Estávamos à mesa do café, a minha amiga a falar nos efeitos poderosos do mangostão xango sobre a saúde – ouvira ontem no programa do Goucha, dez pessoas que foram lá contar sobre os efeitos miraculosos do xarope na saúde de cada uma delas – cura peles, depressões, asma, diabetes, rinites, alergias, colesterol, cancro, colite, um cem número de doenças sobre que a Internet expõe – e de repente, no meio do seu entusiasmo na fé do milagre causado pelo mangostão, abrandou a voz, chegando ao sussurro: “Ela hoje tem-os todos guardados!”
Pensei em jóias, em “taco”, em “alqueires bem medidos”, e bem enfiados na caixa craniana, em qualquer coisa de menos púdico – segundo restos de convenções a desfazerem-se neste século – que anteriormente estariam mais visíveis em alguém que, de momento, se perfilava sob o ângulo de visão da minha amiga. Tratava-se, simplesmente, ó céus!, dos cabelos tapados com touca, da dona do café, que é uma simpatia de senhora, mas costuma ter os longos e anelados cabelos esvoaçando, enquanto faz as torradas ou serve os queques, o que provoca as agonias espirituais e fisiológicas da minha amiga implacável.
Não me voltei para constatar o facto, mas alegrei-me, e passei a sussurrar com ela, pois entra em paranóia quando não vê a touca nas padarias ou nos cafés envolvendo os cabelos das balconistas - para assim evitar os embaraços das suas dicas irónicas a meia voz contra a tacanha resignação portuguesa que compra o pão, “malgré la queue de cheval”, como eu faço.
Voltámos ao programa do Goucha e contou dos casos de recuperação de saúde, todos de níveis diferentes, que as dez pessoas referiram. Passou-me o papelinho com a direcção que colheu no Goucha, no benemérito desejo de salvar grande parte da humanidade, incluindo-me a mim e aos meus males: “Xango – Sumo de mangostão – WWW.superfruto.com – T. 917553140.
Vim consultar a Internet: Está lá tudo – a história, a geografia, a medicina, a comercialização, no seu início, em Portugal, que promete grosso êxito, provavelmente seguido das nossas habituais derrapagens nas nossas habituais habilidades fraudulentas, contra as quais não há mangostão eficaz. E o sem número de benefícios na saúde devido a um produto - Xanthonas – anti-oxidante e anti-inflamatório – responsável pelo êxito nas diversas curas.
E logo a minha amiga comentou: “Quem toma o mangostão fica por cá então, ou, pelo menos, fica saudável até dizer chega”.
Não quero contestá-la na sua fé. Deixo o recado. Creio que vou experimentar, mas não deve ser barato o produto asiático.
Em todo o caso, se o preço me puser os cabelos em pé - não tenho rabo de cavalo - poderei sempre guardá-los com a touca do bem-estar fisiológico e espiritual da minha amiga.
Pensei em jóias, em “taco”, em “alqueires bem medidos”, e bem enfiados na caixa craniana, em qualquer coisa de menos púdico – segundo restos de convenções a desfazerem-se neste século – que anteriormente estariam mais visíveis em alguém que, de momento, se perfilava sob o ângulo de visão da minha amiga. Tratava-se, simplesmente, ó céus!, dos cabelos tapados com touca, da dona do café, que é uma simpatia de senhora, mas costuma ter os longos e anelados cabelos esvoaçando, enquanto faz as torradas ou serve os queques, o que provoca as agonias espirituais e fisiológicas da minha amiga implacável.
Não me voltei para constatar o facto, mas alegrei-me, e passei a sussurrar com ela, pois entra em paranóia quando não vê a touca nas padarias ou nos cafés envolvendo os cabelos das balconistas - para assim evitar os embaraços das suas dicas irónicas a meia voz contra a tacanha resignação portuguesa que compra o pão, “malgré la queue de cheval”, como eu faço.
Voltámos ao programa do Goucha e contou dos casos de recuperação de saúde, todos de níveis diferentes, que as dez pessoas referiram. Passou-me o papelinho com a direcção que colheu no Goucha, no benemérito desejo de salvar grande parte da humanidade, incluindo-me a mim e aos meus males: “Xango – Sumo de mangostão – WWW.superfruto.com – T. 917553140.
Vim consultar a Internet: Está lá tudo – a história, a geografia, a medicina, a comercialização, no seu início, em Portugal, que promete grosso êxito, provavelmente seguido das nossas habituais derrapagens nas nossas habituais habilidades fraudulentas, contra as quais não há mangostão eficaz. E o sem número de benefícios na saúde devido a um produto - Xanthonas – anti-oxidante e anti-inflamatório – responsável pelo êxito nas diversas curas.
E logo a minha amiga comentou: “Quem toma o mangostão fica por cá então, ou, pelo menos, fica saudável até dizer chega”.
Não quero contestá-la na sua fé. Deixo o recado. Creio que vou experimentar, mas não deve ser barato o produto asiático.
Em todo o caso, se o preço me puser os cabelos em pé - não tenho rabo de cavalo - poderei sempre guardá-los com a touca do bem-estar fisiológico e espiritual da minha amiga.
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