recente (tosse) de os governos domesticarem as massas com apocalipses sortidos, sejam climáticos, gripais ou, lá está, bélicos. O exercício “legitima” a crescente concentração de poder e, em simultâneo, distrai das humilhações a que essa concentração nos sujeita.

O provável é que o futuro avance por um de dois caminhos. Ou os EUA e a rudeza de Trump cozinham uma paz precária e injusta na Ucrânia, a repetição de um precedente arriscado na medida em que premeia o agressor como o premiaram em 2008 e 2014, ou por catastrófico milagre a Europa resolve mesmo enfrentar até ao limite uma potência nuclear. No primeiro caso, estaremos em perigo. No segundo, estaremos desgraçados. Ambos são caminhos escuros, e não foi Trump que nos deixou na encruzilhada.

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COMENTÁRIOS (de 135)

Rui Lima: Ontem um general francês alertava para que antes de comprar armas deviam saber quantos franceses estão disponíveis para morrer pela França. As sondagens não são animadoras, algumas dúzias. As razões desde a ideologia vendida na escolas que os heróis franceses assim como todos os europeus eram criminosos, aos alunos não devem falar da sua história como falar do conquistador aos povos conquistados, para não ofender os novos povos, até a pobre Jeanne d'Arc pode ficar sem estátua sendo Santa … , quem se vai bater por um país que já não é dos franceses ou vai deixar de ser dentro de uma geração .                 Miguel Seabra: Este é talvez o melhor artigo que já li do AG. É preciso coragem para enfrentar os Rambos do teclado, mas a verdade tem muita força. O titulo desta crónica vai para o top 5!                  Ruço Cascais: Alberto Gonçalves queixava-se esta semana no seu podcast diário aqui no Observador de lhe chamarem putinesco, e, acrescento eu, também trumpesco. Talvez a melhor palavra fosse putinheiresco, já que o gosto de se aliviar com a frágil e inocente Europa só é comparável há de Agostinho Costa já que ambos vêem em uma Europa de quatro e de rabo espetado no ar como um grande fetiche sexual. Trump, o assertivo e determinado presidente dos Estados Unidos cancelou novamente as tarifas ao México. Num dia avança com as tarifas no dia seguinte retira as tarifas. Um dos seus colaboradores agora discursa com uma cruz de cinzas desenhada na testa. Imagino o que seria para o Alberto Gonçalves se os líderes europeus de quase duas dúzias e meia de países e não de meia dúzia como escreveu aparecessem a discursar com uma cruz de cinzas tatuada na testa e a dizerem num dia que apoiavam a Ucrânia e no dia seguinte que não apoiavam para depois dizerem que voltavam a apoiar e a seguir dizerem novamente que não apoiavam. Quanto à censura na Europa podemos comparar com a censura voadora de janelas altas na Rússia ou com a censura em curso nos Estados Unidos que anunciou a revogação dos vistos a todos os estudantes estrangeiros que tenham feito publicações a favor da Palestina nas redes sociais. Vão auxiliar-se da IA para censurar. Isto é só uma pequena amostra do que aí vem. Imaginem fazer algo semelhante em Portugal, o Alberto Gonçalves explodia de indignação... espero eu. Se concordasse com a censura o problema é mais grave. A Europa é fraca, os líderes europeus são fracos, os povos europeus são velhos e preguiçosos, as políticas europeias são más, um estado social robusto é mau, a diversidade de culturas e povos nas cidades europeias é mau, a Europa pensar em defender-se da agressão russa é mau, tudo é fraco, falso, cínico… tudo é mau na Europa para o Alberto Gonçalves. Possivelmente se fosse mais novo já teria emigrado de vez para os States onde tudo é bom. Nota: há cerca de 70 anos a Alemanha tinha o maior e melhor exército do mundo. Só não conquistou a Rússia por más opções militares. Hoje, ou melhor ontem ou antes de ontem, já nem sei se foi o irascível Agostinho Costa a dizer ou outra encomenda russa, que a grande preocupação de Macron (um novo líder europeu na agenda russa para destruir pela contra-informação) era com a Alemanha e não com a Rússia, já que parte dos 800 MM vão desenvolver o exército alemão e o perigo de voltarem a marchar em Paris está a deixar Macron e os franceses em pânico. Incrível até onde chega a retórica russa que agora já sem qualquer filtro diz que quem começou a guerra foi a Ucrânia aproveitando os disparates do americano. Incrível onde isto chegou. A Europa é grande, caro Alberto Gonçalves, a Europa é enorme e extremamente poderosa. É um dragão adormecido. Convence-te disto. A Rússia tem medo da Europa, tem medo do despertar do dragão, e o dragão está a acordar.                