domingo, 30 de outubro de 2016

Saber às pinguinhas 1- Geografia


A estratégia seguida por alguns professores de pôr os alunos em confronto com uma síntese de questões como matéria a fixar para os seus testes, parece-me engenhosa para os meninos, pelo menos os menos aplicados - tal como o era a fogueira para os que se aqueciam “à roda dela” segundo a informação de Paulo de Carvalho - e que assim verificariam o que “custa a liberdade”. De facto esses questionários-síntese formam maneira tão expressiva como outra qualquer, embora menos lírica, de os meninos irem adquirindo as bases do seu saber - da sua fogueira - e da sua autonomia para uma cidadania efectiva. Meninos que hoje, em grande parte, tomam a escola como um espaço apenas de prazer – ou aborrecimento - e rebeldia, desinteressados de todo da tal “fogueira”, mais virados, talvez, para os incêndios constantes da selva que os adultos e alguns meninos também, vão criando no verão, meninos que mal necessitam do fogo do saber, introduzido, embora, este, muitos séculos antes de Cristo, nos costumes, por muito que o Rousseau,  já dos primórdios da Revolução Francesa, confiasse na inteligência do seu Emílio, para obter o seu conhecimento, a partir de experiências por ele próprio, Emílio, vividas. Mas o Emílio pertencia a uma classe economicamente estável, com direito a preceptor, e a ensino individual, não se passa isso agora, com os muitos Emílios de variadas espécies pululando nas muitas e variadas escolas, embora as minhas orientadoras de estágio tentassem impor-nos, pelos anos setenta, a teoria de que todos os saberes se equivalem e que os saberes dos meninos eram tão importantes como os saberes que os adultos tinham por obrigação transmitir-lhes e que eram, aliás, os que se exigiam nos testes e nos exames, por isso eu nunca pude perceber como era possível ter-se tempo para atender aos saberes dos alunos, a não ser naquilo em que eles se cruzavam com as matérias pontuais.Creio que essas teorias das minhas orientadoras de estágio não vingaram, pois pude seguir o meu percurso docente segundo o meu próprio critério de honestidade intelectual, que julgo que é ainda o da maioria dos docentes, verdadeiros heróis dos novos tempos.
Por isso, sinto gratidão pelos professores que, depois de explicarem as matérias dos seus cursos, enviam um conjunto de questões para serem trabalhadas para os testes, com indicação das páginas.
Com a Geografia, por exemplo, assim aconteceu, neste primeiro período, como auxiliar dos alunos, sobretudo dos menos aplicados.
Foram as seguintes as questões de Geografia para o 1º teste do 8º ano, informações a que não damos, geralmente,  atenção, e nos despertam memórias ou  que nos passaram ao largo, e, afinal, até nos servem a nós de recreio. A nós, adultos.

Assim, foram estas as questões para o teste de Geografia do 8º ano, postas pela respectiva professora, segundo o Manual  Geodiversidades – População e povoamento. Actividades económicas (da DE: Didáctica Editora):
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Ver páginas 10, 11 e 12:
1ª: Entidade responsável pela realização dos recenseamentos  em Portugal:
R: INE :Instituto Nacional de Estatística.

: Objectivos da realização dos recenseamentos:
R – Investigar características da população – idades, sexos, competências, profissões, situação socioeconómica – para se detectarem as deficiências estruturais a fim de se poder planear o ordenamento do território, ou seja, a reconstrução nas áreas de Saúde, da Educação, da Assistência Social…

Periodicidade da realização dos recenseamentos:
R: São decenais, isto é, realizam-se de dez em dez anos.

4- População mundial – número de habitantes:
R: Sete mil milhões (7 000 000 000) em 2012.

