Havia na velha República dos Galifões, em Coimbra, numa das paredes da sala de jantar, expressivo graffito constituído por enorme osso com uma capa pendurada à qual se agarravam, em ávidos jeitos furibundos, os sete cães do provérbio, entre os quais o lente com a sua borla e capelo, o senhorio, o merceeiro, entre os diversos seres encalacrantes dos estudantes mais ou menos boémios que nela residiam.
Nós somos, actualmente, uma República de Galifões. Vivemos emparedados, encalacrados, endividados, forcejando por prosseguir com mais ou menos qualidade, mais ou menos seriedade pelas vias possíveis ou que, em tempos, se julgaria impossíveis.
Não nos falta a capa – a bandeira nacional – por vezes rota das intempéries, como a dos estudantes, que era geralmente rota das praxes. Não nos falta o osso, com mais ou menos tutano, geralmente menos, mas de pontos estratégicos com mais. Tudo isso bem cobiçado. Por vários cobiçado.
E por isso o nosso viver é de boémia, desgastado por questiúnculas que se erguem a cada passo em torno do osso, em torno da capa, por rota que esteja. As questões forjam-se, com muito clamor, nos meios mediáticos, nos partidos políticos, no Parlamento, com um PR não indiferente, mas geralmente abstendo-se, para não criar mais ruptura, para não perder a tramontana...
Todos interessados no osso, e daí o alarido. Vêm os casos à baila, os velhos casos da nossa injustiça social, da nossa corrupção nacional, da aparente ou real falta de liberdade de opinião... Muito alarido para depor os actuais donos do osso, que mergulham na mesma onda de alarido conveniente. E assim vão defraudando expectativas do país que espera, espera o que não chega mais. Metidos ao barulho para protelar, para adiar, para distrair das questões reais.
O endividamento? O desemprego? Medidas para os resolver? Eles lá estão para resolver tudo isso. No secretismo. Que um Governo que se preze, em maioria ou em minoria, não tem que prestar contas. Sempre prometeram que os resolveriam.
Mas não parece ser verdade. Porque o endividamento aumenta a cada passo, e assim o desemprego, e a falta de criação de estruturas para desenvolver os negócios com o exterior e dar trabalho aos do interior...
Entretanto, façam-se reuniões para a união de uns e a desunião de todos. Ninguém está interessado verdadeiramente, na sua bandeira verde e vermelha. A não ser para mais a dilacerar. E todos colaboram – governo, partidos, os media, o povo que faz barulho e greves e muitas vezes sofre...
É preciso salvar a Democracia, não a Nação, na nossa República de Galifões.
Nós somos, actualmente, uma República de Galifões. Vivemos emparedados, encalacrados, endividados, forcejando por prosseguir com mais ou menos qualidade, mais ou menos seriedade pelas vias possíveis ou que, em tempos, se julgaria impossíveis.
Não nos falta a capa – a bandeira nacional – por vezes rota das intempéries, como a dos estudantes, que era geralmente rota das praxes. Não nos falta o osso, com mais ou menos tutano, geralmente menos, mas de pontos estratégicos com mais. Tudo isso bem cobiçado. Por vários cobiçado.
E por isso o nosso viver é de boémia, desgastado por questiúnculas que se erguem a cada passo em torno do osso, em torno da capa, por rota que esteja. As questões forjam-se, com muito clamor, nos meios mediáticos, nos partidos políticos, no Parlamento, com um PR não indiferente, mas geralmente abstendo-se, para não criar mais ruptura, para não perder a tramontana...
Todos interessados no osso, e daí o alarido. Vêm os casos à baila, os velhos casos da nossa injustiça social, da nossa corrupção nacional, da aparente ou real falta de liberdade de opinião... Muito alarido para depor os actuais donos do osso, que mergulham na mesma onda de alarido conveniente. E assim vão defraudando expectativas do país que espera, espera o que não chega mais. Metidos ao barulho para protelar, para adiar, para distrair das questões reais.
O endividamento? O desemprego? Medidas para os resolver? Eles lá estão para resolver tudo isso. No secretismo. Que um Governo que se preze, em maioria ou em minoria, não tem que prestar contas. Sempre prometeram que os resolveriam.
Mas não parece ser verdade. Porque o endividamento aumenta a cada passo, e assim o desemprego, e a falta de criação de estruturas para desenvolver os negócios com o exterior e dar trabalho aos do interior...
Entretanto, façam-se reuniões para a união de uns e a desunião de todos. Ninguém está interessado verdadeiramente, na sua bandeira verde e vermelha. A não ser para mais a dilacerar. E todos colaboram – governo, partidos, os media, o povo que faz barulho e greves e muitas vezes sofre...
É preciso salvar a Democracia, não a Nação, na nossa República de Galifões.
Um comentário:
Esse graffito continua a existir. Agora num dos quartos.
Postar um comentário