sábado, 6 de outubro de 2018

HERÓIS DO NOSSO TEMPO


Gente de quem muito se falou hoje, porque justos Prémios Nobel da Paz os galardoaram, gente que amanhã será esquecida, na profusão dos horrores que somam e seguem na nossa Terra, de destruição contínua, de estruturas, de valores, de inocências. De paz, afinal, que parece apostada em se insurgir contra os desígnios do Bem, da súplica do pequeno “ bicho da Terra”, a um “céu sereno” espantosamente vingativo, da meditação camoniana. Mas continuarão heróis, como esse médico da RDC, Denis Mukwege salvando vidas, tratando as almas, apelando contra as crueldades praticadas no seu país, de riqueza mineira inspiradora de violências indescritíveis – referidas, neste caso, as sobre o sexo feminino. Um herói que irá continuar a sê-lo, ele e a sua equipa, se lho permitirem os fautores da guerra, no seu país. Como essa pobre rapariga Nadia Murad,a jovem Yazidi que partilhou a sua dor com o mundo”, recontando a sua história macabra, de fugitiva de uma situação de indescritível barbárie, e que heroicamente se tornou de vítima em corajosa activista, desmontando a sordidez desses tais adeptos de uma religião tirânica, pretexto para o seu comportamento criminoso, a que o mundo parece fechar timoratamente os olhos, permitindo, democraticamente, a sua proliferação.
Não, estes heróis “não se servem mortos”, como aquele que Reinaldo Ferreira descreve na sua “Receita para fazer um herói”. Permanecerão vivos, porque reconhecidos socialmente e economicamente, irão continuar no seu repúdio do Mal, no seu apelo do Bem. Ainda bem que a dinamite da descoberta de Alfred Nobel possibilita tais recompensas a tantos valores que, sem ela, morreriam, talvez, na indiferença universal. Ainda bem que países benfeitores abriram os braços a Nadia Murad, ainda bem que Denis Mukwege estudou e tirou cursos para a sua participação benfeitora no seu mundo.

TEXTOS do OBSERVADOR:
“Este não é um problema só das mulheres, é um problema da humanidade.” Denis Mukwege, o médico que sara os corpos e tenta aliviar as almas
Há 10 anos que era considerado, mas só agora recebeu o Nobel. O ginecologista da RDC não salvou apenas vidas, como denunciou o uso da violência sexual como arma de guerra dos grupos armados.

Denis Mukwege abriu o Hospital Panzi em 1999
“Os corpos das mulheres tornaram-se verdadeiros campos de batalha e a violação está a ser usada como arma de guerra.” A frase, pronunciada por Denis Mukwege aquando da entrega do Prémio Sakharov em 2014, resume todo o programa deste médico ginecologista, que é mais do que um clínico — é um verdadeiro activista.
Nasceu em 1955 na República Democrática do Congo (RDC), o terceiro de nove filhos de um pastor Pentecostal. Em criança, Denis acompanhava várias vezes o pai em visitas a membros da comunidade — o que, segundo conta, o inspirou a enveredar pela Medicina. Especializou-se em pediatria e assim continuaria a cuidar de crianças vida fora, não fosse uma experiência ter-lhe mudado a vida: no Hospital Lemera, na sua terra natal de Bukavu, como pediatra teve contacto de perto com muitas mães que, por falta de tratamento e acompanhamento devido, sofriam de profundas lesões genitais após o parto. Foi aí que tomou a decisão de ir estudar ginecologia e obstetrícia para a Universidade de Angers, na esperança de poder ajudar outras como elas.
A experiência em França foi transformadora, como o próprio Mukwege reconheceu à revista Lancet, anos depois: “Os professores que me deixaram uma marca maior foram os que combinavam humanidade e profissionalismo, com um foco nos valores humanos”, contou.
A medicina puramente mecânica assusta-me. Quando vejo médicos que combinam o profissionalismo com o humanismo, esses sim, são os que estão a fazer bem o seu trabalho.”
