domingo, 2 de maio de 2010

Os afectos na infância

De um livrinho para crianças, repousando como lhe compete, na gaveta das arrumações, livrinho a que pus o nome de “Festa no Colégio”, composto por breves dramatizações para as crianças da Irmã Leonor do Colégio “Amor de Deus” de Cascais, compus um dia o trecho que segue.
Da gaveta o tirei hoje, Dia da Mãe, Domingo, 2 de Maio, em homenagem às Mães de todos os tempos e aos meninos pequenos, cuja ingenuidade as professoras de agora ajudam a manter nos trabalhinhos que com eles fazem para oferecerem às suas mães. Assim fez o Bruno, meu neto, que ofereceu à sua Mãe, além de uma caixinha de aparas de sabonetes perfumados, uma linda flor num vaso de papel por ele pintado, formado de uma coroa de rainha que a sua mamã teve que enfiar na cabeça, na festa da sua escola.
Alguma vez as Mães foram rainhas para os seus filhos. É necessário manter.

DIA DA MÃE, 84

TODOS:
Vinte de Maio, Domingo,
É hoje o Dia da Mãe.
Festejemos este dia
Como sabemos tão bem.


MENINA: Mãe, aperta-me o vestido!
MENINO: Chega-me o sabão e a escova!
MENINO: Sinto-me meio perdido
Nesta barafunda toda!

MENINA: Ensina-me a tabuada!
MENINO: Não percebo este problema!
MENINA: Com tanta coisa a aprender
Não há ninguém que não trema!


UM GRUPO: E a Mãe tudo resolve:
Veste, calça, lava, lida
Ajuda-nos nos deveres
Dá confiança na Vida.

TODOS: E hoje, vinte de Maio,
É dia das nossas Mães:
Vamos dar-lhes um abraço,
Vamos cantar ”Parabéns”


MENINA: Eu não me limito a isso:
Vou dar à minha um desenho
Que pintei com muito amor
E todo o jeito que tenho.

MENINO: Um ovo feito em madeira
Gravei também muito bem,
Recordando este dia
Para o dar à minha Mãe.

MENINO: Com treze molas de roupa
Fiz moldura adequada
Onde colei o retrato
Da minha Mãe adorada.

MENINA: Num sabonete cheiroso
Alfinetes fui espetar
Entrelaçados com lã
P’r’ós seus lenços perfumar.

MENINA: Num papel que desenhei
Recortei um belo anjinho
Que colei p’r’à minha mãe
Que o pendurou com carinho.

MENINA: Eu fiz à minha uns versinhos
Cheios da minha afeição.
Ela já os leu e gostou
E apertou-me ao coração.

MENINA: Eu fiz um pano da louça
MENINA: E eu uma pega em croché.
MENINO: Eu, uma caixa p’r’ós fósforos
MENINO: Eu, um saco p’r’ó café.


TODOS: Dia da Mãe, dia grande,
Embalado de harmonia,
Cantemos à nossa Mãe
P’r’ó viver com alegria.


MENINO: A minha trabalha muito
E às vezes não tem paciência,
Ralha-me e até me bate
Quando faço um disparate
Desses de bradar ao Céu,
Mas depois fica bem triste
E quem tem pena sou eu.

MENINO: Em vez de apanhar tareia
No quarto sou enfiado,
Até me compenetrar
Do erro tão sem-razão.
Não concordo com o método
Pois sinto-me sempre humilhado,
Mas acabo por perdoar
Como é minha obrigação.

MENINA: A minha não me castiga:
Escuta-me atentamente.
Ela prefere o diálogo
Que pela nova ciência
Nos torna mais responsáveis
Segundo a norma corrente.

MENINA: A minha dá-me miminhos
Comigo às vezes quer brincar;
Conta-me histórias bonitas
P’ra eu depois recontar.


UM GRUPO: Mas há meninos sem Mãe
Lançados no mar da Vida,
Sem carinho de ninguém
Que lhes dê sentido à vida.

OUTRO GRUPO: Por isso demos valor
Ao bem que temos em sorte:
Sem esquecer nosso Pai,
Nosso guia e nosso norte,
Amemos a nossa Mãe
Que nos leva a ser alguém
Que às vezes nos dá castigos
Mas nos livra dos perigos,
Que a cada passo nos salva
Sempre cheia de carinho,
Sempre atenta aos nossos passos
Tal como um Anjo da Guarda
A iluminar o caminho.


TODOS: DIA DA MÃE este dia,
E os outros que o são também.
Agradeçamos a Deus
Por termos um Pai e uma Mãe
E o seu amor como guia.
DIA DA Mãe este dia
Todos os dias também.

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