Quando li pela primeira vez “O Barão” de Branquinho da Fonseca – 1976 é a data da edição de bolso que então comprei e li - deixei-me fascinar pela atmosfera de estranha magia que me parecia fugir a qualquer esquema literário nacional a que estava habituada, de histórias com sequência narrativa e lógica de efabulação que não condizia com o que de repente ali encontrava. Lera alguns contos fantásticos de Edgar Allan Poe, de atmosferas sombrias situadas em épocas medievais, de castelos meio em ruínas em bosques sombrios, e em que os sons, as personagens, os ventos uivantes, as almas errantes, causavam o “frisson” de medo e horror, de um fantástico talvez predecessor de alguns policiais de sir Conan Doyle e que Eça de Queiroz tentou, em parte, imitar em “O Mistério da Estrada de Sintra”.
Pela introdução, de resto, clara, objectiva, irónica, que nos apresenta o narrador e os seus gostos refractários a viajar – de expressão propositadamente repetitiva - embora sabendo apreciar o “caminho da bela aventura”, numa página cheia de humor satírico, no seu prosaísmo desenfastiado sobre as dificuldades um tanto grotescas da vida de mediania burguesa - e o obrigam a viajar por profissão, página que não resisto a transcrever, pelo que contém de filosofia de vida e de sátira às misérias da labuta diária - situando o escritor na corrente neo-realista – não imaginava a surpresa da intriga bem irreal que iria encontrar a seguir.
Eis a introdução:
«Não gosto de viajar. Mas sou inspector das escolas de instrução primária e tenho obrigação de correr constantemente todo o País. Ando no caminho da bela aventura, da sensação nova e feliz, como um cavaleiro andante. Na verdade lembro-me de alguns momentos agradáveis, de que tenho saudades, e espero encontrar outros que me deixem novas saudades. É uma instabilidade de eterna juventude, com perspectivas e horizontes sempre novos. Mas não gosto de viajar. Talvez só por ser uma obrigação e as obrigações não darem prazer. Entusiasmo-me com a beleza das paisagens, que valem como pessoas, e tive já uma grande curiosidade pelos tipos rácicos, pelos costumes, e pela diferença de mentalidade do povo de região para região. Num país tão pequeno, é estranhável tal diversidade. Porém não sou etnógrafo, nem folclorista, nem estudioso de nenhum desses aspectos e logo me desinteresso. Seja pelo que for, não gosto de viajar. Já pensei em pedir a demissão. Mas é difícil arranjar outro emprego equivalente a este nos vencimentos. Ganho dois mil escudos e tenho passe nos combóios, além das ajudas de custo. Como vivo sozinho, é suficiente para as minhas necessidades. Fazer algumas economias e, durante o mês de licença que o Ministério me dá todos os anos, poderia ir ao estrangeiro. Mas não vou. Não posso. Durante esse mês quero estar quieto, parado, preciso de estar o mais parado possível. Acordar todas essas trinta manhãs no meu quarto! Ver durante trinta dias seguidos a mesma rua! Ir ao mesmo café, encontrar as mesmas pessoas!... Se soubessem como é bom! Como dá uma calma interior e como as ideias adquirem continuidade e nitidez! Para pensar bem é preciso estar quieto. Talvez depois também cansasse, mas a natureza exige certa monotonia. As árvores não podem mexer-se. E os animais só por necessidade física, de alimento ou de clima, devem sair da sua região. Acerca disto tenho ideias claras e uma experiência definitiva. É até, talvez, a única coisa sobre que tenho ideias firmes e uma experiência suficiente. Mas não vou filosofar; vou contar a minha viagem à serra do Barroso.»
É esta personagem secundária, mas simultaneamente bem viva na sua performance junto do Barão que tão originalmente retrata, o narrador do conto de Branquinho da Fonseca, certamente que um pouco auto-retrato do próprio autor. Por conhecimento recente, soube que Branquinho da Fonseca é tio – e padrinho - de Henrique Salles da Fonseca, e filho do escritor Tomás da Fonseca, avô daquele.
