É tanto o caso de Teresa de
Sousa, como o de Alberto Gonçalves,
ambos empenhados em elucidar sobre velhos alicerces em que assentam - quer o edifício europeu, que, esse sim, partiu de uma ideia construtiva e generosa,
o que, em todo o caso, nem todos os
países beneficiados querem reconhecer, colhendo apenas as vantagens da
construção, quer o edifício em que, julgo que a maioria por cá – conhecendo ou
não as teorias de AG - assenta as suas convicções a respeito dos reais intentos
de uma esquerda tartufiana, que sempre jogou na sedução hipócrita e prestável,
para melhor desfazer os alicerces do país, em proveito próprio.
Teresa de Sousa, no segundo texto, rigoroso em informações
da sua análise fundamentada, revela o empenhamento de Emmanuel Macron em continuar a orientação primeira, ao contrário de
outros países, e mantendo-se como esteio de uma Angela Merkel, que começa a mostrar sintomas de cansaço, (talvez
aliciada por novas ambições políticas – aqui reveladas em artigo de Paulo Rangel). Alguns comentários de habituais atentos o seguem.
Quanto ao primeiro texto, de Alberto Gonçalves, é, como
sempre, corrosivo e altivamente esclarecedor, criando riso, na sua sátira
afilada e sem tréguas.
I - CASO RICARDO ROBLES
A inferioridade moral do Bloco /premium
OBSERVADOR, 4/8/2018
O Bloco sempre foi um movimento
de inspiração totalitária, empenhado em aproveitar as vantagens civilizacionais
do Ocidente para transformar em votos as migalhas do velho ressentimento
anti-ocidental.
Inúmeros cidadãos, alguns
estimáveis, decidiram que as aventuras de um moço do Bloco pelo sector da
especulação imobiliária arrasaram a “superioridade moral” da seita. Impõe-se uma pergunta: qual superioridade
moral? O Bloco sempre fingiu ser
democrata enquanto venerava ditaduras particularmente atrozes. O Bloco sempre
fingiu apreciar a tolerância enquanto montava uma rede de vigilância e censura
sem grandes precedentes. O Bloco sempre fingiu defender as minorias enquanto
apoiava os maiores opressores das ditas. O Bloco sempre manipulou vítimas para
inventar culpados. O Bloco sempre fingiu acarinhar os pobrezinhos enquanto
abominava os respectivos costumes e escolhas. O Bloco sempre fingiu
“progressismo” e “modernidade” enquanto lutava em prol da barbárie. O Bloco
sempre fingiu desprezar privilégios enquanto acumulava na direcção
coleccionadores dos mesmos. O Bloco sempre fingiu combater o “sistema” enquanto
ajudava a consolidar a aberração oficiosa que Portugal é hoje.
O Bloco, em suma, sempre fingiu não ser o que é: um movimento de
inspiração totalitária, empenhado em aproveitar as vantagens civilizacionais do
Ocidente para transformar em votos as migalhas do velho ressentimento anti-ocidental.
E sempre fingiu muito mal. Nem sequer se pode falar em hipocrisia na medida em
que esta exige uma capacidade de dissimulação que o Bloco nunca soube ou
precisou ter. Aquilo é pasto de fanáticos, que partilham de facto as convicções
do dr. Louçã, ou, se conseguirem distingui-los, de idiotas diagnosticados,
prontos a acreditar nas mais extraordinárias patranhas.
Mas mais extraordinária, depois
de anos e anos de demências sem escrutínio, foi a comoção gerada pela pequenina
habilidade do tal sr. Robles, talvez legal, decerto pouco ética e na essência
igualzinha aos negócios do dr. Costa, que ninguém belisca. Não arranjaram
melhor exemplo das abjecções da seita? É como se o Canibal de Milwaukee
inspirasse reprovação colectiva por ser apanhado num restaurante vegetariano:
“Estão a ver o sonso, a dar-lhe no tofu com o frigorífico cheiinho de fígados?
