Um israelita revoltado, num país manipulado
Manipulado por uma esquerda radical que é o que está a dar. Eu estou
ciente da sua sinceridade e da sua inteligência argumentativa, mas ele tem
razão quando ataca a nossa esquerda "porque
sim, porque é o que está a dar, desde que signifique destruição de organização,
de trabalho, e eficiência” e de “má fé”, como também se passa com as
coisas de cá. Mas, apesar de alguns comentários negativos que os seus textos colheram,
outros há que parecem apoiá-lo, apoiando Israel, aliciados pelo sentimento de
justiça que move a sensibilidade do Embaixador RAPHAEL GAMZOU, e os seus conhecimentos de causa e
efeito. Por isso o transcrevo, e bem
assim alguns comentários – dos não apoiantes mas também dos outros, entre os
quais me inscrevo, para não julgar que por cá, só más fadas há:
OPINIÃO
I - Porque é que vocês nos odeiam mais do que o
necessário? (1)
A história pessoal que vos conto aqui é, muito
simplesmente, o indicador da traição da esquerda europeia a Israel.
RAPHAEL GAMZOU
PÚBLICO, 28 de
Julho de 2018
Em Maio de 1967, o Presidente egípcio, Gamal Abdel Nasser, deslocou
enormes contingentes do seu exército para o Sinai e Gaza, violando o acordo de
cessar-fogo com Israel. Bloqueou os estreitos do mar Vermelho por forma a
evitar que embarcações e mercadorias chegassem ao porto israelita de Eilat.
Resumidamente, cercou um Israel pequeno e ainda frágil. Nas ruas do Cairo, bem como
nas de Damasco, muitos milhões marchavam e gritavam em árabe “morte aos
judeus”, prometendo chacinar-nos e atirar-nos ao Mediterrâneo.
Em França, o meu falecido pai sentia-se bem acolhido. Após terminar o
ensino secundário em Telavive, viveu em Paris e estudou na Sorbonne, tendo
mesmo sido jornalista no jornal de esquerda La Marianne. Esteve lá até ao último momento, o que significa até ao momento em que
os nazis atingiram o limiar de Paris. Sendo um palestiniano — sim, o termo era
válido para qualquer pessoa detentora de um passaporte de Eretz
Israel/Palestina, emitido pelo Mandato Britânico —, não impediram o seu
regresso à pátria, ao contrário do que fizeram, infelizmente, a tantos milhões
de judeus que foram deixados à morte. A sua vida foi salva no último momento.
Durante muitos anos crítico de arte e director do Museu de Arte de Telavive, o
meu pai cultivou as relações com França, recebendo todas as condecorações
possíveis de vários presidentes pelo seu contributo como promotor da cultura
francófona. Os seus colegas e amigos franceses lançaram sobre nós, durante esse
período de Maio de 67, muitas expressões de solidariedade. Temiam pela nossa
vida, perguntavam se tínhamos um bom abrigo (que não tínhamos, tínhamos de
escavar uma vala no quintal) e muitos propuseram ao meu pai pegar na família e
regressar imediatamente a França. O meu pai agradeceu, mas recusou fugir do seu
país em perigo.
Em Junho de 67, após um mês de cerco, de sufoco económico e de ameaças
de extermínio, Israel lançou um ataque preventivo numa operação brilhante que
arrasou no terreno a quase totalidade da força aérea egípcia e, no espaço de
seis dias, alcançou a vitória sobre os exércitos egípcio, sírio e jordano,
reforçados por forças iraquianas e marroquinas. Na sua grande maioria, o
mundo felicitou o pequeno Estado de Israel. Já
os amigos franceses do meu pai, gente do meio cultural e boémio, todos eles
liberais do que se usava chamar a “nouvelle
gauche”, os mesmos que nos inundaram de empatia às vésperas da
guerra, tornaram-se reservadamente frios. E note-se que, até 1967, não existiam
colonatos para lá das fronteiras da linha verde. Termos como “ocupação” e
“colonatos” não faziam ainda parte da realidade e, portanto, do jargão
político.
Quando Israel declarou estar disposto a trocar território por uma paz
verdadeira, a resposta do mundo árabe traduziu-se em três rotundos “nãos”
expressos em Cartum na cimeira da Liga Árabe: ao
reconhecimento de Israel, às negociações com Israel e à paz com Israel!
