Desde sempre ouvi ou li sobre as lutas
entre o Paquistão e o Afeganistão, mas nem quis saber, era distante e confuso. Depois
apareceram os Talibans e assistimos a cenas de terror que noutros tempos
passavam distantes dos olhares comuns, por não haver televisão. Agora, sim,
todos fazemos parte activa nas tragédias e comédias, vivemos em democracia de
fraternidade e solidariedade, assistimos aos fogos e às cheias e aos degelos,
tomamos mais consciência do que acontece. E diremos como Álvaro de Campos,
mesmo que seja noutros contextos: «E,
mesmo que isso aconteça, isso acontece a tanta gente /Que nem vale a pena ter
pena da gente a quem isso acontece.» Mas aqui
estamos nós, revendo bocadinhos de noções na Internet benemérita, e receando
por novas hordas de gente em fuga, para uma Europa democrática e benemérita.
Afeganistão. PSD alerta para "momento
crítico" com avanço dos talibãs
O PSD alerta para "momento
crítico" no avanço das forças talibã, que já controlam nove capitais de
distrito no norte do Afeganistão, assegurando que "a situação no
Afeganistão está a agravar-se".
OBSERVADOR, 11 AGO
2021
Pedem ainda que o parlamento manifeste
preocupação face à fragilidade e instabilidade do Governo afegão e à falta de
controlo deste sobre grande parte do país
TIAGO PETINGA/LUSA
O PSD alertou esta quarta-feira para o “momento
crítico” que representa o avanço das forças talibã, que já controlam nove capitais
de distrito no norte do Afeganistão. O alerta consta de um voto de preocupação
esta quarta-feira apresentado pelo Grupo Parlamentar do PSD na Assembleia da
República, no qual os deputados recordam que “a situação de segurança no
Afeganistão está a agravar-se gradualmente“.
Como recorda o PSD, o secretário de
Estado norte-americano, Anthony
Blinken, anunciou em abril a retirada das tropas dos EUA até 11
de Setembro e os aliados da NATO tomaram decisão idêntica, “seguindo o
princípio ‘entrar juntos, sair juntos‘”.
Os talibãs lançaram uma grande
ofensiva contra as forças afegãs no início de maio, após o anúncio da retirada
final das forças internacionais, e controlam agora nove capitais de província
no Norte do país.
A
situação de segurança no Afeganistão está a agravar-se gradualmente e o número
de ataques contra as forças afegãs tem aumentado, bem como o número de
assassinatos selectivos de activistas, profissionais da comunicação social,
educadores, médicos, juízes e funcionários governamentais afegãos”, avisa o
grupo parlamentar do PSD no seu texto.
Para os deputados sociais-democratas, o
Afeganistão “encontra-se num momento crítico, atendendo à confluência da
frágil situação interna, da deterioração da situação de segurança, do impasse
nas conversações de paz intra-afegãs e da decisão de retirar as tropas dos EUA
e da NATO”.
No seu texto, os parlamentares sublinham
que esta retirada provoca “novas incertezas, mais instabilidade, um risco de
intensificação dos conflitos internos e um vazio que, na pior das hipóteses,
será preenchido pelos talibãs, que pretendem implementar o Emirado Islâmico do
Afeganistão”.
O partido considera essa possibilidade
“muito preocupante para o país e para a sustentabilidade das realizações e progressos
sociopolíticos dos últimos 20 anos”.
Lembrando que os talibãs governaram o Afeganistão entre 1996 e 2001, o PSD
alerta que nessa altura o regime impôs “punição feroz a quem ouvisse música,
não usasse barba ou mostrasse relutância no cumprimento de regras religiosas,
sendo que as mulheres e as crianças foram tratadas de forma desumana”.
Em consequência, avisam, “muitos afegãos,
em particular mulheres e crianças, procuram fugir do país e é já esperado um fluxo de fugitivos em direcção
à Turquia, já que o Paquistão se recusa receber mais refugiados
afegãos”.
A enviada especial da ONU para o
Afeganistão, Deborah Lyons, disse na sexta-feira que a guerra no
Afeganistão entrou numa “nova, mais mortífera e mais destrutiva fase”, com mais
de 1.000 civis mortos no último mês.