Eu bem dizia que ele não era boa peça…”. Após uma carreira a exibirem
impunemente a sua verdadeira natureza, os canibais, perdão, os leninistas do
Bloco viram-se surpreendidos em flagrante em acto de intimidade com o lucro
fácil. Apesar de tresandar a compadrio, será das coisas menos reprováveis que
qualquer deles cometeu na vida.
Semelhante evidência não
impediu um escândalo com protagonistas inéditos. Deleitado com a contradição,
meio mundo desatou a citar sarcasticamente o “faz o que eu digo, não faças o
que eu faço”, sem perceber que o pecado
original dos inquisidores do Bloco está justamente no que dizem – mal por mal,
os horrores que fazem, ou gostariam de fazer, são um bocadinho limitados por
circunstâncias geográficas, políticas e sociais que para já lhes vão escapando.
Na última semana, repito porque convém repetir, pessoas sérias decretaram o
colapso da “superioridade moral” do Bloco como se o Bloco possuísse alguma, e
as pessoas sérias conhecessem espécimes moralmente inferiores. No fundo, isto
revela pouco acerca do Bloco, e muito acerca de uma sociedade infantil, ainda
convencida da candura intrínseca do comunismo e perpetuamente desconfiada da
liberdade.
Nota
de rodapé
Dado o calor, com temperaturas
nunca vistas desde a última vez em que as viram, cumpre-me emprestar este
espaço para fins de serviço público e reprodução das valiosas recomendações da
Protecção (que, apesar de tudo, não conseguiu proteger o “c” do Acordo
Ortográfico) Civil, sem as quais a populaça andaria à nora. Infelizmente, a PC
não trata todos os portugueses de igual forma em situação de emergência. A uns,
em meras 12 horas envia “sms” amigas com o número de um vidraceiro automóvel, o
que dá imenso jeito caso a emergência consista no pára-brisas quebrado. Aos
outros, o desprezo. Sobretudo para estes, eis um resumo dos conselhos a seguir.
Em primeiro lugar, vista roupas
leves: por mais que lhe apeteça envergar em Agosto a samarra adquirida em
Estremoz ou o camisolão de lã que a tia lhe ofereceu no Natal de 2005, resista
à tentação. Em segundo lugar, beba muitos líquidos: é sabido que o Verão
instiga greves de sede, mas não pratique nenhuma que exceda os cinco dias, por
causa da desidratação e assim. Em terceiro lugar, não se ponha a atiçar
incêndios a menos que queira atrair o prof. Marcelo e governantes sortidos à
sua região: guarde o garrafão com gasolina e o Zippo para Dezembro e faça então
a festa. Em quarto lugar, não se exponha ao sol entre as 10 da manhã e as 7 da
tarde: frequente a praia no Outono e de preferência à noite. Em quinto lugar,
não ingira comidas pesadas: espere umas décadas até que a gastronomia caseira
invente comidas leves e, entretanto, satisfaça a gula com uma colher de
sementes de chia. Em sexto lugar, não execute tarefas cansativas: exiba este
texto ao seu patrão e converta-o às virtudes das folgas extraordinárias. Em
sétimo lugar, profira impropérios regulares contra o sr. Trump: afinal, o homem
destruiu o clima. Por último, e mais importante, o telefone do vidraceiro é o
9…
II - OPINIÃO
Lisboa, Madrid, Paris, Berlim
Na Europa, praticamente desde a sua fundação, foi
quase sempre assim: coube aos pequenos países impedir o confronto entre os
grandes e encontrar soluções de compromisso. Portugal está em boa situação para
seguir a tradição.
