A estratégia
seguida por alguns professores de pôr os alunos em confronto com uma síntese
de questões como matéria a fixar para os seus testes, parece-me engenhosa
para os meninos, pelo menos os menos aplicados - tal como o era a fogueira para
os que se aqueciam “à roda dela” segundo a informação de Paulo de
Carvalho - e que assim verificariam o que “custa a liberdade”. De
facto esses questionários-síntese formam maneira tão expressiva como outra
qualquer, embora menos lírica, de os meninos irem adquirindo as bases do seu
saber - da sua fogueira - e da sua autonomia para uma cidadania efectiva.
Meninos que hoje, em grande parte, tomam a escola como um espaço apenas de
prazer – ou aborrecimento - e rebeldia, desinteressados de todo da tal “fogueira”,
mais virados, talvez, para os incêndios constantes da selva que os adultos e
alguns meninos também, vão criando no verão, meninos que mal necessitam do fogo
do saber, introduzido, embora, este, muitos séculos antes de Cristo, nos costumes,
por muito que o Rousseau, já dos primórdios
da Revolução Francesa, confiasse na inteligência do seu Emílio, para obter o
seu conhecimento, a partir de experiências por ele próprio, Emílio, vividas. Mas
o Emílio pertencia a uma classe economicamente estável, com direito a preceptor,
e a ensino individual, não se passa isso agora, com os muitos Emílios de
variadas espécies pululando nas muitas e variadas escolas, embora as minhas
orientadoras de estágio tentassem impor-nos, pelos anos setenta, a teoria de
que todos os saberes se equivalem e que os saberes dos meninos eram tão
importantes como os saberes que os adultos tinham por obrigação transmitir-lhes
e que eram, aliás, os que se exigiam nos testes e nos exames, por isso eu nunca
pude perceber como era possível ter-se tempo para atender aos saberes dos
alunos, a não ser naquilo em que eles se cruzavam com as matérias pontuais.Creio
que essas teorias das minhas orientadoras de estágio não vingaram, pois pude
seguir o meu percurso docente segundo o meu próprio critério de honestidade intelectual,
que julgo que é ainda o da maioria dos docentes, verdadeiros heróis
dos novos tempos.
Por
isso, sinto gratidão pelos professores que, depois de explicarem as matérias
dos seus cursos, enviam um conjunto de questões para serem trabalhadas para
os testes, com indicação das páginas.
Com
a Geografia, por exemplo, assim aconteceu, neste primeiro período, como
auxiliar dos alunos, sobretudo dos menos aplicados.
Foram
as seguintes as questões de Geografia para o 1º teste do 8º
ano, informações a que não damos, geralmente, atenção, e nos despertam memórias ou que nos passaram ao largo, e, afinal, até nos
servem a nós de recreio. A nós, adultos.
Assim,
foram estas as questões para o 1º teste de Geografia do 8º ano,
postas pela respectiva professora, segundo o Manual Geodiversidades – População e povoamento.
Actividades económicas (da DE: Didáctica Editora):
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Ver páginas 10, 11 e 12:
1ª: Entidade
responsável pela realização dos recenseamentos
em Portugal:
R: INE :Instituto Nacional de Estatística.
2ª: Objectivos da realização dos recenseamentos:
R – Investigar características da população – idades,
sexos, competências, profissões, situação socioeconómica – para se detectarem
as deficiências estruturais a fim de se poder planear o ordenamento do
território, ou seja, a reconstrução nas áreas de Saúde, da Educação, da
Assistência Social…
3ª
Periodicidade da realização
dos recenseamentos:
R: São decenais, isto é, realizam-se de dez em dez
anos.
4- População
mundial – número de habitantes:
R: Sete mil milhões (7 000 000 000) em 2012.
5- O que
é demografia:
R: É a Ciência que estuda a população.
