“Um assassino estava a ser perseguido pelos parentes da vítima. Chegado à beira do Nilo, caiu junto de um lobo; no seu terror, trepou a uma árvore da margem para se esconder. Mas avistou uma serpente que se erguia diante dele, e deixando-se cair no rio, foi devorado por um crocodilo.
A fábula mostra que nenhum elemento, nem a terra, nem o ar, nem a água oferecem asilo seguro ao homem manchado por um crime.”
Foi o que contou Esopo, numa das suas histórias de homens e bichos, mas o que se passou com este criminoso foi naqueles seus tempos em que os Elementos eram pouco prestáveis ao homem que cometia crime. A Justiça presidia, nesses tempos, aos Elementos.
Não é o que sucede hoje, em que todos os Elementos são favoráveis, e até mesmo o Fogo, que Esopo esqueceu como Elemento da Matéria, não é actualmente elemento castigador, pois os próprios incendiários escapam ao ardor das fogueiras que atearam e que vão iniciar-se, não tarda, nos ardores do verão.
De resto, eles lá estão, no estrangeiro, ou em parte incerta os que cometeram crimes, geralmente no fascínio do ouro, crimes de burla e isso é o que mais há, sem que os tais Elementos estremeçam, e eles também não, que vão burlando todos, aqui e além, impunemente.
É certo que os Elementos da Matéria de que falava Esopo, como os pré-socráticos o faziam, esquecendo aquele, todavia, o Fogo, nada têm a ver com realidades concretas, e por isso o meu exemplo dos incêndios actuais é pura mistificação também.
Porque os Quatro Elementos da Matéria têm a ver antes, ao que parece, com as energias fundamentais do Cosmos, provenientes de uma energia primária, tudo isso contido nas tradições culturais de vários povos. “Na Grécia Antiga, os Elementos correspondiam às faculdades do Homem: moral ou espiritual (fogo), física (terra), intelectual (ar) e estética ou emocional (água)”.
Julgo, todavia, que não era isso que pensava a ninfa Tethys quando apresentou ao Gama, em prémio de repouso e gozo na “Ilha dos Amores”, a “Grande Máquina do Mundo”, “etérea e elemental, que fabricada / Assi foi do Saber, alto e profundo, / Que é sem princípio e meta limitada...” “o Padre omnipotente / Que o fogo fez e o ar, o vento e neve, / Os quais verás que jazem mais adentro / E têm co Mar a Terra por seu centro”. Não, julgo que Camões não atribuiu à sua “Região Elemental”, qualquer significado oculto que as filosofias avançam, para explicar os “Elementos da Matéria”.
Mas a tese do Esopo de que nenhum criminoso encontra acolhimento neles, está hoje bem ultrapassada. Será porque já não têm a Justiça a presidir àqueles.
A fábula mostra que nenhum elemento, nem a terra, nem o ar, nem a água oferecem asilo seguro ao homem manchado por um crime.”
Foi o que contou Esopo, numa das suas histórias de homens e bichos, mas o que se passou com este criminoso foi naqueles seus tempos em que os Elementos eram pouco prestáveis ao homem que cometia crime. A Justiça presidia, nesses tempos, aos Elementos.
Não é o que sucede hoje, em que todos os Elementos são favoráveis, e até mesmo o Fogo, que Esopo esqueceu como Elemento da Matéria, não é actualmente elemento castigador, pois os próprios incendiários escapam ao ardor das fogueiras que atearam e que vão iniciar-se, não tarda, nos ardores do verão.
De resto, eles lá estão, no estrangeiro, ou em parte incerta os que cometeram crimes, geralmente no fascínio do ouro, crimes de burla e isso é o que mais há, sem que os tais Elementos estremeçam, e eles também não, que vão burlando todos, aqui e além, impunemente.
É certo que os Elementos da Matéria de que falava Esopo, como os pré-socráticos o faziam, esquecendo aquele, todavia, o Fogo, nada têm a ver com realidades concretas, e por isso o meu exemplo dos incêndios actuais é pura mistificação também.
Porque os Quatro Elementos da Matéria têm a ver antes, ao que parece, com as energias fundamentais do Cosmos, provenientes de uma energia primária, tudo isso contido nas tradições culturais de vários povos. “Na Grécia Antiga, os Elementos correspondiam às faculdades do Homem: moral ou espiritual (fogo), física (terra), intelectual (ar) e estética ou emocional (água)”.
Julgo, todavia, que não era isso que pensava a ninfa Tethys quando apresentou ao Gama, em prémio de repouso e gozo na “Ilha dos Amores”, a “Grande Máquina do Mundo”, “etérea e elemental, que fabricada / Assi foi do Saber, alto e profundo, / Que é sem princípio e meta limitada...” “o Padre omnipotente / Que o fogo fez e o ar, o vento e neve, / Os quais verás que jazem mais adentro / E têm co Mar a Terra por seu centro”. Não, julgo que Camões não atribuiu à sua “Região Elemental”, qualquer significado oculto que as filosofias avançam, para explicar os “Elementos da Matéria”.
Mas a tese do Esopo de que nenhum criminoso encontra acolhimento neles, está hoje bem ultrapassada. Será porque já não têm a Justiça a presidir àqueles.
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