... afastar-se de nós, as lágrimas transformam-se em água que limpa os olhos...”
É da minha netita de quatro anos a frase. Fui a correr buscar papel e caneta para a transcrever, tão extraordinária me soou. Quando, pela mão do vovô, me disse que a vovó estava velhinha, fingi que chorava e logo ela largou a frase do meu arrebatamento.
E não se calou mais, ante a surpresa e o riso que causou.
Também ela fica “triste e a chorar quando a Blacky (a gata) parte as plantas do vovô, que tem que as substituir”.
“Vocês como já não andam no trabalho já não têm coisas. Por isso é que quando os vejo vos dou muitos abraços” o que fez, juntando a acção à palavra, ao colo do avô chamando-me também para me incluir nos seus beijos e abraços, em provável reminiscência das histórias da Heidi, que costumava ver aos dois ou três anos.
“Ainda bem que o cabelo da vovó já não está branco porque fica feio”, deu pelo corte e pintura o que não aconteceu com ninguém mais cá em casa.
O avô gabava-lhe a cabecinha e logo: “Se não me lembrar de uma tenho muitas coisas na minha cabeça”.
“Debaixo da língua é que está o cuspo”.
“Vocês são um bocadinho velhinhos não têm dinheiro porque não trabalham. Têm que dizer ao Fox (o cão) para ter cuidado com a bola para não a perder”. Uma boa gestora de finanças futuras, se as houver.
É claro que a criança, nos seus jeitos, na sua memória, nos seus talentos de argumentação, não fala assim porque seja um génio, mas porque teve quem a orientasse nos raciocínios, no estímulo, na ternura que a cada passo a envolve, chamando a atenção para as coisas, e os nomes e as reflexões sobre tudo.
O mundo infantil é um encanto, como seria bom que o saboreássemos todos assim, como fazem os seus pais, que sabem sacrificar os seus gostos aos da filha, não deixando, todavia, de a partilhar desde pequenina, com a família. E a pequenina, embora mimosa, não mostra o mimo de muitas outras crianças, sempre encantadora, sempre argumentadora, sempre espantando, de longa data, com o seu poder de memória e reflexão.
São de alegria, as lágrimas do nosso prazer.
É da minha netita de quatro anos a frase. Fui a correr buscar papel e caneta para a transcrever, tão extraordinária me soou. Quando, pela mão do vovô, me disse que a vovó estava velhinha, fingi que chorava e logo ela largou a frase do meu arrebatamento.
E não se calou mais, ante a surpresa e o riso que causou.
Também ela fica “triste e a chorar quando a Blacky (a gata) parte as plantas do vovô, que tem que as substituir”.
“Vocês como já não andam no trabalho já não têm coisas. Por isso é que quando os vejo vos dou muitos abraços” o que fez, juntando a acção à palavra, ao colo do avô chamando-me também para me incluir nos seus beijos e abraços, em provável reminiscência das histórias da Heidi, que costumava ver aos dois ou três anos.
“Ainda bem que o cabelo da vovó já não está branco porque fica feio”, deu pelo corte e pintura o que não aconteceu com ninguém mais cá em casa.
O avô gabava-lhe a cabecinha e logo: “Se não me lembrar de uma tenho muitas coisas na minha cabeça”.
“Debaixo da língua é que está o cuspo”.
“Vocês são um bocadinho velhinhos não têm dinheiro porque não trabalham. Têm que dizer ao Fox (o cão) para ter cuidado com a bola para não a perder”. Uma boa gestora de finanças futuras, se as houver.
É claro que a criança, nos seus jeitos, na sua memória, nos seus talentos de argumentação, não fala assim porque seja um génio, mas porque teve quem a orientasse nos raciocínios, no estímulo, na ternura que a cada passo a envolve, chamando a atenção para as coisas, e os nomes e as reflexões sobre tudo.
O mundo infantil é um encanto, como seria bom que o saboreássemos todos assim, como fazem os seus pais, que sabem sacrificar os seus gostos aos da filha, não deixando, todavia, de a partilhar desde pequenina, com a família. E a pequenina, embora mimosa, não mostra o mimo de muitas outras crianças, sempre encantadora, sempre argumentadora, sempre espantando, de longa data, com o seu poder de memória e reflexão.
São de alegria, as lágrimas do nosso prazer.
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