Ouvi ontem José Saramago. Discursando e lendo passos do seu último livro – “Caim” – para um público nortenho, a quem o discurso terra-a-terra - como terra-a-terra me pareceu o texto da sua leitura - provocaram um riso que me pareceu tão alvar como a figura do escritor, rindo-se da sua graça, de ter chamado à Eva a Primeira Dama, embora não houvesse então, segunda ainda.
Puro brinquedo anedótico, de consistência malandra, impróprios de um Prémio Nobel. Num objectivo primário de acanalhar, de denegrir, a pretexto de que a Bíblia é um repositório de crimes, de condenar a Bíblia por ser um livro imoral e falso, que explica que Deus “fez o mundo em seis dias, porque ao sétimo descansou”, lugar comum de gozação parola, há muito banalizado, por quem não sinta ou não queira sentir a beleza poética do discurso introdutório do Génesis, que a teoria do evolucionismo e tantas outras filosofias e descobertas científicas têm contrariado, sem, de facto, conseguirem responder à inquieta dúvida humana, sempre envolta na mesma noite de ignorância a respeito do “Incognoscível”.
Saramago, usando da sua autoridade que supõe sábia, porque laureada, de destruidor de mitos, não é mais que um aviltador de crenças, à maneira bacoca que outros igualmente tentaram, alguns, todavia, como Daudet, pondo as graças grosseiras na boca do povo, que descreve com realismo simpático e não molestador. Refiro-me, em especial a “La Diligence de Beaucaire” das “Lettres de mon Moulin”, onde dois dos passageiros se dizem graças mútuas e provocatórias sobre a Virgem Maria, por serem adeptos de uma adoração a madonas de diferentes Igrejas.
Graças sem dimensão, puras atoardas que nada valem de um ser minúsculo que não sabe ou não quer reconhecer a grandeza de uma obra como “A Bíblia”, o Livro dos livros, que, verdadeiro ou não no seu conteúdo, retrata o Homem – na pluralidade das suas autorias - como ser fabuloso, criador de uma ficção sem paralelo, pretendendo legar para a posteridade os princípios da vida e das famílias segundo preceitos genealógicos fundadores de um povo multifacetado e de uma religião monoteísta, como a mais nenhum ocorrera.
Brincar, para mais, com as crenças alheias, tentando ignobilmente achincalhar princípios, não parece de alguém com princípios, mas apenas de alguém ressabiado, que vive mergulhado em estranho ódio contra a humanidade, e só se endeusando a si próprio, como se fosse ele o gerador de uma qualquer outra versão mítica sobre as verdades da vida, que ninguém ainda alcançou.
Infantilmente, quase, apregoa o seu ateísmo, como outros apregoam a sua homossexualidade, outros o seu antipatriotismo ou os seus princípios anárquicos, felizes na liberdade que de repente se lhes revelou, para o poderem apregoar, e o fazem embandeirando em arco como se tivessem descoberto a pólvora, ou o princípio de Arquimedes.
A inteligência que pôs na criatividade e originalidade discursiva de alguns livros não justifica que se arrogue o direito de arrasar e transformar em imundície generalizada, como o fez no “Ensaio sobre a Cegueira” - talvez apoiado no mito dos estábulos de Augias que Hércules debelou - uma obra que pertence à Humanidade, feita por gente que soube mostrar a Fealdade e a Beleza humanas, ambas próprias do Homem de todos os tempos. Como o Riso.
Mas o riso de Saramago parece antes um esgar malévolo, sem sequer a dimensão satânica que se encontra no Satanás da criação bíblica. Nem no Mefistófeles da criação de Goethe, que desafia um Deus confiante no infinito saber espiritual de Fausto, a provar-lhe ele o contrário, comprando-lhe a alma de Fausto em troca do conhecimento total, incluindo o dos prazeres sensuais.
O que é certo é que talvez Saramago contribua, com tão azedas mensagens, para desencaminhar tanta juventude, facilmente influenciável, numa via de perversão, sem ideal e sem bondade.
