É o assunto trazido à baila
pelo médico psiquiatra Pedro Afonso,
no artigo que segue - «TRANSGÉNERO - A
estratégia para acabar com os rapazes e as raparigas» - de 19/9 do OBSERVADOR – agudo porque nos fere a alma,
grave na monstruosidade da proposta repugnante, esdrúxulo porque é, no mínimo,
estapafúrdio, impunemente criminoso, numa sociedade que vai marchando precipitadamente
para o abismo da idiotia legalizada, sob a capa protectora de um governo
condescendente, por conveniência, com os apoiantes que lhe possibilitam o
mandato governativo, e junto dum povo desde sempre amestrado na subserviência e
na resignação, de que a esquerda se apoderou em ficção protectora, para, em
machadada final, lhe retirar o apoio de uma consciência moral cada vez mais
distante, porque convertida à centralidade do seu próprio umbigo, girando,
imbecilmente, apenas em torno de direitos próprios, segundo lhes fizeram sentir há
muito, desde os tempos da vila morena a compasso dos esquadrões da marcha vitoriosa.
Sublinho
algumas frases deste artigo de Pedro Afonso – agudo, grave, esdrúxulo
– que a apatia da nossa indiferença permite, talvez, fazer passar na
assembleia, os partidos apoiando as experiências políticas de gente de
prosápia, talvez sem “género” definido, passeando-se na vulgaridade da sua
deficiente formação moral de libertinagem mascarada de solidariedade:
A agenda política do Bloco é promover a
ambiguidade da identidade sexual e considerar normal aquilo que, na maioria dos
casos, é patológico, pelo que são muitos os perigos desta aberração legislativa.
A Assembleia da
República discute um projeto-lei do Bloco de Esquerda que permite a mudança de
sexo aos 16 anos e, no caso de os pais se oporem a esta ideia, possibilita que
os menores possam intentar judicialmente contra estes.
As consequências deste
conflito estão à vista. Nunca como hoje se baralhou e confundiu tanto a mente
de crianças e adolescentes.
É indispensável a leitura do
texto todo. Que Pedro Afonso esteja presente sempre, e outras vozes como a sua,
a pôr cobro à hediondez que a actual conjuntura política favorece.
Mudar de sexo, como se muda de pele na exuberância de tatuagens vistosas, como se converte a aparência por meio de piercings danosos, já os selvagens deformavam a boca e as orelhas com enfeites de autoflagelação arrepiante... Estamos na selva.
A estratégia para acabar com os rapazes e as raparigas
OBSERVADOR, 19/9/2017
A agenda política do Bloco
é promover a ambiguidade da identidade sexual e considerar normal aquilo que,
na maioria dos casos, é patológico, pelo que são muitos os perigos desta
aberração legislativa.
Já há muitos anos que tem
vindo a ser implementada em Portugal (e também noutros países) uma ideologia
que se designa por “ideologia do género”. Esta teoria assenta na
ideia radical de que os sexos masculinos e femininos não passam de uma
construção mental, cabendo à pessoa escolher a sua própria identidade de género
(já existem identificadas mais de 30!). Trata-se de um movimento cultural com
impacto na família, na política, na educação, na comunicação social e que
reclama a utilização de uma nova linguagem.
A Assembleia da
República discute um projeto-lei do Bloco de Esquerda que permite a mudança de
sexo aos 16 anos e, no caso de os pais se oporem a esta ideia, possibilita que
os menores possam intentar judicialmente contra estes. A agenda
política do BE é a seguinte: promover a ambiguidade da identidade sexual e
considerar normal aquilo que, na maioria dos casos, é patológico. Convém
alertar as pessoas para os perigos desta aberração legislativa, pois os
deputados não sabem de medicina, nem tão-pouco de psiquiatria. Os casos de
perturbação de identidade sexual (disforia de género) são complexos e levam por
vezes os jovens ao suicídio, pelo que este assunto deve ser tratado com uma enorme
prudência. Considerar que estes casos se resolvem com um pacote legislativo, é
uma visão simplista, redutora e perigosa deste problema.
A estratégia por detrás
desta mutação social, que agora se pretende implementar pela via legislativa, é
fazer crer que a ideologia de género é cientificamente correta. As
teses desta ideologia são apresentadas como um dado científico consensual e
indiscutível, mas isto é absolutamente falso. A natureza tem regras,
cabe à ciência compreendê-las e descodificá-las. Portanto, compete à ciência
elaborar as teorias que ajudem a desvendar a realidade e não o contrário, como
acontece na ideologia do género: elaborou-se uma teoria e para a validar
procura-se alterar a realidade.
As consequências deste
conflito estão à vista. Nunca como hoje se baralhou e confundiu tanto a mente
de crianças e adolescentes. E isto não tem nada a ver com liberdade, mas com
uma doutrinação promovida por alguns partidos que se apoderaram ideologicamente
do Estado e que desejam proceder à reeducação das massas. Neste
contexto, esta proposta legislativa não poderia ser mais tirânica: os pais são
expulsos do processo educativo, os psiquiatras e psicólogos são totalmente
desvalorizados, sendo-lhes retiradas competências, e os menores passam a ser
“propriedade” do Estado que, no plano educativo e legislativo, lhes impõe um
novo sistema de valores baseado na ideologia do género.
É espantoso assistir-se
a uma indolência perante uma ideologia que se entranhou na sociedade como se
fosse um dogma de fé. Mas esta ideologia não exprime a verdade da pessoa
humana. Trata-se afinal de uma aventura ideológica, inspirada pelo
desejo do Homem controlar a natureza; neste caso, o Homem decidiu declarar
guerra à natureza.
Na identidade sexual não
é sensato defender a supremacia absoluta da dimensão biológica sobre a dimensão
psicológica/sociocultural. O ideal é que haja uma harmonia entre ambas, não
sendo ético provocar desordens psicopatológicas artificiais, através da difusão
de uma ideologia radical destinada a criar um “homem novo”. Considero
uma irresponsabilidade que Estado fomente, seja de que forma for, a ambiguidade
da identidade sexual dos adolescentes, deixando-os ficar entregues a si
próprios, através de um projeto-lei leviano e irresponsável.
Como psiquiatra oponho-me
a esta iniciativa legislativa do Bloco de Esquerda, pois ela não respeita a
ciência médica. Não podemos permitir que os adolescentes sejam objeto de
experiências de engenharia social. É necessário criar condições para que as
crianças e os adolescentes possam crescer livres e mentalmente saudáveis,
respeitando o direito que os pais têm de dar a formação moral que considerarem
melhor para os seus filhos.
Os casos de disforia
do género devem ser referenciados para a psiquiatria, de modo a serem
acompanhados pelos vários profissionais de saúde competentes, pois as doenças
não se tratam por decreto-lei. Além disso, a história
ensina-nos que sempre que a medicina se subjugou à ideologia, os resultados
foram desastrosos para a humanidade.
Médico Psiquiatra
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