Acabei de ver e escutar, na Internet,
Michelle Obama e seu marido Barack Obama a dissertarem a propósito dos seus
retratos que iriam figurar nas paredes da Casa Branca, o segundo como
presidente dos Estados Unidos, a primeira como sua esposa. O discurso de
Michelle Obama foi sério e desafiante, lembrando que muitas outras futuras suas
sucessoras – na cor da pele - poderiam preencher, como ela, sua pioneira, as paredes
da Casa Branca. O de Barack Obama, farfalhudo e brincalhão, descreveu o seu
retrato com referências humorísticas à selva e animais selvagens com que,
aparentemente se quis equiparar, adivinhando intenções alheias, numa farsa de
aparente simpatia, mas na realidade traduzindo um vasto orgulho desafiante aos
homens brancos que, afinal, o elegeram, sem pruridos de racismo. Eles é que escolheram
os seus pintores, Barack Obama dando instruções, certamente, para as folhagens
selvagens como pano de fundo do seu quadro, para poder atirar as pedras do seu
discurso provocante e, em meu parecer, escondendo habilmente sob uma falsa
humildade graciosa, um orgulho descomunal de verdadeiros racistas que o são
eles ambos, afinal.
Não gostei. Sempre achei
Barack Obama inteligente e equilibrado e a mulher simpática e lutadora, desempenharam
um bom papel enquanto governantes, não precisavam de sair de cena com tanto
orgulho e rancor desafiantes. Certamente que continuarão a preencher bons
papéis na política e terão o respeito que mereceram, sem distinções de cor.
Porquê falar disso?
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