sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Uma Homenagem



O texto já é antigo, do último dia de Outubro, fui-o deixando passar, porque discordava dele, ditado que fora por pessoa de uma hierarquia social que se pode considerar aristocrática, que entende quando deve desistir, para dar uma lição, talvez, a um país que precisa de passar por nova cambalhota para perceber quem são realmente esses que fingem amá-los, na realidade por ódio aos que governam, pois o seu papel é sempre o de botar abaixo, por demagogia. Na realidade, tão cientes estão de que o que estão a fazer é um erro – eu diria um crime – que nem aceitam fazer parte com o PS num governo que será indiscutivelmente de minoria, apenas com o PS a governar, sem se importar de o fazer com menos votos do que os que ganharam, num pretexto irrisório de aliança nula, pois registada apenas como promessa, que só o será quando não colida com os slogans de esquerda respigados da palha em que para sempre esta se encobre, desinteressada em argumentos de maior racionalidade e bom senso.
Mas discordo de Vasco Pulido Valente. Admiro os do Governo, depois de lhes ouvir os discursos ditados, não na ambição do cargo, mas na aflição que sentem todos os que receiam a destruição que se vai seguir. Fizeram um trabalho que requer continuação e o povo sabe isso, pois apesar das dificuldades por que passou, reconhece que foi um caminho necessário, o único, aliás, a ser seguido pelas pessoas e os povos de boas contas.
O que ninguém se atreve a manifestar, excepto os que pertencem à coligação, é a admiração pela coragem desse timoneiro que, a crer em Vasco Pulido Valente, deveria desistir, porque só se vai queimar, se o não fizer. Não digo que não, mas intimamente rezo para que não desista, ainda que se queime. Um país merece os sacrifícios dos que o amam e têm a seu cargo protegê-lo. Passos Coelho, de resto, parece ser indiferente às queimaduras que devolve com ironia, desafio e saber.
Um homem superior, Pedro Passos Coelho, bem como o conjunto de pessoas do seu staff que o apoiam com seriedade, mau grado o atropelamento pelos que, não tendo outras alternativas que as de saquear para serem primeiros, vão semeando descaradamente e impunemente a sua caminhada de saques, para isso empurrados pela malta amiga desses PSs que pretendem recuperar o passado revolucionário, tais donzelas movidas constantemente pelo riso e a excitação exibicionista, pouco ou nada lhes importando a Pátria, joguete das suas ambições.
Não concordo com Vasco Pulido Valente. Acredito nos Martins Moniz da nossa história, e admirarei sempre o nosso PAF. Se sair derrotado, é porque o país o não merece.

Palavras para quê?
31/10/2015 - 04:51
O CDS e o PSD vão à Assembleia da República discutir. O quê e com quem? Não há uma oposição, há três, que aparentemente tencionam apresentar as suas particularíssimas razões para rejeitar o Governo. Só por milagre a coisa não dará numa berraria inútil. E que ganhará a coligação com isso? Nada. Pelo contrário, compromete de certeza a sua razão e a sua legitimidade. Não se trata gente como se ela fosse igual, quando ela não o é. O CDS e o PSD devem ouvir e calar; e sair daquela mascarada dignamente e sem comentário de espécie alguma. A esquerda que fique por lá num comício íntimo a repetir o que já disse em toda a parte. O país que os veja bem sem interrupção e que tire as suas conclusões. Sem ruído, como quem assiste a um espectáculo para sua edificação.
E depois com quem ia a coligação falar? Com o PCP, que ainda ontem repetia pela boca de Jerónimo de Sousa os lugares-comuns da seita, sem faltar uma vírgula, e que deu a entender que a sua putativa aliança com o dr. Costa não tinha outra base, excepto a sua conveniência? Quem pode adivinhar o que é, ou não é, o verdadeiro interesse dos trabalhadores, segundo Jerónimo? Anteontem, o Avante! declarou que sem a “renegociação da dívida” (um eufemismo para não a pagar) e sem nacionalizações (da banca, claro) os trabalhadores continuarão na mesma. Será que o PC já explicou isto ao dr. Costa? Talvez por isso ainda não apareceu o misterioso “papel”, que Jerónimo acha dispensável e o PS o fundamento da sua política. Ninguém até agora conseguiu apurar. E como tenciona a coligação discutir o seu programa sem o comparar com o programa da “esquerda”?
E o Bloco? O que pensa do mundo essa tresloucada agremiação? Deve ser difícil descobrir. O Bloco tem seis chefes, tem um porta-voz, tem 3000 profetas e tem três medidas para salvar a Pátria. Para lá disto, não há mais que nevoeiro e uma inextricável trapalhada. Consta que parte daquela sociedade se confessa trotskista e outra marxista-leninista. Não acredito, exactamente como não acredito em fantasmas, nem que a terapêutica médica persista na sua devoção à sangria. Verdade que a “esquerda” é um museu, mas não anda por aí a distribuir antiguidades. E se as distribuir ao CDS e ao PSD não vale a pena perder tempo com lições de história. O Bloco precisa de uma creche; e o cidadão sério precisa seriamente de perceber a brincadeira em curso.

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