“Tal vai o país!”, como comentou hoje a minha amiga! “O desgraçado do polícia primeiro tem que se defender e depois é que atira!” E às vezes mesmo morre, antes de poder disparar. Desta vez não morreu, mas ficou ferido, não chegou a atirar.
Foram dois. Baleados na cabeça, não há protecção para a cabeça e a protecção para o tronco – o colete à prova de bala - têm eles que pagar, pelo menos grande parte deles. Como sabem da protecção do tronco – quem sabe se todos a têm? - os facínoras disparam contra as cabeças.
São corajosos, os polícias. Ganham pouco e arriscam muito. Quem os manda sair do carro que nem sequer é blindado? Para mais com tanto emigrante generosamente acolhido no país, sem se estudar, primeiro, as impressões digitais.
Mas às vezes os polícias revoltam-se e atiram com os bonés ao chão, em greve de protesto contra o governo, fechado nos gabinetes, a legislar, ou a tratar de assuntos mais vultosos. Tais como os assaltos internos dos próprios dirigentes dos Bancos e outros. Os bonés a voarem para o chão são espectáculo de circo, ou de greves, os polícias têm o direito de as fazer, estamos em democracia, o governo concede-o, educadamente. O governo também está em democracia e trata do bem de todos nos gabinetes, sem escutar ninguém, além dos seus vários governantes, atido à ideia de que, se tem a maioria, é ele só que decide e não escuta o clamor em seu redor, dos outros partidos ou dos grupos sociais mais atreitos ao clamor, nem repara nos bonés no meio do chão, porque democracia para ele é gabinete, por conta dos que o elegeram, que foram a maioria.
Para mais, como povo fundamentalista que somos, entendemos que quem manda é sempre o mais forte, disse-o Drácon pelo menos relativamente aos direitos paternos sobre os filhos, li na Internet – (creio que não fala nas mulheres, de pouco relevo sempre, por consequência, de longa data habituadas). Quem manda, repito, é, portanto, o que tem mais força ou o que detém a maioria dos votos.
Também por isso, como informou também a minha amiga, os maridos podem limpar o sebo às mulheres e até aos filhos, segundo a higiénica lei do mais forte no nosso país, mas eu objectei que agora já nos podemos queixar e logo ela, impante e omnisciente, retorquiu que os maridos se podem cruzar com as esposas, nas ruas, e lá fica o caldo entornado. O castigo é suave para os crimes passionais e mesmo os avinhados.
Mas o Ministro da Administração Interna elogia o brio profissional e a dignidade dos polícias baleados e dos outros que ainda não o foram, não falou em reivindicações, mas em heróis.
“Os heróis servem-se mortos”, explicou Reinaldo Ferreira.
Por isso, e por conta dos provérbios que nos assentam como luva – “Depois de cavalo morto cevada ao rabo” ou “Casa assaltada, trancas à porta” - não quero ser menos que a minha amiga em frases de relevo, e concluo vitoriosamente: “O desgraçado do polícia primeiro tem que morrer e depois é que atira”.
Foram dois. Baleados na cabeça, não há protecção para a cabeça e a protecção para o tronco – o colete à prova de bala - têm eles que pagar, pelo menos grande parte deles. Como sabem da protecção do tronco – quem sabe se todos a têm? - os facínoras disparam contra as cabeças.
São corajosos, os polícias. Ganham pouco e arriscam muito. Quem os manda sair do carro que nem sequer é blindado? Para mais com tanto emigrante generosamente acolhido no país, sem se estudar, primeiro, as impressões digitais.
Mas às vezes os polícias revoltam-se e atiram com os bonés ao chão, em greve de protesto contra o governo, fechado nos gabinetes, a legislar, ou a tratar de assuntos mais vultosos. Tais como os assaltos internos dos próprios dirigentes dos Bancos e outros. Os bonés a voarem para o chão são espectáculo de circo, ou de greves, os polícias têm o direito de as fazer, estamos em democracia, o governo concede-o, educadamente. O governo também está em democracia e trata do bem de todos nos gabinetes, sem escutar ninguém, além dos seus vários governantes, atido à ideia de que, se tem a maioria, é ele só que decide e não escuta o clamor em seu redor, dos outros partidos ou dos grupos sociais mais atreitos ao clamor, nem repara nos bonés no meio do chão, porque democracia para ele é gabinete, por conta dos que o elegeram, que foram a maioria.
Para mais, como povo fundamentalista que somos, entendemos que quem manda é sempre o mais forte, disse-o Drácon pelo menos relativamente aos direitos paternos sobre os filhos, li na Internet – (creio que não fala nas mulheres, de pouco relevo sempre, por consequência, de longa data habituadas). Quem manda, repito, é, portanto, o que tem mais força ou o que detém a maioria dos votos.
Também por isso, como informou também a minha amiga, os maridos podem limpar o sebo às mulheres e até aos filhos, segundo a higiénica lei do mais forte no nosso país, mas eu objectei que agora já nos podemos queixar e logo ela, impante e omnisciente, retorquiu que os maridos se podem cruzar com as esposas, nas ruas, e lá fica o caldo entornado. O castigo é suave para os crimes passionais e mesmo os avinhados.
Mas o Ministro da Administração Interna elogia o brio profissional e a dignidade dos polícias baleados e dos outros que ainda não o foram, não falou em reivindicações, mas em heróis.
“Os heróis servem-se mortos”, explicou Reinaldo Ferreira.
Por isso, e por conta dos provérbios que nos assentam como luva – “Depois de cavalo morto cevada ao rabo” ou “Casa assaltada, trancas à porta” - não quero ser menos que a minha amiga em frases de relevo, e concluo vitoriosamente: “O desgraçado do polícia primeiro tem que morrer e depois é que atira”.
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