Ao tentar, pois, uma breve análise do conto fantástico “ O Barão”, pretendo com isso prestar uma simples homenagem a Salles da Fonseca que, no seu Blog “A Bem da Nação”, revela uma certa semelhança de carácter com esse narrador – seu tio - na forma directa, chã e explícita com que defende os seus pontos de vista, caracterizados pela integridade e simultaneamente coragem e desassombro de quem, conscientemente, não enfileira na desordem moral dos novos tempos.
O Barão, eis a personagem central do conto, figura um tanto irreal, que o narrador vem a conhecer nos seus percursos de Inspector das escolas, numa aldeia inominada do Barroso, onde é recebido pela professora que o apresentará ao Barão. Todas as personagens – salvo duas – a criada do Barão, Idalina, e o mestre da Tuna, sr. Alçada - são, aliás, retratadas sem nome próprio, o que contribui para a atmosfera de irrealidade do conto: o Eu narrador, a professora, o Barão, os criados, os homens da banda musical que vão tocar ao seu palácio, Ela, a mulher amada, a “Única”, talvez a responsável pela decadência daquele “Dom Quixote” desmantelado, qual Dulcineia merecedora da rosa que no final, segundo afirmará, ele conseguiu depor na sua janela.
Assim, o Barão dará guarida por uma noite ao Inspector, no seu solar “covil do famigerado Barão e seus criados” e onde “Em nossa volta, em toda aquela casa que eu adivinhava enorme, com largos corredores sem fim, entre salas mortas, pesava cada vez mais um silêncio que eu nunca tinha sentido: inquietante e ressoante como se a casa estivesse metida dentro de uma cisterna.” O Barão exige, em todo o caso mais dias de estada ao seu hóspede, desejoso de confidências e no desprezo fidalgo pelos compromissos profissionais do Inspector, acolhe-o na grande sala do seu palácio, numa mesa onde caberiam dezenas de pessoas, ocupada pela garrafa de vinho que vai beberricando, não compartilhada pelo hóspede esfomeado, confidenciando, um pouco ingenuamente, as suas vivências e impudências, ele próprio reconhecendo as suas tendências entre o Bem e o Mal, entre os prazeres da bestialidade e os ideais de pureza, ora de atitude afável, ora brutal, mas estranhamente dominado pela criada Idalina, que ele despreza mas que o subjuga, desprezo, de resto, por ela aparentemente compartilhado.
O jantar vem para o hóspede – “um galo assado entre batatas loiras” e como segundo prato, “uma travessa de carne de porco e ovos mexidos”, “E não ouvi mais nada do que o Barão dizia. Até que, já reconfortado, voltei a ouvi-lo com prazer.” O anfitrião sempre bebendo, sem comer - ceará mais tarde as suas alheiras assadas - após o passeio pelo casarão, mais confidências e vinhos que o Inspector desta vez compartilha, o ritual da Tuna “jogralesca”dos homens da aldeia por ele mandados chamar, tocando o Verde Gaio, em espectáculo medievalesco de feeria, comendo do pão e bebendo do vinho, passados em volta, para voltar a tocar o Tum-Tum, em que dançam os três e Idalina canta, em cena orgíaca de bebedeira sem tréguas, com o Barão sentindo-se purificado com a cascata de vinho branco do garrafão que despeja sobre a sua cabeça, já sem o espanto do convidado, “frangalho bêbedo sentado no chão a rir, a rir, a rir dele e de mim e de tudo; eu ria sem saber já de quê, caído ali para um canto como um boneco a que tivesse desandado a corda toda até ao fim. Mas vi-o crescer como um gigante e reparei que ele tinha na cara e no fato uns estranhos reflexos metálicos. Já não era o Barão, era o seu fantasma, um autómato de ferro e lata que me fazia calafrios de terror.”