De regresso à RDC, Mukwege abriu a sua própria clínica, o Hospital Panzi. O objectivo inicial era o de contribuir para reduzir a taxa de mortalidade materna, ou seja, o número de mulheres que morrem por complicações na gravidez ou no parto causa de morte de 35% das mulheres no país. Mas a primeira paciente a chegar à clínica, em setembro de 1999, alteraria o rumo do próprio Hospital: “Era uma mulher que tinha sido violada por várias pessoas, e os seus genitais estavam dilacerados. Ela chegou com ferimentos muito, muito graves”, recordou à News Deeply o cirurgião.
Desde aí, só nos primeiros três meses, 45 mulheres foram operadas por Mukwege por problemas semelhantes. E foi então que o médico percebeu que estava perante um problema grave da RDC. Ao fim de seis meses percebi que muitas das pacientes vinham ter comigo com a mesma história: ‘Fui violada e eles depois atingiram-me com uma baioneta’ ou ‘fui violada e eles depois queimaram borracha nos meus genitais’”, explicou o médico. Foi aí que Mukwege entendeu que a violência sexual estava a ser aplicada não apenas por motivações pessoais, mas usada como arma de guerra nos conflitos que opõem variadas milícias na RDC.
A RDC (antigo Zaire) está mergulhada num conflito sangrento que se arrasta há mais de 20 anos pelo controlo de um dos países do mundo mais rico em minerais. A Segunda Guerra do Congo terminou oficialmente em 2003, mas o país continua mergulhado em instabilidade política e os vários conflitos internos têm sido usados como desculpa pelo Presidente Joseph Kabila para se manter no poder — adiando eleições desde dezembro de 2016, altura em que deveria abandonar o cargo.
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Denis Mukwege é cirurgião ginecológico. O seu hospital, abe desde 1999, já tratou 50 mil mulheres (SAFIN HAMED/AFP/Getty Images)
A RDC é um dos países mais perigosos para se ser mulher em todo o mundo, tendo sido apelidada pelas Nações Unidas de “capital da violação”. Os dados mais recentes sobre a violência sexual no país, de 2011, dão conta de uma média de 48 mulheres violadas por hora. Ao todo,quase dois milhões de mulheres congolesas dizem já ter sido violadas pelo menos uma vez na vida. Num país em guerra há muitos anos, onde as mulheres assumem posições de charneira na economia familiar pela falta de homens e onde os grupos armados proliferam, são muitas as situações em que uma mulher se vê vulnerável fora de casa, à mercê de grupos de homens. Em 2013 um soldado de 16 anos, Noel Rwabirinba, resumiu a visão destas milícias face às mulheres: “Se vemos raparigas, é nosso direito podermos violá-las”, disse o adolescente, que admitiu ter violado 53 mulheres até então.
São estas mulheres que acabam muitas vezes por bater à porta do Hospital Panzi, feridas e mutiladas. Segundo o Hospital de Mukwege, 12% das suas pacientes sofrem de sífilis e 6% tem o vírus do HIV. Ao todo, mais de 50 mil mulheres já foram tratadas por Mukwege e a sua equipa desde 1999. E o médico faz questão de incluir também apoio mental no tratamento destas vítimas: “Muitas vezes é muito importante ajudá-las a sarar psicologicamente e dizer-lhes ‘tu não estás destruída. Eles querem destruir-te, mas tu continuas a ser uma mulher. És uma mulher e tens de ser forte’”recorda Mukwege.
Para além do seu trabalho como médico, o ginecologista assume também uma postura de activista, denunciando a violência que se vive no seu país.
Vemos mais e mais mulheres a chegar do centro do país, onde antes não havia conflito. Isso é resultado de uma metástase da violência e dos acordos de paz que não se respeitam. Na verdade, é preciso que estes grupos sejam desarmados mentalmente, no plano psicológico, o que não está a ser feito”, declarou Mukwege à Agência Lusa, em julho de 2017.
