quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O cerne


Leio, no blog de Salles da FonsecaA bem da Nação”, o seguinte texto de orientação política, iniciado por um “pedido de desculpas aos mais sensíveis”:

Deixemo-nos de conversas politicamente correctas e vamos ao cerne das questões:
- A soberania nacional não é negociável;
- Os interesses estratégicos devem estar subordinados a centros de decisão garantidamente nacionais;
- O Serviço Militar (ou Cívico Militarizado) é obrigatório para ambos os sexos;
- Quem paga impostos ao Estado Português tem prioridade nas políticas portuguesas sobre os que recebem subsídios públicos do Orçamento do Estado Português;
- Quem estiver a contas com a Justiça não se pode candidatar a cargos públicos, nem tem direito a voto;
- Quem tiver dívidas ao Fisco não se pode candidatar a cargos públicos nem tem direito a voto;
- Quem não tiver o diploma do Ensino Obrigatório não tem direito a possuir carta de condução de veículos motorizados com mais de 50 cc nem tem direito a voto;
- O Ensino Oficial Obrigatório é gratuito, incluindo os correspondentes manuais obrigatórios;
- Para além do Ensino Obrigatório todo o ensino é oneroso;
- As Ordens Profissionais são o Certificado de Competência e de Qualidade Deontológica dos profissionais nelas inscritos;
- Em espaços públicos é proibido usar a cara velada.”

Um texto sintético que, não focando a imposição de regras de disciplina, responsabilidade e ética, em todo o caso subentende a sua indispensabilidade para um percurso de exigência e rigor, pois que só a obediência a tais parâmetros permitirá o acesso a uma cidadania cabal.
O Serviço Militar, encaro-o como uma etapa de sujeição e aprendizagem de regras espirituais e físicas, que tornarão os jovens mais atentos ao significado de Pátria, mas entendo não ser necessário um tratamento bastas vezes deselegante e brutal da parte dos militares instrutores, criador de revolta e frustração, em vez de dedicação e amor pátrio.
Há algo que gostaria de ver considerado nos parâmetros transcritos: a exigência de uma Justiça realmente eficiente, e a de um jornalismo que tenha que prestar contas das atoardas que propala tantas vezes, em função de uma rentabilidade maior, por conta de um sensacionalismo mesquinho.
Infelizmente, a estabilidade da Justiça perdeu-se, na multiplicidade e mutabilidade das suas leis, de acordo com os interesses pessoais – mais do que os nacionais – de quem as pode impor, levando às ambiguidades, à confusão, à trafulhice, e onde o suborno é mola frequente para o deslindar – ou o enterrar – das causas.
Daí que as normas de exigência dos parâmetros de Salles da Fonseca, que criariam nos cidadãos, a par de uma maior conscientização, um sentimento de tranquilidade, conforto e apego às coisas nacionais, porque são sérias e construtivas, esbarrariam na muralha de resistência de um povo calaceiro, amigo de greves, cujos governantes e satélites lhe vão dando a cheirar a triste côdea, por conta dos nacos gordos para a sua reserva pessoal.
É bom que apareçam seres frontais como Salles da Fonseca, mas não haverá essa saída para nós. Nostra culpa.

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