Ouvi neste preciso momento, pela televisão, a PEDRO
NUNO DOS SANTOS, estava eu lendo o texto infra de BRUNO BOBONE, sobre as
especificidades comportamentais daquele, ao que parece, enfant tão terrible nos
seus tempos primários, que se esqueceu de absorver a conjugação verbal num
composto de “ter”, verbo auxiliar mas que o não auxiliou a lamuriar as razões
das suas plangências acusatórias actuais com a necessária correcção verbal a torná-las
plausíveis, ao menos gramaticalmente, para as podermos ir suportando sem tanto
desânimo mental, que é o nosso, frequentemente. Um texto de BRUNO BOBONE, inutilmente
excelente como comentário a tanta pobreza espiritual neste nosso mundo luso de
gente que definitivamente pretende absorver os aplausos alheios sobre as
potencialidades próprias em desfavor das alheias, nesta coisa de eleições, hoje,
de sucessividade na manutenção, neste nosso sempre presente de gloriosos
substitutos a reter, aparentemente, segundo a tessitura governativa
anteriormente vivida e a querer reviver indefinidamente, sem dar azo a mudança…
Lili Caneças e a política
Está na hora de voltarmos a olhar e a
compreender o mundo em que vivemos sem a fantasia e o faz de conta em que temos
sido enganados nos últimos tempos.
BRUNO BOBONE Presidente
do Grupo Pinto Basto
OBSERVADOR, 03
abr. 2025, 00:147
Que engraçado ver o cartaz de
propaganda de Pedro Nuno
Santos e pensar que a conversa com Lili Caneças teve mesmo um enorme
efeito naquele rapaz, que pretendia ser a criança terrível, o revolucionário, o
responsável pelas decisões ao minuto sem questionar o resultado das mesmas, e
que aí aparece com um verdadeiro lifting fotográfico.
Com uma puxadinha aqui, um pequeno corte ali e eis senão quando se
transforma aquele turbilhão irreverente, malcriado e pretensioso num quase chefe de contabilidade que
pretende ter um ar mais sério e maçudo, pouco convincente mas mais tranquilo,
mas claramente uma figura que me fez demorar a reconhecer, tais as mudanças
que pretenderam retratar nesta imagem que não é a sua, mas que é aquela que
acredita que lhe vai dar aquilo que não tem e, assim, ganhar os votos que lhe
faltam.
Já
tínhamos assistido à transformação de Catarina Martins, que desde
o princípio da sua liderança política e até à sua saída tinha transformado o seu visual e que voltou a fazê-lo para se
tornar verdadeiramente europeia, agora que emigrou.
Também o vimos com Rui Rocha, a quem
terão dito que o ar de intelectual triste
não lhe assentava bem e que, desde
aí, se tornou num lisboeta executivo o que lhe permite associar-se mais ao
liberalismo que defende.
Mas há que reconhecer que outros dos que
por aí andam não se deixaram atrair por essas novidades seja porque nasceram com as características certas para
as ideias que tentam defender, seja pela vaidade exagerada, seja porque não
acreditam nesta teoria da imagem que comanda a vida ou até mesmo porque
não vêem vantagem em tentar mudar o que não muda, nem Montenegro, Melo,
Ventura, Tavares, Raimundo e mesmo Ana Gomes não mudaram o seu aspecto dos
últimos anos.
E é neste ambiente de faz de conta que vamos viver este próximo período
eleitoral, sem qualquer discussão sobre a qualidade dos próximos governantes,
sem qualquer proposta de melhoria da vida dos portugueses e apenas focada nas
parecenças de cada um dos intervenientes.
Com
uma oposição a não querer explicar como se poderia governar melhor do que
aquilo que a maioria da população está de acordo em reconhecer que estava a ser
bastante positivo, e sem qualquer oportunidade de discutir o que este governo
poderá fazer melhor do até agora terá feito, e tudo porque estaremos a discutir
quem é o mais bonito e o mais santo.
E isto quando o líder do partido socialista que acusa o outro de ser
pouco sério já foi despedido de um governo por uma conduta de pouca seriedade.
Quando o líder da Iniciativa Liberal que acusa
os outros de estarem a dar lugares aos seus autarcas, tinha um autarca que foi
seu candidato presidencial a falsificar documentos para conseguir benefícios
que não teria direito a ter.
Num
tempo em que o arauto da seriedade no Chega alberga tudo aquilo que condena nos
seus adversários.
Está na hora de voltarmos a olhar e a compreender o mundo em que
vivemos sem a fantasia e o faz de conta em que temos sido enganados nos últimos
tempos.
De entender que vivemos num Mundo de homens e mulheres que erram,
que não são santos, que têm interesses, que têm convicções diferentes e que,
ainda assim, podem ser capazes de fazer coisas boas, que podem aprender com os
erros e emendar-se para fazer melhor.
Não é substituindo um que vamos garantir
a santidade do próximo.
É
antes, conhecendo-o e controlando os seus defeitos e dificuldades que poderemos
beneficiar de tudo aquilo que poderá fazer por nós.
Mas é também pagando-lhes correctamente, dando-lhes condições e
dando-lhes apoio, que poderemos conseguir que eles melhor nos sirvam.
As medidas populistas de se pretender
que os políticos não podem ter rendimentos, de que um primeiro-ministro não
vale tanto ou mais do que um líder empresarial é apenas demagogia de pouco
nível e resulta em cada vez mais só estarem disponíveis candidatos sem
qualidade ou categoria.
É a nova política em que as ideias contam pouco, os valores não
importam, as convicções são contas de votos e só o lugar pretendido vale o
esforço.
Uma política de pequenos temas que
pretende facilitar a vida a estes novos políticos sem formação ou categoria
que, de política verdadeira pouco sabem e não são capazes de discutir o que
realmente importa para a vida da sociedade.
Que saudades do tempo de abril em que a
democracia era responsabilidade de quem era mais capaz.
PEDRO NUNO SANTOS POLÍTICA DEMOCRACIA
SOCIEDADE
COMENTÁRIOS (de 7)
Carlos Chaves: Bruno
Bobone o que defende é a verdade e a autenticidade na política, valores
destruídos paulatinamente pela esquerda desde o golpe de Estado de 1974! Os
socialistas e a extrema esquerda ainda agravaram mais este problema, ao quase
destruírem o sistema de educação/instrução nos últimos quase 10 anos, o que nos
baixa a esperança de que alguma coisa mude!
Manuel Magalhaes Essa das “saudades do tempo de Abril” é que era escusada, pois que ainda o
andamos a pagar e não tem sido nada barato…
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