As manas Mortágua sempre se me
afiguraram, apesar da juventude, como pessoas de aspecto um tanto sinistro, no
seu ar de aprumo permanentemente sério, risca do cabelo farto ao meio, à boa
maneira das mulheres do povo, só que mais artificiosamente disposto, de maturidade e glamour, “o rosto
carregado” sem, naturalmente, “a barba esquálida” típica do
destroçado Adamastor, pois que a qualquer delas só poderia pertencer o epíteto
de “ninfa, a mais formosa do Oceano”,
que humanizaria o enganado gigante como mais um condenado do amor. Mas o sorriso conciso das ninfas apenas se
vislumbrava aquando dos beijos repenicados das mulheres do povo, que elas se
propunham defender – (o povo, não os beijos) – por alturas das promessas
eleitorais. O meu marido assistiu a uns julgamentos em que só ouvi a voz monocórdica
– sinistra, repito – da circunspecta Mariana, exigindo explicações dos acusados
dos crimes da moda, e fugi aterrada, qual Adamastor suplicante: “Que te
custava ter-me neste engano / Ou fosse monte, nuvem, sonho ou nada?”, tal a
ferocidade subentendida sob a capa da competência monocórdica que lhe valeria algum
vedetismo na imprensa inglesa.
Mas, apesar do meu parti pris
contra as figuras de aparentes fadas benfazejas dos tristes, na realidade de
provocação contra o resto do mundo, jamais me passaria pela cabeça a sordidez
de uma história referente ao seu progenitor, participante revolucionário em
acções e crimes de que ouvíramos falar, e que Alberto Gonçalves cita no seu artigo,
com a repulsa natural pelo banditismo condecorado.
Eu julgava que as filhas –
Mariana e Joana - com o seu ar de aprumo sério, não deveriam ter gostado da
peça sobre o pai e com o pai, que Alberto Gonçalves diz que ouviu na TVI, anunciada
por José Alberto Carvalho, e muito menos do artigo daquele sobre essa biografia,
que a mim me deixou interdita, tais as revelações indecorosas sobre Camilo
Mortágua, pai das gémeas Mortágua. Até tive pena, por ficarem assim expostas à
lama de história tão sórdida. Mas na Internet os factos dessas nossas glórias
estão largamente narrados, também as manas estão amplamente referidas, como
admiradoras e colaboradoras desse pai, cuja história está ali contada. Nem
sequer pude imaginar a Mariana a interrogar o pai Camilo sobre os crimes deste,
com idêntica eficácia interpeladora àquela que fez com os banqueiros, pois que
os crimes do pai são jardim florido de rosas (ou de cravos, mais do contexto), para
as filhas, que neles as colheram. Sem autocrítica.
Por tal motivo, acrescento ao artigo de
Alberto Gonçalves um texto que encontrei na Internet, variadamente esclarecedor
da acção desse e doutros conhecidos, dados da nossa história recente que a
sociedade que se vai fabricando, e os condecora – caso deste Camilo,
condecorado por Jorge Sampaio – incluirá no epíteto de “barões assinalados”,
que ontem ouvi, no 2º Canal, atribuir a esses gloriosos que fizeram a travessia
“de Angola à contra costa”, nos fins do século XIX, Roberto Ivens e
Hermenegildo Capelo, a provar que ainda
os havia, por essa altura, da mesma marca camoniana.
Pobre Camões, o que diria,
caso aqui voltasse, neste século XXI, inescrupuloso no conceito de herói? O que
nos vale ainda são estes Albertos Gonçalves que não deixam passar a infâmia, arriscando-se,
quais “heróis” desafiando o mundo…
Camilo e filhas
Alberto Gonçalves
DN, 15/5/16
Segunda-feira.
A meio do Jornal das 8 da TVI, José Alberto Carvalho anuncia a "peça"
(e que peça) seguinte: "Pai das deputadas Joana e Mariana Mortágua
mantém a rebeldia e a insatisfação sem meias palavras. É Camilo, o
revolucionário."
