Ouvi hoje a expressão, mas muito já tenho ouvido, ao longo destes dias, não só sobre a disponibilidade de Alegre, mas sobre a disponibilidade, mesmo triste, de todos os da esquerda para aceitar Alegre.
De facto, não se estranha que o aceitem, porque Alegre tem aura, soube sempre aproveitar-se da aura, que lhe ficou do seu diálogo – monólogo – com o vento que passa, vento mudo aos seus apelos, segundo afirmou, daí monólogo, que Adriano Correia de Oliveira tão tristemente soube entoar, em balada que se tornou hino do povo triste.
Monólogo soturno, de desterrado que lutou pela liberdade do seu país, mesmo combatendo a atraiçoar esse país, que era seu. Outros o fizeram, ninguém se ralou com isso, que também lhes deu aura, e também ficaram disponíveis para as presidências, com todas as honrarias.
Manuel Alegre concorreu, nas últimas presidenciais, com Soares e Cavaco. Perdeu para Cavaco, ganhou a Soares. Regozijou-se por ter vencido Soares, entristeceu mais soturnamente por não ter ganho a Cavaco. Porque a sua disponibilidade vem de longa data, de deputado de convicções fortes, expressas em zelo de nobreza de alma, de defensor do povo atribulado. E sempre soturnamente expressas.
E agora vai ganhar, por ter o apoio de todos os da esquerda que como ele defendem os tristes, já não os da ditadura mas os da democracia. Alegre, que se sentava ao centro, adoptou a nova designação de socialista independente, para agarrar os eleitores de todos os espaços da sua independência. E sempre com a sua voz soturna, a sua voz de bardo romântico, o seu zelo de nobreza de alma, que segue os ditames sagrados do humanismo, pelo menos enquanto não sobe ao posto a que aspira.
E Sócrates dá-lhe apoio, em paridade de princípios – ambos humanistas, ambos cordialmente solidários, ambos entendendo-se bem, mesmo nas suas disparidades ocasionais.
Os da direita não acham ninguém para representar a Nação, desapoiam Cavaco, como desapoiam outros da sua esfera, vivem na indisponibilidade solidária, na intriga permanente, defensores do interesse pessoal, desprezadores do interesse nacional.
É preciso defender o interesse nacional, mesmo ficticiamente, a coberto do nosso próprio interesse.
A hora é do bardo.
De facto, não se estranha que o aceitem, porque Alegre tem aura, soube sempre aproveitar-se da aura, que lhe ficou do seu diálogo – monólogo – com o vento que passa, vento mudo aos seus apelos, segundo afirmou, daí monólogo, que Adriano Correia de Oliveira tão tristemente soube entoar, em balada que se tornou hino do povo triste.
Monólogo soturno, de desterrado que lutou pela liberdade do seu país, mesmo combatendo a atraiçoar esse país, que era seu. Outros o fizeram, ninguém se ralou com isso, que também lhes deu aura, e também ficaram disponíveis para as presidências, com todas as honrarias.
Manuel Alegre concorreu, nas últimas presidenciais, com Soares e Cavaco. Perdeu para Cavaco, ganhou a Soares. Regozijou-se por ter vencido Soares, entristeceu mais soturnamente por não ter ganho a Cavaco. Porque a sua disponibilidade vem de longa data, de deputado de convicções fortes, expressas em zelo de nobreza de alma, de defensor do povo atribulado. E sempre soturnamente expressas.
E agora vai ganhar, por ter o apoio de todos os da esquerda que como ele defendem os tristes, já não os da ditadura mas os da democracia. Alegre, que se sentava ao centro, adoptou a nova designação de socialista independente, para agarrar os eleitores de todos os espaços da sua independência. E sempre com a sua voz soturna, a sua voz de bardo romântico, o seu zelo de nobreza de alma, que segue os ditames sagrados do humanismo, pelo menos enquanto não sobe ao posto a que aspira.
E Sócrates dá-lhe apoio, em paridade de princípios – ambos humanistas, ambos cordialmente solidários, ambos entendendo-se bem, mesmo nas suas disparidades ocasionais.
Os da direita não acham ninguém para representar a Nação, desapoiam Cavaco, como desapoiam outros da sua esfera, vivem na indisponibilidade solidária, na intriga permanente, defensores do interesse pessoal, desprezadores do interesse nacional.
É preciso defender o interesse nacional, mesmo ficticiamente, a coberto do nosso próprio interesse.
A hora é do bardo.
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