segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Os rótulos da nossa presunção



Uma crónica de Helena Matos que é uma perfeita alegoria bem satírica destes nossos tempos de construção de palavras e mitos que facilitam a rápida adesão dos povos incultos às correntes de opinião impostos pela esquerda ainda mais inculta mas vibrátil na busca de motivos que linchem os cidadãos segundo a sua cartilha ideológica sectária, com base em slogans de uma falsa bondade e de uma liberdade sem travão, pondo, por contraste, rótulos da sua agressividade segundo esses dados do seu saber único de defensores dos oprimidos. Nunca esqueço o meu velho Peugeot, que o meu marido me enviou de Moçambique, onde ficou ainda alguns meses após a nossa vinda, precipitada por necessidades de organização das vidas escolares dos filhos mais velhos, Peugeot que tinha naturalmente o seu volante à direita, e que bastas vezes foi responsável pelo apodo de “fascista” que me era dirigido por algum motorista ferrenho, a ultrapassar-me, mandando-me de regresso ao sítio dessas “raças humildes e pretas” da minha exploração colonialista. Troquei de carro assim que pude, não tão cedo como o meu pacifismo obscuro mo pedia, mas o exemplo, embora já bem antigo, serve para corroborar a argumentação de Helena Matos no seu texto magnífico, ao qual aporei comentários que são igualmente elucidativos sobre os novos tempos.
A crónica de João Miguel Tavares, sobre um desses rótulos, aplicado a um talvez próximo exemplo de fascista a abater, servirá como complemento enriquecedor:
O fascistómetro da Fascislândia /premium
·         HELENA MATOS
OBSERVADOR, 6/10/2018
Nas redacções e na cabeça de cada um estão instalados os fascistómetros, uns preciosos aparelhos que permitem a cada um saber o que tem de dizer para não ser acusado de fazer parte da Fascislândia
Fascilândia. Terra na qual estamos sempre em risco de nos tornar, caso não façamos o que a esquerda e a extrema-esquerda determinam.
Fascistómetro. Aparelho essencial para se sobreviver sem se ser mediaticamente linchado e acusado de fazer parte da Fascilândia. O fascistómetro detecta não só quais os assuntos que se podem abordar mas também em que perspectiva. Por exemplo, uma mulher que acuse um homem, de preferência conservador, branco e cristão de ter tentado violá-la numa festa universitária há trinta anos é uma heroína. Já se a mesma mulher não aceitar com muita sociologia ser assaltada e agredida num comboio suburbano estamos a cair no chamado caso de populismo. Se em cima disso ela identificar o agressor como proveniente de África ou do Médio Oriente então ela torna-se um exemplar odioso da Fascislândia.
Em boa parte das redacções estão instalados sofisticadíssimos e potentes fascistómetros e portanto as notícias que se entende poderem favorecer a Fascislândia ou não se publicam ou tornam-se num quebra-cabeças grotesco. Por exemplo, se lermos as notícias sobre as manifestações de Chemnitz na Alemanha não percebemos nada: nos títulos invariavelmente referem  desfiles anti-imigração protagonizados pela extrema-direita. No corpo das notícias constata-se que estas manifestações tiveram origem na agressão levada a cabo por um afegão e um sírio contra um alemão de origem cubana. Omitiram portanto os jornalistas, certamente porque os fascistómetros lho indicaram, que o agredido era também imigrante. Logo definir as manifestações como anti-imigração é um exercício de má fé ou de absurdo, o que no caso europeu vai dar ao mesmo.