Começa
a coisa. Um velho passeia em São Bento e a voz off explica: "Salazar e
Caetano hão-de dar voltas na tumba face às regras da democracia parlamentar que
permitem hoje a Camilo Mortágua caminhar livremente pelos Passos
Perdidos." Corte para o interior do "hemiciclo", o qual revela
que a voz off pertence a um sr. Bandarra, em princípio jornalista. A narração
prossegue, por sua vez revelando que o sr. Bandarra pratica um estilo de
jornalismo, vá lá, peculiar: "Camilo participou nos mais célebres,
arriscados e espectaculares golpes contra o regime fascista [sic]."
Intercalada com fotografias de arquivo, a hagiografia continua: "Camilo,
aqui atento, crítico e sempre utópico. Mas terá sido para isto que lutou e
arriscou a vida?" Ao fundo, ergue-se música épica. Enfim, Camilo fala.
E
fala, com "gravitas" de serão teatral, para confessar que, afinal, a
democracia parlamentar, cheia de "contradições" e
"fingimentos", não é bem o seu género. Se calhar, proibiam-se as
bancadas do PSD e do CDS e aquilo ficava composto. O sr. Bandarra não vai por
aí: "Camilo não é homem de fingimentos ou meias palavras" (já alguns
profissionais da TVI não dispõem de muitas palavras inteiras), pretexto para
evocar a história do Santa Maria e o desvio do avião da TAP, ambos "os
primeiros desse tipo em todo o mundo." Por acaso é uma cabeluda mentira,
mas ao sr. Bandarra interessa menos a realidade do que demonstrar que os
Descobrimentos não cessam de correr no sangue lusitano. Desse por onde desse, o
"célebre assalto ao Banco de Portugal na Figueira da Foz" não pôde
reclamar estatuto de pioneiro. Em compensação, deu origem "à fundação da
mítica LUAR". Logo, garante o sr. Bandarra, Camilo é: a) um terrorista; b)
um criminoso comum; c) um maluquito. Nada disso: "É um histórico da luta e
acção directas." E teve "uma vida cheia". O sr. Bandarra, cujo
crânio parece vazio, não questionou os propósitos altruístas do roubo. Ou a
legitimidade da "acção revolucionária".
Após
lamentar que não se façam filmes "de suspense e aventura" sobre
Camilo, "libertário e até romântico", o sr. Bandarra parte para a
"peça" em si. O desplante prossegue - informa o visor - por vinte
minutos, nenhum desprovido de elogios ejaculatórios do sr. Bandarra, que trata
o revolucionário por "tu" e explica que este "sempre insistiu em
pensar pela própria cabeça", característica indispensável no marxismo.
Por
falta de espaço, e de compreensão dos paginadores do DN para com os grandes
heróis do totalitarismo indígena, não posso contar tudo. Limito-me a revelar
dois ou três pontos altos. Quando comenta o assassínio de um dos oficiais do
navio sequestrado, Camilo limpa as unhas e diz "É a vida." E
acrescenta: "Somos todos culpados, incluindo ele." Um tribunal a
sério discordaria. Depois, Camilo informa que "a violência não física
é por vezes muito mais violenta do que aquela que faz sangrar". O
marinheiro abatido também discordaria, mas isso já são manias. Segundo o sr.
Bandarra, o Santa Maria foi "uma espectacular operação".
Pelo
meio, há uma digressão acerca das populares filhas de Camilo, a quem os pais
deram "toda a informação", desde que, evidentemente,
"assentassem no caco" certos "princípios". Ou
seja, lá em casa discutia-se o espectro ideológico de M a M, ou de Marx a Mao.
Uma das meninas, não sei se a que, sem dúvida sob influência parental, publicou
a meias com Francisco Louçã um livrinho intitulado Isto É Um Assalto, proferiu
umas banalidades alusivas à "consciência política" e
"coerência" do paizinho.