Maria Tubucci: Muito bem Sr. AG. Uma Europa armada em boa ao estar ao lado da Ucrânia, mas é só para exibir virtude e “humanismo”, tudo para ficar bem na fotografia. Durante 3 anos fizeram alguma coisa para a paz, para evitar que tantos ucranianos morressem ou ficassem estropiados? Nada, só conversa mole, só fotos e cimeiras do bem. Uma Europa que não defende os seus é incapaz de defender os outros. O único objectivo desta Europa é regulamentar o mundo e arredores e transformar a vida dos europeus num inferno. Conhecemos a Van der Liar e o Vãmúlavêr, “líderes” que contribuíram para a destruição da indústria de defesa alemã, da indústria automóvel, da indústria energética europeia, das fronteiras e culturas europeias com a importação massiva da miséria e ignorância do 3º mundo. Agora imaginem os outros “líderes” que não se conhecem e estão por trás destes. Uma Europa que deixou de defender os seus povos, que quer eliminar a sua cultura e liberdade de expressão não é uma europa que se recomende. E não, a culpa não é do Trump. Hoje Dia da Mulher, quantas mulheres europeias são oprimidas pela invasora cultura islâmica? Uma cultura que inferioriza a mulher. Quantas mulheres europeias não podem viver em segurança na sua própria terra? Se uma mulher europeia se revoltar contra as farrapeiras islâmicas é logo rotulada de islamofóbica e racista, de discurso do ódio, a nossa liberdade de expressão é a 1ª a morrer. Isto faz ferver o sangue a altas temperaturas. Eu, portuguesa de gema, sei inglês, francês, espanhol e italiano, porque gosto de línguas e culturas europeias, mas se algum dia e na terra tiver de aprender árabe, contra a minha vontade, aí estarão lixados, porque será somente para a destruição.          Coronavirus corona > Ruço Cascais: Em 2018 Trump dizia "aos líderes da NATO que as despesas com a defesa devem aumentar 4%" (Público, 11 de julho de 2018). Os europeus riam-se com a postura belicista e nem sequer aos 2% do PIB chegaram. Pior: como forma provocatória a Alemanha reduziu de 1,25% para 1,17%. Ao ponto de Trump chamar "'delinquente' à Alemanha" (Público, 29, de julho de 2020) e retirar 12 mil soldados de lá dizendo que os germânicos estavam a "usufruir de protecção militar que não paga e de não investir mais em Defesa" (idem). E a Europa ria ainda mais. E dizia que nós não tínhamos essa postura militarista e blablablá. O destino quis brincar um bocadinho com o mundo: Trump sai da presidência, entretanto a Europa vê um gigante de dentes arrebanhados à sua porta e o mesmo Trump volta à presidência. Agora ri ele. Ri-se da arrogância dos europeus que tremem e suplicam por ajuda de Washington. E a culpa é de quem? Do Trump? Não. É nossa. É exclusivamente nossa.                  José Paulo Castro: E algures lá pelo meio, AG menciona a raiz do mal europeu que é o seu - único no Mundo - modelo social assistencialista. Não tivessem criado esse 'progresso' insustentável em qualquer outra parte do mundo e poderiam estar a enfrentar os seus problemas. Assim, para o manter e aos votos que sustentam os líderes, continuam a criar novos problemas sem resolver os que já têm: demografia, insegurança, declínio económico.                 José B Dias: ...peritos que às quartas-feiras garantem que a capacidade russa está por um fio e aos sábados juram que, ou nos acautelamos, ou os russos atravessam os Pirenéus e entram por Vilar Formoso não tarda. Também o mesmo mantra se lê por aqui em comentários diversos ... e quem o escreve nunca aparenta sentir qualquer desconforto com a falta de coerência da coisa 🤔                 Albino Mendes: A Europa continua governada pelos mesmos líderes que a governavam antes do "inicio" da guerra na Ucrânia. Não é coerente esperarmos que a política europeia mude, enquanto não mudarem os dirigentes.                   Coronavirus corona > Antonio Mendes: A culpa dos problemas europeus é da Europa. Ou quer transferi-los para os outros?                