quarta-feira, 23 de abril de 2025

Bagunça

 

Parece-me o texto infra puro blá blá blá oco e banal, angariador da simpatia geral daqueles que preferem a marginalidade à competência. Porque o que nele se diz é o que já se faz. As crianças já têm os seus espaços próprios para as suas condutas infantis: as suas casas, as suas ruas, os seus quintais, se os tiverem. As suas escolas também, mas nos recreios. Nas aulas, de vez em quando, em momentos ocasionais de menor concentração e maior à vontade, que os há sempre. Para quê textos como este de uma pieguice reles e puramente desrespeitadora daquilo para que foi criado o espaço “aula”?um mundo onde todas as crianças tenham uma escola que as cativa, respeita, nutre e apoia!!!”?

Mas não foi para isso que foram criadas as escolas – com os seus espaços de aprendizagem e os intervalos de brincadeira? Que raio significa o texto abaixo, de alguém que se quer fazer simpático com a “malta”, desrespeitando valores que outros ditaram, e com que a “malta” pode e deve ser valorizada, através do ensino, que é obtido de muitas formas válidas – entre as quais o da brincadeira, é claro, mas também o da sabedoria livresca ou outra, imprescindíveis numa vida que se pretende menos embrutecida e atenta à inteligência do ser racional que assim vai crescendo em corpo e alma? Chiça! Não há pachorra para tanta pieguice lorpa e peganhenta!

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Carla Ladeira

5 d  · 

Sonho com um mundo onde todas as crianças tenham uma escola que as cativa, respeita, nutre e apoia!!!

Eduardo Sá

6d

«A escola tem de escutar as crianças. De as pôr a falar. E tem de perceber que mais recreio é melhor aprendizagem. E de entender que elas precisam de correr e de se sujar. De andar à bulha e de brincar. E de descobrir as suas necessidades educativas especiais. De afrontar os seus erros. E de aprender que quanto mais se erra melhor se aprende.

As crianças precisam de desenhar as letras. E de contar pelos dedos. Precisam da música e do desenho para irem com a matemática para a leitura. Mas, sobretudo, precisam de descobrir que aprender é compreender. E que mal se compreende nunca se esquece.

E, ao mesmo tempo que esmiuçam as novas tecnologias e a inteligência artificial, elas precisam de descobrir os intestinos das coisas. De as desarrumar e de as desmanchar. E precisam da surpresa e do espanto. Mas precisam de descobrir que a utilidade daquilo que se aprende começa no “como se faz”.

As crianças precisam de faltar ao respeito ao medo de aprender. De falar pelos cotovelos. E de perguntar porquê. Precisam de aprender com o corpo. Daquilo que elas sentem para a forma como pensam. E da alma para o sonho!

E precisam de conviver com uma avaliação mais verdadeira. Onde o repetir dê lugar ao recriar. E de ter notas mais sérias e menos açucaradas.

As crianças precisam de trazer o mundo para dentro da escola. Precisam de o debater! E precisam de ajuda para destrinçar o falso do verdadeiro. Os atalhos imaginários dos verdadeiros caminhos. E o bem do mal.

As crianças precisam duma escola mais exigente consigo mesma do que só com os resultados delas. E, em vez de trabalhos de casa repetitivos e mecânicos, precisam de mais mundo e de mais vida com os pais.

E precisam de descobrir que primeiro se admira e que só depois se respeita. E que a revolta é um rasgo de esperança. E a paixão é um exercício de coragem.

Depois disso, só precisam de fugir para a escola. Que a escola fará o resto. Porque nunca mais ela fugirá das suas vidas!»

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