A sua postura politizada, defendendo as vítimas que trata, trouxe-lhe reconhecimento internacional, mas também sérios problemas na RDC. Em outubro de 2012, Mukwege e a sua família foram violentamente atacados na sua casa. Cinco homens, armados com Kalashnikovs, entraram na residência do médico, em Bukavu, e fizeram reféns as suas duas filhas até Mukwege chegar a casa. Quando isso aconteceu, o guarda-costas do médico tentou intervir para proteger a família e acabou por morrer, atingido a tiro. Mukwege e a família conseguiram fugir para a Bélgica.
O médico, contudo, não conseguiu ficar longe de Bukavu durante muito tempo e, no ano seguinte, regressou à sua clínica. A motivação dos atacantes nunca foi oficialmente apurada, mas muitos apontaram o facto de, semanas antes do sequestro, Mukwege ter feito um discurso nas Nações Unidas onde responsabilizou directamente o Governo da RDC pela proliferação de conflitos no país e pela violência sexual a que milhares de mulheres estão sujeitas.
O desconforto da liderança política de Kabila perante este ginecologista de 63 anos é tal que, esta sexta-feira, em reacção à atribuição do Nobel a um dos seus cidadãos, o ministro das Comunicações Lambert Mende tenha reagido à Associated Press reconhecendo o “trabalho tremendo” realizado por Mukwege na Medicina, mas sublinhando que o clínico tem tendência a “politizar” o seu trabalho humanitário.
O Comité de Oslo concordou com essa definição, mas, ao contrário do regime de Kabila, vê-la como sendo positiva: “Denis Mukwege é o símbolo mais destacado e unificador, tanto nacional como internacionalmente, da luta para acabar com a violência sexual na guerra e nos conflitos armados”, declarou o painel do Nobel da Paz. Segundo os rumores, o Comité tem nomeado Mukwege para a short-list nos últimos anos, mas nunca antes o tinha selecionado para receber o Prémio. Jan Egeland, presidente do Conselho para os Refugiados da Noruega, declarou no Twitter que há dez anos indicou pela primeira vez ao Comité o nome do médico, classificando esta escolha para o Nobel da Paz como a “melhor em muito tempo”.
A filosofia de Mukwege é simples: o papel da violência sexual nos conflitos é tão grave como a violência armada e este é um problema de todos, que tem de ser combatido por todos. “Este não é um problema só das mulheres, é um problema da humanidade e os homens têm de assumir responsabilidades para acabar com ele”, declarou o médico em 2013 numa entrevista. “Não é um problema de África. Na Bósnia, na Síria, na Libéria, na Colômbia, temos a mesma coisa.”
Quando a atribuição do Nobel foi anunciada, Mukwege estava no meio de uma operação, tendo sido interrompido por um grupo entusiasmado: “De repente, as pessoas entraram e contaram-me as notícias”, disse mais tarde, já no meio dos festejos. O maior reconhecimento vindo da comunidade internacional interrompeu-o a fazer o trabalho que faz todos os dias, há quase 20 anos: sarar os corpos, tentar aliviar as almas e relembrar ao mundo o que tem de ser feito.

“Se receber o Nobel, recebê-lo-ei com o coração partido.” Nadia Murad, a jovem Yazidi que partilhou a sua dor com o mundo
5/10/2018
Foi sequestrada pelo Estado Islâmico e usada como escrava sexual, como muitas outras mulheres da mesma minoria religiosa. Desde a sua fuga, usou todos os momentos para denunciar o que lhes aconteceu.

2014, era verão, e Nadia Murad era apenas uma jovem Yazidi de 21 anos que sonhava ser cabeleireira, quando toda a sua vida mudou. Num dia quente de agosto, a sua aldeia de Kojo, no Iraque, foi invadida por um grupo armado, que trazia bandeiras negras com letras brancas. Os soldados do Estado Islâmico não tiveram piedade perante as aldeias onde viviam os Yazidis, considerados “infiéis” pelo grupo terrorista: mataram os homens e as mulheres mais velhas e tornaram os rapazes crianças-soldado e as mulheres e raparigas jovens em escravas sexuais. Nadia foi uma delas.