II - Porque é que vocês nos odeiam mais do que o
necessário? (1)
Usar os termos ‘Estado racista’
ou ‘apartheid’ para descrever Israel é demasiado simplista e desvirtua
totalmente a realidade.
RAPHAEL GAMZOU
PÚBLICO, 4 de Agosto de 2018
As reacções que chegaram à
Embaixada depois da publicação da
primeira parte deste artigo indicaram-me dois fenómenos: a multiplicidade dos portugueses que apoiam a
democracia israelita e o facto de muitos deles sofrerem da chamada ‘síndrome da
mulher agredida’: assustados pelas frequentes ondas de hostilidade mediática
contra Israel, hesitam em expressar abertamente o seu apoio. E, hélas,
ficam surpreendidos quando prontamente um órgão de comunicação concede (tanto)
espaço ao Embaixador de Israel.
A muitos devo uma explicação
sobre o título que escolhi. É uma referência a uma velha anedota judaica
baseada na pergunta ‘quem é um anti-semita?’, sendo a resposta ‘todo aquele que
nos odeia mais do que o necessário’. Também exprime a minha convicção de que se pode, obviamente, criticar
Israel (debater é, aliás, o nosso desporto de eleição). Contudo, quando se demoniza,
quando termos como ‘fascista’, ‘racista’, ‘apartheid’
lhe são atribuídos e nunca àqueles com quem tem de confrontar-se, já estamos ao
nível do ódio patológico.
Infelizmente, também
nos media encontramos aqueles que preferem o
Hezbollah, o Irão dos Ayatollahs, o Hamas, a Jihad Islâmica e semelhantes
garantindo-lhes total imunidade. Nestes últimos quatro meses o leitor viu
alguma reportagem escandalizada pelos 1300 fogos ateados em florestas e
terrenos cultivados no sul de Israel por militantes do Hamas em Gaza? E eu que
inocentemente julgava que na imprensa – bem como entre a classe política –
havia muitos com sensibilidades ambientalistas.
Continuemos:
“Governo de Tel Aviv” – não existe governo em Tel Aviv, tal como não
existe governo em Coimbra ou Évora. O governo de Israel e as suas instituições
democráticas estão sitas em Jerusalém. É suposto os media prestarem um serviço credível de
informação ou adoptarem uma agenda política, ainda que à custa da mentira?
“Israel atacou Gaza” – muitas vezes os espectadores de
televisão vêem uma notícia que dá conta de uma operação militar de Israel
contra Gaza. O jornalista
‘esqueceu-se’ de dizer que a organização terrorista Hamas, que governa Gaza, e
o seu aliado, a Jihad Islâmica, foram quem antes lançou rockets contra cidadãos israelitas. De alguma forma, ‘perde-se’ a
sequência de acontecimentos.
“O cerco israelita a Gaza” – será que o consumidor de
notícias sabe que não temos outra escolha senão controlar o que entra em Gaza,
porque os seus governantes seguem uma carta de princípios que estipula a
eliminação do Estado de Israel? E
que, ao invés de cuidar da sua população que vive miseravelmente, investe
apenas na sua máquina de guerra? Será que sabe que Israel transfere diariamente
mercadorias, comida e medicamentos em centenas de camiões para Gaza? E que,
também diariamente, palestinianos doentes são transferidos para tratamentos em
Israel? Haverá aqui alguém que se põe ao serviço de um lado ou, até pior,
contra o outro à custa da verdade?
“Palestina” – foi alguma vez explicado aos portugueses
que este foi um nome atribuído pelos
romanos à terra de Israel quando
expulsaram o povo judeu, tentando arrasar assim também com o seu sentimento de
pertença ao país? Que o termo ‘povo
Palestino’ é recente, que nunca houve um Estado Palestiniano e que mesmo
quando a ONU estipulou a Partição, na Resolução 181 de Novembro de 1947, foi entre dois Estados, o Judaico e o
Árabe? E que a liderança judaica
encabeçada por Ben Gurion aceitou este compromisso enquanto os árabes o rejeitaram?