Gerador de sinónimos. Ferramenta indispensável a qualquer fascistómetro, o gerador de sinónimos de imediato passa expressões inconvenientes a slogan motivacional. Por exemplo, “mais impostos” traduz-se por combate às desigualdades; aprovação de legislação autoritária por protecção a …. (preencher a gosto); dirigismo político da justiça e da ciência por combate ao preconceito; mau desempenho da escola pública por escola inclusiva e promotora do sucesso…
O fascista de turno. Existe sempre um fascista de turno. Aliás boa parte do que se designa como actividade política são apenas declarações contra o fascista de turno. Agora temos o Bolsonaro que é fascista. Antes do fascista Bolsonaro era Trump o fascista de turno. E antes do Trump havia a senhora Merkel, que ocupou durante algum tempo o lugar deixado vago pelo fascista Bush. Note-se que o Sarkozy também já foi fascista. O Berlusconi transbordava fascismo! E o austríaco Haider recordam-se? Quem não se lembra das discussões genesíacas sobre se Guterres lhe apertava ou não a mão?
A sucessão de fascistas corre a tal velocidade que tem acontecido o fascista de ontem tornar-se no homem de Estado de hoje, para tal basta-lhe dizer algo que seja entendido como uma crítica ao seu sucessor no turno do fascista. Foi deste modo que, por exemplo, o senador McCain passou de candidato fascista em 2008 a político notável em 2018. Ou seja, em 2008 o senador McCain era avaliado em função da sua candidatura contra Obama já em 2017 e 2018 o que contava era o seu posicionamento contra Trump. O que leva a que alguém seja definido como fascista raramente é a sua relação com o fascismo mas sim com a esquerda e a extrema-esquerda. Esta avaliação em função da perspectiva e não dos actos leva a situações inexplicáveis para quem não conhece o processo de produção de fascistas de turno e o funcionamento dos fascistómetros. Por exemplo, o ex-presidente Obama ocupa o top da bondade nos fascistómetros europeus apesar de durante os seus mandatos vários líderes europeus terem sido colocados sob escuta por agências norte-americanas. Contraditório? De modo algum: o fascistómetro não trata da realidade mas sim da narrativa que sobre ela é produzida.
A luta contra a Fascislândia. Porque, seja protagonizada por quem for, o que conta é a luta. Não pode haver um dia ou uma hora sem luta. As sociedades não podem ter o direito à tranquilidade. Mal uma luta acaba outra tem de começar. As causas mais destrambelhadas, insanas e contraditórias são aceites (Que saudades de ver e ouvir o nosso primeiro-ministro Vasco Gonçalves, nascido em berço de ouro e transformado, por falta de melhor figura, em filho adoptivo do MFA, arengando que os operários até preferiam dar vivas às comissões de moradores em vez de comprarem um frigorífico!)  Os propósitos mais injustos tolerados. As reivindicações mais inacreditáveis satisfeitas (recomendo que se leia sobre o apoio público das autoridades de Berlim à pornografia feita por mulheres ou que seja considerada feminista.) Levantar a mínima objecção a este chorrilho de inanidades leva a ser-se definido como de extrema-direita. Claro que há quem pense que compra tempo e sossego dando o seu apoio à luta de hoje por mais grotesca que se apresente. Esta anomia de quem devia defender os valores fundamentais da sociedade que somos (ou fomos) face ao ritmo trepidante a que os activistas da luta submetem as sociedades levou ao desaparecimento do centro.
A etnopolítica. Inicialmente a luta contra a Fascislândia era feita pelo povo trabalhador, em particular pela classe operária. Pertencer à classe operária dava automaticamente direito a um estatuto de superioridade moral mesmo quando os actos pareciam questionáveis: um camponês esfaqueava o patrão? A culpa era do patrão mesmo que morto. Um metalúrgico, mal tinha entrado numa metalurgia, tornava-se líder político mas ninguém debatia com ele a sério porque não se podia mostrar como o metalúrgico era ignorante…
Todo este universo da luta contra a Fascislândia tinha o seu ideolecto: era o ódio de classe, os inimigos de classe, os traidores de classe, os vícios de classe, os capitalistas, os exploradores, os renegadosNo caso das classes marcadas pelo pecado original de não serem populares, apenas alguns conseguiam escapar a esse destino-aleijão: Álvaro Cunhal, por exemplo, tornou-se “filho adoptivo do proletariado português”.
