Na I de 14/15 de Novembro 2015 vem uma grande
entrevista a António Barreto, cuja foto ocupa igualmente a capa da revista, com
dizeres em relevo, chamariz da atenção para aquela, com textos de Isabel Tavares
e José Cabrita Saraiva e fotografias de António Pedro Santos.
Começamos pela informação de que António Barreto está
reformado dos seus compromissos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, que,
segundo leio na internet, tem como missão estudar, divulgar e
debater a realidade portuguesa, ao que parece, sem fins lucrativos. E vê-se por
esta entrevista, que António Barreto também sempre gostou de a debater, a
realidade. É, aliás, uma ocupação muito nossa, debater, que começa com o “Como
vai isso?” ou o “Como está?” das nossas falas de intróito educativo comezinho,
ponto de partida para os contactos mais aprofundados. Por vezes estes descambam
nos tais debates, uns indiscutivelmente mais lucrativos do que outros, mas para
todos os efeitos, tão inúteis uns como outros, o verdadeiro lucro consistindo,
para os defensores da energia e do bom senso, no trabalho sério de produção dos
bens materiais ou espirituais, mas as excepções também demonstram que esses dados
não são taxativos, vistas as nossas outras formas de obtenção de lucro a que o
secretismo preside.
A longa entrevista da I a António
Barreto está, pois, marcada por grandes fotos de Barreto e transcrições em letra
mais ampla de frases sonoras que ele pronunciou para mostrar que é pessoa que
defende conceitos morais que nos calham e de que transcrevo alguns, como “Este
acordo é monstruoso e absurdo”, embora, à pergunta sobre se “a
moralidade do governo PS é discutível?“ tenha respondido
incongruentemente com outra pergunta que me deixou de pé atrás: “O que é moralidade
em política?”.
É por isso que não transcrevo mais
nenhuma das suas frases de homem vistoso e virtuoso, que fez e desfez, que diz e desdiz – parece que foi um
dos fautores da Reforma Agrária, que corrigiu depois com a “Lei Barreto”, que
não sei se resolveu algum dos seus sonhos. Quanto a outros dados biográficos,
tudo isso faz parte do zum zum próprio do nosso narcisismo e debilidade, que estamos
fartos de ouvir, por aí.
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