Os populismos crê-se que farão
dissolver uma união europeia fundada numa solidariedade, real ou aparente, que
ajudou a erguer muitos dos povos nela inclusos, como, naturalmente, o nosso. A
experiência, positiva, redundou em desastre no nosso país, enredados que fomos por cidadãos mais grados
em esquemas gananciosos e desonestos, que continuamente vão brotando no solo
fértil, esquemas que ajudaram à decomposição do país, onde, todavia, muito se
fez para a defesa dos cidadãos, embora pouco se tenha feito em favor das
mentalidades, no desvio de valores de robustez moral, e favorecendo debilidades
e desrespeitos vários. Mas a solidariedade europeia estendeu-se virtuosamente para
além das suas fronteiras espartilhadas ao mundo inteiro, que aparentemente foge
das suas misérias em busca de melhor sorte. É claro que os países europeus estão
saturados das contínuas invasões, de panorâmicas assustadoramente indignas do
género humano, com acesso imediato à piedade e à generosidade, na
competitividade de solidariedades envergonhadas se o não forem ou se o não
parecerem. E os chefes da União, os reponsáveis por esse ponto de partida de
solidariedade e democracia, vêem-se agora a braços com a desagregação da sua
União, contra os nacionalismos que o cansaço dita ou o racismo, na designação da esquerda
virtuosa. Os textos que seguem – de Paulo de
Almeida Sande e de Helena Matos, explicam o fenómeno e
as dificuldades que surgem na UE, mas é sobretudo o de Helena Matos
– «A política da miragem» - que
esclarece sobre todo este processo que a esquerda manipula a seu gosto, na sua
perda de valores, há muito saliente, pelo ódio visceral às classes burguesas e
exploradoras, sem excepções, provavelmente nem mesmo entre os seus familiares,
como já víramos com os hippies. Helena Matos parte do conceito estatuído na
canção de Sérgio Godinho dos tempos descolonizadores, para
apontar a artimanha no paradoxo do tempo dos migradores, que a mesma esquerda
instiga, esquecida da tal canção –«
Nos anos 70 trauteavam “A África é dos
africanos." Agora se pudessem despovoavam essa mesma África para através
da imigração alimentarem o activismo do ressentimento.» A sua crónica é corajosamente
desmistificadora, como o confirmam os cinco comentadores entre os 179 que o seu
artigo mereceu. Um bravo, por isso.
I - UNIÃO
EUROPEIA
A Mãe de Todas as Cimeiras /premium
OBSERVADOR, 26/6/2018
A União Europeia está
cercada e em risco economicamente. Está cercada e em risco politicamente. Está
cercada e em risco geoestrategicamente. O risco é grande, o cerco sério, as
saídas escassas.
Com frequência se diz que a
próxima Cimeira Europeia, reunião dos chefes de Estado e de governo da União
Europeia (UE), seja ela qual for, é decisiva. Após a crise de 2008, cada
Cimeira era a da última oportunidade e ou se tomavam medidas definitivas para
vencer a crise e evitar o fim anunciado da zona euro e, em dominó, da União, ou
o anúncio se confirmava.
Nunca foi assim. Nem as
medidas foram definitivas, nem a União acabou. Mas isso foi há anos. Desta vez,
a Cimeira das próximas quinta e sexta feiras é mesmo decisiva. Por três razões:
a UE está cercada e em risco economicamente. Está cercada e em risco
politicamente. Está cercada e em risco geoestrategicamente. O risco é grande, o
cerco sério, as saídas escassas.
1. O cerco económico.
O advento de uma nova era
de proteccionismo ameaça a economia europeia no seu todo e cada um dos seus
membros em particular. Se para países como a Alemanha, a ameaça é maior, no
fim todos sofrerão. O proteccionismo norte-americano, associado à
vontade expressa de alguns em destruir a integração europeia e aos sinais de
inversão do ciclo económico à escala global, são um cocktail explosivo e potencialmente
letal para a coesão da integração europeia.