Lyons advertiu que o país se dirige para
uma “catástrofe” e apelou ao Conselho de Segurança para emitir uma “declaração
sem ambiguidade de que os ataques a cidades têm que parar agora”.
No dia 05, a União Europeia criticou
os últimos ataques perpetrados pelos talibãs e exigiu “um cessar-fogo urgente,
total e permanente”.
No seu voto de preocupação, os deputados
do PSD sugerem que a Assembleia da República condene os avanços das forças
rebeldes talibãs no Afeganistão e exorte os talibãs a cessarem imediatamente os
seus ataques contra civis e contra as forças nacionais e a respeitarem
plenamente o direito internacional humanitário.
Pedem ainda que o parlamento manifeste
preocupação face à fragilidade e instabilidade do Governo afegão e à falta de
controlo deste sobre grande parte do país, o que agrava o impacto da violência
na população civil.
NOTAS DA INTERNET:
1- Ataques de 11 de setembro de 2001
Origem:
Wikipédia, a enciclopédia livre.
Os ataques
ou atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 (às vezes, referido apenas
como 11 de Setembro) foram uma série de ataques suicidas contra os Estados
Unidos coordenados pela organização fundamentalista
islâmica al-Qaeda
em 11 de setembro de 2001. Na manhã daquele dia, dezanove terroristas
sequestraram
quatro aviões
comerciais de passageiros. Os sequestradores colidiram intencionalmente
dois dos aviões contra as Torres Gêmeas do complexo empresarial do World Trade Center, na cidade de Nova
Iorque, matando todos a bordo e muitas das pessoas que trabalhavam nos
edifícios. Ambos os prédios desmoronaram duas horas após os impactos,
destruindo edifícios vizinhos e causando vários outros danos. O terceiro avião
de passageiros colidiu contra o Pentágono,
a sede do Departamento de Defesa dos
Estados Unidos, no Condado de Arlington, Virgínia,
nos arredores de Washington, D.C.. O quarto avião caiu em um campo
aberto próximo de Shanksville, na Pensilvânia,
depois de alguns de seus passageiros e tripulantes terem tentado retomar o
controle da aeronave dos sequestradores, que a tinham reencaminhado na direcção
da capital norte-americana. Não houve sobreviventes em qualquer um dos voos.
Quase
três mil pessoas morreram durante os ataques, incluindo os 227 civis e os 19
sequestradores a bordo dos aviões. A
esmagadora maioria das vítimas eram civis, incluindo cidadãos de mais de 70
países. Além disso, há pelo menos um óbito secundário - uma pessoa foi descartada
da contagem por um médico legista, pois teria sido morto por uma doença
pulmonar devido à exposição à poeira do colapso do World Trade Center.
Os Estados
Unidos responderam aos ataques com o lançamento da Guerra
ao Terror: o país invadiu o Afeganistão para
derrubar o Taliban,
que abrigou os terroristas da al-Qaeda. Os Estados Unidos também aprovaram o USA
PATRIOT Act. Muitos outros países também reforçaram a sua legislação antiterrorismo
e ampliaram os poderes de aplicação da lei. Alguma sbolsas
de valores estadunidenses ficaram fechadas no resto da semana seguinte ao
ataque e registraram enormes prejuízos ao reabrir, especialmente nas indústrias
aérea e de seguro.
O desaparecimento de bilhões de dólares em escritórios destruídos causaram
sérios danos à economia de Lower
Manhattan, em Nova Iorque.
Os
danos no Pentágono foram reparados em um ano, e o Memorial do Pentágono foi construído ao lado do prédio. O processo de
reconstrução foi iniciado no local do World Trade Center. Em 2006, uma
nova torre de escritórios foi concluída no local, o World Trade Center 7. A torre One World Trade Center, construída no local,
é um dos arranha-céus mais
altos da América do Norte, com 541 metros de altura. Mais três edifícios
estão previstos para serem construídos no local das antigas Torres Gêmeas, além
de um memorial às vítimas dos
ataques já concluído. O Memorial Nacional do Voo 93 começou a
ser construído em 8 de novembro de 2009 e a primeira fase de construção foi
concluída no 10º aniversário dos atentados de 11 de setembro, em 2011.
2 - Invasão do Afeganistão pelos Estados Unidos
Origem:
Wikipédia, a enciclopédia livre.
