- O que me diz do Prémio Nobel da Paz?
- Não concordo. É verdade que é uma figura que está a marcar, a impor-se, mas não acho bem. Assim, o prémio é como as nossas medalhas. O tempo ainda é curto. O prémio obriga-o a continuar à procura da paz.
- Mas isso até que é positivo. O mal é se vem mais guerra.
- Exacto! Ele não é um deus! Acho uma coisa um bocado estúpida. Até há pouco os prémios eram depois de as pessoas prestarem serviços. Agora já não é preciso? Tudo bem!
- Também disseram que o prémio da literatura dado a uma romena naturalizada alemã - Herta Muler – foi por uma questão de quotas. Como há mais homens que o têm recebido, trataram de o oferecer a uma mulher, por conta das quotas. Numa democracia igualitária, é imprescindível que a mulher se afirme para ter também poder de decisão, embora a razão da escolha seja pouco criteriosa, quanto a mim. Mas ela já ganhou muitos prémios, li na Internet, e como parece que atacou o Ceausescu nalguns livros, talvez seja não tanto pelas quotas mas pelo que atacou, que torcia mais para a direita. Atacasse ela a esquerda e não receberia o Nobel, que a esquerda é que está a dar.
Mas a minha amiga, não estava interessada na Muler, que a gente nem conhece, embalada que estava na defesa do seu Obama, que vamos conhecendo:
- Não podem banalizar o prémio! Ele ainda não fez! Só disse!
Fiquei intrigada com o sentido obscuro de tão emotiva afirmação, e até especulei sobre se tal frase pressupunha quaisquer cumplicidades entre ambos, mesmo a distância, que a Internet agora encurta, mas logo me censurei, atribuindo a influência da miss Marple da minha leitura, ou então ao murmurar coscuvilheiro das minhas outras amigas, uma suposição tão pouco credível. Mas ela não me deu tempo a transpor para a conversa uma insinuação de marotice, continuando impávida:
- É uma pessoa fora do vulgar. Mas pouco tempo passou. É homem para vir a ganhar este prémio! Mas tem que dar provas primeiro.
- Pois! Mas a Academia Sueca quer aliciá-lo para continuar a lutar pela paz, mesmo que tenha que mandar os seus homens para a guerra. Para nos defender a todos. Que o hino deles tem muita acutilância no mundo inteiro, quer pelas vitórias desportivas, quer pelas lutas que eles travam, como se vê nos filmes de guerra, de muita bravura e generosidade. Deixe-o lá ganhar o Nobel da Paz já. Para ficarmos todos mais repousados. "Sub tegmine fagi".. .
- Não concordo. É verdade que é uma figura que está a marcar, a impor-se, mas não acho bem. Assim, o prémio é como as nossas medalhas. O tempo ainda é curto. O prémio obriga-o a continuar à procura da paz.
- Mas isso até que é positivo. O mal é se vem mais guerra.
- Exacto! Ele não é um deus! Acho uma coisa um bocado estúpida. Até há pouco os prémios eram depois de as pessoas prestarem serviços. Agora já não é preciso? Tudo bem!
- Também disseram que o prémio da literatura dado a uma romena naturalizada alemã - Herta Muler – foi por uma questão de quotas. Como há mais homens que o têm recebido, trataram de o oferecer a uma mulher, por conta das quotas. Numa democracia igualitária, é imprescindível que a mulher se afirme para ter também poder de decisão, embora a razão da escolha seja pouco criteriosa, quanto a mim. Mas ela já ganhou muitos prémios, li na Internet, e como parece que atacou o Ceausescu nalguns livros, talvez seja não tanto pelas quotas mas pelo que atacou, que torcia mais para a direita. Atacasse ela a esquerda e não receberia o Nobel, que a esquerda é que está a dar.
Mas a minha amiga, não estava interessada na Muler, que a gente nem conhece, embalada que estava na defesa do seu Obama, que vamos conhecendo:
- Não podem banalizar o prémio! Ele ainda não fez! Só disse!
Fiquei intrigada com o sentido obscuro de tão emotiva afirmação, e até especulei sobre se tal frase pressupunha quaisquer cumplicidades entre ambos, mesmo a distância, que a Internet agora encurta, mas logo me censurei, atribuindo a influência da miss Marple da minha leitura, ou então ao murmurar coscuvilheiro das minhas outras amigas, uma suposição tão pouco credível. Mas ela não me deu tempo a transpor para a conversa uma insinuação de marotice, continuando impávida:
- É uma pessoa fora do vulgar. Mas pouco tempo passou. É homem para vir a ganhar este prémio! Mas tem que dar provas primeiro.
- Pois! Mas a Academia Sueca quer aliciá-lo para continuar a lutar pela paz, mesmo que tenha que mandar os seus homens para a guerra. Para nos defender a todos. Que o hino deles tem muita acutilância no mundo inteiro, quer pelas vitórias desportivas, quer pelas lutas que eles travam, como se vê nos filmes de guerra, de muita bravura e generosidade. Deixe-o lá ganhar o Nobel da Paz já. Para ficarmos todos mais repousados. "Sub tegmine fagi".. .
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