Presumo
que o sr. Bandarra ainda arranjou lugar para enaltecer as proezas de Camilo
posteriores ao 25 de Abril, da ocupação da Torre Bela à condecoração de
Jorge Sampaio (a Ordem da Liberdade, naturalmente). Mas o texto vai longo e
o meu estômago não permitia mais. A TVI apresentou "Camilo, o
Revolucionário" como "uma reportagem que contribui para melhor se
compreender a história recente de Portugal". Para melhor se compreender a
história recente, recentíssima, de Portugal poderíamos igualmente recorrer aos
indicadores económicos, que na última semana mantiveram o trilho do desastre.
Ou aos ataques ao carácter dos jornalistas que, de José Rodrigues dos Santos a
José Gomes Ferreira, não se curvam devidamente perante os potentados
socialistas. Ou à tomada definitiva da educação (força de expressão) por parte
do sr. Nogueira e dos comparsas do sr. Nogueira. Ou às ameaças do sr. Nogueira
aos "comentadores de direita" que ousam descrever a perigosa nulidade
que ele, factualmente, é. Ou ao menosprezo um bocadinho racista pelos
"ignorantes" do congresso brasileiro por parte de iluminados que
fazem alianças com partidos comunistas ou que integram partidos comunistas. Ou
ao riso permanente e desconchavado da criatura que ocupa o cargo de
primeiro-ministro.
Escolhi,
porque sim, a redentora peça do sr. Bandarra com o romântico Camilo, um momento
de pornografia mental que não serve para quase nada, excepto para ilustrar na
perfeição o estado a que isto chegou e sobretudo o estado a que, salvo milagre,
isto chegará.
Extraído da
Internet:
Quem é Camilo Mortágua?
Nasceu
em Oliveira de Azeméis, a 29 de Janeiro de 1934. Sem inclinação para os
estudos, como o próprio reconhece nas suas memórias, pegaram-lhe a alcunha
de Batata. Aos 12 anos segue com os pais e as duas irmãs para Lisboa. Em
1951, emigra para a Venezuela.
Na
madrugada de 22 de Janeiro de 1961, integra o grupo de revolucionários que, sob
o comando de Henrique Galvão, toma de assalto o paquete Santa Maria.
Durante o acto, o oficial Nascimento Costa é assassinado pelos assaltantes.
A
tomada do navio, que transportava 600 turistas em viagem para Miami e mais de
300 tripulantes, foi preparada na Venezuela pelo Directório Revolucionário
Ibérico de Libertação (DRIL). Era um organismo híbrido que nasceu da
fusão entre o grupo de Galvão e um grupo de exilados espanhóis, dirigido por
Jorge de Soutomayor, ex-combatente comunista na Guerra Civil de Espanha.
Aviões
americanos acompanharam os movimentos do Santa Maria, que ostentava no castelo
da proa a faixa “Santa Liberdade”, pintada à mão. Entretanto, enquanto
decorriam as negociações, o corpo do piloto assassinado apodrecia no seu
caixão, na capela do paquete.
Antes
do assalto ao Santa Maria, o DRIL, que estava classificado pela CIA como
“organização terrorista”, promovera atentados em várias cidades de Espanha. A
bomba que o grupo fez explodir em 1960 na estação de Amara, em San Sebastián,
matou uma criança de 2 anos, Begoña Urroz.
O
crime foi atribuído por largo tempo à ETA, mas dados históricos revelados nos
últimos meses em Espanha demonstram a autoria do DRIL. Era com
esta gente que Mortágua e os outros democratas queriam combater as ditaduras
ibéricas e apear do poder Salazar e Franco.
A
10 de Novembro de 1961, desvia à mão armada com Palma Inácio e
mais uns tantos criminosos um avião da TAP, no voo Casablanca-Lisboa.
Foi assim um pioneiro do terrorismo aéreo, com o objectivo singelo de sobrevoar
Lisboa e outras cidades portuguesas a baixa altitude para lançar milhares de
folhetos subversivos.
