Acabaram agora. Três homens no bote pátrio, simbolizado
pela mesa nem quadrada nem redonda moderada por Carlos Andrade, discutindo sem
o humor que encontramos no livro de Jerôme K. Jerôme, deslizando no Tamisa mais
o cão do narrador, na satisfação do gozo de uma vida inteligentemente descrita,
com graça, sabedoria, sentido crítico. Sem as incongruências trazidas pelo ódio
caseiro, ou mais rebuscado, de dois dos nossos navegantes a seco, e pelo
reconhecimento de que o que propõem de facto não convém a ninguém, mas não se
atrevendo a usar de transparência nesse sentido, elogiando, Jorge Coelho, o PC,
que trouxe a democracia ao país, e cujos ideais ele seguira, certamente, antes
de enriquecer na camaradaria PS, fazendo jus agora a esse PC, que estrebucha
para se infiltrar em nova governança, de coligação com Costa, para iniciar a ditadura
de esquerda que já em tempos houve - ou talvez nem isso, de facto apenas para saborearem também os eflúvios poderosos do acto de governar. E Coelho desdizendo astuciosamente – e indelicadamente
- Lobo Xavier, insistindo que não houve
tal ditadura, Lobo Xavier desdizendo subtilmente Coelho, afirmando-lhe que ele estava
esquecido, por ter apoiado as lutas contra as ditaduras da direita salazarista por ser
mais velho. Ele, Lobo, jovem ainda, tivera que lutar contra a ditadura do PREC por ser mais novo, vivendo na onda libertadora
que, felizmente, um Ramalho Eanes protagonizara, nos idos de 76. E Pacheco
Pereira estalando de saber, na confirmação do seu anterior rectângulo de
estimação, subdividido em dois de diferente tamanho, representativos de direita e esquerda, este último maior, mas não se atrevendo a decidir – nem ele nem Coelho – por uma resposta
cabal à pergunta do moderador Carlos Andrade, se gostariam mais da coligação à
direita se da coligação à esquerda. Não, nenhum dos dois se atreveu a confessar
que lhes repugnaria a coligação à esquerda, não só porque a esquerda trataria mal
os capitalistas, (entre os quais eles se deviam integrar), disso não teriam
dúvidas - (mas é uma opinião pessoal, de
quem entende do clima da cobardia geral e admira Cavaco Silva que, ao contrário
do que dizem, sabe muito e usa corajosamente de prudência e visão, conhecendo o povo
soberano, e não pondo o pescoço na areia como dizem que ele faz, como as avestruzes - o
que leio, na Internet, que não é verdade - quando pressentem o perigo. Cavaco sabe que o cutelo
lhe estará sempre reservado, proceda de uma maneira ou de outra, e decide apenas pela sua cabeça, indiferente aos apupos, no sentido, muitas vezes expressado, de salvar o país.
Tendo feito melhor as contas, ou só agora o revelando, anteriormente usando de perfídia maquiavélica, sonegando a verdade, como fazem todos os apoiantes dessa esquerda traiçoeira - os dois críticos do PAF concordaram que a dependência económica do nosso país, da Europa, é um facto real, cujos compromissos têm que ser respeitados, digam eles o que disserem, e mais as meninas bonitas de parte dessa esquerda, e os homens enrugados da outra parte, prometendo mundos e fundos sem explicar como, e ainda os seus acólitos, que lembram os tais lagartos (ou os seus rabos) a quem se cortou o rabo - que “é rabo para aquém do lagarto, remexidamente.”
Tendo feito melhor as contas, ou só agora o revelando, anteriormente usando de perfídia maquiavélica, sonegando a verdade, como fazem todos os apoiantes dessa esquerda traiçoeira - os dois críticos do PAF concordaram que a dependência económica do nosso país, da Europa, é um facto real, cujos compromissos têm que ser respeitados, digam eles o que disserem, e mais as meninas bonitas de parte dessa esquerda, e os homens enrugados da outra parte, prometendo mundos e fundos sem explicar como, e ainda os seus acólitos, que lembram os tais lagartos (ou os seus rabos) a quem se cortou o rabo - que “é rabo para aquém do lagarto, remexidamente.”
Remexidamente. É como andamos todos – uns, a tentar
cortar o rabo ao lagarto, outros a tentar que o lagarto não perca o rabo que,
todavia, tem vida própria. Entre estes últimos, salvadores do sáurio rabo, Lobo Xavier. Honesto,
brilhante, corajoso, com sentido de humor. Como sempre o conhecemos.
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