Que entre 1948 e 1967 a Faixa de Gaza
estava sob ocupação egípcia e que a Cisjordânia (ou, na sua denominação
bíblica, Judeia e Samaria) estava
sob ocupação jordana e que nenhum destes países árabes sonhou sequer permitir
ao povo ocupado estabelecer um Estado Palestiniano? Saberão os portugueses que, como parte do acordo de
paz entre o Egipto e Israel, este ofereceu aos palestinianos uma autonomia que
(mais uma vez) rejeitaram? E que,
provavelmente, se tivesse sido garantida uma boa vizinhança com Israel já
teriam um Estado? Saberá o leitor que Israel concordou com a solução com dois
Estados-nação e que os palestinianos estão prontos a falar de uma solução de
dois Estados mas nunca de dois Estados para dois povos? Porque os
palestinianos que pediram durante anos, com o apoio massivo da Europa, o
reconhecimento do seu direito à autodeterminação, não reconhecem o mesmo
direito ao povo judeu: “Nunca reconheceremos Israel como Estado judaico”,
declarou Abu Mazen, em demanda pelo reconhecimento de um Estado para o seu
povo.
É este o âmago do conflito e é importante que o leitor o saiba, mesmo
que os media não
se esforcem para o dar a conhecer e que a UE não faça suficiente pressão sobre
a liderança palestiniana no intuito de reconhecer o nosso direito à autodeterminação.
“Colonatos” – os media descrevem-nos
como a razão do não-atingimento da paz. A UE apressa-se a denunciar Israel pela
construção de qualquer par de casas. Mas será este verdadeiramente o obstáculo?
Quando não existiam colonatos, os árabes reconheceram Israel? Estavam prontos
para fazer a paz connosco? E quando, por pressão do Presidente Obama, a sua
construção foi congelada durante quase um ano, o Presidente Abu Mazen sentou-se
à mesa das negociações? E porque não ter uma porção de população judaica num
futuro Estado Palestiniano, exactamente como temos uma porção de população
árabe em Israel? Os colonatos não foram e não serão um obstáculo se os
palestinianos aceitarem a existência de um Estado judaico e desistirem de fantasiar com a destruição de Israel usando
a guerra, o terrorismo ou a demografia – a que chamam o Direito de Retorno.
E daqui passo à
contextualização da controversa Lei da Nacionalidade. ‘Estado racista’ e ‘apartheid’
são dois termos com que a extrema-esquerda há muito já nos havia baptizado.
Atreveu-se a usar estes mesmos termos contra os nossos vizinhos que perseguem
as suas minorias, incluindo as muitas comunidades cristãs no Médio Oriente?
Contra aqueles que apedrejam mulheres sob acusação de adultério? Contra os que
enforcam homossexuais pela sua orientação sexual?
Ironicamente, é muito
provável que só devido ao ataque que nos foi dirigido por causa desta Lei é que
o leitor tenha tomado conhecimento de que em
Israel os árabes podem votar e ser eleitos para o Parlamento e que os
árabes-israelitas são os únicos, em todo o Médio Oriente, que participam
num processo democrático eleitoral. E talvez valha a pena acrescentar que
neste Estado, em que dizem vigorar o apartheid,
a minoria árabe está integrada em todas as áreas da sociedade, incluindo juízes
em todos os tribunais (até no Supremo), oficiais das Forças Armadas e
diplomatas de carreira.
A Lei da Nacionalidade provoca em Israel um debate
inflamado, como é normal num país democrático como o nosso, que vive uma
realidade complexa. Muitos acreditam que é desnecessária, outros criticam a sua
semântica.
Neste caso, também é
necessário entender o contexto, mesmo que não se concorde com a Lei. O
sentimento em Israel, de cerco, que mencionei na primeira parte do artigo,
intensificou-se nos últimos anos pelo facto do direito do povo judeu a um
pequeno Estado ser questionado.
A moda da extrema-esquerda europeia, para quem a fundação do Estado de
Israel foi um erro, e o seu apoio ao movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e
Sanções), que é uma rede internacional que aparentemente combate a “ocupação”,
mas na prática é parte de um esforço concertado de deslegitimação do Estado de
Israel; e a recusa dos palestinianos, mesmo os dados como pragmáticos, em
reconhecer o direito do povo judeu à sua autodeterminação, na fórmula completa
de dois Estados para dois povos, em muito contribuíram para esse sentimento.