Se
quisermos descobrir um rasgo verdadeiramente inovador nos oposicionistas ao
Estado Novo, forçoso será recorrer à aeronáutica: o primeiro desvio
de um avião comercial em todo o mundo. Os terroristas islâmicos regulam
com atraso em relação aos nossos antifascistas, sempre na vanguarda.
O
assalto ao Banco de Portugal
A
15 de Maio de 1967, Camilo Mortágua, Palma Inácio, António Barracosa e Luís
Benvindo assaltam a filial do Banco de Portugal na Figueira da Foz. O golpe é
comummente atribuído à LUAR, acrónimo de Liga de Unidade e Acção
Revolucionária, mas tal não corresponde por inteiro à verdade.
Na
data do assalto, a LUAR ainda não existia. Foi criada à pressa no mês seguinte,
como reconheceu Emídio Guerreiro, um dos fundadores, “para dar uma cobertura
política e credível ao assalto do banco” (‘Diário de Notícias’, 6/9/1999, pág.
15) e assim evitar e extradição para Portugal dos criminosos, que entretanto se
haviam refugiado em França.
Em
consequência do golpe, Palma Inácio foi monetariamente crismado de “Palma
Massas”. E havia fundadas razões para isso. A operação rendeu cerca de
30 mil contos, uma fortuna para a época, equivalente a 9 milhões de euros de hoje, ainda que boa parte das
notas tenha sido depois recuperada pela PIDE.
“Logo
que se apanharam com o dinheiro, acabou o romantismo revolucionário”,
acusou depois Emídio Guerreiro, em entrevista a O DIABO (22/9/1992, pág. 8). É
o costume. O dinheiro sobe sempre à cabeça das pessoas. Deviam ter lido Marx e
Kautsky antes de começarem a roubar.
A
Torre Bela
A
Herdade da Torre Bela, com 1700 hectares, a maior área de terra agrícola murada
do País, pertencia ao duque de Lafões. A 23 de Abril de 1975, foi ocupada pelo
“povo trabalhador” aos gritos de “a terra a quem a trabalha”.
Para
comandar aquela tropa mista de camponeses, delinquentes e bêbados, aterrou na
herdade ribatejana o revolucionário Camilo Mortágua, já grávido de ideias
bloquistas.
O
processo ficou documentado no filme “Torre Bela”, de Thomas Harlan (filho do
cineasta Veit Harlan, com ligações ao regime nacional-socialista). Militante da
extrema-esquerda, o alemão quis filmar a utopia socialista, mas dormia no
quarto do duque. Era o único que tinha casa de banho privativa.
As
imagens são divertidas e esclarecedoras: Mortágua e
Wilson, outro ladrão de bancos, a doutrinar as massas sobre “latifundiários” e
“cooperativas”; Zeca Afonso, Vitorino e o padre Fanhais, este também membro da
LUAR, a cantar o Grândola de megafone, diante do povo aparvalhado; o
inesquecível diálogo entre Wilson e o camponês avesso à “comprativa” [sic]
sobre a enxada que “passa a ser de todos”; a inenarrável reunião em que o
oficial do MFA incita à ocupação do palácio: “primeiro vocês ocupam e depois
a lei há-de vir”; e os camponeses a experimentar as roupas dos patrões,
remexendo-lhes as gavetas com um misto de culpa, curiosidade e desejo.
O
filme é um documento notável de cinema directo, uma comédia do absurdo sobre
a “reforma agrária”, processo de espoliação que nos custou os olhos da cara.
Ainda há dias o Estado português foi condenado pelo Tribunal Europeu dos
Direitos do Homem a pagar mais 1,5 milhões de euros de indemnização a famílias
expropriadas.
Os
desvarios de Abril não começaram com o BPN ou as PPP (Parcerias
Público-Privadas). Tiveram início logo após a revolução, com as ocupações de
terras e as nacionalizações selváticas, que ainda agora figuram – de forma mais
velada – entre os objectivos do Bloco de Esquerda, da menina Mortágua.