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Páginas 12, 13 e Caderno Diário:
1- Conhecer
as fórmulas de cálculo e saber calcular:
Do crescimento natural:
a) – taxa de crescimento natural
b)- taxa de natalidade
c) taxa de mortalidade
d) Taxa do crescimento efectivo
R- Indicadores
demográficos são as variáveis
que interferem na evolução populacional (=demográfica) de uma dada
região – país, continente. Ou
seja: natalidade, mortalidade, imigração,
emigração:
Natalidade: número de crianças (nados-vivos) que nascem numa dada região durante um
ano.
Mortalidade: Número de óbitos (= mortes) que ocorrem numa dada região durante um
ano.
Imigração: Número de pessoas que
entram (se instalam) numa região durante
um ano.
Emigração: Número de pessoas que
saem duma região durante um ano.
Para comparar a Natalidade ou a Mortalidade entre
regiões temos que relacionar esses indicadores com a população total
dessa região. Chama-se a isso taxa ( de natalidade /mortalidade)
Fórmula para
se obter a TN: (Natalidade / População total) X 1000 (o traço
/ significa traço de fracção).
Fórmula para se obter a
TM: (Mortalidade / População
total) X 1000. (»»)
- A diferença entre o número de nascimentos e o número
de mortes designa-se por saldo fisiológico ou crescimento natural.
- Quando a Natalidade é superior à Mortalidade (N>M), o saldo fisiológico é positivo. A população pode aumentar. Quando é inferior (N ), o saldo f. é negativo. A população pode diminuir. Quando a Natalidade é igual à Mortalidade (N=M) o saldo fisiológico ou crescimento natural é nulo.
Mas o crescimento real ou efectivo da população não resulta apenas do saldo fisiológico ou crescimento natural (diferença entre N
e M), mas
também do saldo migratório (= diferença entre o número de imigrantes e o
de emigrantes) anual.
- O crescimento
efectivo ou real é a soma do saldo fisiológico com o
saldo migratório.
Assim:
Natalidade -
Mortalidade = saldo fisiológico
Imigração –
Emigração = saldo migratório.
Crescimento efectivo
ou real (CE): (N-M)+(I-E)
Exemplo para
Portugal:
População total: 10 700 000 habitantes
Natalidade : 105227
Mortalidade: 117 087
Saldo Migratório : 31 226
1 - Calcular:
- Taxa de Natalidade:
R: (105 227/ 10 700 000) X 1000 = 9,83% ( /= traço de fracção)
- Taxa de Mortalidade:
R: (117 087/ 10 700 000) X 1000= 10,9% ( »»»)
2- Classificar em positiva, negativa
ou nula a taxa de crescimento natural de Portugal:
R: TCN: 9,83 – 10, 9
= - 1, 87%. TCN
negativa
3- Calcular o Crescimento Efectivo de Portugal:
R:
CE= (N-M)+(I-E)
105227 - 117 087 + 31
266 = - 11860 + 31 266= 19.406
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Págs 18 e 19:
Como varia a
natalidade no tempo e no espaço
Ler Esquema 3 (pág. 19)
1- Porque são baixas as Taxas de Natalidade
nos países desenvolvidos:
R:- Factores que explicam os baixos valores da TN
nos países desenvolvidos são:
1.1- Difusão das técnicas de planeamento familiar.
1.2- O desejo da de elevar o seu nível de vida.
1.3 – A participação da
Mulher no mundo do trabalho. (Fica sem tempo para se dedicar aos filhos).
1.4 – Os elevados custos com os filhos – alimentação,
educação, saúde, etc.
2- Porque
são elevadas as Taxas de Natalidade nos
países em desenvolvimento?
R: Factores justificativos das altas Taxas de
Natalidade nos países em desenvolvimento são:
2.1- Desconhecimento ou recusa dos métodos de planeamento
familiar.
2.2- Casamentos
em idades precoces.
2.3- Os filhos considerados fonte de trabalho e rendimento
familiar.
2.4 – Taxas elevadas de analfabetismo (que implicam o
desconhecimento do controle dos nascimentos).