Agora o proletariado já não adopta ninguém, a luta deixou as fábricas (que só poluem) e a terra que seria de quem a trabalhasse está transformada no local onde os “disneyactivistas” legislam em prol da criminalização do presunto e da instituição da sua utopia dos porquinhos falantes e dos perús animais de companhia.
Os teóricos da luta de classes trocaram o materialismo dialéctico pela técnica do confessionário dos reality shows: o que conta é a vida privada, o quem dorme com quem, o que se disse ou fez há trinta anos… Já o socialismo científico foi substituído pela etno-política (tão cientifica agora quanto o socialismo o foi no passado): temos os negros, os homossexuais, os transgender, as mulheres… que é suposto cumprirem o seu destino político votando contra quem os fascistómetros locais indicam, da mesma forma que nos anos 70 do século passado se esperava que os operários dessem vivas a Marx, Engels e Lenine.
PS. O presidente da Interpol terá sido preso. Para quem não tenha percebido bem o que está em causa explico melhor: Meng Hongwe, presidente da Organização Internacional de Polícia Criminal começou por desaparecer após ter partido para uma viagem à China, a 29 de Setembro. Depois surgiram notícias que o dão  preso pelas autoridades chinesas. O desaparecimento de um polícia é grave. O desaparecimento do director da Interpol, seja porque razão tenha sido, é um facto gravíssimo. O silêncio sobre o seu desaparecimento vai manter-se até quando? E é um sinal de quê?
COMENTÁRIOS:
José Pereira: Excelente artigo! As massas são manipuladas como carneiros, para a re-formatação de uma nova (velha?) ordem mundial de acesso ao poder (esquerdas a falar em nome do povo). Mas assim era fácil demais. Essa acção está a ter uma contra-reacção natural e espontânea das classes médias que já não caem na esparrela de quem montou este circo e não querem continuar a serem os palhaços que bancam a festa... como toda a contra-reacção espontânea, será de natureza radicalmente oposta: daí aparecem os bolsoneros e os trumps. No final, até estes dois opostos se anularem, perderemos todos. Mas as geringonças não se vão safar. Afinal as massas não são assim tão estupidas! Será essa a conclusão dos historiadores quando estudarem as duas primeiras décadas deste século.
Joaquim Moreira: Esta crónica de Helena Matos revela e confirma a força desta União da Força Bruta, de que falava também Alberto Gonçalves na sua crónica de ontem. Na verdade nesta Fascislândia, com ou sem fascitómetros, a massa bruta de inteligentes e seus descendentes já nem pensa. Limitam-se a fazer parte desta União de cartilhas de Esquerda e de Extrema Esquerda, liderada por Pensadores da Escola Comum, dos velhos camaradas Trotsky, Marx e Mao, em pleno século XXI. Daí que, "para conseguires pensar por ti próprio tens de correr o risco  de ser ofensivo", diz Jordan B. Peterson nas suas "12 Regras para a vida". E digo eu, agradecendo a Helena Matos a coragem de dar combate a esta União da Força Bruta, "correndo o risco de ser ofensiva".
Maria Alva:    Excelente análise que identifica, sem quaisquer dúvidas, um dos motivos do esvaziamento do centro: a propensão dos políticos do centro (centro-direita e centro-esquerda) "para comprar tempo e sossego dando o seu apoio à luta de hoje por mais grotesca que se apresente". Nem mais. A submissão de políticos fracos à tirania dos activistas (da rua e das redes sociais), sempre a pensar como ganhar a próxima eleição sem despertar muitos anticorpos, está a afundar o Centro.  Até prá semana HM.