Mas não é só isso. O
aumento das taxas de juro pelo FED, o fim anunciado do programa de compra de
dívida pelo BCE, a fragmentação crescente da regulação global, enfraquecida
pela contestação política e pelo enorme crescimento do mercado electrónico e da
dívida a nível mundial, fazem do anúncio da crise um fácil exercício
adivinhatório. A crise vai mesmo acontecer. Pode vir a ser mais dura
do que a de 2008. A dívida global aumentou drasticamente nos últimos 10 anos
(poderá ter uma ideia aqui),
até na China, provando que a tão proclamada austeridade não foi assim tão
austera. O Mundo está mais endividado do que nunca.
Quando o mercado voltar a
ser do urso , e sê-lo-á provavelmente mais
cedo do que tarde, todos sofrerão, mas os países mais frágeis serão mais
atingidos. A solução não é óbvia e muito menos fácil. Mas a Europa,
fragilizada pela concorrência crescente, só sobreviverá unida.
2. O cerco político.
A crise económica, a
imigração descontrolada, a crise das democracias liberais, são três dos
alimentos do populismo na Europa.
Uma rápida definição de
populismo salienta a oposição entre as elites e o povo proclamada pelo líder.
As elites são más e corruptas, só a acção do povo, expressão da vontade geral –
e da soberania popular -, é virtuosa. Os populistas apelam ao povo contra
as elites e as instituições. Na base está quase sempre uma versão tradicional
do conceito da Nação como fonte de mobilização; em nome dela, do “povo” genuíno
que a constitui, tanto quanto possível “etnicamente” homogéneo (pelo menos nos
populismos de extrema direita, a legitimar um forte discurso anti-imigração e
refugiados), se constroem as actuais fórmulas nacionalistas.
O populismo, em
Itália, França, nos países de leste da Europa, em embrião um pouco por todo o
lado (na Alemanha), alimenta-se da crise económica. Do cepticismo em relação às
instituições da democracia e aos políticos. E cada vez mais, poderoso aliado
dos populistas, da imigração massiva, alimento da xenofobia, gene principal do
nacionalismo radical. É a imigração a fonte principal de alimento do discurso
do presidente norte-americano, foi ela que em parte provocou o resultado do
brexit, é ela que ameaça a Mãe de Todas as Cimeiras.
Sobre a imigração, em
particular na Europa, repito o que escrevi um cento de vezes: ninguém na UE
defende uma política de portas abertas sem restrições, pretende-se que as
políticas europeias na matéria, que as há, sejam eficazes. Três requisitos:
recursos adequados, vontade política dos governos nacionais, respeito pelas
normas e regras preconizadas por essas políticas. O problema, como sempre,
reside no facto de serem os mesmos que criticam a UE por não dar resposta ao
problema a recusar-lhe recursos, a minar a vontade política (dos respectivos
Estados) e a desrespeitar as normas europeias. É tão simples como isso,
acreditem.
3. O cerco geoestratégico.
Com a falência do
parceiro transatlântico, que ninguém pode asseverar seja um breve hiato, por um
lado, e com a pressão russa, por outro, considerando o estado actual da margem
sul do Mediterrâneo, pouco resta à Europa senão contar com os seus próprios
meios.
É difícil. Os europeus
vivem no paraíso kantiano criado à sombra do chapéu-de-chuva de segurança
americana. Desabituaram-se de lutar, habituaram-se a uma vida fácil, de juros
baixos e segurança ilimitada. Convenceram-se de que a História acabou mesmo e
foram surpreendidos com a violência do seu regresso. Convivem bem com a ideia
do seu continente ser o belo Museu do Mundo, e reconvertem-se à função de
zeladores da memória daquela que foi sem dúvida uma das mais notáveis
civilizações conhecidas da Humanidade.
Entre uma América envolta
no manto de super-herói protecionista e as ambições pouco discretas do grande
vizinho russo, que visão geoestratégica que não seja de mera sobrevivência a
prazo, num lento e agónico inverno demográfico e a caminho do inferno da
irrelevância e da decadência económica, sobra aos países europeus? Talvez
unidos… pondo de lado as divergências, rejeitando a divisão quando só a união
pode fazer a força.
