Começámos pela catástrofe de Port-au-Prince:
- Finalmente apareceu o “prince”, disse a minha amiga, que sabia do palácio, em parte arrasado, e estranhava que não se falasse no presidente do país.
- Durante os primeiros dias, ninguém falou no presidente, continuou. Finalmente apareceu. Estava no aeroporto, sítio aberto para acolhimento de sinistrados. “Eu vim para ajudar”, disse ele. O meu palácio também está arruinado. Não tenho para onde ir. Ia para outra ilha, para não correr riscos inúteis. Só o ouvi dizer: “Temos que agradecer a ajuda ao mundo”.
- Realmente o mundo inteiro tem mandado ajuda. Até nós. Mas aquele horror é indescritível, não há ajuda que chegue. As pessoas não voltam aos seus escombros, ou seja, os das suas casas, fica tudo na rua, com medo das réplicas que tem havido. Há milhares de mortos, falta de médicos...
- O hospital que tinha cento e tal médicos está reduzido a vinte, presos os outros nos seus espaços, à procura dos familiares ou talvez até mortos... As ajudas, como vão ser prestadas no meio de tal caos?
- Os noticiários falam na necessidade de coordenação para as ajudas enviadas, falam muito em logística, gerir a logística. Têm razão, mas entretanto morre-se, sofre-se, é o horror dos horrores.
-Nada se sabia do Haiti. Sabia que a capital era Port-au-Prince?
A minha amiga descrê definitivamente dos meus saberes.
- Sim, das “Questions pour un Champion”. De vez em quando perguntam. E que era sítio de turismo.
- Para turista rico. E agora ouve-se dizer da miséria, do povo mais miserável das Américas, com a média de subsistência de um euro por dia, dois para os mais abonados. Como é possível, ocupado anteriormente por franceses, pela ONU... Viu aquela portuguesa que escapou por um buraco?
- Foi por um triz, também ouvi. E os catorze brasileiros da ONU, alguns já de regresso, que morreram!
- Ai, que pavor! Pessoas que ficaram ali horas, dias, com dores, dores, dores... Se aquele tremor de terra tivesse sido aqui, nós devíamos ter a mesma coisa, com tantos edifícios arruinados. Mas lá ainda pior! Até o palácio foi abaixo! E vê-se que é um país de gente nova. Aquilo é só fazer filhos! Não há governo nenhum que exija o controle da natalidade!?
- Fala-se em grande taxa de analfabetismo e em condições miseráveis das vidas.
- Há dias vi um programa sobre a Suazilândia. Parece que dentro de anos não vai haver lá um adulto. As crianças não têm pais, que morrem de Sida. Mostraram uma escola. Montes de crianças, tudo sem pais. Talvez sobre a professora.
- Também em Moçambique e em Angola...
- É. Ninguém pronuncia a palavra sida, nesses países. Morrem de repente. Ali também não é uma questão de cultura. As pessoas são avisadas. Mas não há dinheiro para preservativos. E os espaços são infinitos para o amor, com palhotas ou sem elas.
Achei que a minha amiga exagerava. Mudei de assunto.
- Ouviu mais alguma notícia sobre o caso Maddie?
- Então não leu a Isabel Stilwell no Destak de ontem?
Não tinha lido. Parece que defende a verdade do casal, ou seja, a que pede a condenação do ex-Director da Polícia Judiciária, Gonçalo Amaral, por ter responsabilizado – em livro – a família McCann, pela morte da filha, quando o processo fora arquivado por falta de provas.
Parece que foram indiferentes as razões de Amaral a Isabel Stilwell, que sabe da poda a respeito de justiças. Não importa que o processo tenha sido arquivado - a minha amiga acha que depressa demais - nem sob a influência dos altos poderes que o fizeram arquivar. A única verdade para a Stilwell é que Amaral não podia ter acusado, quando a Justiça silenciara, não é de lei..
Os motivos da Justiça foram ocultados com o vago “sem provas”. Os de Amaral foram ridicularizados na sua saliência “literária”. E esse é o verdadeiro crime. O de Amaral querendo saliência. E acusando, mostrando provas quando a Justiça as quisera omitir.
Isabel Stilwell está preocupada com o país onde se permitem acusações de crime, em processos arquivados. Mesmo que os casos não tenham sido deslindados judicialmente. E ainda por cima, por mera saliência literária. Ou aproveitamento mediático lucrativo. Embora todos precisemos de lucro, mesmo os McCann.
Amaral está tramado. Vê-se que Stilwell também tem muito poder. E que joga nos poderes certos.
- Finalmente apareceu o “prince”, disse a minha amiga, que sabia do palácio, em parte arrasado, e estranhava que não se falasse no presidente do país.