Eurico Monteiro: D.ª Helena Matos: Serei incansável em lhe dar os parabéns pelos seus artigos. Em primeiro lugar, são destemidos. Depois, são profundos: lógica, coerência e contundentes. Não se trata de mera filosofia aérea, sem objetivo. O seu raciocínio límpido atinge o inimigo. Direi melhor o Inimigo com letra maiúscula, pois não se trata de um inimigo pequeno, mas o Inimigo do género humano. Pensará alguém que estou a exagerar?
A senhora usou como jornalista um termo para designar o comportamento de certo jornalismo atual: anomia. Fui ver ao dicionário Houaiss: "estado da sociedade em que desaparecem os padrões normativos de conduta e de crença, e o indivíduo, em conflito íntimo, encontra dificuldade para conformar-se às contraditórias exigências das normas sociais".
Vamos analisar: é um estado da sociedade. Não só da lusa, mas da brasileira, da inglesa, da alemã, da norte-americana et al. A senhora mostra essa premissa com exemplo mundiais, nacionais etc.
Padrões normativos de conduta e de crença desaparecem. Desaparecem de tal modo que o que ontem era um comportamento admitido como razoável num sentido. Meses ou anos depois,  é assumido como o contrário. Um sujeito era bem visto, um herói. Torna-se, pouco depois, um bandido a ser abatido.
Qual o motivo? O sujeito passou de um comportamento bem visto pela mass media ou midia para um comportamento mal visto por ela, pela midia. Ou vice versa. Essa metodologia se aplica a um indivíduo, a um grupo pequeno, a uma região, a uma nação. É uma metodologia cujo método é louvar quem está sempre de acordo com a mídia. Certo jornalismo induz ou é induzido por políticos, artistas, comentaristas, enfim, é uma cabala que aponta as normas do bullying , do mal visto para quem quer no momento denegrir, atingir, maltratar ou até derrubar de vez. E ai de quem fugir da moda da norma: é pior do que fugir de um dogma da religião católica. Não tem remissão, não tem perdão. Está condenado ou condenada.
Há um marco histórico, no qual a senhora poderá encontrar a fonte mais próxima de essa mudança de regras contraditórias: a Revolução da Sorbonne. Com os seus mais de 68 slogans, há 40 anos (leia-as aqui http://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL463636-15530,00-CONHECA+DAS+FRASES+MAIS+MARCANTES+DE+MAIO+DE.html) , pôs o mundo de pernas para o ar. Era apenas uma revolução estudantil disseram os inocentes úteis que fazem parte do colectivo idiota, que apenas que viver a vidinha miúda de todos os dias. Foi a mudança de paradigmas que, hoje, o mundo inteiro carneirosamente assume porque, pela goela abaixo, a mídia, as políticos afinados com as ideologias da Escola de Frankfurt: gramsciana, na sua quase totalidade. Em Frankfurt nasceu, em Paris foi posta em prática, depois que o comunismo caminhava para o seu fim. 
Na Igreja Católica, o Concílio Vaticano II foi, por seu lado, o desfazedor das normas milenares do Magistério, instituídas pelo próprio Cristo, quando se encarnou e nos veio redimir, colaborou para essa anomia dentro dos arraiais sacrossantos da verdadeira civilização já torpedeada pelo protestantismo, Revolução francesa e Comunismo. E hoje há quem goela abaixo queira que os católicos bons sejam mais vistos, porque não aceitam o modernismo das normas mudadas (o homossexualismo, a pedofilia, o gaysismo deve ser pacificamente aceito).
Hoje, o Poder, com "P", está em organizações pagas por aqueles que querem estabelecer a Nova Ordem Mundial preconizada pela escola de Frankfurt.
Gosto imenso de ser seus artigos, porque a senhora consegue esculpir o Inimigo com conceitos precisos saídos do seu raciocínio claro, pouco poluído e nada subserviente a esse jornalismo de esquerda tão operoso, medroso e escravo de seus patrões da Mídia Mundial. Parabéns. Continue a escrever. Deus a abençoará sempre. Creia-me.