O passeio caricato dos dois, ambos bêbedos, pela quinta, o Barão que abandona o amigo, este que regressa a casa cantando a “Marselhesa”, encontrado por Idalina e declarando-lhe o seu amor, ela fechando-o no quarto, donde é retirado quase asfixiado pelo fumo do incêndio causado pelo seu cigarro sobre a cama, aberta a porta com os pontapés do Barão que lhe salva a vida.
“- Deves-me a vida!
E o champanhe continuava a transbordar nas taças e a erguer-se em brindes a tudo o que nos lembrou, a todos os nossos desejos, sonhos, ambições, a todas as nossas saudades, desilusões, a todos os nossos amigos, a tudo quanto nos ocorreu naquele momento de sinceridade”.
As confidências são mútuas agora. E voltam a sair, às voltas pela casa e no jardim, o Barão procurando flores para as ofertar a Ela. Novo diálogo sobre a vida “sem amor e sem ódio” que não é “viver”, segundo o Barão. Estranhos ruídos que enfurecem o Barão, uma espécie de zanga entre ambos, a ternura do dono pelos cães Tejo e Mondego – estes, sim, com nome próprio, talvez por serem as figuras mais reais - os quais o dono prende, pela trela, a um arame que foi procurar, convidando o hóspede a guardá-los, enquanto desaparece na escuridão, com a sua rosa. O Inspector fica abespinhado com o Barão que o abandonara, tira o seu revólver, dá por si na berma da estrada, a troco de dinheiro consegue convencer o dono de um jumento a levá-lo ao solar do Barão, quando chega o Barão está deitado. Levara um tiro num ombro, tinha uma fractura do crânio. Mas conseguiu ciciar ao amigo que conseguira deixar a flor na janela da Amada.
Ao convite feito posteriormente pelo Barão em carta ao seu novo amigo para voltarem a encontrar-se no seu solar estranho, este responde, em termos evocativos, dirigidos ao Barão “in mente” que esse dia de loucura voltará a surgir nas suas vidas, para uma nova rosa a depor na “janela da tua Bela Adormecida”!...”
Um conto oscilando entre o real e o fantástico, numa atmosfera mediévica, de castelo sombrio, de acções e personagens disformes, mas dissertando sobre sentimentos e vivências, agindo sob o efeito da bebedeira, deixando, como imagem de graciosidade a marca do amor e da beleza na rosa que uma escalada difícil conseguiu apor na beira da janela, em metáfora simbólica desta história de “amor contrariado”, e em que o tiro ao Barão contribui para a irrealidade e a poeticidade do mistério policial não resolvido.
Pela introdução, de resto, clara, objectiva, irónica, que nos apresenta o narrador e os seus gostos refractários a viajar – de expressão propositadamente repetitiva - embora sabendo apreciar o “caminho da bela aventura”, numa página cheia de humor satírico, no seu prosaísmo desenfastiado sobre as dificuldades um tanto grotescas da vida de mediania burguesa - e o obrigam a viajar por profissão, página que não resisto a transcrever, pelo que contém de filosofia de vida e de sátira às misérias da labuta diária - situando o escritor na corrente neo-realista – não imaginava a surpresa da intriga bem irreal que iria encontrar a seguir.