Df: Nem parece de AG, a fazer-se de ingénuo, como se não existissem ameaças à Europa e o mundo fosse um lugar idílico e pacífico. Um inocente útil. Afinal não sabe se está com Bruxelas ou com Moscovo               Coronavirus corona > Ruço Cascais: 1. Ser pacifista não é desinvestir em defesa. É ser tolo. Investir em defesa não é ser belicista. É ser prudente. 2. A Inglaterra e a França não apenas têm armas nucleares como as têm em abundância. 3. Quando Marrocos ocupou a ilha de perejil em 2002 (uma ilha a escassos quilómetros da sua costa) a Espanha entrou com tudo, desde marinha, à força aérea, para retirar os 6 "ocupantes". Porque entendem que a Ilha é deles. Marrocos tem opinião diferente mas para os espanhóis é irrelevante. O mesmo se passa com as ilhas Malvinas mesmo em frente à Argentina. A Argentina entende que são seu território. Mas a Inglaterra não quer saber. E quando os argentinos lá entraram os ingleses iniciaram uma guerra. E os franceses na Líbia? Foi tudo a eito. Onde está a veia pacifista? Só no que interessa. 4. No século XX não houve guerras, conquistas de territórios e alteração da configuração de fronteiras em consequência dessas guerras? E no séc. XIX? Também? E no séc. XVIII? Também? E no séc. I? Também? E no séc. V antes de Cristo? Também? Então o que o levou a pensar que a partir do séc. XXI não se voltaria a repetir? Que até ao séc. XX os territórios foram disputados e que a partir do séc. XXI terminariam as guerras e as fronteiras fossem perpétuas? Porque é o tempo em que vive? Acha que o tempo em que vive é um tempo especial? Sabe como é que C S Lewis rotulava essa ilusão? Snobismo cronológico. 5. Num mundo perfeito não haveria polícia. Não haveria roubos. Não haveria fome. Não haveria discussões entre pessoas. Mas a UE não pode viver sob essa ilusão. E não vive. Só no que lhe interessa. 6. Mas os EUA defendem o seu território e os seus interesses. E bem. A UE não tem de pagar aos outros para fazerem o trabalhinho "indigno e sujo" e assim mostrarem a sua faceta pacifista. Para além de tremenda hipocrisia é uma faceta postiça. 7. Trump fartou-se de avisar os líricos que a defesa é importante e que uma NATO forte era essencial. Mas para tal tinham de investir. Os europeus mantiveram a sua postura arrogante, colocaram-se em biquinhos de pés com o nariz empinado e altivez de superioridade moral e agora Trump respondeu-lhes: agora desenrasquem-se. A culpa é de Trump? Mais uma vez: não senhor. É nossa. É estame nosso, tique pedante de acharmos que eles são brincos e nós muito sofisticados. Agora temos de carregar a cruz da nossa sobranceria.                   JOSÉ MANUEL: Está há 3 anos a resistir sem avanços? Não eram 3 dias para resolver o assunto? Pedir ajuda ao Kim e ao ai a tola não diz nada? Os sacristães da trampa são cómicos...                 Maria Emília Ranhada Santos: Muito bem AG, haja alguém dentro do jornalismo que não se tenha deixado manipular pelas elites financeiras europeias do poder, para instalarem o seu império global, com a população reduzida aos níveis por eles programados! Nós estamos a mais! Atenção! Quem decide quem está neste mundo a mais, são as elites financeiras europeias e não Deus! Nós estamos a mais! Eles não! Isto não soa a estranho? Onde chegou a arrogância e prepotência de quem juntou muito dinheiro nos seus cofres! Acordemos e paremos de fazer a jogada maléfica desses demónios assassinos que querem acabar connosco, com o nosso país, com a nossa identidade, com a nossa gente! Querem a guerra e mandarão para lá os nossos jovens enquanto os invasores ficam a tomar conta do nosso país! Decidem que temos que enviar milhões de euros para a guerra enquanto ficamos na pobreza! É assim, com um fingido amor à Ucrânia que destroem a Europa e matam as populações! Sentar-se à mesa e dialogar isso está fora de questão, porque isso não dá dividendos para os globalistas! Putin também é muito mau, porque quer invadir a Europa! Mas, talvez se se sentarem à mesa com ele e tentarem dialogar, em vez de o odiarem e meterem na cabeça dos outros que com ele é impossível dialogar, talvez as coisas mudem!       Coxinho: Alberto, amigo, eu estou contigo.                