PÚBLICO, 29 de
Julho de 2018
1. Duas
visões complementares ou, se quisermos, convergentes, mas uma mais
ambiciosa do que a outra. Pode ser esta a conclusão do “Encontro com os Cidadãos” organizado em Lisboa, aproveitando a
visita do Presidente francês, cuja razão principal foi uma cimeira entre
França, Portugal e Espanha para melhorar as redes de transporte de energia,
vencendo a barreira dos Pirenéus e tirando benefícios mútuos para a
competitividade económica e a segurança energética. Para Portugal, é
fundamental para poder tirar partido do Porto de Sines e da sua nova
infra-estrutura para receber o gás líquido que os EUA exportam. Por um dia, a
Europa voltou a fazer algum sentido, nestes tempos de crise profunda em que,
talvez como nunca antes, a União é duramente posta à prova perante um mundo que
deixou de lhe ser favorável e perante o descrédito, parcial, das suas
democracias.
2. Emmanuel Macron tem uma enorme virtude. Não tem medo de um discurso
inequivocamente europeu, ao mesmo tempo que reconhece que é preciso reformar ou
refundar o actual modelo de integração. Foi assim na campanha para as presidenciais de Maio do ano passado. É
assim um ano depois. O seu “centro radical” provocou uma revolução na
paisagem política francesa. O peso da França voltou a sentir-se no combate
pelo futuro da Europa, reequilibrando
uma parceria com a Alemanha sem a qual a Europa não resistiria um só dia. Tem
toda a razão do mundo quando diz que o status quo já
não é uma opção, obrigando a escolhas urgentes a favor do reformismo, que sejam
capazes de reflectir o novo quadro político europeu, muito distinto do que
existia antes da crise. Percebe que não vale a pena ignorar a realidade que
deixou nas mãos dos extremos a defesa da soberania. Propõe uma nova “soberania
europeia”, a única que pode valer para impedir os efeitos negativos da
globalização. É uma ideia francesa, que sempre teve a oposição de Berlim ou das
pequenas economias exportadoras. Mas os tempos são outros. Em parte, a sua
força vem do facto de ser o Presidente de um grande país europeu. Mas não é só
isso. Macron chegou ao Eliseu aos 39 anos e, aos 39 anos, um político capaz de
entender o seu tempo não vê o mundo da mesma maneira. Pode ser uma enorme
virtude que justifica o que é talvez mais impressionante no Presidente francês:
não hesita em correr riscos,
precisamente numa altura em que a Europa se deixa arrastar por uma inércia e um
imobilismo que já não são compatíveis com os desafios que tem pela frente, se
não quer ficar reduzida a um “peão” no tabuleiro de xadrez mundial. Num clima
de crescente pessimismo, Macron não baixa os braços. É voluntarista, quando o
voluntarismo não está na moda. Sabe o que quer e não tem medo de dizê-lo com
todas as letras. É assim que também governa a França.
3. É
talvez por isso que, quando fala, como aconteceu em Lisboa em razoável sintonia
com o primeiro-ministro português, as coisas voltam a ganhar algum sentido. A tarefa mais difícil é traduzi-las na
constante negociação de compromissos que foi e continua a ser o modus vivendi da
integração europeia. O Presidente francês reconhece que esta Europa, ainda a 28
ou a 27, já não funciona. É preciso construir outra, que passe por uma
muito maior diferenciação e que permita a um núcleo central, construído a
partir do eixo franco-alemão, avançar mais depressa no sentido da partilha de
soberania, funcionando também como pólo agregador de outros círculos de integração
e dando-lhe um sentido estratégico. Curiosamente, tanto Macron como Costa
destacaram aquilo que tem de se manter em comum: os valores que fazem da Europa
um caso único “de paz, de prosperidade e de liberdade”. Para isso, Macron defende sem hesitar a
reforma dos Tratados. Foi esta a única divergência com António Costa, na
Gulbenkian, que não é uma divergência assim tão profunda. O primeiro-ministro
português avisa para os riscos de se abrir uma Caixa de Pandora que, no quadro
político actual, ninguém tem a certeza que seja possível voltar a fechar. Baseia
o seu pragmatismo na experiência dos Conselhos Europeus, onde as divergências,
nomeadamente com os países de Leste, são de tal ordem que tornam qualquer
reforma impossível. Como referem fontes diplomáticas em Lisboa, há entre ambos,
uma “distribuição de tarefas”. Macron
é o “quebra-gelo”. O seu parceiro português tem de trazer outros atrás.