Eis a introdução:
«Não gosto de viajar. Mas sou inspector das escolas de instrução primária e tenho obrigação de correr constantemente todo o País. Ando no caminho da bela aventura, da sensação nova e feliz, como um cavaleiro andante. Na verdade lembro-me de alguns momentos agradáveis, de que tenho saudades, e espero encontrar outros que me deixem novas saudades. É uma instabilidade de eterna juventude, com perspectivas e horizontes sempre novos. Mas não gosto de viajar. Talvez só por ser uma obrigação e as obrigações não darem prazer. Entusiasmo-me com a beleza das paisagens, que valem como pessoas, e tive já uma grande curiosidade pelos tipos rácicos, pelos costumes, e pela diferença de mentalidade do povo de região para região. Num país tão pequeno, é estranhável tal diversidade. Porém não sou etnógrafo, nem folclorista, nem estudioso de nenhum desses aspectos e logo me desinteresso. Seja pelo que for, não gosto de viajar. Já pensei em pedir a demissão. Mas é difícil arranjar outro emprego equivalente a este nos vencimentos. Ganho dois mil escudos e tenho passe nos combóios, além das ajudas de custo. Como vivo sozinho, é suficiente para as minhas necessidades. Fazer algumas economias e, durante o mês de licença que o Ministério me dá todos os anos, poderia ir ao estrangeiro. Mas não vou. Não posso. Durante esse mês quero estar quieto, parado, preciso de estar o mais parado possível. Acordar todas essas trinta manhãs no meu quarto! Ver durante trinta dias seguidos a mesma rua! Ir ao mesmo café, encontrar as mesmas pessoas!... Se soubessem como é bom! Como dá uma calma interior e como as ideias adquirem continuidade e nitidez! Para pensar bem é preciso estar quieto. Talvez depois também cansasse, mas a natureza exige certa monotonia. As árvores não podem mexer-se. E os animais só por necessidade física, de alimento ou de clima, devem sair da sua região. Acerca disto tenho ideias claras e uma experiência definitiva. É até, talvez, a única coisa sobre que tenho ideias firmes e uma experiência suficiente. Mas não vou filosofar; vou contar a minha viagem à serra do Barroso.»
É esta personagem secundária, mas simultaneamente bem viva na sua performance junto do Barão que tão originalmente retrata, o narrador do conto de Branquinho da Fonseca, certamente que um pouco auto-retrato do próprio autor. Por conhecimento recente, soube que Branquinho da Fonseca é tio – e padrinho - de Henrique Salles da Fonseca, e filho do escritor Tomás da Fonseca, avô daquele.
Ao tentar, pois, uma breve análise do conto fantástico “ O Barão”, pretendo com isso prestar uma simples homenagem a Salles da Fonseca que, no seu Blog “A Bem da Nação”, revela uma certa semelhança de carácter com esse narrador – seu tio - na forma directa, chã e explícita com que defende os seus pontos de vista, caracterizados pela integridade e simultaneamente coragem e desassombro de quem, conscientemente, não enfileira na desordem moral dos novos tempos.
O Barão, eis a personagem central do conto, figura um tanto irreal, que o narrador vem a conhecer nos seus percursos de Inspector das escolas, numa aldeia inominada do Barroso, onde é recebido pela professora que o apresentará ao Barão. Todas as personagens – salvo duas – a criada do Barão, Idalina, e o mestre da Tuna, sr. Alçada - são, aliás, retratadas sem nome próprio, o que contribui para a atmosfera de irrealidade do conto: o Eu narrador, a professora, o Barão, os criados, os homens da banda musical que vão tocar ao seu palácio, Ela, a mulher amada, a “Única”, talvez a responsável pela decadência daquele “Dom Quixote” desmantelado, qual Dulcineia merecedora da rosa que no final, segundo afirmará, ele conseguiu depor na sua janela.
Assim, o Barão dará guarida por uma noite ao Inspector, no seu solar “covil do famigerado Barão e seus criados” e onde “Em nossa volta, em toda aquela casa que eu adivinhava enorme, com largos corredores sem fim, entre salas mortas, pesava cada vez mais um silêncio que eu nunca tinha sentido: inquietante e ressoante como se a casa estivesse metida dentro de uma cisterna.” O Barão exige, em todo o caso mais dias de estada ao seu hóspede, desejoso de confidências e no desprezo fidalgo pelos compromissos profissionais do Inspector, acolhe-o na grande sala do seu palácio, numa mesa onde caberiam dezenas de pessoas, ocupada pela garrafa de vinho que vai beberricando, não compartilhada pelo hóspede esfomeado, confidenciando, um pouco ingenuamente, as suas vivências e impudências, ele próprio reconhecendo as suas tendências entre o Bem e o Mal, entre os prazeres da bestialidade e os ideais de pureza, ora de atitude afável, ora brutal, mas estranhamente dominado pela criada Idalina, que ele despreza mas que o subjuga, desprezo, de resto, por ela aparentemente compartilhado.