Manuel Gonçalves: Tal como JMF e Helena Matos, o Alberto Gonçalves, neste assunto, anda a patinar. Tanto criticaram o unanimismo em relação à cobertura da comunicação social sobre a covid, mas neste caso assumiram o unanimismo em relação ao sentimento russofóbico e de ódio a Putin. Zelensky foi ungido e ficaram para trás todas aquelas notícias sobre os campos de treino da extrema direita mundial(Público, 30 de junho de 2020) ou do negócio das barrigas de Aluguer ou do país mais corrupto da Europa, Notícias sobre recrutamentos à força, em que homens são raptados na rua pela polícia militar na rua e metidos em carrinhas, não aparecem na comunicação social. Nem da ilegalização de partidos políticos ou da censura da comunicação social e da cultura russa. Valha-nos as redes sociais, em que muitos ucranianos corajosos divulgam imagens da Ucrânia que não existe na realidade das nossas tv’s. Agora bateram de frente com a realidade e descobriram que isto não é preto e branco, mas antes de muitas matizes de cinzento. E é na Europa que as coisas estão mais cinzentas. Os interesses da indústria de armamento estão à frente dos interesses do povo. Bruxelas decide sem respeito pelas soberanias nacionais e os governos obedecem sem ter em conta os interesses dos seus cidadãos. O medo do covid serviu para vender vacinas e cortar liberdades. Agora é o medo dos russos, que ora estão em colapso ora vão conquistar a Europa. Valha-nos, apesar de tudo, algum bom censo de Putin e Trump e também de Órban. Da Europa, apenas o caos, para disfarçar a incompetência.               Pedro Pereira: Para o bem de muitos, e também o mal de outros tantos, quem vive na vida real sabe que o Alberto tem razão. A Europa há muito que procrastina pensando que os outros podem trabalhar por si, e para si. Nós, os cidadãos europeus, devemos é agir contra estes senhores, que governaram esta bafienta, defunta e putrefacta União financeira, nos últimos 25 anos, e nos colocaram nesta total situação de dependência. Penso que, por exemplo, o desligamento das centrais nucleares Alemãs, foi um acto criminoso, perpetrado por questões puramente de poder. Muitas outras acções - decisões políticas - foram igualmente criminosas, porque nos tornaram impotentes e dependentes. Ninguém fala disto, mas é tão importante combater esta corja relaxada como outros.       Manuel Ferreira21: AG, não concordo com o seu artigo. As nossas democracias ou se armam ou desaparecem. Sem direito internacional e sem força de dissuasão voltaremos aos tempos das tribos. USA, Rússia e China ditam a lei e o resto obedece.                 Geraldo Sem Pavor: Texto pobre e pateta. A Europa poderá não estar na melhor das situações mas a reacção de Trump à agressão russa é inábil e cobarde. Já agora, para quem gosta de ridicularizar os lideres europeus, poderia falar um pouco da administração americana, pois de Trump a Rubio, todos eles dão 10-0 aos europeus, e não pelas boas razões                    Isabel Amorim: Pois é, A. Gonçalves, os estrategas de sofá quiçá vestidinhos com roupas da secção de caça da Decathlon sentadinhos no sofá a vomitarem estratégias de ataque /defesa, queria ver-lhes a bravura. Deles próprios e dos seus filhos teenagers bem treinados em cima das Nikes com t-shirts made in China que eles próprios com certeza incentivariam para nos irem defender nos Pirenéus. "Agora filho vais ter que mostrar o homem que te fizemos, a coerência com que foste educado na escola e em casa. Volta vivo para aquando do regresso feito herói te darmos o último iphone que tiver saido. Vai! " Já imagino as filas de camionetas cedidas com o patrocínio da Decathlon com estes mancebos prontos a defenderem a nossa dignidade. Dou todo o apoio!                Jose Marques > Ruço Cascais: Chamar ao insigne Alberto Gonçalves "putinheiresco"? É de uma ordinarice aviltante, não só para o maior  cronista do Observador como para a maioria dos seus leitores. É rasca, é aviltante, é próprio dum "rasconheiresco"                  José B Dias > Manuel Gonçalves: Não concordando que o cronista esteja a assumir unanimismo em relação a nenhum sentimento "russofóbico", subscrevo o demais do que aqui refere ... e muito mais ficou por elencar, tal como o manto de silêncio que caiu sobre os 30 instrutores estrangeiros mortos e muitos gravemente feridos em ataque recente a centro de treino no leste ucraniano! É efectivamente impressionante a facilidade com que a opinião publicada consegue criar uma "opinião pública" e mais ainda a aparente incapacidade de tantos em ter aprendido algo com o passado até recente ...                  