Não todos, mas os fundamentais. Não é fácil, embora o eixo Paris-Lisboa tenha
ganho inesperadamente um novo parceiro. Pedro Sánchez comunga da mesma visão de ambos sobre o futuro europeu e
quer restituir à Espanha os seus velhos pergaminhos. “Numa ronda
frenética por quatro capitais europeias, Berlim, Paris, Bruxelas e Lisboa”,
Sánchez quis marcar desde o primeiro dia o regresso da Espanha ao centro da
construção europeia”, escreve o European Council on Foreign Relations. Rajoy
interessava-se muito pouco pela política europeia. Sánchez quer que o seu país
volte a ocupar o estatuto de líder dos países do Sul, ocupando o lugar que a
Itália deixou vago. Interessa-lhe um forte entendimento com o Governo português
também porque ambos são o que resta da força da social-democracia europeia.
4. De resto, a Norte, a Holanda e alguns países nórdicos atravessam uma
onda de descrença na União Europeia, directamente proporcional à ascensão das
forças populistas e extremistas. Paris e Lisboa querem recuperar a Holanda, que
ainda teima em olhar para o Sul com um preconceito que a crise do euro veio
acentuar. Fazem um cerco
constante a Mark Rutte. A Leste, a
deriva contra o Estado de Direito e a democracia liberal já se ostenta sem
qualquer pudor. Os países de Visegrado tomaram a União como refém,
bloqueando tudo aquilo que não lhes interessa e o que lhes interessa é pouco.
No Sul, se as coisas correm bem na Península Ibérica, a Itália é o mais sério
aviso até à data de que as coisas ainda podem correr muito mal. O novo governo de coligação entre a
extrema-direita de Matteo Salvini e o “populismo centrista” de Di Maio tem tido
o cuidado de evitar rupturas, sem abdicar da sua agenda. Mas isso não quer
dizer que a estratégia de Salvini tenha mudado: aliar-se a Putin e a Trump para
visar a Alemanha. O centro-esquerda volta a entrar em processo de autofagia e
Berlusconi caminha para o ocaso. A maior interrogação é como Roma vai lidar com
a economia. Foram muitas as promessas mas é pouco o dinheiro nos cofres do
Estado. A tentação de uma fuga para a frente continua a existir.
5.
O futuro da estratégia de Macron, de Costa ou de Sánchez continua, como sempre,
a depender de Berlim, ou melhor, de Angela Merkel. A chanceler perdeu margem de
manobra e está cansada. Mantém as suas convicções europeias. Queixa-se, e com
razão, da falta de apoio dos sociais-democratas, seus parceiros da “grande
coligação”, cuja voz não se ouve sequer no debate europeu. A obsessão do SPD,
depois do seu acelerado declínio eleitoral, é a reconquista dos votos que foi
perdendo na Alemanha, e que atribui à política reformista de Gerhard Schroeder.
O ministro social-democrata das Finanças parece ter como objectivo na vida
mostrar que é tão duro como Schauble. Merkel precisa de ajuda. Tê-la-á de Paris, Madrid ou Lisboa. O
primeiro-ministro português não deixa cair a sua luta pela reforma da zona
euro, para a qual tem o apoio de Sánchez e de Macron. E tem razão. Basta pensar
que, perante uma nova crise, se o euro não resistir, a União Europeia caia no
minuto seguinte. Acresce que o ambiente internacional não é tranquilizador.
Na Europa, praticamente desde a sua fundação, foi quase sempre assim:
coube aos pequenos países impedir o confronto entre os grandes e encontrar
soluções de compromisso. Portugal está em boa situação para seguir a
tradição.