Seis membros da sua família foram executados, incluindo a mãe — cujo corpo acabaria por ser encontrado mais tarde numa vala comum. Nadia foi levada num autocarro juntamente com mais de outras 100 jovens para Mossul, onde foram fechadas num edifício com outras centenas de mulheres Yazidi, trazidas de outras aldeias. Na noite seguinte, teria início o terror.
“Na noite seguinte um grupo de militantes do Daesh veio à casa. As mulheres começaram a gritar desesperadas. Algumas desmaiaram. Cada guerrilheiro escolheu uma rapariga. Algumas eram bem mais novas do que eu, tinham entre dez e 12 anos. As raparigas tentaram resistir, mas foram obrigadas a ir com os homens. As mais novas agarravam-se às mais velhas a chorar. O homem que me escolheu era enorme, um monstro. Estava petrificada de medo. Levou-me para o andar de baixo. Eu não parava de chorar. Disse-lhe que era demasiado jovem para ele, mas pegou em mim. Deu-me pontapés e espancou-me.”
O relato dessa primeira de muitas noites de terror foi feito pela própria ao jornal Expresso, em 2016 — ano em que Nadia recebeu o Prémio Sakharov de direitos humanos, entregue pelo Parlamento Europeu, a par de Lamiya Aji Bashar. A decisão foi tomada para homenagear as duas Yazidis por terem denunciado publicamente a violência sexual a que foram sujeitas por membros do Estado Islâmico.
Agora, dois anos mais tarde, Nadia é escolhida para receber o Prémio Nobel da Paz, tornando-se a segunda laureada mais jovem de sempre, aos 25 anos (Malala Yousafzai foi a mais nova, com 17 anos). A denúncia sistemática que tem feito dos abusos a que a minoria Yazidi, uma das mais antigas do Iraque, foi sujeita pelo Estado Islâmico valeu-lhe várias distinções, como a nomeação de Embaixadora da Boa-Vontade da ONU para a Dignidade das Pessoas Vítimas de Tráfico. A sua campanha incessante, alertando para o calvário daquela minoria religiosa, contou com a ajuda da advogada Amal Clooney, o que lhe deu ainda mais visibilidade, e trouxe frutos: as Nações Unidas acabaram por pedir à comunidade internacional que “reconheça o genocídio cometido pelo EI contra os Yazidis e que adote as medidas necessárias para levar o caso à Justiça”. Nadia gostaria de ver esse crime julgado no Tribunal Penal Internacional, por considerar — como a ONU — que há provas suficientes para sustentar a acusação de genocídio.
Mas foi o relato cru e duro de Nadia, de rosto descoberto, sobre a violência sexual a que foi sujeita, que lhe valeu o galardão de Oslo. Na sua nota a propósito da atribuição do prémio, o Comité do Nobel destacou as cerca de três mil mulheres que terão sido violadas repetidamente por membros do Estado Islâmico, num tipo de abuso “sistemático” e parte de “uma estratégia militar”, tornando estas mulheres numa “arma usada na luta contra os Yazidis e outras minorias religiosas”. Actualmente, mais de 100 mil Yazidis vivem fora do Iraque e muitos outros são deslocados internos no Curdistão iraquiano.
Nadia Murad tem contado e recontado a tortura de que foi vítima em várias entrevistas, bem como no seu livro “Eu Serei a Última
Objectiva). As filas de mulheres, alinhadas, para serem vendidas como mercadoria. Os homens que esfregavam as suas longas barbas nos rostos das raparigas — muitas delas crianças — enquanto as seleccionavam como carne no talho, para lhes servirem de escravas sexuais. As queimaduras de cigarro que lhes deixavam na pele, para as torturar. As violações sexuais, diárias. Foram semanas de cativeiro em que Nadia esteve sujeita a estas e outras humilhações. Tentou fugir uma primeira vez, mas foi recapturada. O castigo foi ser fechada numa sala, despida e violada em grupo, por vários homens, até desmaiar. Os membros do EI chamaram à prática “Jihad sexual”.