unknown unknown: Tenho a certeza absoluta e historicamente comprovada, que nem a Rússia nem os EUA são uma ameaça aos europeus, a verdadeira ameaça continua no Islão e também no interior da Europa! Uma Alemanha armada é no futuro mais perigosa do que as 5 mil ogivas nucleares da Rússia!               Antonio Mendes: Trumpista até ao fim, mesmo quando o critica… a culpa é da Europa que não aceita a tutela Russa e a recuperação do império soviético bla bla. Serão os mesmos que entregaram o império Português à URSS, ou irão relançar o slogan “para Angola e em força”?                   José Fernandes: Não esperava por este posicionamento de AG. Estamos a assistir a um novo Pacto Molotov-Ribbentrop: o leste para ti, o oeste para mim.               Maria Paula Silva: "Nenhuma guerra tem a honestidade de confessar: eu mato para roubar. As guerras sempre invocam nobres motivos, matam em nome da paz, em nome de Deus, em nome da civilização, em nome do progresso, em nome da democracia, e se por via das dúvidas, nenhuma dessas mentiras não for suficiente, aí estão os meios de comunicação dispostos a inventar novos inimigos imaginários, para justificar a conversão do mundo em um grande manicómio e um imenso matadouro. Em Rei Lear, Shakespeare escreveu que neste mundo os loucos guiam os cegos e, quatro séculos mais tarde, os senhores do mundo são loucos apaixonados pela morte, que transformaram o mundo em um lugar onde a cada minuto morrem de fome ou doença curável dez crianças, e a cada minuto se gastam três milhões de dólares, três milhões de dólares por minuto na indústria militar que é uma fábrica de morte. As armas exigem guerras e guerras exigem armas, e os cinco países que gerenciam as Nações Unidas, que têm poder de Veto nas Nações Unidas, acabam por ser também os cinco principais produtores de armas. Alguém se pergunta: até quando? Até quando a paz mundial estará nas mãos daqueles que fazem o negócio da guerra? Até quando vamos continuar acreditando que nascemos para o extermínio mútuo? e que o extermínio mútuo é o nosso destino? Até quando? *trecho de uma entrevista a Eduardo Galeano, pensador, escritor, jornalista uruguaio              Carlos Henrique Cunha >  Simões Soares: Só uma Europa unida e com um exército forte pode dissuadir a Rússia. Eles só conhecem e reconhecem o poder puro e bruto. Não há alternativa.                  Gabriel Mithá Ribeiro: O drama tipo «word salad» de mais um cronista que nunca compreendeu, desde 2016-2017, o lugar histórico de Donald Trump em defesa e reinvenção histórica do Ocidente e garantia de uma paz duradoura geograficamente bem mais ampla do que a da guerra fria (1945-1991). Agora aturem as cabeças alienadas que criaram.                  Lourenço Sousa > Machado de Almeida: Enfrentar a Rússia, será sobretudo mau para a Rússia. Se for a Europa será mau. Se os USA ajudarem, a Rússia durará tanto tempo como dizia que duraria a Ucrânia! Tudo é preferível a ceder. Conquistar a paz por vezes exige ganhar uma guerra e quem evitar uma guerra que pode ganhar em nome da paz, perderá a guerra e a paz. O outro lado não deixará de provocar a guerra quando souber que a pode ganhar.        unknown unknown > Carlos Henrique Cunha Simões Soares: Caro Carlos, a Rússia sabe que ao permitir e até incentivar a entrada da Ucrânia na UE vai causar mais dano à Europa do que 5 mil ogivas nucleares!                  