sábado, 9 de maio de 2009

Radars humanos precisam-se

Acode-nos a ideia de uma Polícia Secreta, como antigamente havia. Chamavam-lhe PIDE, “de má memória”, como convém apodá-la, para não sermos nós outros apodados de pactuantes com o sistema que a introduziu, embora nos pareça que se deveria render homenagem a quem possibilitava o sono mais tranquilo aos cidadãos da altura.
Dizíamos, pois, que uma Polícia Secreta nos tempos presentes, que ajudasse a desmantelar as redes disseminadas de banditismo que tanta instabilidade social provocam, seria uma medida muito útil. Não direi favorecedora da nossa democracia, longe disso. Devemos sempre acarinhar a liberdade sem peias que pauta o nosso sistema democrático.
Como pessoas esclarecidas e amantes de uma ideologia igualitária, cujo caminho nos foi primitivamente aberto pelos revolucionários franceses, devemos apoiar a democracia com todas as veras, apoio que nos possibilita uma defesa solidária e fraterna dos mais desfavorecidos - e mesmo dos mais favorecidos - e uma abertura indescriminada de fronteiras a todos aqueles povos que nos procuram, como se tivéssemos muito que lhes oferecer, sem previamente estabelecermos “numerus clausus”, de contenção – agora chamam-lhe "quotas" - para não sermos apodados de racistas.
Os bandos de gente que provoca distúrbios, que assassina e assalta e furta e mata os próprios polícias, com as reportagens jornalísticas gravando, ali na hora, os assaltos e as frases vociferantes das meninas rebeldes - mais as do sul - vomitando ódio e afirmando com arrogância que ainda deviam ser mais os polícias mortos – meninas e meninos rebeldes e insolentes, que os nossos professores têm que suportar nas suas aulas, porque não existem mecanismos de expulsão para o sul, a nossa Educação compactuando temerosamente com o sistema da generosidade democrática, para que o Estrangeiro nos olhe como povo evoluído – pois esses bandos de criminosos parece pedirem o estabelecimento de uma Polícia Secreta que se infiltre disfarçadamente nas redes e previna o crime.
Creio que outros povos civilizados o fazem. Doutra forma, não se abortavam, entre eles, tantos dos ataques terroristas. As nossas PSP e GNR também vão remediando alguns desaires desses e desmantelando o tráfico de drogas, disseminado pelo mundo, muito dele por cá, e até arriscando as suas vidas na tentativa de combater a violência detectada.
Mas a miséria é muita, a falta de trabalho favorecendo-a, e a miséria moral também. Só, de facto, uma Polícia Secreta, eficiente e zelosa, poderia proteger os cidadãos e proporcionar mais segurança social.
Tais os radars que impõem o respeito aos limites de velocidade, assim a PS imporia regras de pacifismo e mais educação. Ainda que pelo medo. Como na ditadura, como alguns gostam de a definir, para não parecerem reaccionários ou menos evoluídos. Os que se consideram livres, agora como outrora, poderão explicar que tais regras não eram impostas pelo medo, mas por educação. Ou sequer por racionalidade.
No entanto, sabemos que não convém uma tal PS, demasiado eficiente, a uma sociedade como a nossa, demasiado fraudulenta. Porque logo os mais favorecidos – economicamente falando – ergueriam aos céus as suas vozes clamorosas, defendendo uma democracia solidária que igualmente os protege.

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