4. A Cimeira da última oportunidade?
No palácio de Meseberg,
Macron e Merkel esboçaram um plano para soldar as fissuras da
União Monetária e Económica: a ideia de que a convergência económica, o
investimento e a estabilização macroeconómica são fundamentais para o futuro da
eurozona; um orçamento para a zona euro, financiado por recursos próprios, com
uma linha de crédito para um seguro comum de desemprego, paralelo (logo, limitado)
ao quadro financeiro plurianual; um Fundo Monetário Europeu, como reconversão
do fundo de resgate. Falta muita coisa, por exemplo um Mecanismo de Segurança
de Depósitos Europeu ou a mutualização da dívida. Como disse um analista, talvez o plano seja
ambicioso onde se pode permitir ser vago e modesto sempre que tem de ser
concreto. Ainda assim, é um passo em frente, por isso relevante.
Na Cimeira de Bruxelas
dos próximos dias 28 e 29, contudo, é a imigração o pomo de todas as
discórdias, podendo levar a uma das mais graves crises de sempre da UE.
A mini Cimeira extraordinária de domingo passado, que reuniu apenas 16 dos 28
países europeus, limitou-se a proclamar ideias gerais como a de que os países
de entrada (dos imigrantes) não podem ser deixados sozinhos ou indefinidas como
a criação de centros de triagem (no território europeu, ou até nos países de
origem, proposta aliás mais antiga). Quando nos EUA, o Presidente defende a
expulsão imediata dos imigrantes ilegais sem necessidade de serem presentes a
um juiz, quando a Itália se recusa a receber navios com imigrantes a bordo,
quando o tema da imigração se faz central e decisivo, não pode a Europa deixar de
lhe dar resposta.
São os dois pontos centrais da Mãe de Todas as Cimeiras.
Conseguirá ela, conseguirão os líderes europeus, ultrapassar as suas
divergências e dar de novo à Europa o músculo que as circunstâncias exigem?
Sejamos capazes de esperança, nem sempre as nuvens negras sobre as nossas
cabeças terminam em tempestade.
II - IMIGRAÇÃO
A política da
miragem /premium
OBSERVADOR, 24/6/2018
Nos anos 70 trauteavam “A África é dos
africanos." Agora se pudessem despovoavam essa mesma África para através
da imigração alimentarem o activismo do ressentimento.
O Aquarius já foi. Agora temos o Lifeline:
a bordo do navio que está nas proximidades de Malta e tem capacidade para 50
pessoas estão 230. As provisões esgotam-se nas próximas horas.
À espera de porto de
destino está nas proximidades da Sicília o Alexander
Maersk: a bordo estão 113 pessoas.
Sem nomes que as distingam umas das outras, dezenas de pateras trouxeram
para Espanha nas últimas 24 horas, 769 pessoas.
… A lista está em
permanente actualização. As palavras também. Ora lhe chamamos refugiados. Ora migrantes. Ora
imigrantes. São na sua maioria pessoas transportadas por traficantes até
à costa do norte de África. Aí novas mafias embarcam-nos com destino à Europa.
Em seguida, navios das ONG e equipas de salvamento dos países europeus resgatam
essas embarcações e trazem para solo europeu os seus ocupantes. (Sim, as mafias
sabem que não precisam de se preocupar com o resto da viagem: alguém há-de
recolher a carga de que se desembaraçaram.)
Sendo certo que do ponto de
vista do acolhimento é muito diferente que sejam considerados refugiados ou
imigrantes, essa destrinça é cada vez mais difícil. Seja como for, como
portuguesa não me surpreende nem choca, antes pelo contrário, que se veja na
emigração económica uma saída para a vida de cada um e das suas famílias. Aliás
se deixarmos de lado as questões associadas aos traficantes, o problema não
está na emigração nem nos emigrantes. Está sim naquilo que se espera deles.
E aí chegamos a um dos momentos charneira nesta questão: quando na Europa o
muro de Berlim foi deitado abaixo pelo povo, o sonho da sociedade sem
classes foi substituído pela utopia do multiculturalismo.