José B Dias > Ruço Cascais: Há já 80 anos a Alemanha praticamente não tinha exército e tinha já incorporado miúdos de 16 anos                Coronavirus corona > Ruço Cascais: Ruço, não usei o episódio de Perejil em 2002, nem a guerra das Malvinas para comparar métodos de guerra e estratégias militares. Utilizei para comparar a essência: em ambas as situações há um território em disputa. Um território que é reivindicado. É este o ponto. E não se foram usados mísseis, canhões ou quem matou mais. E você sabe que a comparação serviu apenas para isso. Mas como a argumentação lhe começou a fugir por entre os dedos das mãos como areia da praia em mãos abertas refugiou-se no facto das guerras terem sido estrutural, estratégica e belicamente diferentes. Obviamente que o foram. Mas a raiz da conversa não era essa. Bem adiante. Vamos a Cabo Verde. Meu caro, Cabo Verde não era habitado por ninguém antes dos portugueses lá terem chegado. Vou repetir: ninguém lá estava. Zero. Nada. Ao invés, é muito provável que tribos indígenas tenham habitado as Malvinas. Perante estes factos, que facilmente consegue confirmar com duas pesquisas, eu retomo a pergunta: podemos reivindicar e ocupar Cabo Verde? Ou vai dizer que as ilhas não são bem iguais porque umas ficam no hemisfério norte e outras no sul? Bem, mas deixemos a questão das ilhas porque tanto podemos falar de uma ilha como de qualquer outro território. O ponto é este: não há nenhuma conservatória de registo predial do mundo que diga "isto pertence a A e aquilo a B". Há territórios que não são consensuais. Dei os exemplos das Malvinas e de Perejil para mostrar que os países europeus também usam armas para defender aquilo que entendem unilateralmente ser seu. Mas posso usar inúmeros exemplos ao redor do mundo. A que país pertence a Cisjordânia? E os Montes Golan? A quem pertence a Catalunha? A Espanha ou aos catalães? E a região da Caxemira? A quem pertence a região de Arunachal Pradesh? À China ou à Índia? A quem pertence Nagorno-Karabakh? À Arménia ou ao Azerbaijão? E o Tibete? O Ruço começou o seu comentário fazendo alusão à "defesa que Espanha fez do seu território". Do seu? Porque é que não é de Marrocos? Foi você que decidiu? Não. É porque a Espanha é belicamente mais forte que Marrocos. E Gibraltar não é Espanha (pese embora eles resmunguem) porque não têm força suficiente para se impor em relação à Inglaterra. E Olivença não é Portugal porque não temos capacidade de o impor. Os montes Golan são Israel porque estão carregados de água e Israel diz que é território seu e ponto final. Meta isto na cabeça: em direito internacional não há nenhum instituto dotado com ius imperii como existem os tribunais dentro de cada país. As relações internacionais assentam em duas soluções: a diplomacia e a guerra. Sempre assim foi e sempre assim será. Temos de ter maturidade suficiente para perceber que o mundo é o que sempre foi. Não vivemos em nenhuma época especial em que guerra é coisa démodé. Tire essa ideia da cabeça. Vamos agora ao outro assunto que me fez rir. Trump não ganhou assim por tanta diferença? Não. Só venceu a Casa Branca, o Senado e a Câmara dos Representantes. A maior vitória dos republicanos. Coisa pouca. E venceu de forma esmagadora porquê? Por muitas, muitas razões. Não as vou estar aqui a enumerar para não ramificar a conversa. Mas uma delas foi a questão do papel militar externo. Há cada vez mais norte-americanos a criticar o intervencionismo externo. Os norte-americanos não querem voltar a ver o seu governo a mandar meios gigantescos, desta vez não para Berlim mas para Lviv ou Kiev. Não querem uma nova guerra fria nem um novo Vietname, nem uma nova Coreia, nem um novo Afeganistão, nem uma nova guerra mundial na Europa ou Ásia. Como eles dizem amiúde: a Europa que tem o problema à porta de casa não quer gastar e vamos andar nós a gastar para eles? Quem tiver algum discernimento e deixar de olhar para o seu umbigo facilmente lhes dá razão. Se não queremos que a Rússia fique com metade do Donbass (por mim tanto se me dá) então andemos nós para lá. E quem quiser pode ir andando. É que não é nos telemóveis que se defende o território ucraniano.                  José Ramos: "Após décadas de sono relaxado", é possível que a Europa tenha acordado. A Europa já dormiu por muitas vezes, mas soube acordar outras tantas como, decerto, Alberto Gonçalves saberá. Conheço pelo menos dois tipos de pessoas: as que, perante as pressões do momento, conseguem esquecer as suas diferenças e, ainda que ao princípio titubeantes, avançam; e aquelas que, almejando a perfeição e do alto da sua suposta superioridade estética, ética e miudinha, arranja pretexto para para debitar bitaites, nada fazer e capitular. Costumam pôr tudo ao mesmo nível, mesmo patifes como Trump (ou Hitler) porque "foram eleitos" ou Musk, porque "é genial". Felizmente faço parte do primeiro grupo. Espero que os meus concidadãos europeus também.                  