5- O que é demografia:
R: É a Ciência que estuda a população.
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Páginas 12, 13 e Caderno Diário:

1- Conhecer as fórmulas de cálculo e saber calcular:
Do crescimento natural:
a) – taxa de crescimento natural
b)- taxa de natalidade
c) taxa de mortalidade
d) Taxa do crescimento efectivo

R- Indicadores demográficos são as variáveis que interferem na evolução populacional (=demográfica) de uma dada região – país, continente. Ou seja: natalidade, mortalidade, imigração, emigração:

Natalidade: número de crianças (nados-vivos) que nascem numa dada região durante um ano.
Mortalidade: Número de óbitos (= mortes) que ocorrem numa dada região durante um ano.
Imigração: Número de pessoas que entram  (se instalam) numa região durante um ano.
Emigração: Número de pessoas que saem duma região durante um ano.

Para comparar a Natalidade ou a Mortalidade entre regiões temos que relacionar esses indicadores com a população total dessa região. Chama-se a isso taxa ( de natalidade /mortalidade)

Fórmula para se obter a TN:   (Natalidade / População total) X 1000 (o traço / significa traço de fracção).

Fórmula para se obter a TM: (Mortalidade / População total) X 1000.            (»»)

- A diferença entre o número de nascimentos e o número de mortes  designa-se por saldo fisiológico ou crescimento natural.
- Quando a Natalidade é superior à Mortalidade (N>M), o saldo fisiológico é positivo. A população pode aumentar. Quando é inferior (N), o saldo f. é negativo. A população pode diminuir. Quando a Natalidade é igual à Mortalidade  (N=M) o saldo fisiológico ou crescimento natural é nulo.

Mas  o crescimento real ou efectivo da população não resulta apenas do saldo fisiológico ou crescimento natural (diferença entre N e M), mas também do saldo migratório (= diferença entre o número de imigrantes e o de emigrantes) anual.

- O crescimento efectivo ou real é a soma do saldo fisiológico com o saldo migratório.
Assim:
Natalidade - Mortalidade = saldo fisiológico
Imigração – Emigração = saldo migratório.
        
Crescimento efectivo ou real (CE):  (N-M)+(I-E)

Exemplo para Portugal:
População total: 10 700 000 habitantes
Natalidade : 105227
Mortalidade: 117 087
Saldo Migratório : 31 226

1 - Calcular:
- Taxa de Natalidade:
R: (105 227/ 10 700 000) X 1000 = 9,83%       ( /= traço de fracção)
 - Taxa de Mortalidade:
R: (117 087/ 10 700 000) X 1000= 10,9%             (  »»»)

2- Classificar em positiva, negativa ou nula a taxa de crescimento natural de Portugal:
R: TCN:   9,83 – 10, 9 = - 1, 87%.       TCN negativa

3- Calcular o Crescimento Efectivo de Portugal:
R:
CE= (N-M)+(I-E)
105227 - 117 087 + 31 266 = - 11860 + 31 266= 19.406
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Págs 18 e 19:
Como varia a natalidade no tempo e no espaço
Ler Esquema 3 (pág. 19)
1- Porque são baixas as Taxas de Natalidade nos países desenvolvidos:        
R:- Factores que explicam os baixos valores da TN nos países desenvolvidos são:
1.1- Difusão das técnicas de planeamento familiar.
1.2- O desejo da de elevar o seu nível de vida.
1.3 – A participação da Mulher no mundo do trabalho. (Fica sem tempo para se dedicar aos filhos).
1.4Os elevados custos com os filhos – alimentação, educação, saúde, etc.