E a juventude feminina, sem a pureza de Margarida, também se não salvará, ao contrário da amada de Fausto. Mas talvez também não esteja interessada nisso, que os tempos são outros.
Puro brinquedo anedótico, de consistência malandra, impróprios de um Prémio Nobel. Num objectivo primário de acanalhar, de denegrir, a pretexto de que a Bíblia é um repositório de crimes, de condenar a Bíblia por ser um livro imoral e falso, que explica que Deus “fez o mundo em seis dias, porque ao sétimo descansou”, lugar comum de gozação parola, há muito banalizado, por quem não sinta ou não queira sentir a beleza poética do discurso introdutório do Génesis, que a teoria do evolucionismo e tantas outras filosofias e descobertas científicas têm contrariado, sem, de facto, conseguirem responder à inquieta dúvida humana, sempre envolta na mesma noite de ignorância a respeito do “Incognoscível”.
Saramago, usando da sua autoridade que supõe sábia, porque laureada, de destruidor de mitos, não é mais que um aviltador de crenças, à maneira bacoca que outros igualmente tentaram, alguns, todavia, como Daudet, pondo as graças grosseiras na boca do povo, que descreve com realismo simpático e não molestador. Refiro-me, em especial a “La Diligence de Beaucaire” das “Lettres de mon Moulin”, onde dois dos passageiros se dizem graças mútuas e provocatórias sobre a Virgem Maria, por serem adeptos de uma adoração a madonas de diferentes Igrejas.
Graças sem dimensão, puras atoardas que nada valem de um ser minúsculo que não sabe ou não quer reconhecer a grandeza de uma obra como “A Bíblia”, o Livro dos livros, que, verdadeiro ou não no seu conteúdo, retrata o Homem – na pluralidade das suas autorias - como ser fabuloso, criador de uma ficção sem paralelo, pretendendo legar para a posteridade os princípios da vida e das famílias segundo preceitos genealógicos fundadores de um povo multifacetado e de uma religião monoteísta, como a mais nenhum ocorrera.
Brincar, para mais, com as crenças alheias, tentando ignobilmente achincalhar princípios, não parece de alguém com princípios, mas apenas de alguém ressabiado, que vive mergulhado em estranho ódio contra a humanidade, e só se endeusando a si próprio, como se fosse ele o gerador de uma qualquer outra versão mítica sobre as verdades da vida, que ninguém ainda alcançou.
Infantilmente, quase, apregoa o seu ateísmo, como outros apregoam a sua homossexualidade, outros o seu antipatriotismo ou os seus princípios anárquicos, felizes na liberdade que de repente se lhes revelou, para o poderem apregoar, e o fazem embandeirando em arco como se tivessem descoberto a pólvora, ou o princípio de Arquimedes.
A inteligência que pôs na criatividade e originalidade discursiva de alguns livros não justifica que se arrogue o direito de arrasar e transformar em imundície generalizada, como o fez no “Ensaio sobre a Cegueira” - talvez apoiado no mito dos estábulos de Augias que Hércules debelou - uma obra que pertence à Humanidade, feita por gente que soube mostrar a Fealdade e a Beleza humanas, ambas próprias do Homem de todos os tempos. Como o Riso.
Mas o riso de Saramago parece antes um esgar malévolo, sem sequer a dimensão satânica que se encontra no Satanás da criação bíblica. Nem no Mefistófeles da criação de Goethe, que desafia um Deus confiante no infinito saber espiritual de Fausto, a provar-lhe ele o contrário, comprando-lhe a alma de Fausto em troca do conhecimento total, incluindo o dos prazeres sensuais.
O que é certo é que talvez Saramago contribua, com tão azedas mensagens, para desencaminhar tanta juventude, facilmente influenciável, numa via de perversão, sem ideal e sem bondade.
E a juventude feminina, sem a pureza de Margarida, também se não salvará, ao contrário da amada de Fausto. Mas talvez também não esteja interessada nisso, que os tempos são outros.
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