II - OPINIÃO
Bolsonaro: um fascista é um fascista
Entre um fascista impoluto e um democrata corrupto, eu escolho o democrata corrupto.
JOÃO MIGUEL TAVARES
PÚBLICO, 6 de Outubro de 2018
Jair Bolsonaro tem uma grande vantagem para as pessoas que, como eu, já não aguentam ouvir tanta má utilização da palavra fascista. A esquerda diz: “Marine Le Pen é fascista.” E a gente esforça-se por explicar que Le Pen é deplorável e infrequentável, mas não é fascista. A esquerda diz: “Donald Trump é fascista.” E a gente lá tem de explicar que Trump é uma vergonha ambulante com claros tiques autocráticos, mas que não, não é fascista. A esquerda diz: “Jair Bolsonaro é fascista.” E aí, finalmente, temos o privilégio de poder concordar: Bolsonaro é efectivamente fascista. Era bom que a direita admitisse isso, também para ter a autoridade moral para clarificar aqueles que não o são. Jair Bolsonaro é tão fascista quanto um fascista consegue ser fascista num país democrático. E como é possível que venha a ganhar a presidência do Brasil, convém ter isso bem claro na cabeça.
A dificuldade que alguma direita tem em admitir esta evidência preocupa-me. A razão da cegueira voluntária é simples, e partilhada por muitos brasileiros: como a esquerda PT é a mais clara encarnação de um sistema profundamente corrupto e a eleição de Fernando Haddad pode significar o indulto para Lula, prefere dar-se a Bolsonaro o tratamento trumpiano, ou seja, aplicar um desconto generoso às barbaridades que o homem diz, à espera que sejam apenas figuras de estilo. Só que o Brasil não é os Estados Unidos da América – no Brasil, convém não arriscar. Bolsonaro pode perfeitamente ter a tentação de levar a sério o seu amor pela ditadura militar, esse tempo saudoso em que, nas suas palavras, havia “respeito, segurança, ordem pública” e as autoridades “não enriqueciam” à custa do povo.
Outra razão para afirmar que Bolsonaro não é fascista: o seu programa económico. Paulo Guedes, que é apontado como o futuro líder das Finanças de um governo seu, tem um discurso de privatização radical da economia brasileira, de forma a conseguir uma diminuição significativa do peso da dívida, associado a uma simplificação tributária drástica, de preferência com um único imposto federal. Isto, de facto, não é fascismo, mas neoliberalismo – só que os Chicago Boys já mostraram a compatibilidade entre uma coisa e outra no Chile de Pinochet, nos anos 70 e 80. 
É sempre possível adoptar a distinção que o colunista brasileiro Rogério Maestri estabelece entre “comportamento fascista” (que Bolsonaro terá) e “ideologia fascista” (que ele não tem). Mas, para o caso, parece-me pouco relevante. Tal como Maestri, prefiro apelidar Bolsonaro de burro esperto. Esperto, porque percebeu que o seu discurso sobre a moral e a segurança tinha tudo para entrar como faca em manteiga no actual eleitorado brasileiro. Burro, porque fora dessa conversa dos valores tradicionais da família, da necessidade de ordem e do combate à corrupção, Bolsonaro não tem a menor ideia sobre coisa nenhuma.  
Votar num burro esperto (e perigoso), que quer aumentar o número de juízes no Supremo de 11 para 21 para poder nomear a maioria, não é uma opção aceitável. Bolsonaro parece fascista, cheira a fascista e fala como um fascista. Defende a violência do Estado, a pena de morte e a tortura; maltrata grupos sociais vulneráveis (homossexuais, negros, índios); e tem um discurso de coesão nacional racista e paranóico. Olhar para isto e dizer, com os dedos cruzados, “é só pose”, parece-me uma jogada estupidamente arriscada. Entre um fascista impoluto e um democrata corrupto, eu escolho o democrata corrupto.

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