Algum tempo depois, Nadia tentou fugir uma segunda vez. O homem com quem tinha sido forçada a viver saiu de casa, para ir comprar roupa e maquilhagem para Nadia já que, como lhe disse, ele a tinha vendido a outro homem. A jovem aproveitou o momento: fugiu e bateu à porta dos vizinhos, habitantes de Mossul sem ligações ao Daesh. A família ajudou-a, escondendo-a em casa durante 17 dias e depois ajudando-a a fugir para se reunir com o irmão do outro lado da fronteira, em Kirkuk.
No dia seguinte, já num campo de refugiados, conheceu a jornalista da BBC Nafiseh Kohnavard, e deu-lhe uma entrevista, contando-lhe o horror a que tinha sido sujeita. Esse momento foi recordado pela jornalista esta sexta-feira, pouco depois do anúncio da atribuição do Nobel: “Conheci Nadia Murad um dia depois de ela ter conseguido fugir de Mosul. Disse-lhe que podíamos fazer a entrevista mantendo-a anónima, mas ela recusou. ‘Não, deixem que o mundo veja o que nos aconteceu’, disse ela. Agora, é galardoada com o Nobel da Paz.”
Do campo de refugiados, Nadia conseguiu chegar à Alemanha, através de um programa de asilo para Yazidis. Desde então, tornou-se porta-voz da minoria religiosa, dando discurso atrás de discurso e entrevista atrás de entrevista, recontando tudo a que foi sujeita, sempre de rosto descoberto — uma atitude “de grande coragem” para o Comité de Oslo, já que provou que Nadia sempre se recusou “a aceitar os códigos sociais que exigem às mulheres que fiquem em silêncio e envergonhadas pelos abusos a que foram sujeitas”. “É claro que não estou confortável quando falo destas coisas”, admitiu a própria numa entrevista no ano passado, ao Christian Science Monitor.
Não estou feliz por ter de falar todos os dias em frente às câmaras e ter jornalistas a perguntarem-me sobre como fui violada. A violação no Médio Oriente é uma coisa que traz muita vergonha. Penso nisto à noite, em tudo o que disse e em como me senti.”
É o preço que Nadia decidiu pagar ao tornar-se porta-voz das denúncias do massacre religioso a que os Yazidis foram sujeitos. Na sua comunidade, é vista como uma estrela: “Adoro-a tanto, espero que ela um dia se torne Presidente do Iraque”, declarou, por exemplo, um deslocado Yazidi à Economist, num campo de refugiados, em março do ano passado.
O terror pelo qual Nadia teve de passar, contudo, pesa-lhe sobre os ombros, como uma assombração. “Sinto que cada parte de mim mudou nas mãos deles: cada meada de cabelo na minha cabeça, cada parte do meu sangue, ficaram velhos. Fiquei gasta graças ao que eles me fizeram e agora sou completamente diferente do que era”, partilhou numa entrevista à Vice, em 2016. Talvez por isso, questionada sobre a possibilidade de vir a receber o Prémio Nobel da Paz — já nesse ano corria o rumor de que poderia estar na short-list —, Nadia foi absolutamente sincera: “Sei que para muita gente, ser nomeada para o Nobel da Paz seria uma coisa muito boa. E é claro que ajudaria a minha causa, a de conseguir libertar aqueles que ainda estão em cativeiro”, reconheceu. “Mas mesmo que eu eu receba o Nobel, recebê-lo-ei com o coração partido.” Por ela, por todos os Yazidis e por todas as mulheres violadas, violentadas e humilhadas, usadas como peões nas guerras dos homens.





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