Paulo Cardoso > Ruço Cascais: Muito bem. Muito melhor do que o Alberto 😊                 Renato Pedro > Milheiro Ribeiro: Pronto, o Alberto Gonçalves tem uma inclinação pelo Trump. Vê-se pela adjectivação. A que faz a Trump é diferente da que faz aos europeus. Para um há vários benefícios de dúvidas, para outros, julgamentos lapidares.             Antonio Castanheira: Excelente! De um realismo atroz! Devia ser de leitura obrigatória pela europa fora.                 Jose Marques > Coronavirus corona: Mto bom               Coronavirus corona > Ruço Cascais: "Espanha foi defender aquilo que considera seu território" Certo. Putin fez exactamente o mesmo raciocínio com o a Crimeia e o Donbass. "a sul do Estreito de Gibraltar" Toda a África está a sul de Gibraltar. Já foi ver onde é Perejil? "A Inglaterra, supostamente encontrou as Malvinas desertas e ocupou-as" Podemos usar o mesmo raciocínio para Cabo Verde? Podemos ocupar? "Mas a defesa de territórios por parte dos países da União Europeia em nome próprio não pode ser comparável à invasão de outros territórios" Em primeiro a União europeia não defende territórios em nome próprio. Em segundo, essa ideia de se estar a defender territórios seus ou a ocupar os dos outros depende sempre do juízo prévio sobre a quem pertence esse território. Para os russos a Crimeia e o Donbass são território russo que deve ser defendido. Para a Argentina e Marrocos os ingleses e espanhóis invadiram as ilhas Malvinas e Perejil, respectivamente. Quanto às considerações económicas é muito cedo para se dizer que são reflexo de Trump. Fizeram o mesmo com Milei e agora já está a ter superavit. Dizer que Trump é responsável quando chegou há dois meses é mera trica política. Qualquer economista sabe que não é em mês e meio que se muda o panorama económico e se analisam consequências. Relativamente às taxas recordo que, no primeiro mandato, Trump propôs acabar com todas, absolutamente todas as taxas e foi a UE que não quis. Ele está a fazer isto porque tanto UE, como México como Canadá, sempre aplicaram taxas a certos produtos norte-americanos. E Trump entende que ou brincam todos ou não brinca ninguém.  Trump está a defender os interesses dos seus. Não pode ser censurado por isso. Dava-nos jeito eles continuarem a pagar a defesa europeia enquanto nos entregamos com causas e causinhas? Dava. A nós. Mas não aos norte-americanos. Pois há muitos anos que há grande contestação nos EUA por estarem sistematicamente a pagar a defesa da Europa. Ele ganhou as eleições, entre muitas outras razões, por ter dito que iria acabar com esse forrobodó. Entendo perfeitamente o povo norte-americano. Não têm dever nenhum de sustentar a nossa defesa.              Miguel Seabra > José B Dias: É verdade mas quem pensa pela sua cabeça e investe tempo a estudar os assuntos, é imediatamente classificado como Agente do Kremlin ….               Américo Silva: Macron parece desejoso de colocar franceses a combater a Rússia; o pacote completo implica trocar jovens por cadáveres, aumentar o horário de trabalho, atrasar a idade de reforma, diminuir as pensões, aumentar os impostos individuais, diminuir os impostos às empresas, mobilizar as poupanças particulares, e aumentar a dívida pública, tudo coisas boas para a classe média.                   luis leite: Acho que está na altura de a Rússia ir buscar o Alasca...só para ver o que acontece                 Armando Azevedo: A UE está a implodir. É o fim. A falta de soberania dos países que a constituem, manietados pela elite política fantoche não eleita é o pilar principal deste descalabro.           Fala Barato: Excelente!                       José B Dias > Paulo Cardoso: Será por certo para quem prefira José Milhazes a Dostoievski 🤭                unknown unknown: Os inteligentes da Europa não sabem e não querem trabalhar, por isso estão sempre interessados nestas questões banais, onde discutem o Trump e Putin como se não houvesse mais nada para discutir, e, assim, encobrem os verdadeiros problemas internos!

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