sábado, 14 de julho de 2018

“Il y avait un jardin”


De um velho teste de francês para o 11º ano, de Junho 1988, que encontro nas arrumações de verão, extraio um poema de George Moustaki, que traduzo, depois de o ter ouvido no Youtube. As perguntas do teste visavam uma justificação do tema ecológico, quer através dos tempos verbais, quer das interrogativas finais alertantes para a problemática da destruição da natureza, transparente no texto, de uma actualidade cada vez mais perversa. Daí a tradução, tentando deturpar o menos possível o sentido da mensagem, o que não é verdadeiro na traição à sua letra e ao seu ritmo:

É uma canção para os meninos,
Que nascem e vivem por entre o aço
E o betume, entre o betão e o asfalto
E que talvez jamais saberão
Que a Terra era um jardim…

Era um jardim que se chamava Terra
Que brilhava ao sol como um fruto proibido
Não, não era o paraíso nem o inferno
Nem nada jamais visto ou ouvido

Era um jardim, uma casa, umas árvores
Com um leito de musgo para se fazer amor
E um pequeno riacho rolando sem ondas
Vinha refrescá-lo e prosseguia o seu caminho

Era um jardim grande como um vale
Podia alimentar-nos em todas as estações
Sobre a terra escaldante ou sobre o prado frio
E descobrir flores que não tinham nome

Era um jardim que se chamava a Terra
Bastante grande para milhares de meninos,
Fora habitado pelos nossos bisavós
Que o receberam dos seus próprios avós.

Onde está ele, o jardim onde poderíamos ter nascido
Onde poderíamos ter vivido descuidados e nus,
Onde está a casa com todas as portas abertas
Que procuro sempre e não encontro nunca?
Paroles et musique: GEORGE MOUSTAKI
Chanté par: GEORGE MOUSTAKI

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Peixes mortos em "quantidade significativa" em praias de Alcochete
Além dos peixes mortos, têm surgido "espumas muito pouco habituais" nas praias do concelho.
, 11 de Julho de 2018
Tem havido vários casos de poluição no Tejo nos últimos anos. Uma "quantidade significativa" de peixes mortos apareceu nas praias dos Moinhos e do Samouco, em Alcochete, no distrito de Setúbal, o que acontece pela segunda vez este ano, informou à Lusa o município.
"Apareceram peixes mortos em quantidade muito significativa na praia dos Moinhos, em Alcochete, e em menor quantidade na praia do Samouco", explicou à Lusa o presidente da autarquia, Fernando Pinto. 
Além dos peixes mortos, Fernando Pinto destacou o surgimento de "espumas muito pouco habituais" nas praias do concelho.
Apesar de ainda não estarem apuradas as causas, o presidente afirmou que, "de acordo com testemunhos não oficiais", pode atribuir-se a uma alegada "descarga a norte do rio Tejo".
Para apurar as causas desta mortandade dos peixes, a autarquia alertou o Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da GNR, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e a Agência Portuguesa do Ambiente.
Fernando Pinto sublinhou que estuário do Tejo está em fase de recuperação, pelo que este tipo de tipo de acontecimentos "são sempre motivo de preocupação".
A poluição do Tejo tem sido este ano alvo de várias denúncias por parte de associações ambientalistas, que criticam as descargas de diferentes unidades industriais.
O Governo aprovou este mês, em Conselho de Ministros, o Plano de Acção Tejo Limpo, para aprofundar o conhecimento da situação real da bacia hidrográfica do rio de forma a evitar episódios de poluição no futuro.
O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, explicou que o plano, que representa um investimento de 2,5 milhões de euros, é a terceira fase de um plano que tem vindo a ser levado a cabo desde o início do ano, depois do "fenómeno agudo de poluição" registado em 24 de Janeiro no rio Tejo e de "muitos outros que o antecederam".
De acordo com o ministro, depois da primeira fase, que foi de "estancar e resolver os problemas de poluição e passar novas licenças às entidades potencialmente poluentes para garantir uma maior qualidade no tratamento dos efluentes", inicia-se agora a terceira fase.
A segunda fase, indicou, é aquela que "ainda está em curso, com a remoção das lamas no Tejo em frente a Vila Velha de Ródão".

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