terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Galeria


Acabei de ver e escutar, na Internet, Michelle Obama e seu marido Barack Obama a dissertarem a propósito dos seus retratos que iriam figurar nas paredes da Casa Branca, o segundo como presidente dos Estados Unidos, a primeira como sua esposa. O discurso de Michelle Obama foi sério e desafiante, lembrando que muitas outras futuras suas sucessoras – na cor da pele - poderiam preencher, como ela, sua pioneira, as paredes da Casa Branca. O de Barack Obama, farfalhudo e brincalhão, descreveu o seu retrato com referências humorísticas à selva e animais selvagens com que, aparentemente se quis equiparar, adivinhando intenções alheias, numa farsa de aparente simpatia, mas na realidade traduzindo um vasto orgulho desafiante aos homens brancos que, afinal, o elegeram, sem pruridos de racismo. Eles é que escolheram os seus pintores, Barack Obama dando instruções, certamente, para as folhagens selvagens como pano de fundo do seu quadro, para poder atirar as pedras do seu discurso provocante e, em meu parecer, escondendo habilmente sob uma falsa humildade graciosa, um orgulho descomunal de verdadeiros racistas que o são eles ambos, afinal.
Não gostei. Sempre achei Barack Obama inteligente e equilibrado e a mulher simpática e lutadora, desempenharam um bom papel enquanto governantes, não precisavam de sair de cena com tanto orgulho e rancor desafiantes. Certamente que continuarão a preencher bons papéis na política e terão o respeito que mereceram, sem distinções de cor. Porquê falar disso?


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