O extremismo crescente dos
membros do Knesset do partido Joint Arab List, que enquanto prestam juramento
ao Estado de Israel e suas leis, como quaisquer outros parlamentares, proferem
declarações radicais contra a legitimidade de um Estado para o povo judeu,
enquanto existem 57 Estados muçulmanos, dos quais 21 são árabes. A grande
maioria dos cidadãos árabes-israelitas é leal ao Estado mas o crescente
extremismo no sector árabe alimenta o extremismo no sector judaico.
Pode-se rejeitar e ser
contra a Lei tal como ela é, como sucede com muitos cidadãos israelitas, judeus
e árabes, no seu todo. Aliás, de acordo com uma sondagem feita esta semana à
população judaica (80% do total), 52% concordam com a necessidade da Lei
(potencialmente baseados nas razões que invoquei atrás), mas 60% exigem que se
inclua um artigo que garanta igualdade a todos os cidadãos, judeus ou
não, no espírito da nossa Declaração de Independência de 1948.
Usar os termos ‘Estado racista’ ou ‘apartheid’
é demasiado simplista e desvirtua totalmente a realidade. A democracia
israelita enfrenta desafios que nenhuma outra democracia ocidental tem de
enfrentar. Porém, a realidade em Israel não mudará, isto é, os seus cidadãos,
todos eles, ainda que religiosa e etnicamente diversos, continuarão iguais
perante a Lei. Este princípio de igualdade está ancorado na Declaração de
Independência, nas leis que já existem e na solidez das nossas instituições
judiciais.
Se eu fosse português seria um apoiante desta forte e única democracia
num tão próximo Médio Oriente. E insistiria para que respeitassem o meu direito
a receber informação fidedigna sobre Israel, a sua complexidade e os desafios que
enfrenta.
Embaixador de Israel em Portugal
COMENTÁRIOS:
Ana
Carvalho. 07.08.2018 :
Agradeço ao Público a rara oportunidade de ler sobre factos que são habitualmente
abafados na narrativa mediática dominante sobre Israel e o Médio Oriente. No
infeliz contexto de guerra continuada, na qual historicamente a Europa e os
interesses ligados ao petróleo tiveram sempre papel determinante, são muitas as
mortes infelizes e evitáveis para todos envolvidos. É paradoxal classificar
Israel como racista e apartheid, sendo Israel o único país onde a população
Árabe participa em mecanismos democráticos de decisão, onde as mulheres têm
igualdade de direitos e onde a homossexualidade é vivida com liberdade. Se a
democracia israelita não justifica a sua intervenção bélica, como justificar a
autocracia dos países árabes e o tratamento das mulheres e minorias, incluindo
refugiados?
Sancho
Silva, Lisboa 07.08.2018: É justamente para defender a democracia
em Israel (e na Palestina) que devemos criticar as atitudes extremas das
facções mais radicais do estado Israelita. Não se trata de criticar Israel como
um todo mas sim as facções Israelitas que defendem a ocupação e a opressão da
Palestina e que alimentam o sonho de um Grande Israel. Não penso que estas
facções sejam um grande modelo de democracia. Infelizmente são elas que parecem
controlar os destinos de Israel. Também não entendo como a existência de
ditaduras na zona possa servir de justificação para os colonatos. Estranha
lógica....
Bento
Caeiro, 05.08.2018 02:05: "Usar
os termos ‘Estado racista’ ou ‘apartheid’ para descrever Israel é demasiado
simplista". Na verdade, tem razão, é demasiado simplista porque a
realidade ultrapassa tudo o que de pior se possa pensar e dizer sobre o estado
de Israel: sionista-nazi por ideologia, formação a actuação; fraudulento e
mentiroso no que afirma - como essa de excluírem os árabes da categoria de
semitas - e mais no que esconde; apoiante do estado Daesh e promotor da
desestabilização na região - fomentando assim o abandono das populações árabes
da região em direcção à Europa, com a finalidade de aqui provocar perturbações,
em nome exclusivamente dos seus interesses. Como tal, o estado de Israel é
muito pior do que se pensa, mormente na desestabilização da região e para os
Palestinianos.
Manuel Araújo, CARCAVELOS 04.08.2018: Israel é uma não-Nação, porque foi
construída sobre os escombros do infortúnio das vítimas dos nazis. Posto isto,
para mim, Israel, não é, nunca foi uma democracia, pode reclamar como detentor
do regime que se aproxima mais, mas nega esse conceito, quando massacra e
descrimina os seus vizinhos. Os judeus receberam de mão beijada, um prémio por
terem sido vítimas; e aqui, os dadores internacionais esqueceram que havia
outros proprietários legítimos do território, hoje designado por Israel. Depois
de tantas mortes, curiosamente, em números astronomicamente superiores do lado
palestiniano, só posso estar ao lado das vítimas do despotismo israelita, O
Povo da Palestina.