E
depois do adeus
Após
a frustrada experiência na Torre Bela, os mais destacados membros da LUAR, como
Mortágua e Palma Inácio, achegaram-se mais e mais aos partidos dominantes.
Alguns membros da organização não gostaram. Um deles, Belmiro Martins,
exprimiu o seu descontentamento ao jornal ‘Tal & Qual’ (5/9/1997, pág. 6):
“Vejo que os chefes da LUAR se passam de armas e bagagens para o Poder […]
Senti-me traído […] Decidi então que passaria a roubar para mim.”
Decidiu
e cumpriu. Estabeleceu-se por conta própria no ramo dos furtos, secção de
ourivesarias. Parece que assaltou mais de cem lojas. Afirma-se com orgulho o
“maior assaltante de ourivesarias de todos os tempos”. Foi preso em 1977 e
condenado, tendo cumprido 17 anos de cadeia. Foi libertado em 1994, mas logo se
entusiasmou por outras montras a reluzir de ouro. De novo preso em 1997, saiu
finalmente em 2006, quando oficiava de sacristão na cadeia de Pinheiro da Cruz.
Belmiro
Martins chegou a integrar os órgãos sociais do Fórum Prisões, associação
presidida pelo advogado de Otelo no caso das FP-25 de Abril, Romeu Francês,
antigo militante do MRPP, que depois seria condenado em processos de burla,
falsificação de documentos, abuso de confiança e fraude fiscal, que acabariam
por ditar a sua expulsão da Ordem dos Advogados.
Mortágua,
hoje
Um
homem com a folha de serviços de Mortágua não podia deixar de ser homenageado
pelo novo regime. A justiça democrática tarda, mas não falta. A 10 de
Junho de 2005 foi-lhe atribuída a condecoração de Grande Oficial da Ordem da
Liberdade, por Jorge Sampaio, então Presidente da República.
Camilo
Mortágua, hoje com 81 anos, está estabelecido no Alvito, em pleno Alentejo,
como empresário. É hoje um “agrário”, nome pejorativo que os revolucionários
de antanho colavam na região aos proprietários de terras agrícolas.
Isto
é um assalto
Mariana
Mortágua nasceu em 1986. Licenciada em Economia, é mestra pelo ISCTE
(‘where else?’) com uma dissertação sobre “O Papel da Caixa Geral de
Depósitos na Recente Crise Económica (2007-11)”.
Militante
do Bloco de Esquerda, a filha de Camilo Mortágua publicou dois livros a
meias com Francisco Louçã.
Em
2012 editou “A Dívida(dura) – Portugal na crise do Euro” (Bertrand,
2012, 240 págs.) A obra foi apresentada na FNAC do Chiado por Marcelo Rebelo
de Sousa, para escândalo dos bloquistas mais pedregosos.
Em
Abril de 2013 lançou “Isto é um assalto: a história da dívida em banda
desenhada” (Bertrand, 2013, 184 págs.), com ilustrações de Nuno Saraiva.
A
contracapa informa que o livro ”descreve o assalto que Portugal está a
sofrer”. Reconheça-se, antes de mais, a legitimidade do título. Em
matéria de assaltos, os Mortáguas são especialistas. O roubo que Portugal está
a sofrer começou logo após a revolução, com o papá Camilo e outros que tais,
imbuídos de um ideário que Mariana não rejeita. Limita-se a defendê-lo com
outros termos e balelas, que aprendeu no ISCTE e na Rua da Palma.
No
pai e na filha, a mesma necessidade de lutar contra a “ditadura” (seja a de
Salazar ou a da dívida), o mesmo ódio ao “adversário” (seja lá ele quem for), a
mesma receita de nacionalizações (começa-se com herdades, depois bancos,
energia, água, transportes e tudo o que aparecer à frente), o mesmo desrespeito
à propriedade alheia e quase uma relação de amor e ódio com o “grande capital
financeiro”: o pai assaltava bancos, a filha faz teses de mestrado sobre a
Caixa Geral de Depósitos.
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