Consequentemente a imigração deixou de ser a circunstância de uns milhões de
portugueses, turcos, espanhóis, gregos e italianos tão falhos de consciência
política que em vez de combaterem o capitalismo migravam para os países onde
ele mais se tinha desenvolvido, para se tornar na gesta de sudaneses,
iraquianos, nigerianos, sírios, paquistaneses, senegaleses, marroquinos… a
que há que acudir, resgatar, esclarecer sobre os seus direitos e, não menos
importante, excepcionalizar nas suas diferenças culturais.
O problema não está portanto na imigração e nos imigrantes mas sim na
mudança de táctica daqueles que no século XX sonharam levar a revolução via
descolonização ao mundo e que agora se dedicam ao activismo nos subúrbios das
suas cidades: para eles a imigração é a nova revolução. O ressentimento o
combustível da luta já não de classes mas sim da luta das comunidades
minoritárias contra o poder burguês, branco e masculino.
Assim os mesmos que se viram libertadores das opressões coloniais nos
anos 60 e 70 e trauteavam versos como os da canção “Independência” de Sérgio
Godinho “A África é dos africanos/ Já chega quinhentos
anos/ Já chega quinhentos anos/ A África é dos africanos. /Quem diz que sim
quem diz que não/ Quem diz que sim quem diz que não/ São os movimentos de
libertação/ São os movimentos de libertação” se pudessem
despovoavam agora essa mesma África e os demais continentes para através da
imigração continuarem a renovar a matéria prima dos seus activismos e do seu
enquistamento no Estado.
Como sempre acontece,
determinam o que se pode ou não discutir e em que moldes. No caso da
imigração oficialmente tudo se resume a uma luta entre o bem que obviamente
defende uma política de abertura total de fronteiras e o mal que é
anti-imigração. A não ser que a realidade o imponha não se fala
do aumento da criminalidade nas zonas onde se instalaram grandes grupos de
imigrantes/refugiados (no caso sueco os desmentidos governamentais das notícias e a publicação
de novas notícias produz uma espécie de telenovela);
escamoteiam-se os factos até que o óbvio se impõe: após anos a subestimar os
ataques sexuais nos festivais de música – para não referir que os seus autores
eram jovens migrantes –, a Suécia viu ser cancelado o maior festival do país; persegue-se quem
denuncia a impunidade gozada por grupos de imigrantes como aconteceu em
Inglaterra nos casos de abusos sexuais praticados em Telford e Rotherham. Não se investigam dados
anómalos nestas vagas de imigração: por exemplo, porque vêm tantas crianças
sós? Será verdade que dois terços dos migrantes que em Calais se apresentavam
como crianças já eram na realidade adultos?
Esta perspectiva
ideológica da imigração leva a que se subestimem factos incontornáveis: mais do
que um imigrante ser legal
ou ilegal o que conta para a opinião pública na apreciação que faz da sua
presença é se ele respeita ou não as leis e os costumes do país para o qual
migrou e se vai ou não sobreviver com ajudas estatais. Goste-se ou não, há que
ter em conta que receber imigrantes/refugiados num país tolerante com estado
social não é um elemento neutro nesta operação. Ou será que já esquecemos que
os milhares de portugueses que no século passado migraram para a França ou
Alemanha o fizeram muitas vezes de forma clandestina? Eles fugiram à polícia.
Eles não tinham papéis. Mas há que acrescentar que a sua integração nesses
países não foi feita através do estardalhaço de grupos de activistas mas sim do
mercado de trabalho. E que não tendo abdicado da sua cultura respeitaram a dos
países que os acolheram.
E aqui deparamos com o grande paradoxo desta questão: mal ou bem durante
décadas os políticos das democracias propuseram-se resolver os problemas dos
povos. Neste momento, os políticos entendem que os povos têm os problemas que
eles políticos determinam que existem. Eles não governam. Animam
miragens. O que sobra então? O segredo das urnas de voto.