- Durante os primeiros dias, ninguém falou no presidente, continuou. Finalmente apareceu. Estava no aeroporto, sítio aberto para acolhimento de sinistrados. “Eu vim para ajudar”, disse ele. O meu palácio também está arruinado. Não tenho para onde ir. Ia para outra ilha, para não correr riscos inúteis. Só o ouvi dizer: “Temos que agradecer a ajuda ao mundo”.
- Realmente o mundo inteiro tem mandado ajuda. Até nós. Mas aquele horror é indescritível, não há ajuda que chegue. As pessoas não voltam aos seus escombros, ou seja, os das suas casas, fica tudo na rua, com medo das réplicas que tem havido. Há milhares de mortos, falta de médicos...
- O hospital que tinha cento e tal médicos está reduzido a vinte, presos os outros nos seus espaços, à procura dos familiares ou talvez até mortos... As ajudas, como vão ser prestadas no meio de tal caos?
- Os noticiários falam na necessidade de coordenação para as ajudas enviadas, falam muito em logística, gerir a logística. Têm razão, mas entretanto morre-se, sofre-se, é o horror dos horrores.
-Nada se sabia do Haiti. Sabia que a capital era Port-au-Prince?
A minha amiga descrê definitivamente dos meus saberes.
- Sim, das “Questions pour un Champion”. De vez em quando perguntam. E que era sítio de turismo.
- Para turista rico. E agora ouve-se dizer da miséria, do povo mais miserável das Américas, com a média de subsistência de um euro por dia, dois para os mais abonados. Como é possível, ocupado anteriormente por franceses, pela ONU... Viu aquela portuguesa que escapou por um buraco?
- Foi por um triz, também ouvi. E os catorze brasileiros da ONU, alguns já de regresso, que morreram!
- Ai, que pavor! Pessoas que ficaram ali horas, dias, com dores, dores, dores... Se aquele tremor de terra tivesse sido aqui, nós devíamos ter a mesma coisa, com tantos edifícios arruinados. Mas lá ainda pior! Até o palácio foi abaixo! E vê-se que é um país de gente nova. Aquilo é só fazer filhos! Não há governo nenhum que exija o controle da natalidade!?
- Fala-se em grande taxa de analfabetismo e em condições miseráveis das vidas.
- Há dias vi um programa sobre a Suazilândia. Parece que dentro de anos não vai haver lá um adulto. As crianças não têm pais, que morrem de Sida. Mostraram uma escola. Montes de crianças, tudo sem pais. Talvez sobre a professora.
- Também em Moçambique e em Angola...
- É. Ninguém pronuncia a palavra sida, nesses países. Morrem de repente. Ali também não é uma questão de cultura. As pessoas são avisadas. Mas não há dinheiro para preservativos. E os espaços são infinitos para o amor, com palhotas ou sem elas.
Achei que a minha amiga exagerava. Mudei de assunto.
- Ouviu mais alguma notícia sobre o caso Maddie?
- Então não leu a Isabel Stilwell no Destak de ontem?
Não tinha lido. Parece que defende a verdade do casal, ou seja, a que pede a condenação do ex-Director da Polícia Judiciária, Gonçalo Amaral, por ter responsabilizado – em livro – a família McCann, pela morte da filha, quando o processo fora arquivado por falta de provas.
Parece que foram indiferentes as razões de Amaral a Isabel Stilwell, que sabe da poda a respeito de justiças. Não importa que o processo tenha sido arquivado - a minha amiga acha que depressa demais - nem sob a influência dos altos poderes que o fizeram arquivar. A única verdade para a Stilwell é que Amaral não podia ter acusado, quando a Justiça silenciara, não é de lei..
Os motivos da Justiça foram ocultados com o vago “sem provas”. Os de Amaral foram ridicularizados na sua saliência “literária”. E esse é o verdadeiro crime. O de Amaral querendo saliência. E acusando, mostrando provas quando a Justiça as quisera omitir.
Isabel Stilwell está preocupada com o país onde se permitem acusações de crime, em processos arquivados. Mesmo que os casos não tenham sido deslindados judicialmente. E ainda por cima, por mera saliência literária. Ou aproveitamento mediático lucrativo. Embora todos precisemos de lucro, mesmo os McCann.
Amaral está tramado. Vê-se que Stilwell também tem muito poder. E que joga nos poderes certos.
Um comentário:
Carissima Dona Berta
Parabéns pelo seu Blog.
Muito bom, assim guarda todas as matérias seguidinhas.
Mas eu acho que podia colocar umas fotos, para ficar mais bonitinho.
Parabéns Dona Berta.
Casimiro Rodrigues
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