O jantar vem para o hóspede – “um galo assado entre batatas loiras” e como segundo prato, “uma travessa de carne de porco e ovos mexidos”, “E não ouvi mais nada do que o Barão dizia. Até que, já reconfortado, voltei a ouvi-lo com prazer.” O anfitrião sempre bebendo, sem comer - ceará mais tarde as suas alheiras assadas - após o passeio pelo casarão, mais confidências e vinhos que o Inspector desta vez compartilha, o ritual da Tuna “jogralesca”dos homens da aldeia por ele mandados chamar, tocando o Verde Gaio, em espectáculo medievalesco de feeria, comendo do pão e bebendo do vinho, passados em volta, para voltar a tocar o Tum-Tum, em que dançam os três e Idalina canta, em cena orgíaca de bebedeira sem tréguas, com o Barão sentindo-se purificado com a cascata de vinho branco do garrafão que despeja sobre a sua cabeça, já sem o espanto do convidado, “frangalho bêbedo sentado no chão a rir, a rir, a rir dele e de mim e de tudo; eu ria sem saber já de quê, caído ali para um canto como um boneco a que tivesse desandado a corda toda até ao fim. Mas vi-o crescer como um gigante e reparei que ele tinha na cara e no fato uns estranhos reflexos metálicos. Já não era o Barão, era o seu fantasma, um autómato de ferro e lata que me fazia calafrios de terror.”
O passeio caricato dos dois, ambos bêbedos, pela quinta, o Barão que abandona o amigo, este que regressa a casa cantando a “Marselhesa”, encontrado por Idalina e declarando-lhe o seu amor, ela fechando-o no quarto, donde é retirado quase asfixiado pelo fumo do incêndio causado pelo seu cigarro sobre a cama, aberta a porta com os pontapés do Barão que lhe salva a vida.
“- Deves-me a vida!
E o champanhe continuava a transbordar nas taças e a erguer-se em brindes a tudo o que nos lembrou, a todos os nossos desejos, sonhos, ambições, a todas as nossas saudades, desilusões, a todos os nossos amigos, a tudo quanto nos ocorreu naquele momento de sinceridade”.
As confidências são mútuas agora. E voltam a sair, às voltas pela casa e no jardim, o Barão procurando flores para as ofertar a Ela. Novo diálogo sobre a vida “sem amor e sem ódio” que não é “viver”, segundo o Barão. Estranhos ruídos que enfurecem o Barão, uma espécie de zanga entre ambos, a ternura do dono pelos cães Tejo e Mondego – estes, sim, com nome próprio, talvez por serem as figuras mais reais - os quais o dono prende, pela trela, a um arame que foi procurar, convidando o hóspede a guardá-los, enquanto desaparece na escuridão, com a sua rosa. O Inspector fica abespinhado com o Barão que o abandonara, tira o seu revólver, dá por si na berma da estrada, a troco de dinheiro consegue convencer o dono de um jumento a levá-lo ao solar do Barão, quando chega o Barão está deitado. Levara um tiro num ombro, tinha uma fractura do crânio. Mas conseguiu ciciar ao amigo que conseguira deixar a flor na janela da Amada.
Ao convite feito posteriormente pelo Barão em carta ao seu novo amigo para voltarem a encontrar-se no seu solar estranho, este responde, em termos evocativos, dirigidos ao Barão “in mente” que esse dia de loucura voltará a surgir nas suas vidas, para uma nova rosa a depor na “janela da tua Bela Adormecida”!...”
Um conto oscilando entre o real e o fantástico, numa atmosfera mediévica, de castelo sombrio, de acções e personagens disformes, mas dissertando sobre sentimentos e vivências, agindo sob o efeito da bebedeira, deixando, como imagem de graciosidade a marca do amor e da beleza na rosa que uma escalada difícil conseguiu apor na beira da janela, em metáfora simbólica desta história de “amor contrariado”, e em que o tiro ao Barão contribui para a irrealidade e a poeticidade do mistério policial não resolvido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário