domingo, 5 de janeiro de 2025

Paralelos


Para mais uma lição de História. Americana. E o prazer dessa leitura, enquanto se olha com mais ou menos desconfiança para o próximo agente de investida relevante no Mundo.

Da Democracia na América

Os analistas mais sérios e mais preocupados com a verdade e o rigor histórico preferem esquecer Hitler e comparar os princípios políticos e o estilo de Trump aos do Andrew Jackson.

JAIME NOGUEIRA PINTO Colunista do Observador

OBSERVADOR, 04 jan. 2025, 00:2025

Há um novo conceito em democracia, o conceito de “erosão democrática”. A “erosão democrática” acontece quando o povo, a comunidade dos cidadãos, escolhe candidatos ou partidos “iliberais”, de “extrema-direita” ou simplesmente “pouco progressistas”. Para impedir a “erosão democrática” aconselham-se e aplaudem-se medidas – que poderíamos considerar “iliberais” se não visassem promover a “verdadeira democracia” – de proibição da livre expressão de pensamento (mediante o franco uso do rótulodiscurso de ódio” para o pensamento divergente) ou mesmo a anulação de resultados eleitorais inconvenientes – como há bem pouco tempo na Roménia.

Da mesma forma, quando a vontade popular pende para os partidos nacionalistas, como nos Estados Unidos, em França, na Itália, na Hungria e, quem sabe, em Fevereiro, na Alemanha, amaldiçoam-se o “populismo”, as redes sociais e todas as más influências que extraviam o voto do bom e inocente povo e causam a célebre “erosão democrática”.

Andrew Jackson, o populista

O grande agente de “erosão democrática” é, evidentemente, o iliberal populista de extrema-direita para-hitleriana Donald J. Trump. Os analistas mais sérios e mais preocupados com a verdade e o rigor histórico preferem esquecer Hitler e comparar os princípios políticos e o estilo de Trump aos do Andrew Jackson, sétimo presidente americano, presidente em 1829-1837.

Jackson é considerado o pai do nacional-populismo americano, um líder que marcou os grandes objectivos da marcha para Oeste e a identidade nacional americana como uma identidade de fronteira. As biografias de um e de outro são bem diferentes. Enquanto Donald Trump é filho de pai rico, empresário do imobiliário nova-iorquino e estrela de reality shows, Jackson é filho de imigrantes pobres, da “tribo” Scott-Ulster, que povoou os Apalaches.

Nasceu em 1767, na América colonial, e na guerra da independência foi feito prisioneiro pelos ingleses aos 13 anos, com o irmão Robert. Quando um oficial inglês quis obrigá-lo a engraxar-lhe as botas e Jackson se recusou a fazê-lo, o inglês deu-lhe com a espada na cara, deixando-o marcado para a vida.

De grande estatura, olho azul e cabelo ruivo, Jackson, aos 17 anos, já na América independente, meteu-se a estudar Direito em Salisbury na Carolina do Norte. Era um estudante trabalhador que, ainda assim, conseguia arranjar tempo para vida boémia estoirando, rapidamente, a pequena herança que lhe fora deixada pelo avô irlandês.

Tornou-se advogado e foi nomeado procurador da República em Nashville, na fronteira oeste do Tennessee. Juntou-se com Rachel Robards, uma mulher casada da sociedade local, e fez por aí carreira política. Foi eleito representante e depois senador do novo Estado; mais tarde foi juiz do Supremo Tribunal do Tennessee.

Mas o sucesso da sua carreira política vai devê-lo ao seu carisma como chefe militar, na qualidade de Comandante da Milícia do Tennessee, na segunda guerra com os Ingleses, em 1812-1815. Jackson comandou as tropas na batalha de New Orleans, decisiva para a paz e para a vitória americana; e em 1817-1818, foi ele quem esteve à frente da expedição que levou à anexação da Flórida.

Detestava os ingleses, que culpava pela morte da mãe e dos irmãos. Em 1824 candidata-se às eleições presidenciais e sai vencedor no sufrágio popular, mas sem maioria absoluta no colégio eleitoral. Perante esta situação, e seguindo a Constituição, o Presidente passava a ser eleito pelo Congresso, onde cada um dos 24 Estados tinha um voto. E aí, houve um acordo secreto entre John Quincy Adams (que ficara a seguir a Jackson no voto popular e no colégio eleitoral) e Henry Clay, para evitar a “erosão democrática”. Adams teve 13 votos dos 24, o que lhe deu a maioria absoluta no Congresso e a vitória na eleição. E nomeou Clay Secretário de Estado naquilo a que Jackson chamaria “the corrupt bargain”.

Em 1824, dos 10 milhões de americanos, votavam menos de meio milhão; as mulheres, os índios, os escravos, não votavam, e dos homens brancos votavam apenas os proprietários com mais de 21 anos. Só o Vermont, o New Hampshire e o Kentucky faziam excepção a esta regra.

Porém, em 1828, a maioria dos Estados já dava direito de voto aos brancos maiores de 21 anos, incluindo não-proprietários e a alguns negros livres e proprietários. Votavam agora o triplo dos eleitores. E Jackson ganhou a eleição.

Eleito presidente, sacralizou um conceito quase rousseauniano de vontade geral do povo, o legítimo representante da soberania da nação, e do Presidente como e intérprete da vontade popular. A sua presidência foi marcada pelo populismo e pelo nativismo identitários que, ao modo do tempo, excluíam do povo os índios e os escravos. O Indian Removal Act, de 1830 ordenou a deportação de tribos índias para Oeste, deixando as terras melhores para os colonos. E muitos índios morreram nesse “Trilho das Lágrimas”.

Outros tempos, outros modos …

Hoje o identitarismo jacksoniano traduz-se diferentemente: o “racista e supremacista branco Donald Trump” passou de 8% do voto afro-americano em 2016, para 13% em 2020 e para 20% em 2024, o que foi decisivo no swing States, especialmente no Wisconsin. O mesmo se passou com os latinos: em 2016 Trump recebeu 28% do voto latino, em 2020 32% e em 2024 45% (sendo que, como não podia deixar de ser, entre os “machos latinos” a cota de Trump seria ainda mais alta – 54%).

No tempo de Andrew Jackson o populismo excluía explicitamente do povo os escravos, os índios e as mulheres. As mulheres não tinham direitos políticos, os índios eram escorraçados das suas terras e os escravos negros não tinham direitos civis nem políticos.

Era uma herança dos Founding Fathers, que seriam, em terminologia marxista, “grandes agrários” e escravocratas (ao contrário de Jackson, que era filho de imigrantes pobres e de outra condição). Mas os Founding Fathers podiam ser proprietários de plantações na Virgínia e podiam ter escravos, mas não deixavam de ser os libertadores do povo americano do “colonialismo inglês” e os pioneiros das revoluções constitucionais.

Entre os pais fundadores havia uns “mais à esquerda”, como Thomas Jefferson, que gostariam de alargar a participação popular; e outros “mais à extrema-direita”, como Alexander Hamilton e James Madison, que achavam que, em algumas constituições estaduais, já se tinha ido longe demais no alargamento do direito de voto e que se justificaria alguma “erosão democrática”.

Era o caso de New Jersey que, no artigo 4.º da Constituição, dava direito de voto a todos os maiores de 21 anos que tivessem de seu o equivalente a 50 libras, independentemente do sexo ou da cor da pele. A benesse acabaria em 1807 e o voto voltaria tranquilamente ao recato do clube exclusivo dos “white male citizens”. Só em 1870, depois da Guerra Civil, passariam os homens negros americanos a ser, por lei, cidadãos de pleno direito.  As mulheres, independentemente da cor da pele e do pé de meia, teriam de esperar por 1920 para poderem votar.

Jefferson, o mais à esquerda destes Founding Fathers, tinha para cima de uma centena de escravos na sua propriedade de Monticello – cozinheiros, pedreiros, sapateiros, carpinteiros. Era um homem rico, cultíssimo, grande aficcionado de livros e viagens, que deixou recordações e marcas inesquecíveis em todos os que o conheceram. É ele o autor, com Benjamin Franklin, da famosa frase da Declaração da Independência:Todos os homens são criados iguais, dotados pelo Criador de certos Direitos inalienáveis, entre eles a Vida, a Liberdade e a procura da Felicidade”

George Washington, no seu testamento de 1799, dispôs que os escravos que tinha em Mount Vernon fossem libertados. Eram 123 e foram emancipados no dia 1 de Janeiro de 1801. Os doentes e os velhos que não pudessem trabalhar seriam sustentados pela herança.

Jefferson não deixou quaisquer disposições sobre a libertação dos seus escravos, sobre aqueles que, tendo sido criados iguais, tinham sido captivados… e assim permaneceriam, ao serviço da sua família. Já contribuíra suficientemente para o combate à “erosão democrática” com uma frase viral.  Era esse o seu testamento e não precisava de outro.

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA      AMÉRICA      MUNDO      DEMOCRACIA      SOCIEDADE

COMENTÁRIOS (de 25)

Manuel Gonçalves: Nem um devoto de Trump consegue invocar a sua qualidade pessoal e tem de recuar quase duzentos anos para tentar justificar o seu comportamento político, o que é uma confissão pública do seu trogloditismo. Faz lembrar o argumento frequente de que Trump não é perigoso porque as instituições americanas são fortes, ou seja tem de ser travado por alguém bem mais válido do que ele - edificante.! Já começamos a ver o resultado do extremão - multi “bi e tri” lionários no governo, a beneficiarem de valorizações artificiais em bolsa e servirem-se do aparelho de Estado como quiserem, bem como a intervirem em áreas políticas que nem sequer são as que lhe foram atribuídas; desrespeito pelas fronteiras e soberania dos estados com quem os EUA tem alianças; governo formado por zelotas de tv, que têm como único atributo a sua devoção ao caudilho - enfim ainda nem começou e já é um faroeste, como o autor gentilmente nos recorda. Mas vai piorar, muito!                    Manuel Lisboa: Interessante: a necessidade de dar alguma respeitabilidade ao execrável presidente eleito norte-americano inspira uma série de comparações abusivas. Andrew Jackson nada tem a ver com o empreiteiro (várias vezes falido), que ganhou as últimas eleições presidenciais nos Estados Unidos da América; e classificar Thomas Jefferson, que morreu em 1826, de esquerda e outros políticos seus contemporâneos de direita ou extrema-direita não faz qualquer sentido. Há cerca de duzentos anos conceitos e a luta política eram muito diferentes. É francamente mau gosto recordar os chamados "pais fundadores/founding fathers" dos Estados Unidos a propósito do recém-eleito condenado por aldrabice fiscal. E depois como o articulista bem sabe a História nunca se repete, sendo, contudo, sempre fácil encontrar aparentes similitudes entre diferentes épocas ou individualidades. Haja decoro.                          Fernando ce: Lição de Historia e Ciência Política. Sempre muito a aprender para além da leitura própria do Autor. Bom ano novo.                Rui Lima: Não será só no crescimento económico que os USA se separam da Europa talvez lá haja liberdade para os acti­vistas que contestam a sociedade multicultural/woke , na Europa eles são alvo de repe­ti­das per­se­gui­ções legais , sob mui­tos fal­sos pre­tex­tos, que de mui­tas manei­ras fazem pen­sar no des­tino dos dis­si­den­tes sovi­é­ti­cos.                        Tim do A: Excelente artigo, como sempre.                      Jorge Carvalho: Obrigado JNP                       Luís Rodrigues: Alguns comentadores criticam as referências a Trump com qualificativos como "execrável" ou "troglodita". Não estiveram com atenção ao que se passou nos Estados Unidos nos últimos oito anos nem compreenderam o resultado da última eleição.                   José B Dias > Manuel Gonçalves: Olhe que tresleu ...                        José Luis Salema: Muito obrigado Jaime Nogueira Pinto! Quanto mais não seja para ver estes energumenos a salivarem pelos entrefolhos... E são tantos! Esta maltosa não vê um palmo à frente da penca. Xiça! E não se vê o dia em que desapareçam.                   L Faria: É significativo ler por aqui o ódio a Donald Trump e a falta de vergonha em falar do pior presidente e vide presidente que a América já conheceu. Biden é Kamala, acusam Trump de fascista, nazista e racista. Mas quem teve comportamentos fascistas, nazistas e racistas foram exactamente os eruditos representantes do partido democrata. Ajudados naturalmente pela mais repugnante e militante imprensa de sempre. Quem tentou eliminar o opositor político? Seja fisicamente seja pela politização do sistema judicial? Trump? Deram-se conta das palavras miseráveis, vergonhosas da procuradora geral do estado de nova york após as eleições? Ninguém deu um pio perante tamanha canalhicee. É a esquerda que é fascista, mas ninguém tem coragem de denunciar isto. Talvez Dinash de Souza. Um emigrante indiano nos Estados Unidos. Vejam quem é e o que ele diz. Depois digam quem são os fascistas.                  José B Dias: Para impedir a “erosão democrática” aconselham-se e aplaudem-se medidas – que poderíamos considerar “iliberais” se não visassem promover a “verdadeira democracia” – de proibição da livre expressão de pensamento (mediante o franco uso do rótulo “discurso de ódio” para o pensamento divergente) ou mesmo a anulação de resultados eleitorais inconvenientes – como há bem pouco tempo na Roménia. O que, estranhamente, é encarada pela maioria das populações europeias com uma leveza que não augura nada de bom!

sábado, 4 de janeiro de 2025

Imutabilidade

 

Cá dentro da nossa porta. E bem assim fora de portas. Por uma “voz” não complacente com os registos de obtusidade, ou outros: A de ALBERTO GONÇALVES, nas suas “captações” das ocorrências por aí, no ano que passou – seguindo o conceito de outro humorista brincalhão de que “le rire est le propre de l’Homme”.

Excelente igualmente, o comentário ao seu artigo, por F. Mendes, a seguir colocado

Balanço de 2025

Americanos em êxodo, António Guterres que "tweeta", um carro muito suspeito, quarenta e sete personalidades que subscrevem, os sotaques de António Costa e muitas mais maravilhas.

ALBERTO GONÇALVES Colunista do Observador

OBSERVADOR, 04 jan. 2025, 02:001

Janeiro

Donald Trump tomou posse e, naturalmente, o êxodo de americanos instalou o pandemónio nas fronteiras europeias. Apenas em dois dias, cerca de trinta e oito cidadãos dos EUA foram identificados a tentar entrar legalmente em Portugal. “Somos turistas”, declarou um deles. “Viemos pelo mar tépido e a beleza das rotundas”. Céptico, o mercado não engoliu a história e os preços das habitações dispararam mais 40%.

Fevereiro

Em mais uma acção de repúdio da emergência climática, do colonialismo e do genocídio em Gaza, activistas da Climáximo atacaram com tinta fresca um grupo de jovens brancos e privilegiados que se pavoneavam no Príncipe Real com telemóveis de última geração. Logo a seguir a uma sessão de guinchos mútuos e estaladas no ar, aperceberam-se de que o grupo era constituído por outros activistas da Climáximo, o que propiciou francas gargalhadas e uma noite no Bairro Alto bem regada a Robbialac.

Março

De norte a sul, registou-se enorme agitação social por causa das manifestações dos cantoneiros, a única classe de funcionários públicos a que o governo não atribuíra benesses. Inflexível, a respectiva Ordem manteve a greve até à satisfação das reivindicações. Durante dezoito longos dias, as ervas daninhas cresceram livremente nas bermas das estradas e nenhum trabalhador utilizou aquelas traquitanas com tubos que sopram as folhas de um sítio para outro sítio ali ao lado. O caos estava iminente. Por sorte, e sensatez, atingiu-se uma plataforma de entendimento.

Abril

Em dias quase sucessivos, Pedro Nuno Santos, Marta Temido e Alexandra Leitão assinaram portentosos artigos em jornais, o primeiro sobre transportes, a segunda sobre saúde e a terceira sobre educação (nos sentidos estrito e lato da palavra). Por motivos desconhecidos do grande público, o artigo do Estripador de Lisboa sobre reinserção social de prostitutas não chegou a sair.

Maio

Um carro lançou-se contra uma multidão em Bruxelas, matando uns tantos e ferindo mais alguns. Como não era um Tesla, a identidade do carro não foi revelada, embora mecânicos de duas oficinas diferentes assegurem tratar-se de uma viatura confiável, e que nada indiciava o trágico desfecho. O carro tinha 8 anos, 140 mil quilómetros, revisões na marca e discos de travão novinhos em folha, além de GPS de origem. A Europol suspeita que o carro, alimentado a gasóleo, sofreu um abalo emocional recente, quando o dono se esqueceu de um catálogo de híbridos no banco de trás. É possível que esse factor, aliado a um problema crónico na embraiagem, contribuísse para a radicalização do veículo. O carro finou-se no acto, que as autoridades hesitam em classificar de terrorista. Não se encontraram ligações entre o carro e uma faca que penetrou os abdómens de quatro transeuntes em Estocolmo, no mesmo dia.

Junho

Perante o espanto da Terra, António Guterres publicou um “tweet” sobre geo-política que não incluía nenhuma condenação de Israel por atrocidades, genocídio ou existência. “Peço desculpa”, escreveu vinte minutos depois, e acrescentou mais uma enérgica denúncia das operações militares israelitas contra os amistosos vizinhos. E não só: para não se dispersar, e com a aprovação da China, do Irão e da pequena Greta, o secretário-geral da ONU resolveu passar a culpar os “sionistas” pelas alterações climáticas, a ebulição global, o inferno climático ou lá o que é.

Julho

O almirante Gouveia e Melo anunciou oficialmente a candidatura à presidência da República, rodeado de tendas simbólicas, indivíduos simbólicos com aventais simbólicos e um “mupi” em cartão de D. João II com o polegar para cima. O apoio de Afonso de Albuquerque não se confirmou. As sondagens davam o ex-CEMA como favorito para alcançar a segunda volta, com quase 3% das intenções de voto, claramente acima do segundo colocado, que conta com 1,2% e a larga distância dos restantes 859 candidatos, alguns ainda em fase de reflexão.

Agosto

Após um imigrante paquistanês ter sido multado em 300 euros por não parar no sinal vermelho, regressou a indignação com os abusos da polícia. Alguns comentadores televisivos declararam que costumam conduzir e já viram indivíduos “racializados” respeitar os semáforos. Outros exigem compreensão para com hábitos culturais distintos, incluindo o de abalroar automóveis que passam no verde. Uma comentadora comparou a aplicação das regras de trânsito a pessoas de etnia “diferente” às práticas de Vlad, o Empalador. Quarenta e sete personalidades assinaram um manifesto irado, que o Público publicou.

Setembro

Devido a salários em atraso, a redacção de O Diário protestou em frente ao Palácio de São Bento com cartazes onde se lia: “A sociedade não dispensa a informação livre!” e “URSS sempre!”. Sendo entretanto informados de que o jornal em causa fechara em 1990, os manifestantes dispersaram sem incidentes.

Outubro

Além da multiplicação das freguesias e da despedida de Rui Moreira com a projecção na câmara do Porto das bandeiras da Palestina, do Líbano, da Síria, do Iémen, do Irão e do Qatar, a maior novidade das eleições autárquicas foi a inclusão, nas listas do Livre, do(a) primeiro(a) candidato(a) transsexual de ascendência ameríndia e que manca um poucochinho da perna esquerda. Terceiro(a) suplente nas listas para a assembleia municipal de Montemor-o-Velho, Yvette Gisela não foi eleita, mas a sua coragem constitui um exemplo duradouro para todos(as) os(as) transsexuais ameríndios e coxos.

Novembro

De intervenção em intervenção, António Costa arrisca tornar-se no mais consensual presidente do Conselho Europeu de sempre: como ninguém percebe nada do que ele diz, seja em português, inglês, francês ou húngaro, não há qualquer risco de as suas afirmações suscitarem discórdia entre os representantes dos países membros. Cada cimeira termina invariavelmente numa harmonia sem precedentes, o que é bom para o futuro da União. Ou, nas palavras do dr. Costa, “what is good for the future of the syndicate”.

Dezembro

O Expresso escolheu o futebolista João Félix para Figura Nacional do Ano, para coroar uma época em que, emprestado ao Salamina Famagusta do Chipre, chegou a alinhar em três jogos, num deles de início. A Figura Internacional do Ano não foi Javier Milei.

COMENTÁRIOS:

F. Mendes: É por artigos destes que vale a pena assinar este jornal. Os "acontecimentos" de Maio e Agosto, descritos pelo AG, demonstram, de forma hilariante, o ponto absurdo a que o politicamente correcto esticou a tolerância supostamente devida pelo Ocidente a outras confissões, práticas, e valores; incluindo, bem entendido, a tendência para "contextualizar" actos terroristas quase sempre perpetrados pelos suspeitos do costume. Quanto ao resto, o artigo identifica bem a mediocridade reinante na nossa vida colectiva. Costa e Marcelo são dois exemplos. A falta de confiança na procura de soluções para o nosso bem-estar, sem passar pelo Estado, é mais uma prova de ambições modestas a nível individual. Triste!

Esfregando as mãos


De contente. Digo, a Coreia do Norte, a má da fita, sobre a geralmente considerada impoluta Coreia do Sul.

I TEXTO

Coreia do Sul. Pyongyang diz que Seul está paralisada e caótica após lei marcial

Agência de notícia estatal norte-coreana escreve que destituição e mandado de detenção do Presidente sul-coreano "paralisou assuntos do Estado e aprofundou ainda mais caos social e político" em Seul.

Texto

OBSERVADOR, 03 jan. 2025, 09:22 4 

A Coreia do Norte descreveu a Coreia do Sul como um país politicamente paralisado e socialmente caótico após a destituição do Presidente, a 14 de dezembro, indicou um relatório divulgado, esta sexta-feira, pela agência de notícias oficial norte-coreana.

 “Na Coreia do Sul fantoche, um processo de destituição sem precedentes seguiu-se ao incidente de 3 de dezembro da lei marcial e foi emitido um mandado de detenção para o Presidente, paralisando os assuntos do Estado e aprofundando ainda mais o caos social e político”, escreveu a agência de notícia estatal norte-coreana KNCA.

Os meios de comunicação social estrangeiros criticaram o facto de a Coreia do Sul estar a “mergulhar numa tempestade política”, escreveu ainda a agência.

Os meios de comunicação social estatais da Coreia do Norte noticiaram a destituição do Presidente sul coreano, Yoon Suk-yeol, apenas a 16 de dezembro, dois dias depois de o parlamento ter aprovado o impeachment.

Mantiveram silêncio desde então, até à publicação de uma notícia no jornal Rodong Sinmun, dirigido ao público norte-coreano em geral, no que parece ser um esforço para realçar a estabilidade do regime norte-coreano em comparação com o sul-coreano, escreveu a agência de notícias EFE.

Yoon Suk-yeol, proibido de sair do país, foi destituído pela Assembleia Nacional (parlamento) a 14 de dezembro, na sequência da imposição de lei marcial a 3 de dezembro e aguarda uma decisão do Tribunal Constitucional até junho sobre a reintegração ou destituição definitiva.

COREIA DO NORTE      MUNDO      COREIA DO SUL

COMENTÁRIOS (de 4)

jose ferreira: Notícia plantada pela agência lusa logo reproduzida neste pasquim por Mariana Lima Cunha (do BE). Aliás a Coreia do Norte é a melhor fonte para o que se passa na Coreia do Sul. Agência Lusa, quando fecha esta seguidora de dinheiros públicos??? E esta jornalista infiltrada ???

II TEXTO:

Autoridades já chegaram a casa do Presidente sul-coreano destituído para executarem mandado de detenção

A equipa jurídica do ainda Presidente da Coreia do Sul apresentou recurso contra o mandado de detenção, argumentando que é "ilegal e inválido". Suk-yeol encontra-se na sua residência oficial.

AGÊNCIA LUSA Texto

MARIANA LIMA CUNHA    Texto

OBSERVADOR, 02 jan. 2025, 14:43 1 

O Departamento de Investigação sobre a Corrupção de Altos Funcionários tem até 6 de janeiro para executar o mandado de

As autoridades da Coreia do Sul já chegaram a casa do Presidente destituído, Yoon Suk-yeol, para o deterem, tentando assim executar o seu mandado de detenção numa altura em que Suk-yeol tem resistido e argumentado que as ordens para ser preso são “ilegais”.

Segundo a agência sul-coreana Yonhap, citada pela Reuters, à volta da residência do Presidente destituído já se encontram grupos de manifestantes, que prometem “bloquear qualquer tentativa” de detenção. Já a rádio YTN adiantou que 2800 elementos da polícia foram mobilizados para executar o mandado.

O Presidente sul-coreano destituído continua na sua residência, prometendo lutar até ao fim contra as autoridades que tentam executar um mandado de detenção pela sua tentativa falhada de impor a lei marcial no país, declarou esta quinta-feira o seu advogado.

Yoon Suk-yeol, que está impedido de sair do país, encontra-se na sua residência oficial em Seul, confirmou o seu advogado à agência de notícias AFP. A sua equipa jurídica apresentou recurso contra o mandado de detenção, argumentando que é “ilegal e inválido”.

O chefe do Departamento de Investigação sobre a Corrupção de Altos Funcionários (CIO), Oh Dong-woon, alertou que qualquer pessoa que tentasse impedir a detenção de Yoon poderia ser processada. Um tribunal emitiu também mandados de busca na residência oficial de Yoon e noutros locais, disse um funcionário do órgão à AFP.

Entretanto, o serviço de segurança presidencial impediu até agora a entrada de investigadores, citando uma lei que proíbe revistas em locais que contenham segredos de Estado sem o consentimento do responsável.

O Gabinete de Investigação sobre a Corrupção de Altos Funcionários, que centraliza as investigações, pediu um mandado de detenção depois de o Presidente deposto, que está sob investigação por “rebelião”crime punível com a pena de morte —, e por ter ignorado três convocatórias consecutivas para ser interrogado.

Desde que o mandado de detenção foi emitido na terça-feira, os apoiantes e detractores de Yoon têm-se manifestado quase constantemente perto da sua residência, insultando-se uns aos outros, com alguns confrontos, apesar da presença da polícia.

Desde a tentativa de impor a lei marcial na Coreia do Sul, em 3 de dezembro, Yoon não demonstrou qualquer arrependimento e a sua recusa sistemática em submeter-se às perguntas dos investigadores levantou receios de que uma tentativa de detenção pudesse terminar em violência, agravando a já difícil situação do caso.

O CIO tem até 6 de janeiro para executar o mandado, num caso sem precedentes contra um chefe de Estado sul-coreano.

É a primeira vez na história da Coreia do Sul que um Presidente em exercício é alvo de uma acção judicial do género. Yoon Suk-yeol continua a ser oficialmente o Presidente, enquanto aguarda a decisão do Tribunal Constitucional sobre a sua destituição, adoptada em 14 de dezembro pela Assembleia Nacional.

Actualmente, está suspenso do cargo e espera-se que o tribunal confirme ou rejeite a destituição até meados de junho.

Yoon surpreendeu o país a 3 de dezembro ao declarar lei marcial e enviar o exército para o parlamento. Foi forçado a recuar algumas horas mais tarde, sob pressão dos deputados e de milhares de manifestantes.

O antigo procurador, de 64 anos, não respondeu por três vezes às convocatórias para ser interrogado sobre a tentativa de golpe de Estado, o que levou a que fosse pedido um mandado de captura.

COREIA DO SUL      MUNDO

COMENTÁRIOS

José B Dias: Isto passa-se num país onde se encontram estacionados milhares de soldados norte-americanos e apontado como um exemplo de um Estado de Direito livre e democrático, fiel discípulo do "Ocidente" ... nem uma linha de indignação ou espanto por aqui surgiu. Agora imaginem-se os comentários que por aqui iriam se se estivesse a passar na Bielorrússia ou no Irão.

Carla Martins: Mais uma notícia da Agência Lusa. São umas atrás das outras.

NOTAS DA INTERNET:

Descrição

1 -Coreia do Norte, oficialmente República Popular Democrática da Coreia, é um país no leste da Ásia que constitui a parte norte da península coreana, com Pyongyang como capital e maior cidade do país. Wikipédia

Capital: Pyongyang

Governo: Ditadura, Juche, Totalitarismo, Unipartidarismo, Estado socialista, Estado comunista

População: 26,16 milhões (2023) Banco Mundial

Moeda: Won norte-coreano

Idioma oficial: Coreano

Continente: Ásia

Supremo líder: Kim Jong-un

2- A Coreia do Sul, uma nação do Leste da Ásia localizada na metade sul da Península da Coreia, compartilha uma das fronteiras mais militarizadas do mundo com a Coreia do Norte. Ela também é conhecida pelo interior verde, com colinas repletas de cerejeiras e templos budistas com séculos de existência, além de vilas de pescadores na costa, ilhas subtropicais e cidades com tecnologia avançada como Seul, a capital.Google

Capital: Seul

Moeda: Won sul-coreano

População: 51,71 milhões (2023) Banco Mundial

Presidente: Yoon Suk-yeol

Primeiro-ministro: Han Duck-soo

Idiomas oficiais: Coreano, Língua de sinais coreana

Continente: Ásia

3 - Mesmo nome, tanta diferença: o que separa as Coreias do Sul e do Norte Imagem: Ed Jones/AFP

CAROLINE SCHMITT (md) 28/04/2018 04h00

sete décadas, um povo foi dividido em dois. Distintas realidades ideológicas e políticas se desenvolveram na mesma península, mas semelhanças históricas e culturais jamais se apagaram. Nos últimos dias da Segunda Guerra, quando se tornou claro que o Japão se renderia às potências aliadas, a questão sobre o que aconteceria com a Coreia se tornava mais urgente do que nunca. Depois de décadas ocupando a península coreana, os japoneses estavam recuando. EUA e União Soviética concordaram em dividir a Coreia no 38º paralelo... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/deutschewelle/2018/04/28/mesmo-nome-tanta diferenca-o-que-separa-as-coreias-do-sul-e-do-norte.htm?cmpid=copiaecola

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

A cartilha paternal

 

Oxalá resultasse. Mas as opiniões não são todas convergentes, que nós somos, acima do mais, uns laracheiros de primeira apanha, de exibicionismo palavroso egocêntrico e rebarbativo, mais do que de esforço operoso em prol da nação, os egrégios avós salientes por vezes apenas como figuras de retórica, hoje imperando os filhos da nação a impor o seu credo de pura melodia faceta e farsante, por muito que as vozes mais comedidas dos “BRUNOS BOBONES” se esforcem por reverter uma situação há muito desastrosa:

Aqui estás tu, jovem atento
Acordado neste fim do século
À espera de um lugar
Difícil de encontrar
No canudo vive a esperança
Atrás das luzes em vertigem
Ao medo da noite recente
Que tens de conquistar
Que tens de conquistar

Ai, estes são os filhos da nação
Adultos para sempre
Ansiosos por saber
Se a cruz é salvação

Depois acenas, sem nada pra temer
Velho cúmplice da decisão
Preso a uma ordem
Que não podes quebrar
Ouves fascinado, o ofício da vitória
A fobia de um monólogo
Que insistes em partilhar
Mas não entendes porquê
Mas não entendes porquê

Ai, estes são os filhos da nação
Adultos para sempre
Ansiosos por saber
Se a cruz é salvação

O Martim Moniz e a política

É fundamental deixarmos de ter políticos que se sentem mais sabedores do que todos os seus concidadãos. É tempo de servir, mais do que ser servido. É tempo de nos unirmos e não de nos radicalizarmos.

BRUNO BOBONE Presidente do Grupo Pinto Basto

OBSERVADOR, 02 jan. 2025, 00:1517

O ano de 2024 caracterizou-se, em Portugal, por uma mudança política que, apesar de parecer que seria pouco fracturante, se manifestou muito mais radical do que era esperado.

A transferência de poder de uma governação socialista para uma coligação entre sociais democratas e democratas cristãos foi muito menos uma transição entre ideologias, que têm sido tradicionalmente moderadas e centralistas, e muito mais uma mudança radical de comportamentos que alinha pela radicalização a que temos assistido por esse Mundo fora.

Ainda que seja notória a abertura à integração de serviços privados no apoio aos sectores da saúde e da educação, que haja uma maior abertura à privatização de algumas funções, é na forma como se enfrentam os problemas que assistimos a uma clara mudança de comportamento e que, acredito eu, se vai focar o combate político do ano de 2025.

Enquanto que a governação socialista optava por disfarçar os problemas, tentando esconder os seus resultados, esta nova governação, e na minha opinião, por uma influência importante da participação do CDS nesta solução governativa, tem optado por uma frontalidade na resolução dos problemas.

Esta frontalidade, que resolve, está a assustar a esquerda em geral e o partido socialista, em especial, pois isso poderá vir a ser aquilo que pode despoletar o crescimento da votação deste governo junto dos eleitores.

A questão da saúde, que apesar de ter tido um problema grande de comunicação, se começa a solucionar, a colocação de professores, também com um problema de comunicação inicial, está consideravelmente melhor do que na governação anterior, a questão da imigração, da segurança, das questões salariais das forças de segurança e outras, têm surgido junto do público com uma imagem de que há uma vontade de fazer avançar este país e isso terá inevitavelmente repercussões na aceitação desta solução governativa por parte da população.

Ora, para a oposição, isto é claramente uma ameaça que tem tentado evitar, tanto a esquerda como a direita.

Se por um lado a direita do governo se vê ameaçada por atitudes que resolvem os problemas que foram a sua bandeira nas últimas eleições, por outro a esquerda sente-se ameaçada por ser cada vez mais evidente, que os problemas que o seu governo afirmava não existirem estão cada vez mais reconhecidos pela própria população.

Bom exemplo desta esquizofrenia política foi a reacção da oposição ao que se passou no Martim Moniz.

Uma operação policial de rotina, que nunca foi alvo de comentário político nas vezes anteriores em que foi levada a cabo e que não resulta de qualquer influência da governação, porque preocupa excepcionalmente aquelas duas oposições, foi alvo de um debate político, que acredito ter resultado num reforço da apreciação positiva do governo e da noção clara de fragilidade da oposição.

Por um lado André Ventura, para reforçar a sua posição de preocupação com a segurança dos portugueses veio afirmar que o seu partido, se governasse, faria operações destas, naquele local todos os dias.

Isto é, não só, uma impossibilidade, pois seria impraticável ter capacidade para que isso fosse realizável, como é algo que poucos portugueses considerariam como adequado a uma vida em democracia que tanto lhes custou a conseguir.

Por outro lado, a esquerda tenta, através de uma insistente batalha pela manutenção do sistema da avestruz, de esconder a cabeça para não reconhecer o desastre, continuar com a ideia de que esta decisão mostra que o governo está a forçar um aumento do controlo da segurança sobre zonas e pessoas que a polícia considera serem de risco, e que a maioria da população concorda.

Toda esta luta, a que pretendem chamar de política, mas que é essencialmente de contrariação de atitudes, acabará, na minha opinião, por nos levar a uma situação semelhante à que se vive em França e que resulta do desaparecimento de um partido de esquerda central e moderado como foi tradicionalmente o PS, tenderá a radicalizar ainda mais as opções dos eleitores e haverá, durante algum tempo uma força central que manterá o poder, sem que seja verdadeiramente uma solução para o futuro do país.

A única alternativa será um governo que se mantenha firme nas suas convicções sobre a vida em democracia e sobre a forma de trazer desenvolvimento a Portugal, assumindo o compromisso de que, em todas as restantes matérias relacionadas com a vida da população, esta será sempre escutado e as medidas serão tomadas no sentido de lhe dar o maior conforto na sua vida.

É fundamental deixarmos de ter políticos que se sentem mais sabedores do que todos os seus concidadãos.

É tempo de servir, mais do que ser servido.

É tempo de nos unirmos e não de nos radicalizarmos.

POLÍTICA       GOVERNO

COMENTÁRIOS

Tim do A: A partir do momento em que Montenegro traçou as suas linhas vermelhas, não há mais entendimento nem união possível em Portugal. Montenegro, com isso, desgraçou o futuro de Portugal.               Tim do A > Maria Tavares: Pois então Montenegro está a negociar com o PS, o partido anti reformas. É inútil. Vão ser mais 4 anos de socialismo, de estagnação e de empobrecimento. Foi isso que tragicamente Montenegro escolheu. Os portugueses que façam então bom proveito da continuação do socialismo. Realmente, Portugal e os portugueses são, infelizmente, na sua essência e mentes, socialistas. Por isso são pobres e gostam de subsídios.                  Jorge Tavares: Não discordo da opinião do autor, de este governo está a esforçar-se mais do que os governos de António Costa (também não era difícil!). Esses governos, no início de mandato, só se preocuparam em reverter. Mesmo assim, pergunto-me se este artigo não será mais um exercício de wishful thinking do que uma análise da realidade. Não sei a tal frontalidade é assim tão proeminente - e não sei se está a assustar a esquerda. Para começar, a frontalidade não se observa em tudo. Por exemplo, não se verificou na nomeação de Hélder Rosalinho. A esquerda parece estar um pouco mais fragilizada do que quando estavam no poder, mas isso era de esperar. Elas devem achar que é só uma má fase. Continuam a ter apoio descarado da comunicação social, o que lhes dá uma vantagem tremenda. A CM está permanentemente em campanha contra o actual governo - por pancada ideológica e por falta de profissionalismo. Por exemplo, apesar da diferença de votos e deputados, Mariana Mortágua e outros extremistas continuam a ter muito mais tempo nas TVs do que Rui Rocha e outros moderados.                    Maria Tavares > Tim do A: Ainda bem que que Luís Montenegro assim definiu pois não é possível estabelecer estratégias e acordos com quem desconhece a própria índole. Só pretendem protagonismo, vaidade oca, os interesses do País não são sequer uma preocupação                     Maria Tavares: Análise perfeita obrigada. Governo deve manter o rumo que traçou assim como manter a serenidade, tentando responder aos histerismos da esquerda, e à inconsciente demagogia do ch. Ambos estão em rota de colisão. Não entendo como o ps permite que um partido fundador da democracia, venha nesta queda vertiginosa de degradação, como acolhem os que percebendo que não conseguem poleiro nos partidos extrema-esquerda 'aninham-se' no ps, ver leitoa, pns, temido. É penoso ver e perigoso. França devia servir-nos de exemplo.