Oficialmente a miragem funciona até que um resultado eleitoral a desfaz. Mas em
vez de se tentar perceber o que levou o povo a votar assim logo a esquerda da
superioridade moral mais o jornalismo de causas partem para a retórica do
populista que foi eleito, do anti-imigração que venceu, do racista que não sei
quê… Pressurosa a direita que não é direita mas tão só não é de esquerda
repete-lhe os argumentos. De caminho conta-se mais uma historieta sobre o Trump
que ora está zangado com a Melania ora lhe dá a mão!!!
E assim se continua até às próximas eleições. Até ao novo populista…
PS, O que fazer
quando um serviço público se degrada? Põe-se à discussão uma lei perfeita sobre
a imensa perfeição que vai assegurada por esse serviço. Que obviamente seria
ainda mais perfeito se pagássemos mais impostos. A anunciada discussão da
lei de bases da saúde quando o SNS está à beira da ruptura é um bom exemplo dos
serviços públicos em tempos de propaganda: não se discute a realidade,
anuncia-se um futuro radioso e se necessário culpam-se os suspeitos do
costume, os privados, pelo descalabro do SNS.
Comentários:
: Escrevi isto no Blasfémias, copio para
aqui: ec.europa.eu/home-affairs/sites/homeaffairs/files/20180503_declaration-and-action-plan-marrakeshen.pdf:
O acordo assinado em segredo pelos genocidas comunistas (passe o pleonasmo)
europeus que alarga o espaço Schengen a 40 nações africanas para importar
CENTENAS DE MILHÕES de africanos num futuro muito próximo sem qualquer hipótese
de serem “devolvidos”, roubem, violem ou matem quem quer que seja. E começando
pelas consequências menos escandalosas, todos poderão votar nos partidos que permitiram
isto. bye by
Preferem um louco Trump q
quer construir um muro ou um louco comunista recém empossado PM espanhol que
diz que vai mandar a proteção em Ceuta abaixo? tic tac tic tac já não há muito
tempo para pensar.
Rui Jacinto: Entre os assuntos "tabu" surgiu na
Sábado uma referência à inocuidade das acções do PR e agora este artigo. Na
imprensa internacional há muitos mas o nosso "jornalismo" do
populucho tem medo de não ser politicamente correcta a sua inserção. Mas é sabido por todos, menos
os governos pseudo-alinhados à esquerda, que este surto de migrantes económicos
não passa de uma concertação para explorar os sentimentos de caridadezinha da
Europa. Desde há muito que se sabe que
seria muito mais barato e confortável que os migrantes viessem de avião, mas
nesse caso a receptividade era duvidosa. Assim, com o espectáculo montado até
aparecem 2000 para acolher 600 como ainda sucedeu há dias em Espanha. Depois há aquela montagem de muitas crianças mas, só
quem vê essa desgraça são os desgraçados, nós vemos muitos jovens em idade de
estudar ou trabalhar que chegam já de iPhone na mão e com ligação às redes
sociais. Parabéns pela coragem desta pedrada no charco.
Fernando simoes: Finalmente alguém fala do caso do Aquarius. Obrigado HM.
Os "refugiados" são a ponta de lança para a nossa destruição, com os
europeus cegos pela oligarquia a assistir ao seu próprio desaparecimento.
Luís
Soares Ribeiro: Olhando para o que se
está a passar, fico perplexo. No tempo da escravatura, os esclavagistas
iam a África comprar escravos. Agora os
escravos vêm de livre vontade entregar-se aos esclavagistas. Existe mas
existe uma diferença básica; neste caso são os contribuintes que pagam a
compra dos escravos. Se eu necessitar de uns tantos escravos para me fazer a
apanha da azeitona já sei onde os vou buscar, por pouco dinheiro e sem qualquer
responsabilidade para mim. Esta situação não elimina o direito
que qualquer individuo tem em emigrar.
António
Hermínio Quadros Silva: Depois de mais
esta leva de refugiados (que estou convencido que não vai parar durante
este verâo) e que tem países onde deviam criar meios de subsistência, ainda
mais vai aumentar a resistência dos partidos de extrema direita a estas
manobras pseudo humanitárias onde se dá peixe sem ensinar a pescar. Depois
põem-se a gritar as boas almas que aí vem o fascismo. Pobre Europa que tão estúpida
és.
…
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