De um velho teste de francês
para o 11º ano, de Junho 1988, que encontro nas arrumações de verão, extraio um poema de George Moustaki, que traduzo,
depois de o ter ouvido no Youtube. As perguntas do teste visavam uma
justificação do tema ecológico, quer através dos tempos verbais, quer das
interrogativas finais alertantes para a problemática da destruição da natureza,
transparente no texto, de uma actualidade cada vez mais perversa. Daí a
tradução, tentando deturpar o menos possível o sentido da mensagem, o que não é
verdadeiro na traição à sua letra e ao seu ritmo:
É uma
canção para os meninos,
Que
nascem e vivem por entre o aço
E o
betume, entre o betão e o asfalto
E que
talvez jamais saberão
Que a
Terra era um jardim…
Era
um jardim que se chamava Terra
Que
brilhava ao sol como um fruto proibido
Não,
não era o paraíso nem o inferno
Nem
nada jamais visto ou ouvido
Era
um jardim, uma casa, umas árvores
Com
um leito de musgo para se fazer amor
E um
pequeno riacho rolando sem ondas
Vinha
refrescá-lo e prosseguia o seu caminho
Era
um jardim grande como um vale
Podia
alimentar-nos em todas as estações
Sobre
a terra escaldante ou sobre o prado frio
E
descobrir flores que não tinham nome
Era
um jardim que se chamava a Terra
Bastante
grande para milhares de meninos,
Fora
habitado pelos nossos bisavós
Que o
receberam dos seus próprios avós.
Onde
está ele, o jardim onde poderíamos ter nascido
Onde
poderíamos ter vivido descuidados e nus,
Onde
está a casa com todas as portas abertas
Que
procuro sempre e não encontro nunca?
Paroles et
musique: GEORGE MOUSTAKI
Chanté par: GEORGE
MOUSTAKI
NOTÍCIAS RECENTES POR CÁ E POR LÁ:
Peixes mortos em "quantidade
significativa" em praias de Alcochete
Além dos peixes mortos, têm surgido "espumas muito pouco
habituais" nas praias do concelho.
, 11
de Julho de 2018
Tem havido vários casos de
poluição no Tejo nos últimos anos. Uma
"quantidade significativa" de peixes mortos apareceu nas praias dos
Moinhos e do Samouco, em Alcochete, no distrito de Setúbal, o que acontece pela
segunda vez este ano, informou à Lusa o município.
"Apareceram peixes mortos em
quantidade muito significativa na praia dos Moinhos, em Alcochete, e em menor
quantidade na praia do Samouco", explicou à Lusa o presidente da
autarquia, Fernando Pinto.
Além
dos peixes mortos, Fernando Pinto destacou o surgimento de "espumas muito
pouco habituais" nas praias do concelho.
Apesar
de ainda não estarem apuradas as causas, o presidente afirmou que, "de
acordo com testemunhos não oficiais", pode atribuir-se a uma alegada
"descarga a norte do rio Tejo".
Para
apurar as causas desta mortandade dos peixes, a autarquia alertou o Serviço de
Protecção da Natureza e do Ambiente da GNR, o Instituto da Conservação da
Natureza e das Florestas e a Agência Portuguesa do Ambiente.
Fernando
Pinto sublinhou que estuário do Tejo está em fase de recuperação, pelo que este
tipo de tipo de acontecimentos "são sempre motivo de preocupação".
A
poluição do Tejo tem sido este ano alvo de várias denúncias por parte de
associações ambientalistas, que criticam as descargas de diferentes unidades
industriais.
O
Governo aprovou este mês, em Conselho de Ministros, o Plano de Acção Tejo
Limpo, para aprofundar o conhecimento da situação real da bacia hidrográfica do
rio de forma a evitar episódios de poluição no futuro.
O
ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, explicou que o plano, que
representa um investimento de 2,5 milhões de euros, é a terceira fase de um
plano que tem vindo a ser levado a cabo desde o início do ano, depois do
"fenómeno agudo de poluição" registado em 24 de Janeiro no rio Tejo e
de "muitos outros que o antecederam".
De
acordo com o ministro, depois da primeira fase, que foi de "estancar e
resolver os problemas de poluição e passar novas licenças às entidades
potencialmente poluentes para garantir uma maior qualidade no tratamento dos
efluentes", inicia-se agora a terceira fase.
A
segunda fase, indicou, é aquela que "ainda está em curso, com a remoção
das lamas no Tejo em frente a Vila Velha de Ródão".
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