Falou-se do caso Moniz. A minha amiga tem pena de que ele tenha sido despachado da TVI, embora reconheça que os milhões da indemnização compensam. Mas estranha, agoniada:
- Porquê tanto dinheiro? Não é jogo de futebol!
Ela tem a mania de atribuir todas as jogadas financeiras ao futebol, mas está provado que não são todas.
- Qual foi a principal força que o fez sair, não sei. O que é certo é que ficaram todos com pena.
- Como é que sabe que ficaram com pena?
- Pelos elogios que lhe fizeram.
- Ah! não vi. Costumamos ver o telejornal no canal 1. O José Alberto Carvalho, o José Rodrigues dos Santos...
- Sim, são bons jornalistas. Mas porque é que o Rodrigues dos Santos, quando acaba o Jornal, pisca o olho? Nossa!
- É verdade! - Ri-me. Acrescento:
- Pensando bem, não há, de facto, motivo. A menos que seja um código especial, para um qualquer detective que o ajuda a desfazer, à distância, os nós das meadas que se vão urdindo no nosso dia-a-dia... Até podem servir de matéria para novos livros.
- Não sei se sou eu que já estou passada. Mas embirro com a piscadela. Mas a camaradagem na TVI é fabulosa. Todos a colaborarem, deve ser uma raridade, tal ambiente de trabalho, não tem nada a ver com os outros.
- Nem com a SIC? Também cantam e dançam e dão prémios.
- Mas são todos mais formais. Na TVI reina a simpatia e a alegria.
Por isso a minha amiga ficou contente com os milhões que o Moniz recebe, embora estranhasse. Pôs-se o problema da esposa, a Moura Guedes. Parece que não sai, não seria justo, foi o Moniz que disse, na entrevista, segundo a minha amiga, a menos que mais milhões cobrissem a saída.
Eu nisto, só admiro a sua competência de leitura, que me passa ao lado sempre. Prefiro ouvir por transmissão oral, mas reconheço que é insuficiente. A cultura moderna exige maior empenhamento sobre as vidas célebres de hoje.
Falámos também dos actores. Do Herman, que a minha amiga admira, e eu também, embora com ressalvas:
- Fala bem, conhece línguas, tem uma belíssima voz, sentido de humor, é um grande, grande actor. Mas a SIC prejudicou-o, com os papéis miseráveis que distribuiu pela sua equipa.
E logo refere os companheiros que o deixaram, Ana Bola, Maria Vieira, Joaquim Monchique e mesmo Maria Rueff...
Contraponho:
- A SIC não fez mais do que explorar as tendências para a desvergonha que o caracterizam. Mas foi, realmente, bom, em tantos papéis e figuras dos velhos tempos! Creio que lhe devemos muito. Mas agora reduziram-no a papéis apagados e a horas mortas.
Ambas lamentamos com o coitado! da nossa ternura lusa.
A minha amiga falou no Monchique, grande actor que está noBrasil.
E ambas nos debruçámos sobre o Victor Espadinha, que achamos o máximo, um extraordinário actor.
- Mas em Portugal não vão longe, pá! Não vão longe!
É a minha amiga exaltada, dolorida, como sempre agoniada com o país e as gentes que temos :
- É do melhor que há! Mas já ouviu alguém dizer que Victor Espadinha é do melhor que há?
Nunca ouvi, a não ser a nós próprias, quando falávamos sobre tantos belos actores cómicos dos “Malucos do Riso”, lamentando que só postumamente, talvez, tenham a chance de ser reconhecidos. Embora fiquem na Internet, com um ou outro comentário sentimental, dos que recordam e lamentam a morte.
E entre eles, vivo ainda, mas tão pouco visível, o maior de todos: Victor Espadinha e a sua canção imorredoira, entre outras, no seu tom de voz grave, que escuto pela Internet: “Tudo são Recordações” ou “Recordar é Viver”.
- Porquê tanto dinheiro? Não é jogo de futebol!
Ela tem a mania de atribuir todas as jogadas financeiras ao futebol, mas está provado que não são todas.
- Qual foi a principal força que o fez sair, não sei. O que é certo é que ficaram todos com pena.
- Como é que sabe que ficaram com pena?
- Pelos elogios que lhe fizeram.
- Ah! não vi. Costumamos ver o telejornal no canal 1. O José Alberto Carvalho, o José Rodrigues dos Santos...
- Sim, são bons jornalistas. Mas porque é que o Rodrigues dos Santos, quando acaba o Jornal, pisca o olho? Nossa!
- É verdade! - Ri-me. Acrescento:
- Pensando bem, não há, de facto, motivo. A menos que seja um código especial, para um qualquer detective que o ajuda a desfazer, à distância, os nós das meadas que se vão urdindo no nosso dia-a-dia... Até podem servir de matéria para novos livros.
- Não sei se sou eu que já estou passada. Mas embirro com a piscadela. Mas a camaradagem na TVI é fabulosa. Todos a colaborarem, deve ser uma raridade, tal ambiente de trabalho, não tem nada a ver com os outros.
- Nem com a SIC? Também cantam e dançam e dão prémios.
- Mas são todos mais formais. Na TVI reina a simpatia e a alegria.
Por isso a minha amiga ficou contente com os milhões que o Moniz recebe, embora estranhasse. Pôs-se o problema da esposa, a Moura Guedes. Parece que não sai, não seria justo, foi o Moniz que disse, na entrevista, segundo a minha amiga, a menos que mais milhões cobrissem a saída.
Eu nisto, só admiro a sua competência de leitura, que me passa ao lado sempre. Prefiro ouvir por transmissão oral, mas reconheço que é insuficiente. A cultura moderna exige maior empenhamento sobre as vidas célebres de hoje.
Falámos também dos actores. Do Herman, que a minha amiga admira, e eu também, embora com ressalvas:
- Fala bem, conhece línguas, tem uma belíssima voz, sentido de humor, é um grande, grande actor. Mas a SIC prejudicou-o, com os papéis miseráveis que distribuiu pela sua equipa.
E logo refere os companheiros que o deixaram, Ana Bola, Maria Vieira, Joaquim Monchique e mesmo Maria Rueff...
Contraponho:
- A SIC não fez mais do que explorar as tendências para a desvergonha que o caracterizam. Mas foi, realmente, bom, em tantos papéis e figuras dos velhos tempos! Creio que lhe devemos muito. Mas agora reduziram-no a papéis apagados e a horas mortas.
Ambas lamentamos com o coitado! da nossa ternura lusa.
A minha amiga falou no Monchique, grande actor que está noBrasil.
E ambas nos debruçámos sobre o Victor Espadinha, que achamos o máximo, um extraordinário actor.
- Mas em Portugal não vão longe, pá! Não vão longe!
É a minha amiga exaltada, dolorida, como sempre agoniada com o país e as gentes que temos :
- É do melhor que há! Mas já ouviu alguém dizer que Victor Espadinha é do melhor que há?
Nunca ouvi, a não ser a nós próprias, quando falávamos sobre tantos belos actores cómicos dos “Malucos do Riso”, lamentando que só postumamente, talvez, tenham a chance de ser reconhecidos. Embora fiquem na Internet, com um ou outro comentário sentimental, dos que recordam e lamentam a morte.
E entre eles, vivo ainda, mas tão pouco visível, o maior de todos: Victor Espadinha e a sua canção imorredoira, entre outras, no seu tom de voz grave, que escuto pela Internet: “Tudo são Recordações” ou “Recordar é Viver”.
2 comentários:
Vocês as duas são realmente impagáveis!
São as minhas personagens preferidas. Nada do real vos passa ao lado...
Postar um comentário