Falámos na nossa vinda para cá, no concurso – ainda os havia, nesse tempo, graças a Deus - que possibilitou o emprego do meu marido, cuja data do primeiro dia de trabalho tivera lugar em 27 de Outubro de 75, há, pois, 34 anos, com anos de trabalho anterior de serviço à pátria, e numa empresa particular em África. Confrontámos com a data em que eu própria assinara o meu vínculo ao Estado, também 27 - mas de Dezembro - de 57, em Aveiro, concordámos em coincidências engraçadas, de capicua nos anos, identidade nos dias, falámos nos 17 anos que, em 75, tinha o meu filho mais velho. E no liceu que deixara em África, que passara a não ter mais essa designação cá, generalizada a escola secundária, desaparecido o ensino técnico. Nem o 6º ano existia mais, passara, provisoriamente a 1º complementar, agora 10º, tal como o 7º provisoriamente a 2º, agora 11º, com um 12º de reforço, tal como o ensino primário também desaparecera, transformado em básico, desaparecidas as classes, generalizados os anos, em estranhos complexos denunciadores de estranhas susceptibilidades sócio-pedagógicas, que as classes também desapareceram democraticamente das vias férreas, generalizado o automóvel a qualquer bicho-careta, embora a frota automóvel do governo denuncie que a classe se mantém, várias vezes renovada.
Comentámos sobre a pujança das transformações nas nomenclaturas, falámos na ponte "Salazar" que passara a "25 de Abril", porque uma ponte é sempre uma passagem para a outra margem. Lembrámos que em África os nomes das ruas, praças e demais excrescências colonialísticas também tinham sido mudados. Como aqui, ruas e praças, além da ponte Salazar, identificando-nos, pois, nos cortes e substituições, com os nossos irmãos negros.
O meu marido, mais novo do que eu, mas menos compreensivo, critica e comenta que nas nossas possessões da Índia os nomes antigos foram mantidos, se não por amor à anterior soberania portuguesa, pelo menos por um acto de educação e cultura - porque são povos tradicionalmente cultos - como elementos históricos a ter em conta no estudo das civilizações.
Mas eu achei que a cultura dá muito trabalho a manter-se, e o melhor nestas coisas das transformações é mesmo adaptarmo-nos às novidades importantes, quais sejam essas da mudança de nomenclaturas, por consideração progressista para com a ideia de progresso.
Comentámos sobre a pujança das transformações nas nomenclaturas, falámos na ponte "Salazar" que passara a "25 de Abril", porque uma ponte é sempre uma passagem para a outra margem. Lembrámos que em África os nomes das ruas, praças e demais excrescências colonialísticas também tinham sido mudados. Como aqui, ruas e praças, além da ponte Salazar, identificando-nos, pois, nos cortes e substituições, com os nossos irmãos negros.
O meu marido, mais novo do que eu, mas menos compreensivo, critica e comenta que nas nossas possessões da Índia os nomes antigos foram mantidos, se não por amor à anterior soberania portuguesa, pelo menos por um acto de educação e cultura - porque são povos tradicionalmente cultos - como elementos históricos a ter em conta no estudo das civilizações.
Mas eu achei que a cultura dá muito trabalho a manter-se, e o melhor nestas coisas das transformações é mesmo adaptarmo-nos às novidades importantes, quais sejam essas da mudança de nomenclaturas, por consideração progressista para com a ideia de progresso.
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