Era com estes discursos trocistas dos nossos intelectuais contra a burguesia trabalhadora que nos habituámos a desvalorizar o trabalho. Agora, como a cigarra do La Fontaine, dançamos na corda bamba.
É muito bonita a canção da Amália, muito expressivos os versos de Alexandre O’Neill: “Minuciosa formiga, / não tem que se lhe diga: /leva a sua palhinha / asinha asinha. “Assim devera eu ser / e não esta cigarra / que se põe a cantar / e me deita a perder. “Assim devera eu ser / de patinhas no chão / formiguinha ao trabalho / e ao tostão. “Assim devera eu ser / se não fora não querer.”
Trabalhar não quisemos, não queremos mais. Conjuntos cantantes temos muitos, boas cantadeiras e bons cantadores também. Mas não se consegue ensinar mais os nossos alunos que é preciso trabalhar a sério. Ou seja, agora são eles que ensinam os seus pais e os seus professores que não estão para isso.
Também, é certo, porque a sociedade lhes diz frequentes vezes que não poderão competir com quem absorve vencimentos resultantes de injustiças, fraudes e espertezas. Por isso absorvem outros fumos do seu saber fácil e atacam noutras frentes que lhes podem ou não render a subsistência que pretendem.
As pessoas vivem assustadas, dizem titubeantes à televisão que o bairro de Setúbal onde se incendiaram carros e cometeram muitos mais desacatos que ainda não foram sanados, por muito que a polícia se esforce, não reflecte bem o que por lá se passa. A maioria dos habitantes é pacata, a miséria é que, alastrando, gerou toda essa criminalidade, apesar de o nosso Primeiro Ministro afirmar exaltadamente, após o que aconteceu no bairro da Bela Vista, que “nos países democráticos não se ataca a polícia”, o que é rotundamente falso, como foi demonstrado, além de revelar oclusão da sua responsabilidade nesse alastrar do crime.
Pois foi. O trabalho que fez elevar socialmente alguns dos cidadãos, pelo estudo, pela eficiência, pela previdência no aferrolhar, foi menosprezado pelos filhos dessa burguesia trabalhadora, os quais frequentaram universidades e leram os filósofos, e se habituaram, ingratamente, a pôr a ridículo os seus progenitores laboriosos que lhes pagaram os estudos.
Por isso, porque gostamos muito das temáticas altruísticas e depreciativas da materialidade, sinónima de boçalidade, apesar das múltiplas provas do inverso, até mesmo entre nós, embarcámos todos muito bem nas normas da U.E., que nos mandaram deixar os campos em pousio. E as matas também.
E estamos na altura dos fogos ateados pelas mãos criminosas, vamos recomeçar a arder, que o verão está a chegar e as nossas matas estão facilmente inflamáveis, pelo descanso em que vivemos, deixando-as entulhar-se.
Muitos dos delinquentes que defendem a sua reputação por conta da falta de trabalho, poderiam ser empregados nas matas, limpando-as e ganhando para a sua subsistência. Era uma medida que talvez ficasse menos dispendiosa do que o apagamento posterior dos fogos e os julgamentos de farsa dos incendiários.
Sr. Primeiro Ministro, providencie para evitar mais essa catástrofe do Portugal a arder. Dê trabalho aos delinquentes, mande-os limpar a mata.
Asinha, asinha, antes que seja tarde demais.
É muito bonita a canção da Amália, muito expressivos os versos de Alexandre O’Neill: “Minuciosa formiga, / não tem que se lhe diga: /leva a sua palhinha / asinha asinha. “Assim devera eu ser / e não esta cigarra / que se põe a cantar / e me deita a perder. “Assim devera eu ser / de patinhas no chão / formiguinha ao trabalho / e ao tostão. “Assim devera eu ser / se não fora não querer.”
Trabalhar não quisemos, não queremos mais. Conjuntos cantantes temos muitos, boas cantadeiras e bons cantadores também. Mas não se consegue ensinar mais os nossos alunos que é preciso trabalhar a sério. Ou seja, agora são eles que ensinam os seus pais e os seus professores que não estão para isso.
Também, é certo, porque a sociedade lhes diz frequentes vezes que não poderão competir com quem absorve vencimentos resultantes de injustiças, fraudes e espertezas. Por isso absorvem outros fumos do seu saber fácil e atacam noutras frentes que lhes podem ou não render a subsistência que pretendem.
As pessoas vivem assustadas, dizem titubeantes à televisão que o bairro de Setúbal onde se incendiaram carros e cometeram muitos mais desacatos que ainda não foram sanados, por muito que a polícia se esforce, não reflecte bem o que por lá se passa. A maioria dos habitantes é pacata, a miséria é que, alastrando, gerou toda essa criminalidade, apesar de o nosso Primeiro Ministro afirmar exaltadamente, após o que aconteceu no bairro da Bela Vista, que “nos países democráticos não se ataca a polícia”, o que é rotundamente falso, como foi demonstrado, além de revelar oclusão da sua responsabilidade nesse alastrar do crime.
Pois foi. O trabalho que fez elevar socialmente alguns dos cidadãos, pelo estudo, pela eficiência, pela previdência no aferrolhar, foi menosprezado pelos filhos dessa burguesia trabalhadora, os quais frequentaram universidades e leram os filósofos, e se habituaram, ingratamente, a pôr a ridículo os seus progenitores laboriosos que lhes pagaram os estudos.
Por isso, porque gostamos muito das temáticas altruísticas e depreciativas da materialidade, sinónima de boçalidade, apesar das múltiplas provas do inverso, até mesmo entre nós, embarcámos todos muito bem nas normas da U.E., que nos mandaram deixar os campos em pousio. E as matas também.
E estamos na altura dos fogos ateados pelas mãos criminosas, vamos recomeçar a arder, que o verão está a chegar e as nossas matas estão facilmente inflamáveis, pelo descanso em que vivemos, deixando-as entulhar-se.
Muitos dos delinquentes que defendem a sua reputação por conta da falta de trabalho, poderiam ser empregados nas matas, limpando-as e ganhando para a sua subsistência. Era uma medida que talvez ficasse menos dispendiosa do que o apagamento posterior dos fogos e os julgamentos de farsa dos incendiários.
Sr. Primeiro Ministro, providencie para evitar mais essa catástrofe do Portugal a arder. Dê trabalho aos delinquentes, mande-os limpar a mata.
Asinha, asinha, antes que seja tarde demais.
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