Contei à minha amiga que o Dr. Verdasca, colaborador cimeiro do PortugalClub, não concordara com a expressão que ela usara – “Antes que acabe” – no diálogo que transcrevi no texto anterior, com referência aos gastos da viagem do nosso PR a Cabo Verde, com uma pipa de assessores e mais a comitiva de que em geral se faz acompanhar esse tipo de viajantes governantes.
Afirmou o Dr. Verdasca que de facto já tinha acabado há muito o pecúlio da nação, que agora vivia do empréstimo e do corte nos ordenados e aumento dos impostos para pagar aquele à UE, que há muito nos tem beneficiado com ele, mas que agora, não sabemos por que carga de água exige pagamento, pelo menos na opinião do Dr. Verdasca, sempre severo perante as nossas leviandades relativamente à injecção contínua desses milhões, que não há impostos que cubram agora, e muito menos a insignificância da redução nos vencimentos, e por isso até já há quem diga que a redução vai ter de ser de cem por cento, ou seja, vão ter que ser congelados os salários na sua totalidade, mas a gente acha isso descalabro e não acredita, que os tsunamis são só no oriente, e temos as greves para nos protegermos.
Mesmo a minha amiga discordou em absoluto da crítica do Dr Verdasca :
- Olhe só! O “Rock in Rio” é um espectáculo que junta ali milhares. Muito bem organizado, por um pai e uma filha brasileiros que encontraram o Brasil na nossa Bela Vista. Quem olha p’r’àquilo, não há Bruxelas que acredite que há crise em Portugal. Na véspera tinha havido uma tourada a abarrotar de gente, não viu?
Confesso que não dei por essa tourada, mas a minha amiga apenas me deu tempo para acenar negativamente com a cabeça, cortando-me a resposta, embalada no seu discurso entusiasta:
- Dá a impressão de que alguém anda a mentir, quem tem razão é o Sócrates. Mas é pena não ver, para ver a dimensão que é aquilo. As pessoas foram horas antes marcar lugar. Os bilhetes a cinquenta euros ou mais. Era mais gente que p’ró Papa, que até foi à borla, este. Mas o Terreiro do Paço é mais pequeno do que a Bela Vista. Até meteu polícia no Bairro da Bela Vista. Os habitantes pobres também quiseram ver, não se conformaram com a exclusão. Ficou mesmo parecido com o Brasil, com tiros e tudo o mais que é próprio desses casos, além do espaço formidável que o pai e a filha brasileiros acharam, amplo como lá.
Eu, por mim, fiquei na dúvida, entre acreditar nas palavras cordatas do Dr. Verdasca que não costuma exagerar nestas coisas, e os conhecimentos jornalísticos da minha amiga que às vezes peca pelo exagero. Mas neste caso até vou mais na linha de pensamento dela, sobretudo ao ver os milhões de viaturas do nosso parque automóvel, mesmo que repare mais nisso quando não encontro estacionamento no Pingo Doce para o meu Lancia velhinho, como lhe chama a minha neta Beatriz, de quatro anos, especialista em marcas e ultimamente em topar a correspondência entre as horas da manhã e as da tarde – 1/13, 5/17, 12/24..., o meu recente espanto. A minha amiga diz que há mais carros do que pessoas no nosso país e eu acredito, e passa-se o mesmo com os telemóveis, que cada um de nós, segundo as estatísticas, tem muito mais que um, apesar de não ser verdade para todos.
E há outros exemplos que confirmam o nosso bem-estar económico, e devemos viver tranquilos, mesmo o Dr. Verdasca, porque sempre as excepções confirmam a regra.
Afirmou o Dr. Verdasca que de facto já tinha acabado há muito o pecúlio da nação, que agora vivia do empréstimo e do corte nos ordenados e aumento dos impostos para pagar aquele à UE, que há muito nos tem beneficiado com ele, mas que agora, não sabemos por que carga de água exige pagamento, pelo menos na opinião do Dr. Verdasca, sempre severo perante as nossas leviandades relativamente à injecção contínua desses milhões, que não há impostos que cubram agora, e muito menos a insignificância da redução nos vencimentos, e por isso até já há quem diga que a redução vai ter de ser de cem por cento, ou seja, vão ter que ser congelados os salários na sua totalidade, mas a gente acha isso descalabro e não acredita, que os tsunamis são só no oriente, e temos as greves para nos protegermos.
Mesmo a minha amiga discordou em absoluto da crítica do Dr Verdasca :
- Olhe só! O “Rock in Rio” é um espectáculo que junta ali milhares. Muito bem organizado, por um pai e uma filha brasileiros que encontraram o Brasil na nossa Bela Vista. Quem olha p’r’àquilo, não há Bruxelas que acredite que há crise em Portugal. Na véspera tinha havido uma tourada a abarrotar de gente, não viu?
Confesso que não dei por essa tourada, mas a minha amiga apenas me deu tempo para acenar negativamente com a cabeça, cortando-me a resposta, embalada no seu discurso entusiasta:
- Dá a impressão de que alguém anda a mentir, quem tem razão é o Sócrates. Mas é pena não ver, para ver a dimensão que é aquilo. As pessoas foram horas antes marcar lugar. Os bilhetes a cinquenta euros ou mais. Era mais gente que p’ró Papa, que até foi à borla, este. Mas o Terreiro do Paço é mais pequeno do que a Bela Vista. Até meteu polícia no Bairro da Bela Vista. Os habitantes pobres também quiseram ver, não se conformaram com a exclusão. Ficou mesmo parecido com o Brasil, com tiros e tudo o mais que é próprio desses casos, além do espaço formidável que o pai e a filha brasileiros acharam, amplo como lá.
Eu, por mim, fiquei na dúvida, entre acreditar nas palavras cordatas do Dr. Verdasca que não costuma exagerar nestas coisas, e os conhecimentos jornalísticos da minha amiga que às vezes peca pelo exagero. Mas neste caso até vou mais na linha de pensamento dela, sobretudo ao ver os milhões de viaturas do nosso parque automóvel, mesmo que repare mais nisso quando não encontro estacionamento no Pingo Doce para o meu Lancia velhinho, como lhe chama a minha neta Beatriz, de quatro anos, especialista em marcas e ultimamente em topar a correspondência entre as horas da manhã e as da tarde – 1/13, 5/17, 12/24..., o meu recente espanto. A minha amiga diz que há mais carros do que pessoas no nosso país e eu acredito, e passa-se o mesmo com os telemóveis, que cada um de nós, segundo as estatísticas, tem muito mais que um, apesar de não ser verdade para todos.
E há outros exemplos que confirmam o nosso bem-estar económico, e devemos viver tranquilos, mesmo o Dr. Verdasca, porque sempre as excepções confirmam a regra.
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