Darktin
Anti Comunistas da Extrema-Direita30.07.2018: É incrível como uma obra pode mudar a
percepção da Europa no futuro. Quase que daria para por um marco. Antes dos Pirenéus
e depois dos Pirenéus. Os tempos não complexos, mas não são complexos na UE,
são no Mundo. Tivemos um retrocesso de evolução. Um presidente bélico como
Putin, um presidente grosseiro e arrogante como Trump e nós, no meio com gente
de retórica básica, bacoca e simplista. Falam na "democracia" do
referendo e fecham os olhos a toda a poderosa Rússia que amordaça qualquer
levantamento democrático de oposição. De loucos. Ficam contentes com a
extrema-direita e dizem-se de esquerda. Surreal. Falam em Marx o que leva na
realidade ao Comunismo mas nunca explicaram porque o Comunismo não é
Democrático. Porque só com repressão há o Comunismo? Enfim, tempos difíceis...
Julio: "Que
época terrível esta, onde idiotas dirigem cegos" William Shakespeare 29.07.2018:
" O Presidente francês
reconhece que esta "Europa" (...) não funciona ". Aleluia! Mas
quem o não reconhece? Só se for quem não viva nesta "Europa" ou quem,
porque vê fugir-lhe as benesses que desfruta, se entretém a difamar quem chama
a atenção para os problemas reais desta "Europa" e a necessidade
urgente não só da sua discussão mas de alargar o espaço de discussão. E
discutir sem tabus! É necessário reconhecer que o actual sistema - capitalista
- está esgotado levando ao fim da solidariedade e que cada um pense por si e
pretenda desenrascar-se como pode. Posturas aparentemente distintas dos vários
países da UE não são outra coisa que o reflexo de tal esgotamento. E não vale a
pena empurrar as culpas para os do leste, norte ou sul. É exactamente no
chamado núcleo ou eixo franco alemão onde
se verificam as maiores ondas de choque, o mais o cada um para si. A França é
tão produtiva como a Alemanha. No entanto, perde competitividade com esta.
Porque tem um maior peso do Estado na economia? Não! fora o caso não seria tão
produtiva. O que se passa é que, desde há muito, a Alemanha faz dumping
salarial. Mas isso o Júpiter cala pois o seu objectivo - as famosas reformas -
é privatizar. Cala também o facto que o único beneficiário da visita do Juncker
ao Trump ser a Alemanha - o grande capital, entenda-se. Mas para parola, qual
Obama, aí o temos. Valha-nos, nisto tudo, que há Portugal. O Costa, o Ronaldo
da bola, o das finanças e agora a da matemática vão resolver isto tudo qual
Afonso Henriques. Os "lambadas" na mãe e vamos a eles!
Jonas Almeida
Stony Brook NY, Marialva Beira Alta 29.07.2018:
Concordo Júlio, não é por acaso
que Junker e Macron são lavadores de impostos e banqueiros - como presidentes
estão afinal apenas a fazer esse outro trabalho que escolheram como carreira.
Há tentativas de pensar num capitalismo diferente - "Saving Capitalism,
for the many, not the few" livro de Robert Reicht, Prof em Berkeley e ex
ministro do trabalho (secretary of labor) da administração Clinton. Há também
um filme de 2017 baseado no livro. Não sei se ajuda a sair do beco sem saída em
que nos meteram e que o Júlio descreve com precisão, mas no mínimo é uma boa leitura
de verão.
Julio
"Que época terrível esta, onde idiotas dirigem cegos" William
Shakespeare 29.07.2018 Não há um capitalismo diferente, nem este tem salvação, Jonas.
Capitalismo é um processo. Um processo que se baseia e vive no investimento na
técnica de modo a produzir lucro - o que, equivocando-nos a nós próprios,
chamamos crescimento. Equivocamos-nos, porque esse crescimento - o lucro dos
que detêm os meios de produção - é, claro que para a maioria (os não
possuidores) mal distribuído. Esse processo está a esgotar-se - alterações
climáticas, terrenos completamente envenenados por químicas que ninguém sabe
como combater, recursos limitados, etc . A insegurança social está aí. A
questão que se coloca é se vamos permitir que esse esgotamento leve a um
colapso caótico e violento ou reunimos a inteligência e procuramos uma solução,
digamos, ordenada, o que me parece difícil.
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