quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Em defesa da massa




Transcrevo, do “A Bem da Nação”, o artigo de António da Cunha Duarte Justo:

«NOVE MILHÕES DE EUROS COM DELEGADOS SINDICAIS»

«O ESTADO PORTUGUÊS SUBVENCIONA IDEOLOGIAS NO SEIO DOS SEUS FUNCIONÁRIOS»

«O MEC gasta 9 milhões de Euros com os Delegados sindicais»

«Dirigentes sindicais no Ministério da Educação e Ciência (MEC) custam ao estado 9 milhões de Euros. „O número de professores destacados nos sindicatos é actualmente de 281, dos quais 125 exercem actividade sindical a tempo inteiro e por isso não dão aulas, revelou ao Correio da Manhã o MEC”.»

«O MEC é, certamente, o departamento do Estado onde se encontra mais implantada a esquerda com muitos radicais de esquerda, não é inocente ao caso dado subvencionar directamente ideologias entre os seus Funcionários. Na minha experiência pude observar que a maior parte dos professores são politicamente inocentes não estando conscientes do que está por trás dos altos quadros sindicais nem tão-pouco das intenções ideológicas, por vezes inerentes a formações contínuas de pedagogias e didácticas. A Fenprof não só dirige e forma a política e conteúdos de ensino mas através de seus delegados tem um campo de acção privilegiada para fomentar partidos radicais. Devo, porém não calar, em abono da verdade, que são os que mais se empenham na aplicação de interesses pessoais dos professores e políticos em geral.

Como funcionário do Estado português e do Estado alemão nunca pude compreender a razão de Portugal dispensar horas livres para os delegados sindicais e a Alemanha o não fazer. Embora tenha sido o co-fundador do núcleo sindical da SPE da FENPROF na Alemanha, só mais tarde compreendi os interesses políticos que se escondem por trás de tal organização. Uma colega da esquerda radical Bloco de Esquerda conseguiu, pela porta traseira subir para lugares chorudos do Estado. Só então vi que grande parte dos sindicalistas não é inocente e que as hierarquias podem muito. O Estado português fomenta estrutura ideologia e a chulice! Também por isso Portugal não vai economicamente à frente. O mesmo vírus tornou-se natural em todas as instituições.

Há pessoas que apostam no trabalho e na fundação de pequenas e médias empresas, outras que trabalham para o Estado e ainda outras que vivem do Estado. Um Estado que subvenciona directa e indirectamente a não produção em benefício da ideologia, permitindo-a conscientemente nas suas estruturas, torna-se partidário, não pode enriquecer e legitima a corrupção e o desequilíbrio político-social.»

Fiz as contas, dividi 9 000000 de euros por 28 delegados sindicais, mesmo sem a calculadora e deu-me 32000 E, mais coisa menos coisa, por cabeça, mas pensei logo que estava a levar a referência muito à letra, pois os 9 000000 também devem incluir a renda do edifício sindical, mais as mulheres da limpeza, os detergentes e o café da máquina, além das garrafinhas de água, desconheço a marca, para molhar as palavras sindicais, o que, descontado aos 9000000 reduz substancialmente os vencimentos pessoais. Seguidamente a estas deduções, compreendi as razões por que os sindicatos da Educação não se extinguem – nem os demais, de resto - pois a pretexto de defenderem os interesses dos professores e elementos auxiliares, os delegados sindicais não deixam de constituir uma boa mina para si próprios, o que é de inteira justiça, como coisa praticada por todos os responsáveis na distribuição dos bolos, segundo a fórmula “quem parte e reparte e não fica com a maior parte ou é tolo ou não tem arte” e não é nunca esse o caso, pois, oferecendo a côdea, mais vistosa e dura de roer, aboletam-se com o miolo, em duradoura degustação de comprazimento e benefício próprio. António da Cunha Duarte Justo refere quanto pela Alemanha as coisas divergem, os síndicos acumulando o seu trabalho sindical com o trabalho docente, o que não se passa cá, a docência sendo coisa complicada, e muito sujeita às pedradas dos teóricos que preferem estudar por outros teóricos em vez de virem à praça experimentar as teorias.
Mas é preciso separar as águas. Se os tais síndicos acumulassem docência e sindicato, acumulariam dois vencimentos de desproporção vexatória, não só porque o mais ínfimo em vencimento é reconhecidamente o mais afanoso, mas também porque seria redutor da aura teorizadora sindicalista que apela muito à greve por via da massa pecuniária, por não lhe importar a massa escolar.

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