Deixámos escapar ontem o frente-a-frente Manuela Ferreira Leite – Jerónimo de Sousa, não porque não quiséssemos segui-lo, mas porque o futebol baralhou os nossos horários, e julgámos que a TVI já não ia apresentar o programa, já tardio, e insignificante perante o efeito explosivo que o resultado, embora parco, do Portugal-Hungria, que lhe permitiu continuar em cena para o Mundial, iria provocar, chamando imediatos comentadores à ribalta das nossas prioridades.
Eu ainda o agarrei, mas já quase no fim. Deu, no entanto, para admirar uma vez mais a serena figura de Ferreira Leite, defendendo com inteligência, sensatez e coragem, os princípios em que se apoia e atacando os que condena, sem receio das críticas com que os de linha diferente não deixam de a agredir, verdadeira rainha, na humanidade que revela na sua solução dos problemas, e delicadeza mas argúcia, com que enfrenta cada adversário. Neste caso, Jerónimo de Sousa, também igual a si mesmo na expressão dos seus protestos, que as liberdades conquistadas permitem sintonizar desde o Abril de há 35 anos.
Hoje ouvi que Ferreira Leite se enganou no enunciado de uns valores financeiros, na sua crítica a Sócrates, e o facto será devidamente explorado por quem costuma empolar os lapsos do erro humano - e muito mais se altamente posicionado -, como significativos, neste caso, de falta de exactidão na crítica às contas alheias - falta de estudo, portanto - olvidando-se outras faltas de rigor, imprecisões, lapsos, etc. de tantos dirigentes políticos que já passaram pela nossa costa desde a mesma já longa data.
Mas hoje ouvi ainda, na “Opinião Pública” da SIC, a entrevista creio que a um professor de quem só percebi que se chamava Ricardo, o qual iniciou o seu discurso indignado com a visão mentirosa do Secretário-Geral da Educação, Walter Lemos, sobre o início do ano lectivo, perfeitamente arrumado, com as escolas a funcionar na perfeição, segundo a sua perspectiva radiosa.
O entrevistado de hoje refere a falsidade da afirmação, confirmada por outras opiniões telefónicas do público, acentuando as falhas graves no preenchimento de vagas nas escolas, com milhares de professores contratados a prazo ainda por colocar.
Recorda indignadamente a transformação das escolas em armazéns de crianças ou adolescentes com a pressão sofrida pelos professores em vista ao sucesso escolar, a todo o custo.
Condena a concessão de certificados nos cursos profissionais criados ad hoc, para elevação numérica dos portugueses alfabetizados e simultânea elevação da nossa “auto-estima” cultural.
Critica o modelo de avaliação dos professores perfeitamente absurdo, no desprezo arbitrário dos seus direitos, no injusto das regras que estabeleceram a sua bipolarização em titulares ou não - afora aqueles que nem sequer podem alcançar esse estatuto, não disponibilizadas as vagas deixadas pelos professores efectivos - na violência e desgaste de uma carga horária perfeitamente irracional e afrontosa, no vazio do reforço de reuniões e leitura de papelada burocrática a cada passo chegada do Ministério, que tudo pode ser menos de educação porque a não permite, pelo tempo que lhes rouba para o estudo, pela permissividade à indisciplina que favorece, com a condenação do professor castigador, em confronto com o aluno prevaricador...
É claro que o entrevistado não recusa a avaliação, mas propõe outro modelo – um que liberte o professor para a sua docência e que o não transforme em “estagiário permanente”, aviltado na desconsideração dos méritos do seu percurso, um que reponha o ensino na sua função formativa em vários níveis e que o não condene à nulidade dos saberes, pela falta de exigência e pela perversão do inócuo.
Eu ainda o agarrei, mas já quase no fim. Deu, no entanto, para admirar uma vez mais a serena figura de Ferreira Leite, defendendo com inteligência, sensatez e coragem, os princípios em que se apoia e atacando os que condena, sem receio das críticas com que os de linha diferente não deixam de a agredir, verdadeira rainha, na humanidade que revela na sua solução dos problemas, e delicadeza mas argúcia, com que enfrenta cada adversário. Neste caso, Jerónimo de Sousa, também igual a si mesmo na expressão dos seus protestos, que as liberdades conquistadas permitem sintonizar desde o Abril de há 35 anos.
Hoje ouvi que Ferreira Leite se enganou no enunciado de uns valores financeiros, na sua crítica a Sócrates, e o facto será devidamente explorado por quem costuma empolar os lapsos do erro humano - e muito mais se altamente posicionado -, como significativos, neste caso, de falta de exactidão na crítica às contas alheias - falta de estudo, portanto - olvidando-se outras faltas de rigor, imprecisões, lapsos, etc. de tantos dirigentes políticos que já passaram pela nossa costa desde a mesma já longa data.
Mas hoje ouvi ainda, na “Opinião Pública” da SIC, a entrevista creio que a um professor de quem só percebi que se chamava Ricardo, o qual iniciou o seu discurso indignado com a visão mentirosa do Secretário-Geral da Educação, Walter Lemos, sobre o início do ano lectivo, perfeitamente arrumado, com as escolas a funcionar na perfeição, segundo a sua perspectiva radiosa.
O entrevistado de hoje refere a falsidade da afirmação, confirmada por outras opiniões telefónicas do público, acentuando as falhas graves no preenchimento de vagas nas escolas, com milhares de professores contratados a prazo ainda por colocar.
Recorda indignadamente a transformação das escolas em armazéns de crianças ou adolescentes com a pressão sofrida pelos professores em vista ao sucesso escolar, a todo o custo.
Condena a concessão de certificados nos cursos profissionais criados ad hoc, para elevação numérica dos portugueses alfabetizados e simultânea elevação da nossa “auto-estima” cultural.
Critica o modelo de avaliação dos professores perfeitamente absurdo, no desprezo arbitrário dos seus direitos, no injusto das regras que estabeleceram a sua bipolarização em titulares ou não - afora aqueles que nem sequer podem alcançar esse estatuto, não disponibilizadas as vagas deixadas pelos professores efectivos - na violência e desgaste de uma carga horária perfeitamente irracional e afrontosa, no vazio do reforço de reuniões e leitura de papelada burocrática a cada passo chegada do Ministério, que tudo pode ser menos de educação porque a não permite, pelo tempo que lhes rouba para o estudo, pela permissividade à indisciplina que favorece, com a condenação do professor castigador, em confronto com o aluno prevaricador...
É claro que o entrevistado não recusa a avaliação, mas propõe outro modelo – um que liberte o professor para a sua docência e que o não transforme em “estagiário permanente”, aviltado na desconsideração dos méritos do seu percurso, um que reponha o ensino na sua função formativa em vários níveis e que o não condene à nulidade dos saberes, pela falta de exigência e pela perversão do inócuo.
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