Maria
Montelobo, Lisboa 04.08.2018: Subscrevo o seu comentário.
Alberto
Teixeira, 04.08.2018: O saber não ocupa lugar. São certamente
questões delicadas mas atuais que o Sr. Embaixador aqui aborda. Conhecer a sua
opinião e obter os seus fundamentos tão somente nos complementa por enriquecer
a nossa opinião. As nossas diferenças implicam tolerância e informação para bem
do futuro da humanidade. Bem haja.
Francisco
Pinto, 04.08.2018: O sr
embaixador de Israel já tem idade e experiência de vida suficientes para saber
quando um tema pode ser discutido. Israel é um dos temas que não pode ser
discutido, porque como salientou, os “jornalistas" portugueses
"esquecem-se" da cronologia dos eventos, deturpam e omitem a verdade,
resultado de preconceitos ideológicos, quando não de agendas
politico-partidárias. Daí que a discussão (no sentido de confronto de ideias e
factos) seja sempre condicionada. Israel é sempre culpado, ontem, hoje e
amanhã. É uma democracia e um Estado de direito onde convivem minorias, rodeado
de estados islamo-fascistas, contudo é culpado. Esquerda dixit e o povinho
infantilizado come o que lhe enfiam pela goela abaixo.
Maria
Montelobo, Lisboa 04.08.2018: Povinho infantilizado come o que lhe
enfiam pela goela abaixo?! "Esqueceu-se" da afirmação do assassino
ministro da defesa israelita relativamente ao soldado autor do disparo contra
um palestiniano desarmado "merecia uma medalha pois métodos não letais não
funcionam em Gaza"? Não leu a declaração do relator dos direitos humanos
da ONU, Michael Lynk: o uso de força por Israel poderia ser considerado crime
de guerra referindo-se à matança de pelos menos 60 palestinianos e de mais de
2000 feridos com tiros e gás lacrimogénio... Esqueceu-se da prisão de crianças
palestinianas ...dos colonatos e o roubo de terras ... do desvio de
água...esqueceu-se da repressão eterna em Gaza e na Cisjordânia? Esqueceu-se da
posição da ONU sobre as acções de Israel? Defende o assassinato de palestinos?
Francisco
Pinto, 04.08.2018 : Maria
Montebelo, não esqueci nada, ao contrário da Maria. E de muitos outros, que tal
como a Maria conseguem ver qualquer cisco no olho israelita, mas não vêm os
troncos dos seus vizinhos. E tenho todo o gosto em discutir consigo, desde que
aceite o facto da resolução 181 da ONU nunca ter sido aceite pelos vizinhos
árabes.
Mário
Orlando Moura Pinto, Setúbal, 04.08.2018:
Ó Sor Francisco, olhe
que há mais resoluções não cumpridas da ONU sobre Israel para além da 181. Isso
não o preocupa?
Francisco
Pinto, 04.08.2018: Ó sor
Mário, ainda bem que apareceu. Se o sor me cumprimenta, então eu devo
cumprimentá-lo de volta, e vice verso. A resolução 181 da ONU criou um estado
para dois povos, o israelita e o palestiniano. Agora diga lá o que o preocupa?
Alvaro
C. Pereira, 04.08.2018: O problema, caro embaixador, é que muitos
de nós (eu incluído) tínhamos sentimentos de apreço por Israel, e até estávamos
sensibilizados para muitos dos argumentos aqui apresentados! No entanto, passam
os anos, e o que vemos é um ódio de estimação ao palestiniano (vai dizer que o
contrário é também real), um tratamento a pessoas como se fossem 'animais', que
perderam e perdem terra e casa (muito próximo do que se fez no passado trágico
ao povo judeu). Não somos nós (pessoas democratas e humanistas, sensíveis aos
grandes desafios que Israel enfrenta) que vos adiamos mais do que o necessário,
pois até israelitas famosos e democratas estão contra esta vossa lei! Não
argumente a validade de uma lei no mal que fazem os outros! A lei é indigna
para a vossa própria história, que eu admirava!
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