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Pág. 21: O Que é necessário para a renovação das
gerações
1- (Saber o Índice
Sintético de Fecundidade e o Índice de Renovação das Gerações):
1º Definição de Taxa de Fecundidade: é o número de nascimentos por cada 1000 Mulheres em idade fecunda (dos 15 aos 49 anos)
2- Como se explica a diminuição da taxa de fecundidade
nos países desenvolvidos?
R: Factores de diminuição da T.F.:
1- Planeamento
familiar e uso de contraceptivos; 2- Idade
tardia do casamento ou da união de facto. 3- Aumento da
participação da mulher no mercado de trabalho. 4 -
Elevadas despesas com a educação dos filhos.
2º: Definição de
Índice sintético de Fecundidade: é o número de filhos que, em média, cada mulher tem
durante o seu período de fertilidade (dos 15 aos 49 anos).
3º Significado
de: Índice de Renovação das Gerações: Para que uma geração seja renovada é necessário que cada mulher tenha mais do que 2
filhos, ou seja, um índice sintético de fecundidade igual ou superior a 2, 1.
- O ISF na maioria dos países europeus está abaixo do
nível mínimo necessário para a renovação das gerações.
-
Portugal viu cair o ISF desde há 50 anos de 3,1 (em 1960) para 1,32 em 2011.
Págs 22 e 23:
Como varia a mortalidade no tempo e no espaço
Ler os esquemas
5 e 6 para saber:
1-
Porque são baixas as taxas de Mortalidade dos países desenvolvidos
2-
A que se deve a descida da mortalidade nos países pobres a partir de 1950
R1-
Nos países desenvolvidos a taxa
de mortalidade começa a descer progressivamente a partir do séc. XIX,
acompanhando os avanços técnicos, sociais e médicos, ao contrário
dos países em
desenvolvimento, em que
só a partir de meados do século XX começou a diminuir
bastante devido a ajudas alimentares e médicas internacionais dos países desenvolvidos, obtendo assim melhoria
das condições de vida.
Assim: A diminuição da TM nos países desenvolvidos
deve-se a:
1º Desenvolvimento da medicina e uso de vacinas; 2º
- Desenvolvimento de hábitos de higiene e condições de saneamento básico. 3º -
Melhoria na alimentação. 4º- Melhoria das condições habitacionais 5º- Melhoria das
condições laborais e de segurança no trabalho.
A diminuição da TM nos países em desenvolvimento
deve-se a:
Ajudas
alimentares e apoios médicos Internacionais, uso mais frequente de vacinas e antibióticos,
melhoria das condições de saneamento, recurso a insecticidas para o combate de
pragas.
Págs 24 e 25: Quais as áreas com maior e menor
crescimento natural
Analisar os gráficos 21, 22 e o Esquema 7:
- Os países com taxas de crescimento natural mais
elevadas situam-se em África e em algumas regiões da Ásia e da
América Latina. (TN muito alta; TM a diminuir)
Os países com taxas de crescimento mais baixas localizam-se na Europa, na América do Norte e
no Centro e Norte da Ásia.
-Os gráficos da figura 21 representam a evolução da taxa de crescimento nos países
desenvolvidos : crescimento natural nulo até início do s. XVIII. TCN
elevada até meados do séc. XX. A partir de 1960, com a diminuição das Ts. de N
e M, o crescimento é nulo.
-Nos países em desenvolvimento o crescimento nulo
até meados do séc. XIX, mortalidade e natalidade correspondendo-se em quantidade.
A partir de meados do s. XX, com a diminuição da taxa de mortalidade dá-se a explosão
demográfica.
O esquema 7 aponta,
em confronto, a evolução da taxa de crescimento natural nos países
desenvolvidos e nos países em desenvolvimento, a partir do século
XIX até 2000:
1800:
TCN baixa ou nula em ambos os casos; 1850: alta/baixa; 1900:
alta/baixa; 1950: baixa/média; 2000: baixa/alta, as primeiras
referentes aos países desenvolvidos as segundas aos países em desenvolvimento.
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