Não, não se trata do “Fado da Carta” da nossa querida Fernanda Baptista, porque eu poderia usar a expressão “Para tu veres que estou farta”, ao contrário dela, que não está.
É mesmo uma fábula do La Fontaine que estou a seguir, da “raposa e os perus”, utilizando estes, como fortaleza contra os ataques manhosos da raposa, uma árvore frondosa onde eles se resguardavam por cautela, com grande surpresa daquela. Realmente, a pérfida deu a volta à cidadela e verificou que todos estavam de sentinela. Contra ela. Ficou indignada, até mesmo ofendida com a desconfiança atrevida dos perus, que não merecia a sua figura de mansa doçura. O sangue ferveu-lhe de indignação. Atirou-se ao chão, fez-se de morta, ergueu-se palpitante, de olhos no céu, ergueu a bela cauda ao luar que apareceu. Os perus, indiferentes na sua cidadela, durante muito tempo não caíram na esparrela. Mas o sono os foi vencendo, e de vez em quando um ia caindo, para regalo da raposa atrevida que assim os foi comendo ou transportando para a sua despensa falida.
Foi tal o desbaste que o fabulista, preocupado, concluiu: “A demasiada atenção que se tem contra o perigo, é causa, muitas vezes que nele se caia, como maduro figo”, embora a chocha comparação tenha sido acrescentada por conta da rima pobre da versificação .
Mas não seria essa a moral que eu escolheria para os nossos jovens, os perus da história. Estes, apesar de haver excepções, que ressalvo sempre, há muito que dormem, mas na cama. Nem dão pelos discursos de quem os quer seduzir, para os votos eleitorais, pois preferem brincar no jardim.
Quem ouça os argumentos de uma determinada facção dos jovens iranianos, como tenho ouvido, a respeito de umas eleições que lhes pareceram fraudulentas, repara na seriedade, na responsabilidade, na desenvoltura desses jovens, rapazes e raparigas, que nada têm a ver com as manifestações cantantes e farfalhudas dos nossos.
E no entanto, a raposa da fábula existe ainda, hoje mesmo a ouvi, gabando as políticas seguidas, de abertura para os jovens, falando nas muitas vagas universitárias, nos muitos magalhães, nas suas políticas de modernidade por amor desses mesmos jovens e do seu futuro de seriedade. Não fala na inexistência de vagas para as profissões dos adultos, nem nos milhares de desempregados e mais os que aí vêm. A esses não escuta, porque esses não se deixam tanto seduzir, mais esclarecidos sobre a “canção do bandido” ou “da sereia”, como se lhe queira chamar.
Não, não garanto que o resultado para a nossa seja idêntico ao da raposa da fábula. Mas bem posso enganar-me, “que a sereia canta bela”, tal como a doce raposinha, e os incautos são mais que muitos aqui.
É mesmo uma fábula do La Fontaine que estou a seguir, da “raposa e os perus”, utilizando estes, como fortaleza contra os ataques manhosos da raposa, uma árvore frondosa onde eles se resguardavam por cautela, com grande surpresa daquela. Realmente, a pérfida deu a volta à cidadela e verificou que todos estavam de sentinela. Contra ela. Ficou indignada, até mesmo ofendida com a desconfiança atrevida dos perus, que não merecia a sua figura de mansa doçura. O sangue ferveu-lhe de indignação. Atirou-se ao chão, fez-se de morta, ergueu-se palpitante, de olhos no céu, ergueu a bela cauda ao luar que apareceu. Os perus, indiferentes na sua cidadela, durante muito tempo não caíram na esparrela. Mas o sono os foi vencendo, e de vez em quando um ia caindo, para regalo da raposa atrevida que assim os foi comendo ou transportando para a sua despensa falida.
Foi tal o desbaste que o fabulista, preocupado, concluiu: “A demasiada atenção que se tem contra o perigo, é causa, muitas vezes que nele se caia, como maduro figo”, embora a chocha comparação tenha sido acrescentada por conta da rima pobre da versificação .
Mas não seria essa a moral que eu escolheria para os nossos jovens, os perus da história. Estes, apesar de haver excepções, que ressalvo sempre, há muito que dormem, mas na cama. Nem dão pelos discursos de quem os quer seduzir, para os votos eleitorais, pois preferem brincar no jardim.
Quem ouça os argumentos de uma determinada facção dos jovens iranianos, como tenho ouvido, a respeito de umas eleições que lhes pareceram fraudulentas, repara na seriedade, na responsabilidade, na desenvoltura desses jovens, rapazes e raparigas, que nada têm a ver com as manifestações cantantes e farfalhudas dos nossos.
E no entanto, a raposa da fábula existe ainda, hoje mesmo a ouvi, gabando as políticas seguidas, de abertura para os jovens, falando nas muitas vagas universitárias, nos muitos magalhães, nas suas políticas de modernidade por amor desses mesmos jovens e do seu futuro de seriedade. Não fala na inexistência de vagas para as profissões dos adultos, nem nos milhares de desempregados e mais os que aí vêm. A esses não escuta, porque esses não se deixam tanto seduzir, mais esclarecidos sobre a “canção do bandido” ou “da sereia”, como se lhe queira chamar.
Não, não garanto que o resultado para a nossa seja idêntico ao da raposa da fábula. Mas bem posso enganar-me, “que a sereia canta bela”, tal como a doce raposinha, e os incautos são mais que muitos aqui.
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