Eu nem quis crer em tamanho disparate que ouvi hoje que disseram do nosso Primeiro Ministro! Queixou-se ele de que o acusaram e ao seu staff – parece que foi a Drª Manuela - de falta de patriotismo e achei essa acusação incompatível com a escolha de Évora para início do seu itinerário eleitoral e do seu staff, nem sei mesmo se acompanhados pela melodia do nosso saudoso Luís Piçarra, de saudade e de amor às coisas nacionais - “O meu Alentejo”, que igualmente ecoa nos meus ouvidos antigos:
“Eu não sei que tenho em Évora / Que de Évora me estou lembrando / Ao passar o rio Tejo / As ondas me não levando”.
Em todo o caso, se as ondas do Tejo o levaram para um sítio impregnado de tanta poesia e mistério, que também inspirou o nosso Vergílio Ferreira para os pensamentos existenciais, bastava a Capela dos Ossos para o fazer recuar, mas avançou sem medos.
Ele até considerou que há trinta e poucos anos de experiência revolucionária se tem deixado conduzir por esse mesmo patriotismo que está na origem da revolução dos cravos, teria ele os seus dezassete anos e esses sentimentos calam sempre fundo na nossa alma por essas alturas e mantêm-se ao longo da vida, não tenho dúvidas disso.
Por isso se queixou e bem e chamou retrógrada à Drª Manuela que quer empatar o TGV para não favorecer a Espanha nas suas economias, pois favorecer por favorecer que se favoreça o nosso país, impedindo uma integração precipitada na nossa vizinha, a quem não basta que não mande ventos nem casamentos de qualidade para aqui – segundo diziam os patriotas antigos – ainda quer o TGV para difundir ainda mais as mercadorias do seu fabrico nacional.
O António José Seguro, no programa de Mário Crespo, de há bocado, sério e seguro das suas razões de apoio ao chefe, afirmou mesmo: “Olho para Espanha e não vejo fronteira”.
Não sei se se referia a uma espécie de “muro de Berlim” a delimitar os dois países, ou se lhe bastaria um tapume idêntico aos que revestem os jardins que encobrem as nossas casas ao olho da rua. Decerto que Seguro é um homem viajado e tem encontrado esse tipo de fronteiras de tapume, senão não estranharia a ausência das nossas com a Espanha, tantas vezes, contudo, passadas a salto, no tempo dos carabineiros, prova de que “las hay”, ou, pelo menos, "hubo".
É por isso que o TGV seria um elo de ligação ideal, elegante, bonito, rápido, para nos fazer sair da periferia e conquistarmos o lado de lá, onde se encontra a Catalunha, e também o País Basco, os quais, contudo, prefeririam libertar-se da chefia do seu governo, não sei se pelos mesmos motivos de que nos queixamos, nós, os marretas – ventanias e casamentos ruinosos.
Mas a Drª Manuela teve o apoio, no programa de Crespo, de José Luís Arnaut sobre a nossa depressão que nos obriga a canalizar os dinheiros europeus para projectos menos ruinosos e que até utilizou a imagem do carro de luxo que todos gostaríamos de possuir – é indispensável não generalizarmos tanto – limitando-nos ao mais em conta, mesmo em segunda mão, para não hipotecarmos a nossa vida e a dos nossos filhos tão gravosamente.
Enfim, analisados os prós e os contras do TGV, ficamos em que a Drª Manuela não quer o TGV por nacionalismo, sentimento que o Engenheiro Sócrates também reivindica para impor o TGV, queixoso de que o acusaram de não o ter, e já se viu que o tem.
“Eu não sei que tenho em Évora / Que de Évora me estou lembrando / Ao passar o rio Tejo / As ondas me não levando”.
Em todo o caso, se as ondas do Tejo o levaram para um sítio impregnado de tanta poesia e mistério, que também inspirou o nosso Vergílio Ferreira para os pensamentos existenciais, bastava a Capela dos Ossos para o fazer recuar, mas avançou sem medos.
Ele até considerou que há trinta e poucos anos de experiência revolucionária se tem deixado conduzir por esse mesmo patriotismo que está na origem da revolução dos cravos, teria ele os seus dezassete anos e esses sentimentos calam sempre fundo na nossa alma por essas alturas e mantêm-se ao longo da vida, não tenho dúvidas disso.
Por isso se queixou e bem e chamou retrógrada à Drª Manuela que quer empatar o TGV para não favorecer a Espanha nas suas economias, pois favorecer por favorecer que se favoreça o nosso país, impedindo uma integração precipitada na nossa vizinha, a quem não basta que não mande ventos nem casamentos de qualidade para aqui – segundo diziam os patriotas antigos – ainda quer o TGV para difundir ainda mais as mercadorias do seu fabrico nacional.
O António José Seguro, no programa de Mário Crespo, de há bocado, sério e seguro das suas razões de apoio ao chefe, afirmou mesmo: “Olho para Espanha e não vejo fronteira”.
Não sei se se referia a uma espécie de “muro de Berlim” a delimitar os dois países, ou se lhe bastaria um tapume idêntico aos que revestem os jardins que encobrem as nossas casas ao olho da rua. Decerto que Seguro é um homem viajado e tem encontrado esse tipo de fronteiras de tapume, senão não estranharia a ausência das nossas com a Espanha, tantas vezes, contudo, passadas a salto, no tempo dos carabineiros, prova de que “las hay”, ou, pelo menos, "hubo".
É por isso que o TGV seria um elo de ligação ideal, elegante, bonito, rápido, para nos fazer sair da periferia e conquistarmos o lado de lá, onde se encontra a Catalunha, e também o País Basco, os quais, contudo, prefeririam libertar-se da chefia do seu governo, não sei se pelos mesmos motivos de que nos queixamos, nós, os marretas – ventanias e casamentos ruinosos.
Mas a Drª Manuela teve o apoio, no programa de Crespo, de José Luís Arnaut sobre a nossa depressão que nos obriga a canalizar os dinheiros europeus para projectos menos ruinosos e que até utilizou a imagem do carro de luxo que todos gostaríamos de possuir – é indispensável não generalizarmos tanto – limitando-nos ao mais em conta, mesmo em segunda mão, para não hipotecarmos a nossa vida e a dos nossos filhos tão gravosamente.
Enfim, analisados os prós e os contras do TGV, ficamos em que a Drª Manuela não quer o TGV por nacionalismo, sentimento que o Engenheiro Sócrates também reivindica para impor o TGV, queixoso de que o acusaram de não o ter, e já se viu que o tem.
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