2- Porque são elevadas as Taxas de Natalidade nos países em desenvolvimento?
R: Factores justificativos das altas Taxas de Natalidade nos países em desenvolvimento são:
2.1- Desconhecimento ou recusa dos métodos de planeamento familiar.
2.2- Casamentos em idades precoces.
2.3- Os filhos considerados fonte de trabalho e rendimento familiar.
2.4Taxas elevadas de analfabetismo (que implicam o desconhecimento do controle dos nascimentos).
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Pág. 21: O Que é necessário para a renovação das gerações

1- (Saber o Índice Sintético de Fecundidade e o Índice de Renovação das Gerações):
1º Definição de Taxa de Fecundidade: é o número de nascimentos por cada 1000 Mulheres em idade fecunda (dos 15 aos 49 anos)

2- Como se explica a diminuição da taxa de fecundidade nos países desenvolvidos?
R: Factores de diminuição da T.F.:
1- Planeamento familiar e uso de contraceptivos;  2- Idade tardia do casamento ou da união de facto. 3- Aumento da participação da mulher no mercado de trabalho. 4 - Elevadas despesas com a educação dos filhos.

2º: Definição de  Índice sintético de Fecundidade: é o número de filhos que, em média, cada mulher tem durante o seu período de fertilidade (dos 15 aos 49 anos).

Significado de: Índice de Renovação das Gerações: Para que uma  geração seja renovada é necessário que cada mulher tenha mais do que 2 filhos, ou seja, um índice sintético de fecundidade igual ou superior a 2, 1.

- O ISF na maioria dos países europeus está abaixo do nível mínimo necessário para a renovação das gerações.
- Portugal viu cair o ISF desde há 50 anos de 3,1 (em 1960) para 1,32 em 2011.
Págs 22 e 23:
Como varia a mortalidade no tempo e no espaço

 Ler os esquemas 5 e 6 para saber:
1- Porque são baixas as taxas de Mortalidade  dos países desenvolvidos
2- A que se deve a descida da mortalidade nos países pobres a partir de 1950

R1- Nos países desenvolvidos a taxa de mortalidade começa a descer progressivamente a partir do séc. XIX, acompanhando os avanços técnicos, sociais e médicos, ao contrário dos países em desenvolvimento, em que só a partir de meados do século XX começou a diminuir bastante devido a ajudas alimentares e médicas internacionais dos  países desenvolvidos, obtendo assim melhoria das condições de vida.
Assim:  A diminuição da TM nos países desenvolvidos deve-se a:
1º   Desenvolvimento da medicina e uso de vacinas; 2º - Desenvolvimento de hábitos de higiene e condições de saneamento básico. 3º - Melhoria na alimentação. 4º- Melhoria das condições habitacionais 5º- Melhoria das condições laborais e de segurança no trabalho.
A diminuição da TM nos países em desenvolvimento deve-se a:
Ajudas alimentares e apoios médicos Internacionais, uso mais frequente de vacinas e antibióticos, melhoria das condições de saneamento, recurso a insecticidas para o combate de pragas.

Págs 24 e 25: Quais as áreas com maior e menor crescimento natural
Analisar os gráficos 21, 22 e o Esquema 7:

- Os países com taxas de crescimento natural mais elevadas situam-se em África e em algumas regiões da Ásia e da América Latina. (TN muito alta; TM a diminuir)
Os países com taxas de crescimento mais baixas localizam-se  na Europa, na América do Norte e no Centro e Norte da Ásia.

-Os gráficos da figura 21 representam a evolução da taxa de crescimento nos países desenvolvidos : crescimento natural nulo até início do s. XVIII. TCN elevada até meados do séc. XX. A partir de 1960, com a diminuição das Ts. de N e M, o crescimento é nulo.
-Nos países em desenvolvimento o crescimento nulo até meados do séc. XIX, mortalidade e natalidade correspondendo-se em quantidade. A partir de meados do s. XX, com a diminuição da taxa de mortalidade dá-se a explosão demográfica.

O esquema 7 aponta, em confronto, a evolução da taxa de crescimento natural nos países desenvolvidos e nos países em desenvolvimento, a partir do século XIX até 2000:

1800: TCN baixa ou nula em ambos os casos; 1850: alta/baixa; 1900: alta/baixa; 1950: baixa/média; 2000: baixa/alta, as primeiras referentes aos países desenvolvidos as segundas aos países em desenvolvimento.

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