Parece-me o texto infra puro blá
blá blá oco e banal, angariador da simpatia geral daqueles que preferem a
marginalidade à competência. Porque o que nele se diz é o que já se faz. As
crianças já têm os seus espaços próprios para as suas condutas infantis: as
suas casas, as suas ruas, os seus quintais, se os tiverem. As suas escolas
também, mas nos recreios. Nas aulas, de vez em quando, em momentos ocasionais
de menor concentração e maior à vontade, que os há sempre. Para quê textos como
este de uma pieguice reles e puramente desrespeitadora daquilo para que foi
criado o espaço “aula”? “um mundo onde
todas as crianças tenham uma escola que as cativa, respeita, nutre e apoia!!!”?
Mas não foi para isso que foram criadas as escolas – com os seus espaços
de aprendizagem e os intervalos de brincadeira? Que raio significa o texto
abaixo, de alguém que se quer fazer simpático com a “malta”, desrespeitando
valores que outros ditaram, e com que a “malta” pode e deve ser valorizada,
através do ensino, que é obtido de muitas formas válidas – entre as quais o da
brincadeira, é claro, mas também o da sabedoria livresca ou outra, imprescindíveis
numa vida que se pretende menos embrutecida e atenta à inteligência do ser
racional que assim vai crescendo em corpo e alma? Chiça! Não há pachorra para
tanta pieguice lorpa e peganhenta!
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5 d ·
Sonho com um mundo onde todas as
crianças tenham uma escola que as cativa, respeita, nutre e apoia!!!
«A escola tem de escutar as crianças. De as pôr a
falar. E tem de perceber que mais recreio é melhor aprendizagem. E de
entender que elas precisam de correr e de se sujar. De andar à bulha e de
brincar. E de descobrir as suas necessidades educativas especiais. De afrontar
os seus erros. E de aprender que quanto mais se erra melhor se aprende.
As crianças precisam de desenhar as letras. E de
contar pelos dedos. Precisam da música e do desenho para irem com a matemática
para a leitura. Mas, sobretudo, precisam de descobrir que aprender é
compreender. E que mal se compreende nunca se esquece.
E, ao mesmo tempo que esmiuçam as novas tecnologias e
a inteligência artificial, elas precisam de descobrir os intestinos das coisas.
De as desarrumar e de as desmanchar. E precisam da surpresa e do espanto. Mas
precisam de descobrir que a utilidade daquilo que se aprende começa no “como
se faz”.
As crianças precisam de faltar ao respeito ao medo de
aprender. De falar pelos cotovelos. E de perguntar porquê. Precisam de aprender
com o corpo. Daquilo que elas sentem para a forma como pensam. E da alma para o
sonho!
E precisam de
conviver com uma avaliação mais verdadeira. Onde o repetir dê lugar ao recriar.
E de ter notas mais sérias e menos açucaradas.
As crianças precisam de trazer o mundo para dentro da
escola. Precisam de o debater! E precisam de ajuda para destrinçar o falso do
verdadeiro. Os atalhos imaginários dos verdadeiros caminhos. E o bem do mal.
As crianças precisam duma escola mais exigente consigo
mesma do que só com os resultados delas. E, em vez de trabalhos de casa repetitivos e
mecânicos, precisam de mais mundo e de mais vida com os pais.
E precisam de descobrir que primeiro se admira e que
só depois se respeita. E que a revolta é um rasgo de esperança. E a paixão é um
exercício de coragem.
Depois disso, só precisam de fugir para a escola. Que
a escola fará o resto. Porque nunca mais ela fugirá das suas vidas!»
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