Um mundo de “croa croa”, este nosso mundo português.
Há outros mundos – de “ceux qui donnent des canons aux enfants », de “ceux qui donnent des enfants aux canons”, segundo Prévert em « Paroles »… Mundos de sismos, de braços estendidos para as esmolas provindas dos mundos civilizados ou espectacularmente ou sinceramente compassivos, esmolas para lhes matar a fome ou para os fazer morrer na disputa do alimento para a sua fome, mundos onde a Terra revolta – ou sequer revoltada – traz os tornados, os terramotos, os maremotos, as avalanches que tudo arrasam e engolem. E há o mundo da magia, criado pelo homem, o mundo da civilização, do bem-estar. Do trabalho. Por causa do trabalho.
Também temos os nossos tornados. Vivemos em tornados de fúria – de acusações, de discussões, de brados mútuos, de tribunais televisivos, de gente com frio e fome, de gente sem trabalho e que quer e precisa de trabalhar, de gente que se adapta ao subsídio e não luta por trabalho...
E a TV mergulha fundo nos tornados do nosso “croa croa”, com gente entrevistada, exaltada, atacando, defendendo, contra-atacando, argumentando cinicando...
Medina Carreira é dos que ataca fundo. E sempre em fúria. Sem elegância. Com desprezo por tudo e todos. Mas sobretudo pelos governantes que asneiam, nas suas políticas económicas, educativas, judiciárias, sanitárias, e que estão a levar o país na avalanche da sua destruição.
Tem razão, terá razão. Ele próprio também fez parte de um desses governos de enxurrada, e sabe muitas coisas, muitos segredos sobre a incapacidade de conserto que só os de fora poderão fazer controlar, em exigências de chantagem credora.
Porque internamente não há quem controle. A ninguém reconhece competência, não ressalva ninguém deste povo que ele prevê cada vez mais embrutecido e incompetente, porque cada vez mais educado na desordem, no desequilíbrio, na deseducação, na indisciplina, na calaceirice.
A ninguém reconhece competência. E generaliza.
Enfim, não é totalmente verdadeiro isto. Há alguém a quem a reconhece: Victor Constâncio, que faz muito bem em se pôr a cavar, pois não está para aturar “esta gente”.
Foi aqui que verdadeiramente me senti ofendida. Já o estava quando falou dos professores que não prestam – tive, ao longo da vida, a possibilidade de constatar inúmeras competências docentes - nada prestando, ninguém prestando. Irritada pela forma atrabiliária do seu discurso deselegante, ofensivo, desdenhoso, rebaixante, sem ter em conta, apesar de tudo, tanto do esforço da nação e dos governantes para modernizar e desenvolver o país, embora com dinheiro alheio e desbaratando muito.
Mas ao puxar o exemplo de Victor Constâncio, indiferente ao facto de este ser também uma das causas da ruína nacional, não só graças aos vencimentos das suas exigências, ultrajantes da pequenez nacional, como na deficiência do seu trabalho de regulamentação e verificação das contas dos vários Bancos nos seus casos recentes de falcatrua, ao considerar que Constâncio fez muito bem em se pôr a milhas - não para não ter que aturar “esta gente” mas para não prestar contas à mesma – deixei de acreditar nas suas boas intenções quando acusa.
Talvez Medina Carreira seja amigo de Constâncio e por isso o defende. O único a quem defende, por entre os dez milhões de almas nacionais. Não sei se se inclui, creio que sim.
Mas pareceu-me pouco sensato o seu discurso de mero ataque, de puro exibicionismo vaidoso, no estendal das suas aparências de preocupação pelo tornado em que vamos todos girando sem tréguas.
Há outros mundos – de “ceux qui donnent des canons aux enfants », de “ceux qui donnent des enfants aux canons”, segundo Prévert em « Paroles »… Mundos de sismos, de braços estendidos para as esmolas provindas dos mundos civilizados ou espectacularmente ou sinceramente compassivos, esmolas para lhes matar a fome ou para os fazer morrer na disputa do alimento para a sua fome, mundos onde a Terra revolta – ou sequer revoltada – traz os tornados, os terramotos, os maremotos, as avalanches que tudo arrasam e engolem. E há o mundo da magia, criado pelo homem, o mundo da civilização, do bem-estar. Do trabalho. Por causa do trabalho.
Também temos os nossos tornados. Vivemos em tornados de fúria – de acusações, de discussões, de brados mútuos, de tribunais televisivos, de gente com frio e fome, de gente sem trabalho e que quer e precisa de trabalhar, de gente que se adapta ao subsídio e não luta por trabalho...
E a TV mergulha fundo nos tornados do nosso “croa croa”, com gente entrevistada, exaltada, atacando, defendendo, contra-atacando, argumentando cinicando...
Medina Carreira é dos que ataca fundo. E sempre em fúria. Sem elegância. Com desprezo por tudo e todos. Mas sobretudo pelos governantes que asneiam, nas suas políticas económicas, educativas, judiciárias, sanitárias, e que estão a levar o país na avalanche da sua destruição.
Tem razão, terá razão. Ele próprio também fez parte de um desses governos de enxurrada, e sabe muitas coisas, muitos segredos sobre a incapacidade de conserto que só os de fora poderão fazer controlar, em exigências de chantagem credora.
Porque internamente não há quem controle. A ninguém reconhece competência, não ressalva ninguém deste povo que ele prevê cada vez mais embrutecido e incompetente, porque cada vez mais educado na desordem, no desequilíbrio, na deseducação, na indisciplina, na calaceirice.
A ninguém reconhece competência. E generaliza.
Enfim, não é totalmente verdadeiro isto. Há alguém a quem a reconhece: Victor Constâncio, que faz muito bem em se pôr a cavar, pois não está para aturar “esta gente”.
Foi aqui que verdadeiramente me senti ofendida. Já o estava quando falou dos professores que não prestam – tive, ao longo da vida, a possibilidade de constatar inúmeras competências docentes - nada prestando, ninguém prestando. Irritada pela forma atrabiliária do seu discurso deselegante, ofensivo, desdenhoso, rebaixante, sem ter em conta, apesar de tudo, tanto do esforço da nação e dos governantes para modernizar e desenvolver o país, embora com dinheiro alheio e desbaratando muito.
Mas ao puxar o exemplo de Victor Constâncio, indiferente ao facto de este ser também uma das causas da ruína nacional, não só graças aos vencimentos das suas exigências, ultrajantes da pequenez nacional, como na deficiência do seu trabalho de regulamentação e verificação das contas dos vários Bancos nos seus casos recentes de falcatrua, ao considerar que Constâncio fez muito bem em se pôr a milhas - não para não ter que aturar “esta gente” mas para não prestar contas à mesma – deixei de acreditar nas suas boas intenções quando acusa.
Talvez Medina Carreira seja amigo de Constâncio e por isso o defende. O único a quem defende, por entre os dez milhões de almas nacionais. Não sei se se inclui, creio que sim.
Mas pareceu-me pouco sensato o seu discurso de mero ataque, de puro exibicionismo vaidoso, no estendal das suas aparências de preocupação pelo tornado em que vamos todos girando sem tréguas.
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