sexta-feira, 20 de novembro de 2015

E é a isto que se entrega o comando!




Da Página do Público de 14/11/15, “Tudo menos economia», (em sociedade com Ricardo Cabral e Francisco Louçã), extraio um texto de António Bagão Félix, de conceito bem diferente dos outros dois colaboradores, acerca das manobras políticas no país. Enquanto Ricardo Cabral, por exemplo, na mesma página, elege António Costa como herói que “alcançou um enorme feito político” com o seu acordo à esquerda, sem se preocupar com a falta de ética do feito, (que comparo com a irracionalidade da criança batendo o pé para alcançar o brinquedo do seu gosto, sem olhar a constrangimentos de espécie alguma, o que também é verdadeiro no caso de imperador ou de führer que tudo arrasaram, Europa fora, na sua ânsia mentecapta de domínio), Bagão Félix desmonta o procedimento de Costa na sua aparente coerência, através do que chama de incoerência, o discurso presente de Costa em confronto com atitudes e frases anteriores daquele, que o atingem de ricochete, fala-barato esquecido da verdade do “bem prega Frei Tomás…” e outras expressões que o atingem nos seus telhados de vidro, o que, de resto, pouco o incomoda, e menos ainda a um povo amorfo, na modorra do seu ripanço, ou no estrebuchar do seu psitacismo:
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A coerência incoerente na política, desta feita protagonizada por António Costa
Na vida em geral e na política em particular, há uma “regra” consuetudinária: na incoerência, sê o mais coerente possível.
O curioso é que haja quem queira ser o contrário: na aparência da coerência, acabar por ser da mais infeliz incoerência.
Numa ou noutra perspectiva, a regra tende a ser universal e partidariamente transversal.
Mas, nas horas em que se está fazendo o debate do Programa do XX Governo — mais do que uma mera formalidade, porque politicamente exige o “chumbo” de um Governo indigitado pelo Presidente da República nos termos constitucionais, pelo que quem a seguir quiser , governar que tenha ao menos o ónus democrático de rejeitar o Programa dos vencedores, ainda que sem maioria na AR — recordo aqui, tão-só, cinco pensamentos de António Costa (pós-eleições e durante os debates com Seguro) que falam por si:
A vida política não é feita de cheques em branco” (6.11.2015): notável!
Há políticos que têm um mau perder” (23.10.2015): bom espelho!
Tu deves estar desde pequeno a sonhar em ser primeiro-ministro” (23.09.2014, dirigindo-se a António José Seguro): de novo o espelho…
Quem não percebe a natureza própria do PS, quem não é capaz de assumir a sua história em toda a sua integralidade, não está em condições para liderar o partido.” (22.09.2014): incontestável
O PS ganhou, todos socialistas devem estar alegres com esta vitória [nas eleições europeias], mas preocupados com o que é necessário fazer para que a próxima vitória não saiba a pouco.” (25.05.2014): não soube a vitória, mas soube a derrota (a pouco).

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