terça-feira, 26 de maio de 2009

Os estímulos do nosso Presidente

O nosso P.R. já foi P.M. e como P.M. parece que cumpriu bem, rendilhou o nosso país com as autoestradas da sua competência, dependente da competência de quem lhe concedeu as possibilidades de assim cumprir. Gostei dele a valer, parecia ter energia, e dominava os palcos da governação, graças à maioria que um povo confiante, como eu, que a ela pertenci, lhe concedeu, na sua competência e no seu valor. Quando perdeu para Jorge Sampaio, chorei, tal como a moça que a ele se abraçou com pena, aquando dos resultados dessa eleição.
Mas Cavaco Silva, que tem o perfil de um líder, quis ser P.R. e como P.R. não pode liderar. Por isso adoptou o perfil de um paizinho protector, que dá conselhos e orientações, e se mostra pesaroso tantas vezes.
Não é mais a pessoa cumpridora e trabalhadora, o bom técnico que foi como P.M., embora lhe faltasse cultura literária, défice que os nossos intelectuais não desculpam e de que tanto troçaram a seu tempo. Continua com os jeitos de bom chefe, mas de família - de bom esposo, bom pai e avô babado.
Vê-se que é um Presidente preocupado, que se sente rodeado pelas hostilidades dos da maioria que governa, que vai tentando contemporizar, já que não pode bater com o pé ou com o punho ou com a porta, pois uma presidência é sempre uma presidência, ainda que de uma república de bananas (de importação, em todo o caso), como lhe chamam os donos dos pomares da nossa terra, invejosos dos que as produzem de facto.
Foi, pois, tentando ser persuasivo, que o nosso P.R., educadamente, pegou na palavra para incitar o povo português a não ir à praia ou para férias, antes de votar. O voto é fundamental, nada de praias, nada de férias no dia 7, das eleições europeias.
Lembremo-nos de que a Europa injecta dinheiro a curto prazo sobre nós – mais sobre uns do que sobre outros – embora isso nos endivide a longo prazo. Além de que nos fez parar, não para meditarmos e nos cultivarmos, mas para preguiçarmos ainda mais, fazendo-nos abandonar as courelas do passado e largar a pesca de mais amplos espaços, de antes da adesão.
Portemo-nos com civismo, vamos todos votar no dia 7, não façamos entristecer o nosso Presidente.

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