A
invasão do Afeganistão pelos Estados Unidos ocorreu após os ataques
de 11 de setembro no final de 2001, apoiado por aliados próximos. O conflito também foi conhecido como guerra dos
Estados Unidos no Afeganistão. Os seus objetivos públicos eram desmantelar
a Al-Qaeda, e
negar-lhes uma base segura de operações no Afeganistão
removendo o Talibã
do poder. O Reino Unido foi um aliado fundamental dos Estados Unidos, oferecendo suporte
para a acção militar desde o início dos preparativos para a invasão. Em agosto
de 2003, a OTAN envolveu-se como
uma aliança, que assumiu o comando da Força Internacional de Assistência
à Segurança.
O presidente dos Estados Unidos George W. Bush
exigiu que o Taliban entregasse Osama
bin Laden e expulsasse a al-Qaeda, bin Laden já estava sendo procurado pela
ONU desde 1999. O Taliban se recusou a extraditá-lo, a menos que lhes fosse
dado o que eles consideravam provas convincentes do seu envolvimento nos
ataques de 11 de Setembro e ignoraram demandas para fechar bases terroristas e
entregar outros suspeitos de terrorismo além de bin Laden. O pedido foi
indeferido pelos Estados Unidos como uma manobra dilatória sem sentido e lançaram
a Operação Enduring Freedom em 7 de outubro
de 2001 com o Reino Unido. Os dois se juntaram posteriormente a outras forças,
incluindo a Aliança do Norte. Os Estados Unidos e seus aliados
expulsaram o Taliban do poder e construíram bases militares perto de grandes
cidades em todo o país. A maioria dos membros da al-Qaeda e do Taliban não
foram capturados, fugindo para o vizinho Paquistão
ou se retirando para regiões montanhosas rurais ou remotas.
Em
dezembro de 2001, o Conselho de Segurança das Nações Unidas criou a
Força Internacional de Assistência à Segurança (ISAF), para supervisionar
as operações militares no país e treinar a Força de Segurança Nacional Afegã.
Na Conferência de Bonn, em
dezembro de 2001, Hamid Karzai foi escolhido para chefiar a Autoridade Interina Afegã, que depois de
uma loya jirga de 2002 em Cabul
tornou-se a Administração Transitória do Afeganistão. Nas eleições populares de 2004,
Karzai foi eleito presidente do país, agora nomeado República Islâmica do
Afeganistão.
Em 2003, a OTAN assumiu a liderança da ISAF.
Uma parte das forças dos Estados Unidos no Afeganistão operavam sob o comando
da OTAN; o restante permaneceu sob comando direto dos Estados Unidos. O líder
talibã Mulá Omar reorganizou o movimento e, em 2003, lançou uma insurgência contra o governo e a
ISAF.
3 - Talibã é um movimento
fundamentalista islâmico nacionalista
que se difundiu no Paquistão e, sobretudo, no Afeganistão,
a partir de 1994 e
que, efetivamente, governou cerca de três quartos do Afeganistão entre 1996 e
2001, apesar de seu governo ter sido reconhecido por apenas três países: Emirados Árabes Unidos, Arábia
Saudita e Paquistão. Seus membros mais influentes eram ulemás (isto é,
teólogos)
em suas vilas natais. O movimento desenvolveu-se entre membros da etnia pachtun, porém também
incluía muitos voluntários não afegãos do mundo árabe, assim como de países da Eurásia e
do Sul
e Sudeste da Ásia.
É,
oficialmente, considerado como organização terrorista pela Rússia, União
Europeia, Estados Unidos da América, Canadá, Emirados Árabes
Unidos e Cazaquistão. Por quase duas décadas, seu líder foi Mohammed
Omar, considerado um dos mais influentes jihadistas do mundo.
Ele liderou a luta para estabelecer os Talibã como a principal força política e
militar no Afeganistão na década
de 1990, e depois liderou a insurgência contra tropas ocidentais no
território afegão. Quando morto, em 2013, foi sucedido por Akhtar Mohammad Mansour. Este, contudo,
também foi morto em um ataque aéreo americano
em maio de 2016. Foi sucedido por Mawlawi Hibatullah Akhundzada, que assumiu,
em 25 de maio, o controle operacional completo do grupo. Nas línguas faladas no
Afeganistão
(o persa
moderno e o afegão), talib significa "estudante",
palavra emprestada da língua
árabe.
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